30 - 13/11 (pt. 2)

nota da autora: Resolvi atualizar mesmo sem vocês baterem a meta (mas ainda sim, vão no outro votar caso não tenham feito isso ainda para me ajudarem, por favor!!)

meta desse: 100 votos

Eu AMEI escrever esse capítulo, e ele está maravilhoso. Espero que vocês gostem

(comentem muito, quero muito ver as reações de vocês lendoo)

Boa leitura!!

🏎️🏎️🏎️

continuação
2024, Mônaco.
Lando on.

Ao entrarmos, todas as luzes na estavam apagadas.

— Tem certeza que é aqui mesmo? — eu perguntei — Tá meio... escuro?

Assim que as luzes se acenderam, revelando o salão em todo o seu esplendor, um coro animado ecoou pelo espaço: "Surpresa!". O brilho dos lustres de cristal iluminava os detalhes dourados das mesas e dos arranjos florais impecáveis, enquanto o painel ao fundo, com letras elegantes, declarava em destaque: "Happy Birthday, Lando!". A sala parecia ter saído de um sonho, cheia de vozes alegres e risos que preenchiam o ambiente.

Parei na entrada, imóvel, como se precisasse de um momento para acreditar no que via. Analisei rapidamente todo o ambiente, e os mínimos detalhes.

Balancei a cabeça levemente enquanto um sorriso se formava em meus lábios. Eu não tinha palavras para descrever o quão feliz eu estava.

— Ai Meu Deus...— as únicas palavras que consegui proferir

— Parabéns, meu amor! — Charlotte disse

Meu amor.

— Nem acredito que você fez tudo isso para mim — comentei rindo enquanto me virava para ela

— Tive uma ajudinha — ela deu uma piscadinha — Nao acredito que achou que eu tinha esquecido seu aniversário

— Eu acreditei — comentei

Assim que consegui absorver o que estava acontecendo, virei para Charlotte com um sorriso.

— Você realmente pensou em tudo, não é? — comentei, ainda admirado com o que via.

Ela deu um sorriso leve, cruzando os braços como quem sabia que havia acertado em cheio.
— Não poderia ser diferente, Norris. Você merece o melhor.

Antes que eu pudesse dizer algo, Max apareceu como um furacão, segurando uma taça e com o típico brilho provocador nos olhos.
— Finalmente, o rei da noite chegou! Ainda bem que a Charlotte conseguiu te tirar de casa.

— Só ela mesmo para conseguir. — respondi rindo, enquanto Max me puxava para um abraço. — Mas confesso que ainda estou tentando processar tudo isso.

Charlotte estava ao meu lado, observando minha reação com aquele olhar cuidadoso que só ela tinha. Percebi, então, algumas fotos espalhadas pelo salão — momentos meus na Fórmula 1, viagens, festas com amigos... Até uma foto nossa, tirada de surpresa no dia em que havíamos ido tomar sorvete juntos pela primeira vez, depois da corrida em mônaco.

— Aquela foto? — perguntei apontando para o quadro. — Você realmente guardou isso?

— Claro que guardei. É uma das minhas favoritas.

Daniel apareceu em seguida, com o sorriso largo de sempre.
— Feliz aniversário, Norris! Só a Charlotte pra organizar algo tão incrível assim pra você.

— Isso é verdade — admiti, rindo e olhando para ela mais uma vez. — Porque, se fosse por mim, provavelmente seria pizza e videogame.

— Ei! — Charlotte exclamou em um tom brincalhão. — Nada contra pizza e videogame, mas achei que merecia algo um pouquinho melhor dessa vez.

— Vocês esconderam muito bem, nem sei como conseguiram — Falei — Eu realmente acreditei que tinham esquecido meu aniversário.

— Charlotte tava quase desistindo. — ouvi a voz de Carlos atrás de mim. — Parabéns Lando! Você merece.

— Obrigado, Carlos! — cumprimentei ele — Tenho certeza que a ideia de fingir que esqueceu meu aniversário foi sua.

— Claro que foi, de quem mais seria? — Max completou nos fazendo rir.

— Parabens, Lando — Oscar entrou na roda

— Valeu, Osc! — ele me puxou para um abraço.

