18 - Last day

2024, Brasil.
Charlotte on.

O sol começava a espreitar pela janela, e eu acordei lentamente, com a sensação de que algo havia mudado. Me virei para o lado e encontrei Lando ainda dormindo ao meu lado. O rosto sereno e a respiração calma dele eram como uma melodia suave. Fiquei ali por um momento, apenas observando, sentindo o calor da sua presença.

Eu me mexi na cama, tentando não fazer barulho, mas Lando parecia sentir. Ele abriu os olhos, e me olhou com aquele sorriso preguiçoso que sempre parecia iluminar o ambiente.

— Bom dia — ele murmurou, a voz rouca de sono, e me deu um sorriso de canto de boca.

— Bom dia — respondi, com a voz ainda um pouco sonolenta, mas com um sorriso involuntário nos lábios.

Ele se virou para me encarar melhor, colocando uma das mãos sob meu braço, deslizando a ponta dos dedos suavemente.

— Dormiu bem? — perguntou, com os olhos brilhando, um olhar suave que só ele tinha.

— Tem como não? — falei, sentindo meu coração bater mais rápido, mas tentando disfarçar. Eu não sabia se ele percebia, mas eu estava completamente encantada com aquele momento.

Lando soltou um riso baixo e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, acariciando minha pele.

— Eu poderia me acostumar com isso, sabia? Acordar ao seu lado todos os dias. — Ele disse, e sua voz parecia sincera. A maneira como ele falava fazia meu coração disparar.

Olhei para ele, ainda sorrindo. Eu sabia que estava me apaixonando, e não queria me enganar sobre isso, mas a realidade de nossas vidas — tão diferentes — me deixava insegura.

— Você tem algo planejado hoje? — perguntei, tentando mudar de assunto

— Meu treinador me mandou um treino para eu fazer hoje, só para não sair muito do foco. — ele fez uma pausa, me encarando com um olhar travesso — Quer ir treinar comigo?

Eu ri, um pouco surpresa pela ideia.

— Isso seria legal — falei — Mas, antes eu tenho um ensaio de fotos agora pela manhã... Quer me acompanhar?

— Com certeza — ele falou sorridente — Mas eu prometo não interferir no seu brilho — ele respondeu, piscando para mim.

— Ah, você vai ser apenas um observador, então. — Ri, achando graça na ideia.

— Claro, só vou te admirar de longe. — Ele fez um gesto dramático, colocando uma das mãos sobre o coração.

A risada dele ecoou pela casa e eu me senti bem ali, ao lado dele, no começo de um dia cheio de promessas e possibilidades.

Eu levantei da cama e fui até o banheiro me arrumar. Lando seguiu atrás, se preparando para me acompanhar à sessão de fotos.

Enquanto me arrumava, Lando apareceu na porta do banheiro, com uma expressão curiosa.

Depois de fazermos nossas higienes e longos minutos me arrumando, saímos de casa e paramos em uma padaria de uma amiga minha para tomarmos café da manhã.

[...]

Chegamos ao estúdio, e o ambiente estava agitado, com a equipe se preparando para o ensaio. Eu pude ver os maquiadores, fotógrafos e assistentes organizando tudo, mas, ao entrar, meu foco estava totalmente em Lando. Ele atento, e parecia impressionado, observando tudo com interesse.

— Então, o que você acha? — perguntei, sorrindo enquanto me dirigia ao camarim para me preparar. Sabia que ele estava mais acostumado com a rotina de corridas, mas queria que ele se sentisse à vontade.

— Impressionante — Lando disse, com os olhos brilhando, e uma leve risada escapou de seus lábios ao ver a movimentação ao nosso redor. — Não faço ideia de como conseguem ser tão rápidos em tudo isso.

Fiquei em frente ao espelho enquanto a maquiadora retocava meu batom e o cabelo, sentindo o nervosismo do dia desaparecer aos poucos. Lando se afastou para dar espaço, mas, ao invés de sair do estúdio, permaneceu ali, observando com um sorriso constante. Isso me dava uma sensação estranha, mas boa. Ele estava ao meu lado, sem querer tomar o protagonismo, mas presente de uma forma única.

