17 - Jantar
2024, Brasil.
Charlotte on
O som dos carros passando pela avenida lá embaixo era a única coisa que quebrava o silêncio no quarto. Abri os olhos devagar, sentindo a claridade que escapava pelas cortinas semiabertas. Estiquei o braço ao lado, mas tudo o que encontrei foi o vazio.
Lando não estava ali.
Fiquei encarando o espaço vazio na cama por alguns segundos, tentando lembrar se ele tinha mencionado algo sobre sair cedo. Nada. Suspirei e me sentei, bagunçando os cabelos com os dedos enquanto olhava ao redor.
Foi então que percebi um pedaço de papel em cima da cômoda. Peguei o bilhete.
"Resolvi sair cedo, mas prometo que volto com uma surpresa. Não tente adivinhar. Ah, e aproveite para descansar. Você vai precisar."
Revirei os olhos, soltando uma risada leve. Lando e suas surpresas.
Levantei, sentindo o chão gelado sob os pés enquanto ia até a janela. A vista de São Paulo era uma mistura caótica e fascinante, prédios que pareciam tocar o céu e ruas movimentadas que nunca dormiam.
Respirei fundo, tentando ignorar a curiosidade crescente sobre o que ele estava aprontando. Se tem uma coisa que aprendi com o Lando, é que ele sempre encontra uma forma de me surpreender — mesmo quando eu acho que já sei o que esperar.
Depois de um banho quente e um café da manhã improvisado, comecei a pensar no que fazer enquanto ele não voltava. A verdade é que, por mais que eu tentasse me distrair, minha mente continuava voltando para ele.
Fui até a sala e me joguei no sofá, pegando o celular para responder algumas mensagens atrasadas. O grupo com minhas amigas estava movimentado, como sempre. Elas me perguntavam sobre Lando, sobre a viagem ao Brasil e, claro, sobre como estávamos nos entendendo depois de tudo o que aconteceu.
Enquanto digitava as respostas, um sorriso escapou quando lembrei de ontem à noite.
O tempo parecia se arrastar, e eu já estava começando a me impacientar quando ouvi a porta da frente se abrir. Lando entrou com um sorriso que imediatamente me fez esquecer qualquer irritação que eu pudesse estar sentindo.
— Finalmente! — falei. — Achei que você tinha se perdido por aí.
Ele riu, fechando a porta atrás de si.
— Eu disse que voltava com uma surpresa, não disse?
Havia tres sacola na mão dele, mas ele as escondeu antes que eu pudesse ver o que tinha dentro.
— Ok, o que você está aprontando agora? — perguntei, cruzando os braços.
Ele deu de ombros, ainda com aquele sorriso travesso.
— Você vai descobrir. Mais tarde.
— Mais tarde? — repeti, tentando soar irritada, mas falhando miseravelmente. — Você some a manhã inteira e ainda quer me fazer esperar?
— Confie em mim, vai valer a pena.
E, como sempre, mesmo sem querer, eu confiava.
[...]
Passei o restante da tarde tentando ignorar a curiosidade incessante sobre a surpresa que Lando mencionara. Se ele queria me deixar intrigada, estava conseguindo.
Algumas horas depois do almoço, ele começou a insistir para que eu me arrumasse, mas sem dar detalhes.
— Não vou me arrumar se você não me disser o que estamos fazendo — rebati, mas ele só balançou a cabeça.
— É segredo. — ele respondeu, rindo quando viu minha expressão de impaciência.
Revirei os olhos, mas fui até o quarto. Ele me conhecia bem demais, sabia que minha curiosidade sempre acabava vencendo.
Abri o armário e fiquei encarando as opções de roupa por alguns segundos. Sem saber exatamente o que ele estava planejando, optei por algo elegante, mas não exagerado: um vestido preto com alças finas e um caimento leve, que sempre fazia eu me sentir bem.
Fiz minha maquiagem leve, marcando bem meu olhar e minha boca. Passei meu perfume favorito. E fui ajeitava meu cabelo no espelho.
Estava quase pronta, quando ouvi batidas na porta. Em seguida, ouvi a voz de Lando do lado de fora, perguntando se poderia entrar, e eu respondi que sim. A porta do quarto se abriu. Lando apareceu, encostado no batente, observando-me com um sorriso no rosto.
— Você está linda — ele disse analisando cada parte de mim, de forma simples, mas com um tom que fez meu coração acelerar.
— Ainda sem me contar o que estamos fazendo? — perguntei, levantando uma sobrancelha.
Ele deu de ombros, ainda sorrindo.
— Você vai descobrir.
Suspirei, pegando minha bolsa.
— Ok, mas se isso for outra das suas ideias malucas, eu juro que vou te matar.
Ele riu, pegando minha mão enquanto me guiava até a porta.
— Prometo que você vai gostar.
Seguimos pelas ruas movimentadas de São Paulo, o céu começando a ganhar os tons alaranjados do fim de tarde. Mesmo com todos os prédios ao redor, havia algo mágico na forma como a luz do sol se espalhava pela cidade.
Depois de alguns minutos, Lando parou o carro em frente a um prédio alto. Quando olhei para cima, meu olhar encontrou a placa iluminada: Terraço Itália.