Logo os outros pilotos chegaram. Para em cumprimentar, mas logo a maioria se afastou para beber. Ficando apenas eu e Charlotte ali

— É verdade o que o Carlos disse? — perguntei

— O que ele disse?

— Que você quase desistiu de fingir que esqueceu o meu aniversário.

E então ela sorriu. Sabe aquele sorriso que você até se perde nele? Esse era o dela

— Não estava gostando de te ver triste — ela comentou.

— Por isso que você comprou minha comida favorita?

— Sim — ela deu uma leve risada — Queria que você se sentisse um pouco especial enquanto não te trazia para cá.

— Eu me sinto especial só por ter você na minha vida — toquei a pontinha do nariz dela.

— Eu te amo — ela disse — Muito mesmo. Mais do que você imagina.

— Eu te amo também — falei enquanto ela colocava as mãos em meu ombro e deslisava uma delas até minha nuca, o que me fez arrepiar por inteiro. Apoiei minhas mãos em sua cintura.

— Quero muito chegar em casa para você abrir meu presente — Charlotte disse

— Sério? O que eu ganhei? — perguntei sorrindo de canto

— Você vai ver — ela piscou

— Não importa, meu melhor presente tá aqui comigo agora.

Ela sorriu de um jeito que fez meu coração acelerar ainda mais. Era como se, naquele momento, tudo ao nosso redor desaparecesse — os lustres, as risadas, até a música ao fundo. Só existíamos nós dois.

— Eu adoro ver você assim, feliz.

Eu ri baixinho, deixando meus olhos se perderem nos dela por alguns segundos antes de responder:
— Se você continuar assim, não vou conseguir prestar atenção na festa.

— Quem disse que você precisa? — ela brincou, sua voz baixa, quase como um sussurro.

Antes que eu pudesse responder, alguém limpou a garganta ao nosso lado. Era Daniel, segurando dois copos e com um sorriso travesso.
— Não quero atrapalhar o momento de vocês, mas acho que o aniversariante precisa socializar um pouco.

Charlotte riu, soltando-se de mim, mas não antes de deslizar a mão pelo meu braço em um gesto sutil.
— Ele tá todo seu, Daniel. Mas só por um tempo.

— Tô me sentindo disputado — brinquei, pegando o copo que Daniel me ofereceu.

— Hoje é seu dia, Norris. A gente precisa fazer você aproveitar — ele disse, piscando.

Enquanto Daniel me puxava para perto de um grupo de amigos, olhei por cima do ombro e vi Charlotte se afastar, sendo puxada por Carmen para o outro lado do salão. Mesmo a distância, ela ainda parecia iluminar tudo.

A festa estava incrível. As pessoas, as conversas, a música, tudo parecia perfeito. Mas, sempre que eu tentava me concentrar, meus olhos acabavam procurando por Charlotte. E toda vez que a encontrava, ela já estava olhando para mim, com aquele sorriso suave que sempre me fazia esquecer o mundo.

Depois de algum tempo, finalmente consegui escapar das conversas e fui até onde ela estava. Charlotte estava junto com Carmen e algumas das outras garotas, rindo de algo que pareciam estar contando. Quando me aproximei, ela parou de rir e me olhou, como se já soubesse o que eu queria.

— Posso roubar você por um momento? — perguntei, estendendo a mão para ela.

Ela não respondeu, apenas pegou minha mão, deixando que eu a guiasse para fora do salão, onde o som da festa era mais baixo e o ar estava mais fresco.

— Tá tudo bem? — ela perguntou, me encarando com curiosidade.

— Sim, só queria um momento a sós com você.

Charlotte sorriu, cruzando os braços enquanto me olhava com carinho.
— Você já teve a noite que merece, Lando?

— Ainda não — respondi, aproximando-me dela. — Porque acho que ela só vai estar completa se terminar assim.

E, sem pensar duas vezes, segurei seu rosto com as mãos, inclinando-me para beijá-la. Foi um beijo calmo, mas cheio de tudo o que eu sentia por ela. Quando nos afastamos, olhei para ela, que estava com aquele sorriso de quem sabia exatamente o quanto me deixava sem palavras.

— Agora sim, é o melhor aniversário de todos — falei, ainda com a testa encostada na dela.