Quando estava pronta, a assistente de palco me chamou, e fui para a primeira parte do ensaio. O fotógrafo ajustava as luzes, e a sensação de ser o centro das atenções era algo que eu sempre soubera lidar, mas a presença de Lando ali, observando, me fazia sentir um pouco mais nervosa do que o normal. Ele estava quieto, sentado em um canto do estúdio, mas seus olhos estavam fixos em mim o tempo todo.

O fotógrafo começou a dar instruções, e eu segui seus comandos com facilidade, tentando me concentrar. O clique da câmera era constante, e a cada troca de pose, a tensão entre eu e Lando parecia aumentar. Ele estava tão perto, mas tão distante ao mesmo tempo.

Depois de alguns minutos, ele se aproximou lentamente, tentando não interromper o fluxo do trabalho. Fui interrompida por uma pausa, onde o fotógrafo aproveitou para revisar as imagens.

— Ei, você está indo muito bem. — Lando disse, se aproximando de mim. A forma como ele falou parecia sincera, e havia algo no tom de sua voz que me fez sorrir, mesmo sentindo aquela sensação de vulnerabilidade.

— Obrigada — respondi, tentando ignorar a leve onda de nervosismo que surgia.

Antes que ele pudesse responder, a assistente me chamou de novo, e, com um aceno de cabeça, voltei para a posição. Lando se afastou, mas o sorriso dele continuava presente em meu pensamento, me dando aquele impulso extra para continuar.

As horas seguintes se passaram mais rapidamente do que eu imaginava. As poses foram se tornando mais descontraídas, e as conversas entre os intervalos eram mais leves, com Lando fazendo pequenas piadas para me fazer rir. A sensação de estar naquele estúdio, entre flashes de câmeras e risos suaves, era algo quase mágico. Lando se tornou uma presença silenciosa, mas reconfortante.

Quando o ensaio terminou, a equipe começou a desmontar o cenário, e eu pude finalmente respirar aliviada.

— Como foi? — Lando perguntou, se aproximando, com um sorriso divertido. Eu podia ver a leve admiração nos seus olhos.

— Foi ótimo — respondi, sorrindo de volta. — Acho que, no final das contas, consegui me soltar.

Ele riu e me deu um pequeno empurrão no ombro.

— Claro, você é uma profissional. Eu só estava ali para admirar. — Ele piscou, como sempre fazia quando queria aliviar qualquer tensão.

Eu sorri, e antes que pudesse responder, a assistente veio até mim para pegar os detalhes finais. Lando permaneceu ao meu lado, observando o trabalho da equipe. A conexão entre nós dois estava cada vez mais forte, e mesmo que eu tentasse me concentrar no trabalho, a presença dele sempre me distraía de uma maneira doce.

Com a equipe ainda organizando o material, voltei ao camarim para me trocar. Ao me sentar na cadeira, meu celular vibrou com uma notificação. Era um e-mail, e, ao olhar o remetente, meu coração deu um pulo. Era da Chanel.

Antes que eu pudesse processar totalmente o que aquilo significava, minha mão já estava deslizando pela tela, abrindo a mensagem. Meu olhar se fixou nas palavras, e o mundo ao meu redor pareceu desacelerar. A proposta estava ali, clara e objetiva: um convite para ser modelo exclusiva da marca, com um contrato que poderia mudar completamente a trajetória da minha carreira. Meu estômago deu um salto, e um frio percorreu minha espinha.

Eu sabia o quanto essa oportunidade era única. A Chanel não chamava qualquer modelo, e eu... Eu era uma delas agora. Mas, ao mesmo tempo, uma onda de ansiedade me invadiu. Eu não sabia se estava pronta para isso. A responsabilidade, a visibilidade, o impacto que essa decisão teria em minha vida... Não era algo simples de se aceitar. Havia também a questão de como isso afetaria tudo ao meu redor, mesmo que Mônaco fosse perto da França, eu teria que me mudar, e isso afetaria especialmente meu relacionamento com Lando. Ele sabia da minha carreira, mas algo tão grande poderia mudar tudo, e eu não sabia se estava preparada para lidar com essa mudança.