— Você está brincando... — murmurei, voltando meu olhar para ele — Calma, isso é um encontro?
Ele abriu um sorriso mais largo, visivelmente satisfeito com minha reação.
— Bem, na teoria sim.
— Não era mais fácil ter me falado?
— Se eu te falasse que ia te levar para um encontro você com certeza não iria, então...
Não respondi, ele estava certo.
Quando entramos no elevador e começamos a subir, não consegui evitar o nervosismo. Ele sempre tinha uma forma de me surpreender, de fazer com que momentos simples se transformassem em algo inesquecível.
Quando o elevador finalmente parou no topo, a porta se abriu para revelar um cenário deslumbrante. O Terraço Itália estava praticamente vazio, exceto por algumas pessoas ao longe. A vista de São Paulo, com seus prédios e a linha do horizonte, estava ainda mais impressionante agora que o céu estava estrelado.
Lando segurou minha mão enquanto nos dirigíamos para uma mesa de canto, com vista privilegiada do pôr do sol.
— Uau... Isso é incrível, Lando — falei, tentando não demonstrar o quanto estava impressionada. Ele apenas sorriu, satisfeito com a minha reação.
Sentamos e começamos a conversar sobre coisas simples, o ambiente calmo e acolhedor ao nosso redor fazendo o tempo parecer desacelerar. Não demorou muito até a conversa se silenciar, com os dois perdidos na beleza da vista.
— Antes de pedirmos algo para comer, eu tenho algo para você — disse, com um brilho no olhar que só aumentava minha curiosidade.
Eu olhei para ele, perplexa, enquanto ele pegava uma pequena sacola. Quando colocou o presente em minhas mãos, senti uma onda de surpresa misturada com apreensão. Eu sabia que Lando não era do tipo que gostava de presentear com frequência, então o que quer que fosse, tinha certeza de que ele havia colocado um significado especial nisso.
— O que é isso? — perguntei, tentando disfarçar a ansiedade.
— Abre e você vai ver — ele respondeu, um sorriso brincando nos cantos dos lábios.
Eu desembrulhei cuidadosamente o pacote, revelando uma pequena caixa. Dentro da caixa, havia um relógio, rose com detalhes dourado, extremamente delicado, com algumas pedrinhas de diamante, e na parte interna uma frase gravada: "Final Lap - Where it all started"
(Volta final - Onde tudo começou)
— Lando... — sussurrei, ainda em choque. — É lindo
Ele se aproximou de mim, seus olhos brincando de forma intensa.
— Que bom que gostou! — ele disse com aquele olhar... e aquele sorriso bobo no rosto — Agora tenta adivinhar sobre o que é a frase, se acertar, te dou mais um presente
— A frase é sobre nossa batida no kart. Como eu poderia esquecer? — falei rindo — Eu fiquei muito brava aquele dia
— Eu lembro — ele disse rindo enquanto retirava outra sacola de baixo de sua cadeira. Como ele tinha trazido essas sacolas sem que eu percebesse?
Ele me entregou a outra sacolinha, que era relativamente mais leve que a anterior.
— Falando no dia do kart — comecei enquanto abria a sacola — Como que você bateu em mim na última volta?
— Eu tava com problema no câmbio. Mas, no fundo, acho que foi a melhor batida que eu poderia ter dado. Porque, desde aquele momento, você entrou na minha vida e não saiu mais.
Minhas bochechas esquentaram no mesmo instante, como se suas palavras tivessem o poder de incendiar algo dentro de mim. O ar pareceu mais pesado, e meu coração bateu rápido, quase descompassado.
Fiquei sem palavras por um momento. Não apenas pelo presente, mas pela atenção que ele teve aos pequenos detalhes que eu nem sabia que ele havia notado. Era algo simples, mas tão significativo, como se ele realmente me conhecesse de maneira única.
Ao abrir a segunda sacola, me deparei com uma caixinha aveludada, e uma pulseira de coração, delicada, com as cores do relógio e meu nome gravado nela.
— Eu adorei! — murmurei, olhando para ele. — Obrigada, Lando... Agora estou me sentindo mal — admiti, com um pequeno sorriso culpado. — Eu não te comprei nada.
— Não comprei esperando nada de volta — ele disse com um sorriso tímido no rosto — Encare como um agradecimento pela estadia.
Sorri em resposta
[...]
Após comermos, Lando pagou a conta e fomos para o carro. Ele abriu a porta para mim e em seguida foi para o lado do motorista.
— Acho que vamos demorar um pouco para chegar, põem uma música aí — ele comentou enquanto dava partida
— Qual música você quer?
— Qualquer uma — ele respondeu
Coloquei então minha playlist, a primeira música a ser tocada foi "A Thousand Miles"
Fiquei surpresa quando Lando começou a cantar a música na maior empolgação.
"Making my way downtown
Walking fast, faces pass and I'm homebound"
Comecei a rir e então o acompanhei na letra.
"Staring blankly ahead
Just making my way
Making a way through the crowd"
Peguei meu celular e nos gravei no 0,5x, pela câmera traseira.