— Acho que tem um jeito melhor de acabar. — ela respondeu, rindo baixinho.

— Serio? Qual? — perguntei e então ela abriu um sorriso carregado de malícia

— Você vai descobrir em casa — ela disse dando uma piscadinha me fazendo sorrir

— Acho que eu quero ir para casa agora então — falei mexendo nas pontinhas do cabelo dela

— A sua festa está na metade ainda, você vai ter que esperar mais um pouquinho — falou baixinho — Mas você aguenta, né?

Eu ri, balançando a cabeça enquanto segurava seu olhar. Charlotte sabia exatamente como mexer comigo, e fazia isso com uma naturalidade desconcertante.

— Você não facilita, né? — comentei, deixando um sorriso escapar. — Mas eu acho que vou sobreviver...

Ela riu baixinho, deslizando os dedos pelo meu peito, arrumando a lapela do meu blazer como se quisesse me provocar ainda mais.
— Prometo que vai valer a pena.

Seu tom era leve, mas cheio de intenção, e eu tive que respirar fundo para manter o foco.
— Você sempre sabe exatamente o que dizer para me deixar ansioso, não sabe?

Charlotte deu de ombros, com um sorriso travesso.
— Não é culpa minha se você é fácil de ler, Norris.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, o som de risadas e passos vindo da entrada chamou nossa atenção. Daniel, Oscar e Max apareceram, com expressões que deixavam claro que estavam tramando algo.

— Ei, casal! Vocês vão ficar escondidos aqui a noite toda? — Daniel provocou, balançando uma taça de champagne.

Oscar sorriu, apoiando-se no batente da porta.
— Porque lá dentro, o pessoal tá apostando quanto tempo o Norris vai demorar pra voltar pra festa.

— E eu estou quase ganhando — Max comentou

— E o que você apostou? — perguntei, cruzando os braços.

— Que você não ia voltar — Max respondeu com um sorriso largo, fazendo Charlotte soltar uma gargalhada.

— Bom, acho que vou ter que te decepcionar então, Max — brinquei, pegando a mão de Charlotte. — Mas só porque a anfitriã disse que eu tenho que aproveitar a festa.

— Boa escolha, Norris — Daniel comentou, piscando. — Agora vamos. Ainda tem uma surpresa te esperando lá dentro.

— Surpresa? — perguntei, olhando para Charlotte, que apenas deu de ombros com um sorriso inocente.

— Você vai gostar — foi tudo o que ela disse antes de me puxar de volta para o salão.

Assim que entramos, percebi que a música havia mudado para algo mais animado, e as luzes estavam focadas na pista de dança. No centro, uma mesa giratória brilhava, e meu nome estava destacado em letras grandes. DJ de um lado, e do outro, um bolo espetacular com detalhes em preto e amarelo — as cores do meu capacete.

— Isso é incrível! — exclamei, olhando ao redor.

Charlotte apertou minha mão, inclinando-se para sussurrar no meu ouvido.
— Vai lá, corta o bolo. É o seu momento.

Eu me aproximei da mesa com um sorriso enorme, cercado pelos amigos e com Charlotte ao meu lado. Naquele momento, percebi que não era só a festa ou os detalhes impecáveis que tornavam aquele dia especial. Era ela, Charlotte, que fazia tudo valer a pena.

Assim que voltei para o centro da festa, rodeado pelos amigos e pelas luzes que brilhavam por todo o salão, senti o peso da felicidade me atingir de novo. Todo mundo estava ali por mim — por causa dela.

Cortei o bolo, enquanto os convidados cantavam parabéns, e Daniel segurava uma taça de champagne, já gritando alguma coisa engraçada que mal consegui ouvir em meio à música e às risadas. Max, claro, tentava começar algum tipo de competição sobre quem conseguia comer o maior pedaço de bolo, enquanto Charlotte se mantinha ao meu lado, com aquele olhar carinhoso que me fazia sentir como o cara mais sortudo do mundo.

Depois que o bolo foi cortado e as fotos tiradas, Max deu um passo para frente, levantando sua taça.
— Um brinde ao aniversariante! — ele exclamou. — Ao Norris, o cara que sempre diz que vai me vencer no simulador, mas nunca consegue!