Respirei fundo, tentando processar a enormidade do que estava acontecendo. Olhei para a tela mais uma vez, os detalhes do contrato brilhando diante dos meus olhos. Era surreal. Era um sonho. Mas, ao mesmo tempo, eu me sentia perdida. Eu queria aceitar, mas... a pressão era imensa.

Fechei o celular rapidamente, como se estivesse tentando afastar as dúvidas. Eu precisava de um tempo para pensar, para processar tudo. Mas, por enquanto, precisava continuar. Fiquei ali por um momento, apenas respirando, tentando entender minhas emoções e medos. Era uma oportunidade rara, algo que qualquer modelo desejaria. Mas por dentro, eu me sentia dividida entre o desejo de agarrar esse sonho e as inseguranças sobre o que isso traria para a minha vida pessoal.

No fundo, eu sabia que, no momento certo, eu teria que contar a Lando sobre isso. Mas não agora. Não enquanto ainda estava tentando entender tudo o que isso significava para mim.

Quando a porta do camarim se abriu e vi Lando entrando, me forcei a sorrir. Ele se aproximou, curioso como sempre, mas parecia não perceber a tempestade de pensamentos que eu estava tentando esconder.

— Tudo bem? — ele perguntou, com um sorriso tranquilo no rosto. Mas, de alguma forma, eu sabia que ele sentia que algo não estava certo. Havia algo em seu olhar que me dizia que ele sabia que eu estava distante, mas ele não insistiu.

Eu respirei fundo e tentei parecer mais relaxada do que me sentia. Sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que dividir isso com ele. Mas por agora, eu só queria aproveitar o momento.

— Tudo! — falei, tentando soar convincente, mas um olhar fugaz para o celular, agora guardado na bolsa, me traía. — Vamos?

Ele me observou por um momento, uma ligeira dúvida aparecendo em seus olhos, mas ele aceitou minha resposta e sorriu. Pegou minha mão, e, juntos, saímos do camarim e caminhamos para o exterior do estúdio.

Enquanto caminhávamos para fora, eu ainda estava imersa nas minhas próprias reflexões. O peso da proposta da Chanel não saía da minha mente, e a dúvida sobre o que fazer com tudo aquilo só aumentava.

Após o ensaio de fotos, Lando ainda teria que fazer o que seu preparador físico havia mandado.

— 5km correndo e no final musculação — ele leu a mensagem, com aquele sorriso desafiador. — Só um treino leve, acha que pode me acompanhar?

Eu já havia feito vários treinos com meu irmão, o de Lando não deve ser tão difícil, não é?

(plot: era)

— Claro, vamos lá — respondi, ainda com o peso da proposta na minha cabeça, mas tentando afastar qualquer ansiedade por um momento.

Ele sorriu, satisfeito, e nós seguimos para casa nos arrumarmos.

Eu coloquei um short da live, e uma blusa preta bem leve. Lando colocou uma bermuda da puma, um boné para trás na cabeça e foi sem blusa, mas levou uma preta da puma. Quando ele apareceu no meu quarto "pronto" não pude deixar de olhar a pele exposta dele.

— Gostou da vista? — ele disse, encostado no batente da porta, em tom brincalhão e provocativo — Tira uma foto que dura mais

— Cala a boca — falei indo em direção a porta e ouvi ele rir

Do meu prédio até a academia, dava um pouco mais de 6km, então, fomos correndo até lá.

A corrida foi mais pesada do que eu imaginava, mas o ritmo constante foi o suficiente para me distrair um pouco. Lando estava ao meu lado, a respiração bem mais regular que a minha. Eu me concentrei no som dos nossos passos batendo no asfalto, na sensação de estar em movimento, sem pensar em mais nada. Ele parecia tranquilo, mas eu sabia que a concentração dele na corrida era só mais uma forma de se preparar para o que vinha depois — para o trabalho duro que ele ainda tinha pela frente.

— Tá aguentando bem? — Lando perguntou, virando o rosto para me olhar enquanto corríamos.

— Tranquila — respondi, quase morrendo, forçando um sorriso. Ele não parecia perceber que minha mente estava distante, pensando na proposta que estava me aguardando. Aquele momento de corrida foi uma boa fuga, mas logo a realidade viria de volta.