"And I need you And I miss you And now I wonder
If I could fall into the sky
Do you think time would pass me by?
'Cause you know I'd walk a thousand miles
If I could just see you..." nessa hora, nos olhamos e pronunciamos a última palavra juntos "tonight"
Devido ao trânsito, realmente demoramos um tempo a mais do que normalmente, com isso cantamos várias músicas até chegarmos em casa.
Fiquei surpresa com esse lado brincalhão de Lando. Parecia que agora nossa conexão só aumentava
Quando chegamos em casa, Lando deixou o carro no estacionamento próprio do prédio, e nós subimos para meu apartamento.
— Quer ir tomar banho primeiro? — perguntei entrando no meu quarto e me deparando com uma sacola de presente em cima da cama. Rapidamente olhei para Lando que estava com um sorriso divertido no rosto — O que é isso?
— Eu cheguei com três presentes em casa, já te dei dois, mas esse, eu queria te entregar em casa
Peguei a sacola e abri delicadamente, e lá estava, mais uma caixinha aveludada um pouco maior que a da pulseira.
Ao abrir havia um colar, que combinava com a pulseira e com o relógio.
— Lando, que lindo! Muito obrigada — falei admirando a joia — Tô sem palavras
— Não precisa dizer nada — ele comentou se aproximando — Quer que eu coloque para você?
— Por favor! — falei segurando meu cabelo e me virando de costas.
Senti o calor do corpo de Lando atrás de mim, e comecei a sentir sua respiração em minha nuca, o que me fez arrepiar por inteiro.
Senti o leve toque de sua mão enquanto ele colocava o colar em mim, nesse momento, as borboletas já estavam em festa no meu estômago.
Quando ele terminou, soltei meu cabelo e me virei para ele.
— Obrigada, mais uma vez — falei sorrindo
Ele não respondeu, apenas se aproximou de mim, diminuindo cada vez mais o espaço entre nós. Meu coração parecia ter desaprendido a fazer sua função.
Nossos rostos estavam a poucos centímetros um do outro. Mas, Lando parou de se aproximar. Ele levou uma de suas mãos até minha mandíbula, onde começou a fazer um leve carinho.
— Você está linda — ele disse me fazendo arrepiar. Desviei o olhar para o lado mas ele rapidamente tocou meu queixo, virando meu rosto levemente para sua direção novamente
Lando sorriu suavemente, como se entendesse exatamente o que eu estava sentindo. Seu olhar se suavizou e ele falou, com um tom mais tranquilo:
— Eu sei que você não gosta de ouvir isso, Charlotte, sei também que vai duvidar do que eu digo — ele disse calmamente — Mas você é perfeita! Seus traços, seus olhos, seu jeito... Todo mundo vê isso em você, é difícil ignorar
Eu fiquei em silêncio, ainda desviando o olhar. Ele se aproximou mais um pouco, agora com um toque ainda mais suave, mas firme.
Finalmente, eu olhei para ele, tentando não me deixar levar pela vulnerabilidade das palavras dele.
— Você tem jeito de convencer até quem não quer ser convencido — disse, com um leve sorriso, quebrando o silêncio que tinha se formado entre nós.
Lando manteve seus olhos fixos nos meus, como se quisesse que eu acreditasse no que acabara de dizer. A intensidade da sua expressão fez meu coração bater mais rápido. Aquele momento, cheio de palavras não ditas, de sentimentos contidos, parecia mais forte do que qualquer outra coisa que eu já tivesse sentido.
Não consegui desviar o olhar, e antes que eu pudesse pensar em algo para responder, Lando se aproximou lentamente, seus dedos ainda tocando levemente minha pele. O mundo parecia ter diminuído ao redor de nós, como se fosse só nós dois, ali, sem nada mais importando.
Quando nossos rostos estavam a poucos centímetros de distância, ele não hesitou. Seus lábios tocaram os meus de maneira suave, mas com uma intensidade que fez todo o resto desaparecer. Era como se o toque de seus lábios fosse a resposta para todas as dúvidas que eu tinha.
O beijo começou suave, mas logo se intensificou, como se cada segundo valesse mais do que a eternidade. Senti a pressão de seus braços ao redor de minha cintura, puxando-me para mais perto dele, como se não quisesse que a distância entre nós existisse mais. E, naquele momento, eu realmente não queria que ela existisse.
Contagem: 2315
Oii amigas, como vocês estão???
Estão gostando??
Como assim a porra do Hadjar vai entrar em uma equipe melhor q a do Borto??? ELE DEIXOU O CARRO MORRER NA ÚLTIMA CORRIDA DISPUTANDO O TÍTULO.
estou revoltada.
Ta chegando o Natal, e eu sempre relembro quando as equipes faziam os pilotos passarem vergonha (vi o vídeo do Daniel e do Max de papai noel e elfo hoje KKKKKKKKKKKKKKK bateu mó nostalgia) vamos fazer uma petição para eles voltarem a colocar os pilotos para passar essas vergonhas? 🙏🏻
Se comentarem demais e clicarem na estrelinha eu atualizo amanhã 👀💗
Bjocas💗
Até o prox
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