As risadas ecoaram pelo salão, e eu balancei a cabeça, rindo junto.
— É o meu aniversário, Max. Será que dá pra pegar leve hoje?

Logo Russel completou — Ele não vence ninguém, até a Charlotte que nem é pilota já venceu ele.

— Eu deixei ela ganhar, em minha defesa. — comentei

— Ah é? — ouvi a voz da mesma atrás de mim.

Me fudi.

Em couro, os meninos gritaram um "ihh"

— Brincadeira meu amor — falei com um sorriso no rosto e ela logo sorriu

— Sei — disse ela.

Enquanto todos brindavam e conversavam, percebi Charlotte se afastar um pouco, indo para perto da mesa de sobremesas. Aproveitei a oportunidade e fui atrás dela, deixando o burburinho da festa para trás.

— Fugindo da própria festa, Leclerc? — perguntei, encostando ao seu lado.

Ela virou para mim com um sorriso leve, segurando um pedaço pequeno de bolo.
— Só achei que você estava ocupado sendo o centro das atenções.

— E você acha que quero ser o centro das atenções quando posso ficar com você?

Charlotte riu, balançando a cabeça.
— Lá vem. O que você quer?

A música lenta que começou a tocar ao fundo parecia perfeita para o momento. Ofereci minha mão para ela.
— Me dá a honra de uma dança?

Ela olhou ao redor, um pouco hesitante.
— Aqui? Na frente de todo mundo?

— Quem liga? Hoje é o meu dia — respondi, piscando.

E então, ela colocou o pedaço de bolo na mesa e segurou minha mão.
— Tá bom, aniversariante. Mas se pisar no meu pé, eu juro que vou te zoar para sempre.

— Confia em mim — garanti, puxando-a para mais perto enquanto começávamos a nos mover no ritmo da música.

Naquele momento, nada mais parecia importar. Só eu, ela, e o jeito que o mundo inteiro desaparecia quando estávamos juntos.

Quando a música acabou, ainda ficamos próximos por alguns segundos, como se ninguém ao nosso redor importasse. Mas, claro, a festa seguiu, e Charlotte parecia determinada a me provocar de todas as formas possíveis.

Ela não precisava falar nada para me deixar completamente fora de mim. Bastava o jeito como andava pelo salão com aquela confiança única, os movimentos dela quase hipnotizantes. Cada vez que ela passava por mim dançando com as amigas, seus olhos encontravam os meus por um segundo a mais do que o necessário. Era um olhar cheio de malícia, como se soubesse exatamente o que estava fazendo comigo.

O vestido dela, que já era perfeito, parecia conspirar a favor dela enquanto se movia. Quando ela jogava o cabelo para o lado ou ria de algo que Carmen dizia, eu me pegava mordendo o lábio sem perceber. Ela sabia. Ah, ela sabia.

E então, teve um momento em que ela passou pela mesa de drinks onde eu estava, pegou uma taça de champagne e a levou aos lábios lentamente, olhando para mim de novo. Foi um gesto simples, mas que me fez engolir em seco. Como se não bastasse, ela ainda segurou a taça de forma distraída, enquanto os dedos delicadamente traçavam o pé do copo.

Ela não dizia nada. Não precisava. O sorriso dela, os olhares lançados na minha direção, as pequenas ações que pareciam tão inocentes para os outros, mas que tinham um significado claro para mim... Tudo isso era muito mais eficaz do que qualquer palavra.

Teve uma hora em que me vi encostado em uma das colunas do salão, tentando ignorar o quanto ela estava mexendo comigo. Charlotte dançava de costas para mim, mas a cada movimento, ela inclinava o corpo levemente para o lado, como se soubesse que eu estava ali, observando. E quando ela virou, me encarando com aquele sorriso travesso, piscou e voltou para a dança com as amigas, eu precisei respirar fundo para manter o controle.

— Você tá bem? — Max perguntou ao passar por mim, rindo e entregando uma cerveja.

— Não faço ideia, cara — respondi, ainda com os olhos fixos nela. — Ela vai me matar.

Ele olhou na direção de Charlotte, que agora ria enquanto bebia ainda a mesma taça de champagne.
— É, ela tá no controle total. Boa sorte, Norris.