Após os 6km, fizemos uma pausa rápida para beber água, Lando colocou sua blusa e então seguimos para a parte de musculação. O treino de Lando era focado em resistência, como sempre, com exercícios que exigiam força e precisão. Eu sabia que não ia acompanhá-lo em tudo, mas tentei manter o ritmo, fazendo os exercícios que ele sugeria. A presença dele ali, tão focado no treino, ainda me fazia admirar sua disciplina.

Depois de um tempo, o treino foi chegando ao fim, e, quando finalmente saímos da academia, estava me sentindo mais leve. Não só pelo esforço físico, mas também pela sensação de ter conseguido deixar de lado, por algumas horas, a tempestade de pensamentos que estava me consumindo.

Quando chegamos de volta ao apartamento, Lando foi direto para o sofá, se jogando com um suspiro aliviado. Mas logo se levantou, me encarando.

— Você tem estado meio distante, sabia? — Lando comentou, com uma expressão pensativa. — Está tudo bem?

Eu olhei para ele, tentando esconder a apreensão que começava a se formar dentro de mim. Senti o impulso de contar tudo, mas, ao mesmo tempo, as palavras pareciam não sair. Como eu poderia explicar o turbilhão que estava acontecendo dentro de mim sem parecer que estava afastando ele?

— Sim, tudo bem — respondi, sorrindo de forma suave. — Só um pouco de cansaço. O trabalho, sabe?

Ele arqueou uma sobrancelha, claramente não convencido, mas não insistiu. Lando sempre foi bom em me dar espaço quando eu precisava. Por algum motivo, isso só me fazia querer me aproximar ainda mais dele. A verdade era que, ao mesmo tempo que me sentia grata por sua compreensão, também me sentia culpada por não ser totalmente honesta com ele.

— Eu super apoio a gente ir para a piscina agora — comentei

— Eu também — ele disse ainda sentado no sofá, mas em questão de segundos, sua feição mudou, e aquele sorriso travesso em seu rosto apareceu.

Ele se levantou rapidamente e correu em minha direção, me levantando em seus ombros.

— Lando! — repreendi, mas ele só sabia rir — Você vai me derrubar

A risada dele só aumentava enquanto ele se locomovia por toda a casa, até chegar na piscina. Onde ele me jogou de roupa.

— Não tô acreditando — foi a única coisa que falei quando subi à superfície. E Lando estava novamente achando aquela situação hilária.

Então, rapidamente saí da piscina para jogá-lo também, mas, ele me pegou no colo e dessa vez pulou comigo na água.

— Você sabia que água da piscina é cheia de cloro, né? — comentei, ajeitando meu cabelo molhado enquanto olhava para Lando, que ainda estava com a camiseta grudada no corpo.

Ele deu de ombros, rindo. — E daí?

— E daí que estraga a roupa. — Cruzei os braços, apontando para a camiseta encharcada dele. — Você devia tirar antes que fique ainda pior.

Ele arqueou uma sobrancelha, divertindo-se com minha sugestão. — Tá preocupada com a minha roupa ou só quer me ver sem camisa?

Revirei os olhos, fingindo desinteresse. — Não me acho tão sortuda assim. Só estou dando um conselho prático, mas, se você prefere andar por aí com cheiro de cloro, problema seu.

Ele deu um passo à frente, um sorriso provocador surgindo no rosto. — Ah, é? Então acho que você também devia tirar essa roupa. Cloro também estraga tecido caro, sabia?

Senti minhas bochechas queimarem, mas mantive o tom desafiador. — Claro, porque você está tão preocupado com minha roupa quanto eu estou com a sua camiseta. E outra, esse short não estraga na piscina e essa blusa é projetada para aguentar o cloro.

Ele deu uma risada baixa e começou a puxar a barra da camiseta. — Tudo bem, senhorita Leclerc, já que você insiste.

Desviei o olhar, tentando não demonstrar que ele tinha vencido. — Finalmente um pouco de bom senso.

— Só não vale olhar, hein. — Ele brincou, e o tom provocador fez com que fosse impossível segurar o sorriso.

Enquanto ele tirava a blusa, fiz questão de olhar para o lado, fingindo desinteresse.

— Você está olhando — ele acusou terminando de tirar a peça

— Não estou — falei virando meu rosto para ele, mas caindo na tentação de olhar. O que fez o garoto cair na gargalhada

— Você tem um ego bem alto, não é? — falei

— Não, é sobre ego — ele afirmou — É que você claramente está olhando.

Revirei os olhos deixando um sorriso escapar pelos meus lábios.

— Você quem começou — Lando disse simples

— E você tem que acabar — respondi, ironicamente

— Sempre. — ele disse se aproximando lentamente

— Não chegue perto — falei apontando o dedo a ele, mas com um sorriso nos lábios

— E se eu chegar? — Nessa hora meu coração já estava disparado

— Acho melhor você parar de me provocar — afirmei, claramente adorando a situação

— Eu? Provocar você? — ele disse com aquele sorriso no rosto se aproximando lentamente — Jamais

Senti a intensidade do momento aumentar assim que ele me puxou para seu colo, suas mãos firmes na minha cintura. Meu coração disparou e, sem pensar, passei minhas mãos por seus braços, subindo até seus ombros. Não resisti e, impulsivamente, arranhei suas costas, sentindo a pele quente dele sob minhas unhas. Lando soltou um suspiro baixinho, e isso só aumentou a minha necessidade de tê-lo ainda mais perto.

Ele me segurou com mais força, ajustando meu corpo sobre o dele, nossos rostos agora tão próximos que eu quase podia ouvir os batimentos acelerados do coração dele. O beijo se aprofundou, quente e desesperado, como se precisássemos disso, como se o tempo fosse um luxo que não podíamos mais dar.

Senti as mãos dele deslizando por minha pele, pelas minhas costas, me puxando ainda mais para ele, fazendo meu corpo se alinhar com o dele de uma forma que me fez perder a noção do que era real e o que era desejo. Eu continuava explorando sua pele, tocando seus braços, pescoço, cada parte dele que estava ali para mim, e ele fazia o mesmo. A maneira como ele me segurava, com uma urgência que parecia refletir o que eu também sentia, me fez esquecer do resto do mundo.

O beijo se intensificou, cada toque, cada movimento, nos fazendo nos perdermos no que parecia ser uma eternidade de desejo e paixão. E, naquele momento, só existíamos nós dois...

O clima foi quebrado com o som de meu celular tocando. Nos afastamos, deixei um selinho em seus lábios e fui até a borda da piscina ver que estava me ligando. Charles

eu ainda o mataria por isso.

— Alô? — falei colocando o telefone no ouvido

— Fica com o celular 24h por dia e não consegue responder o próprio irmão — Ele disse do outro lado da linha, dramático.

— Eu tô na piscina, não vi as mensagens — respondi me justificando — pode falar

— Você vem hoje que horas?

— O voo é às 19h

— Tá bom, quer que eu vá te buscar no aeroporto?

— Espera aí — falei retirando o celular do ouvido — Quer carona do aeroporto até sua casa? — perguntei a Lando

— Se não for atrapalhar, pode ser — ele respondeu brincando com a água

— Pode ser, Charles — falei no celular novamente — Por favor

— Tá bom então, tenho que ir — ele respondeu — Beijo, se cuida. Até mais tarde

— Até — respondi antes de encerrar a ligação

Deixei o celular de lado e voltei para a perto de Lando.

— Charles sempre tem um timing impecável, não acha? — comentou com um tom divertido.

— Ele tem esse dom — respondi, revirando os olhos enquanto.

Lando me observava com aquela expressão despreocupada, mas ao mesmo tempo intensa, que sempre fazia meu coração disparar. Antes que eu pudesse pensar em algo, ele me puxou pela cintura, nos aproximando de novo, como se ainda estivéssemos no momento antes do celular tocar.

— Já estou até imaginando como vai ser esse caminho até sua casa, com você e Charles no mesmo carro — falei rindo imaginando a cena

— Eu vou falar sobre como ele dirige mal o caminho inteiro — Lando comentou, provavelmente lembrando do dia que Charles fez isso com ele

Revirei os olhos, mas não consegui conter o sorriso — Justo.