Quando finalmente consegui me aproximar dela de novo, o sorriso de Charlotte era quase provocador demais.
— Você tá me torturando a festa inteira, sabia?

Ela levantou as sobrancelhas, fingindo surpresa.
— Eu? Não tô fazendo nada. Só tô aproveitando a festa.

— Claro, só aproveitando... — resmunguei, cruzando os braços, mas não consegui esconder o sorriso.

Ela se aproximou, os olhos brilhando de diversão, e deslizou os dedos levemente pelo meu braço.
— Se você acha que isso é tortura, então talvez eu tenha exagerado um pouquinho.

— Um pouquinho? — questionei, encarando-a.

Ela ficou na ponta dos pés, sussurrando perto do meu ouvido.
— E eu nem comecei ainda.

Quando Charlotte se afastou, jogando aquele sorriso travesso por cima do ombro, eu soube que estava completamente perdido.

Eu a observei se afastar, o vestido dela fluindo com cada passo como se tivesse sido feito para ela. Minha mente já estava um caos, e Charlotte sabia disso. Ela sabia exatamente o efeito que tinha sobre mim, e, pelo visto, estava determinada a me provocar até o fim da noite.

A cada movimento que ela fazia, era impossível não notar. Quando passou pela pista de dança novamente, ela olhou por cima do ombro, só para me encontrar mais uma vez, e depois se virou, balançando levemente os quadris no ritmo da música. Era como se todo o resto da festa desaparecesse, e apenas ela permanecesse.

Não demorou muito para que, com a taça de champagne na mão, ela se aproximasse de um grupo de amigos, incluindo Daniel e Carmen. Mesmo ali, ela não parava. Um dos cachos soltos feito mais cedo com babyliss caiu sobre o rosto dela enquanto ela ria de algo que Daniel disse, e, em um gesto quase casual, Charlotte passou a mão pelo cabelo, empurrando-o para trás lentamente. Como se fosse a coisa mais inocente do mundo. Só que não era.

Max, acompanhado de Russell e Lewis, apareceram ao meu lado mais uma vez, com um olhar claramente divertido.
— Ainda respirando aí, Norris? Porque, honestamente, ela tá te destruindo.

— Você não tem ideia — murmurei, sem tirar os olhos dela.

Lewis deu um tapinha no meu ombro.
— Boa sorte com isso. Você vai precisar.

Enquanto ele ria e se afastava, eu percebi que Charlotte tinha notado minha expressão. Ela estava me olhando de canto, como se esperasse que eu fizesse algo. E talvez fosse exatamente isso que ela queria.

Depois de alguns minutos, ela finalmente decidiu se aproximar de novo, ainda segurando a taça.
— Tá tudo bem? — perguntou, fingindo inocência, mas com um sorriso malicioso dançando em seus lábios.

— Tudo ótimo — respondi, tentando manter a compostura, mas falhando miseravelmente.

— Tem certeza? Você tá meio... tenso. — Charlotte deu um passo mais perto, os olhos brilhando de diversão.

— E você sabe exatamente por quê.

Ela riu, inclinando a cabeça.
— Eu? Nem sei do que você tá falando.

— Sabe sim, Charlotte. — Falei mais baixo, encurtando a distância entre nós. — Você tá me provocando a festa inteira.

— E você tá adorando — retrucou, mordendo o lábio inferior de leve.

Respirei fundo, tentando me controlar.
— Certeza que você não quer acabar logo essa festa e ir embora?

Ela deu uma risadinha e passou os dedos pela camiseta, ajeitando-a como se fosse a coisa mais natural do mundo.
— Você vai ter que aguentar mais um pouquinho, aniversariante. Afinal, essa festa é pra você, lembra?

— A única coisa que eu consigo lembrar agora é você.

Ela parou por um segundo, e o sorriso dela suavizou, mas o olhar ainda tinha aquele brilho intenso.
— Então acho que estou fazendo um bom trabalho.

E com isso, ela se afastou mais uma vez, deixando-me ali, completamente hipnotizado.

— Gente! Acho que chegou a hora do discurso do aniversariante. — Daniel, claramente alterado gritou no meio da pista.

Pelo menos a festa estava chegando ao fim.

Daniel me entregou o microfone e então eu comecei.

— Primeiramente, eu gostaria de agradecer a Charlotte, por ter organizado isso para mim. E também queria agradecer a presença de todos. Cada um aqui é muito especial para mim, e eu estou muito feliz de ter pessoas incríveis comemorando esse dia comigo. Muito obrigado! — E logo o salão se encheu de aplausos e assobios.

E após várias horas, festa finalmente havia chegado ao fim. O salão, que antes estava repleto de vozes, risadas e música alta, agora estava praticamente vazio, com alguns poucos amigos ainda recolhendo suas coisas ou conversando em tom baixo. O cheiro doce dos arranjos florais e dos últimos vestígios do bolo pairava no ar.

Eu estava exausto, mas de um jeito bom. Encostado em uma das mesas, olhei ao redor, ainda processando tudo o que tinha acontecido. Cada detalhe daquela noite estava gravado na minha mente, desde as luzes se acendendo para a surpresa até os momentos em que eu perdi o controle por causa dela.

Charlotte.

Quando ela me encontrou parado, sozinho, com a gravata já afrouxada e o cansaço evidente no meu rosto, abriu um sorriso cansado, mas satisfeito. Ela estava deslumbrante, mesmo com o vestido já levemente amassado e os cabelos bagunçados pelas horas de festa.

— Finalmente acabou — ela disse, parando à minha frente e cruzando os braços.

— Achei que nunca fosse acabar — murmurei, rindo de leve. — Mas, honestamente, foi a melhor noite da minha vida.

— Acho que isso significa que fiz um bom trabalho. — Ela inclinou a cabeça, o olhar cheio de algo que só ela conseguia transmitir: provocação e carinho, em igual medida.

— Você fez mais do que isso. — Respirei fundo, deixando minha cabeça cair levemente para trás por um momento antes de olhá-la de novo. — Mas você estava quase me enlouquecendo

Ela arqueou as sobrancelhas, fingindo surpresa.
— Eu? Não sei do que está falando, Norris.

— Ah, sabe sim — rebati, dando um passo em sua direção. — A dança, os olhares, os toques. Você não parou um segundo.

— E o que você vai fazer a respeito? — ela perguntou, desafiando-me, com aquele brilho malicioso nos olhos.

Dei mais um passo, encurtando ainda mais o espaço entre nós. Coloquei uma mão em sua cintura, puxando-a levemente para perto.
— Eu ainda não decidi. Mas acho que vou começar com isso.

Antes que ela pudesse responder, inclinei-me e a beijei. Foi mais intenso do que antes, um reflexo de tudo o que havia se acumulado durante a noite. Ela retribuiu imediatamente, seus braços envolvendo meu pescoço enquanto eu a segurava firme pela cintura.

Quando nos afastamos, ela ainda mantinha os olhos fechados, respirando fundo, como se precisasse se recuperar.

— Isso foi... um bom começo — ela admitiu, a voz baixa, com um sorriso surgindo em seus lábios.

— Eu posso continuar, se você quiser. — minha voz saiu rouca, quase um sussurro.

— Em casa, Norris — ela respondeu, abrindo os olhos e deslizando os dedos pelo meu peito. — Se você tiver paciência para esperar.

Suspirei, rindo baixinho.
— Você gosta de me torturar, não é?

— Talvez — ela provocou, erguendo as sobrancelhas.

Ela deu um passo para trás, mas segurou minha mão, puxando-me levemente.
— Vamos, aniversariante. Ainda tem muita noite pela frente.

E eu a segui, porque, naquela noite, como em todas as outras, eu era completamente dela.

O caminho de volta para casa foi mais longo do que o necessário, ou pelo menos parecia. No silêncio confortável do carro, só havia o som suave do motor e a música baixa que tocava ao fundo. Charlotte estava no banco ao meu lado, mexendo no celular, mas vez ou outra eu a pegava me lançando olhares rápidos, aqueles que me faziam segurar o volante com um pouco mais de força.

Ela sabia o que estava fazendo.

— O que foi? — perguntei, mantendo os olhos na estrada, mas sentindo o sorriso dela antes mesmo de olhar para o lado.

— Nada — ela respondeu, inocente demais para ser verdade.