Lando sabia exatamente como transformar qualquer conversa em algo leve e divertido, mesmo nos momentos mais corriqueiros.

— Acho melhor começarmos a nos mexer. Ainda temos que almoçar, arrumar tudo e, com sorte, não perder o voo — ele comentou

Antes que eu pudesse responder, ele se afastou, nadando até a borda da piscina e saindo da água com a tranquilidade de quem sabia exatamente o que estava fazendo. Pegou a toalha, passando-a pelos cabelos molhados antes de olhar para mim novamente.

Suspirei, nadando até a borda enquanto ele me oferecia a mão para sair da água. Era sempre assim: com ele, tudo parecia fácil, até mesmo os momentos mais simples.

Depois que saímos da piscina, Lando se encostou na espreguiçadeira para esperar enquanto eu pegava roupas limpas para nós dois. Quando voltei, ele ainda estava com aquele sorriso despreocupado, mas seus olhos brilhavam de curiosidade.

— Alguma chance do meu cunhado não dar pitaco sobre nós? — ele perguntou

— Zero chance. Ele já deve estar ensaiando um sermão — comentei

Lando riu, inclinando-se para me dar um beijo rápido. — Então vamos dar motivo para ele, porque não tem nada melhor do que ver seu irmão irritado.

— Se quer ver mesmo ele irritado, é só chamá-lo de cunhado na frente dele

— Uma boa dica, obrigado

— Falei justamente para você não fazer isso — falei rindo e em seguida deixei um selinho em seus lábios

Com a manhã passando, dividimos as tarefas: Lando ficou responsável por dobrar roupas e garantir que eu não esquecesse nada, enquanto eu cuidava das malas e organizava o que seria útil no voo. Quando terminamos, saímos para almoçar em um restaurante ali perto, algo simples e rápido, porque ainda precisávamos voltar para o apartamento e pegar nossas coisas antes de sair para o aeroporto.

[...]

O voo foi tranquilo. Eu e Lando dormimos ele inteiro, devido os dias agitados no Brasil. Ao pousarmos, retirei meu celular o modo avião, e fui ver as mensagens no WhatsApp.

Havia algumas de meu irmão, avisando que já estava no aeroporto, então, eu e Lando saímos do avião e fomos direto encontrá-lo.

— Se perderam no aeroporto? — Foi a primeira coisa que Charles disse quando nos viu

— Cala a boca, a gente nem demorou assim. — falei abraçando meu irmão — Senti sua falta

— Também senti a sua — ele respondeu enquanto finalizávamos o abraço.

Lando já havia colocado as bagagens no porta mala do carro.

— E aí Charles — ele diss o cumprimentando

— E ai, Lando — Charles disse apertando sua mão.

Charles em seguida foi para o lado do motorista. Lando abriu a porta do carro para mim e se acomodou no banco de trás.

Mônaco é bem pequeno, o aeroporto é perto de tudo, praticamente. Então, não demorou muito para chegarmos a residência de Lando.

— Valeu pela carona, cunhado — Lando agradeceu meu irmão, enquanto pegava sua mala. Segurei minha risada ouvindo isso — Só da próxima vez, não dirige como se estivesse fugindo de alguém

— Tô torcendo para que nem tenha próxima vez — Charles disse arrancando risada de nós.

Me despedi de Lando com um selinho e em seguida fomos para nossa casa.

— Ele me chamou de cunhado, você ouviu? — Charles perguntou indignado

— Ouvi sim — respondi rindo

— Não sei se gostei desse "cunhado" vindo do Lando... Ele está indo rápido demais, não acha?

— Ele só estava brincando, relaxa — comentei achando essa situação hilária — Espera... isso é ciúmes, Charles?

— O que? Ciúmes? — ele limpo a garganta — Não, nada haver. Só estou fazendo meu papel de irmão mais velho

Eu ri.

— Aham, sei...

[...]

contagem: 3913

oiii amigas, como vocês estão??

Demorei mas atualizei 🙏🏻🙏🏻

O que acharam desse ep?

Não se esqueçam de clicar na estrelinhaaaa

Bjocas💗

até o prox

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