Não demorou muito para ela começar com seus movimentos calculados. Primeiro, cruzou as pernas lentamente, deixando o vestido subir só um pouco, o suficiente para atrair minha atenção, mesmo que eu tentasse fingir que não tinha notado.

Depois, inclinou-se para pegar algo na bolsa que estava no banco de trás, o que a fez chegar mais perto de mim, o perfume dela invadindo o espaço fechado do carro.

Eu engoli em seco, apertando ainda mais o volante.
— Você está tentando me distrair?

Ela se recostou no banco, um sorriso travesso nos lábios.
— Eu? Claro que não.

— Charlotte... — comecei, mas ela me interrompeu.

— O que foi, Lando? Estou só aqui, quietinha, sem fazer nada. — Sua voz estava carregada de provocação, e aquele sorriso continuava no rosto dela.

Ela passou a mão pelos cabelos, ajeitando algumas mechas, e depois apoiou a cabeça no encosto do banco, virando o rosto para me olhar. Seus dedos começaram a traçar desenhos invisíveis na própria perna, como se fosse um movimento distraído, mas eu sabia melhor.

— Você não presta — falei, finalmente quebrando o silêncio, com um sorriso de canto nos lábios.

— Você está me acusando de algo? — perguntou, com uma expressão de falsa indignação.

— Você sabe exatamente o que está fazendo.

Ela riu baixinho, aquele riso que era uma mistura de diversão e satisfação por me ver desse jeito.
— Eu só estou me divertindo, Norris.

Acelerando um pouco, tomei uma decisão interna: quanto mais rápido chegássemos em casa, melhor. Charlotte notou, é claro, e isso só a fez sorrir mais.

— Está com pressa? — ela perguntou, ajeitando-se no banco de um jeito que fez o vestido subir ainda mais.

— Sim, e com muita — confessei, lançando um olhar rápido para ela antes de voltar minha atenção para a estrada.

Assim que estacionamos na garagem, eu não perdi tempo em sair do carro, mas Charlotte continuou no banco do passageiro, agindo como se tivesse todo o tempo do mundo. Ela recolheu a bolsa com calma, ajeitou o vestido, e lançou um último olhar provocador antes de finalmente sair.

— Você está esperando que eu te carregue? — perguntei, apoiado na porta do carro.

— Não seria má ideia — respondeu com um sorriso travesso.

Entrei na casa primeiro, e Charlotte me seguiu. Chegando no quarto ela tirou os sapatos. Quando me virei para olhar para ela, ela já estava descalça, segurando os saltos com uma mão, a outra apoiada na lateral da parede enquanto observava o ambiente com um olhar casual. Mas havia algo nos movimentos dela, na maneira como andava e como olhava para mim, que era tudo menos inocente.

— Você parece cansado — comentou, com um tom que beirava o provocativo. — A festa te desgastou?

— Acho que foi mais o que aconteceu depois dela — respondi, cruzando os braços enquanto a observava.

Ela riu baixinho e deu alguns passos na minha direção.
— Eu não fiz nada, Lando.

Ela parou à minha frente, próxima o suficiente para que eu sentisse o calor dela.
— Talvez eu só quisesse garantir que você nunca esquecesse esse aniversário.

— Missão cumprida, Leclerc — falei, olhando diretamente para ela.

E, antes que eu pudesse falar mais, ela colocou as mãos nos meus ombros, deslizando-as lentamente até os botões da minha camisa, brincando com eles sem pressa. O toque dela era leve, mas intencional, como se quisesse me testar a cada segundo.

Isso Leclerc, me provoca.

— Charlotte... — falei em um tom de aviso, mas ela ignorou completamente.

— O que foi? Você disse que esse era o melhor aniversário, e eu só quero garantir que continue sendo — murmurou, aproximando o rosto do meu, a centímetros de distância.

— Você não joga justo — eu disse, minha voz mais rouca do que eu esperava.

— Nunca disse que jogava — ela respondeu, antes de me beijar, deixando claro que a noite estava longe de acabar.

[...]

🏎️🏎️🏎️

contagem 4501

Oii amigas, como vocês estão?

O que acharam desse capítulo??

E da história no geral? Estou aceitando sugestões.

Não se esqueçam de clicar na estrelinha.

Bjocas💗
Até o próximo

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