16 - Jogo

N/A: se votarem muito eu atualizo amanhã 😉😉

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2024, Brasil.
Charlotte On.

O som abafado do trânsito paulistano, combinado com a luz pálida que atravessava as cortinas do quarto, foi o que me despertou naquela manhã. Pisquei algumas vezes, tentando afastar a preguiça, enquanto sentia o calor de outro corpo ao meu lado. Um sorriso preguiçoso escapou. Lando.

Deitado de lado, com os cabelos bagunçados e uma expressão tranquila, ele parecia completamente alheio ao caos da cidade lá fora. Por alguns instantes, fiquei apenas observando-o, percebendo como aquele momento parecia certo, mesmo depois de tudo o que tínhamos passado.

Levantei com cuidado para não acordá-lo, caminhei até a bolsa que tinha levado comigo, e peguei as roupas que havia separado na noite anterior: um cropped básico e um short confortável. Entrei no banheiro e deixei a água quente me envolver, lavando o cansaço acumulado e ajudando a clarear os pensamentos.

Quando saí do banheiro, com o cabelo ainda úmido e a roupa já trocada, encontrei Lando acordado, sentado na cama com o celular na mão. Seus olhos ainda estavam meio fechados, e ele esfregava o rosto como quem tentava expulsar os últimos resquícios de sono.

— Bom dia — ele disse com a voz rouca e preguiçosa, sem nem desviar o olhar da tela.

A forma como ele me olhou, com aquele sorriso preguiçoso no rosto, fez meu coração dar uma leve errada.

— Te acordei? — perguntei, encostando no batente da porta.

Ele deu de ombros, soltando um leve sorriso provocador. — Poderia ter pensado em algo mais criativo para me acordar.

— Você tem um talento especial para ser insuportável logo cedo — retruquei, cruzando os braços.

Caminhei até ele, me jogando em cima do seu corpo, fazendo-o deitar novamente. Ele soltou uma risada baixa enquanto envolvia minha cintura em seus braços.

— Desculpa. Não queria ter te acordado — falei, finalmente rolando para o lado.

Ele riu de leve. — Relaxa, não foi você quem me acordou. Eu já estava quase levantando.

Lando se levantou e foi direto para o banheiro, enquanto eu aproveitava para ajeitar as coisas que tínhamos deixado espalhadas pelo quarto. Sobre a mesa, o troféu dele brilhava sob a luz fraca que entrava pela janela. Foi inevitável sorrir ao lembrar do dia anterior, em como ele havia brilhado em Interlagos.

Peguei meu celular e vi as mensagens de Charles.

"Vou embora de São Paulo hoje. Quer vir junto?"

Suspirei e digitei rapidamente.

"Estou pensando em ficar mais alguns dias. A próxima corrida só será na última semana do mês."

Poucos segundos depois, outra mensagem chegou.

"Uns dias? Quantos?"

Antes que pudesse responder, ouvi a porta do banheiro se abrir. Virei-me para encontrar Lando, o cabelo ainda molhado e uma bermuda preta da Puma. Não consegui evitar que meus olhos deslizassem pela pele exposta de seu torso.

— Você vai embora de São Paulo quando? — perguntei, tentando manter um tom casual.

Ele se encostou na mesa e cruzou os braços. — Provavelmente hoje. Por quê?

Mordi o lábio, hesitante por um instante. — Na verdade, pensei em uma coisa... você não gostaria de ficar mais?

Lando arqueou as sobrancelhas. — Ficar mais?

— Sim. Pode ficar no meu apartamento. A próxima corrida é só no final do mês, não é?

— Espera... você tem um apartamento no Brasil?

Soltei uma risada baixa. — Tenho! Sou brasileira, faz sentido, né?

— Por que nunca mencionou isso antes?

— Achei que não fosse relevante.

Ele balançou a cabeça, sorrindo. — Quando você pretende ir embora?

— Quinta.

— Tá bom, eu fico — ele respondeu, e meu sorriso foi imediato.

— Ótimo! Pensei em algo mais... você já foi a algum jogo de futebol no Brasil?

— Fui no Allianz Parque. Vi um jogo do Palmeiras lá uma vez. Mas por que a pergunta?

Senti um sorriso se formar em meu rosto. — Porque amanhã tem Corinthians e Palmeiras na Neo Química Arena. E eu vou te levar.

Ele estreitou os olhos. — Você está me levando para assistir ao seu time perder para o meu?

— Você é otimista, hein? Vamos ver quem perde.

A risada dele preencheu o quarto, enquanto ele se aproximava com aquele sorriso provocador.

Logo voltei minha atenção para meu celular e terminei de responder meu irmão.

[...]

Na terça-feira, saímos do hotel com as malas e mochilas em mãos. O clima ensolarado de São Paulo parecia o prelúdio perfeito para o que seria um dia cheio.

— Não acredito que vou te levar para assistir à derrota do seu time no meu campo — brinquei enquanto ele abria a porta do carro para mim.

— Só não vai chorar quando o Palmeiras se classificar — ele retrucou, rindo.

O caminho até meu apartamento não era muito longo, mas deu tempo suficiente para conversarmos sobre o Brasil, Fórmula 1, e até um pouco sobre o que mais gostávamos em viagens.

Quando finalmente estacionamos, Lando olhou para o edifício Copan com curiosidade.

— Esse é o lugar? — perguntou, saindo do carro e observando a arquitetura icônica.

— É aqui. Cobertura, para ser mais exata.

Subimos até o meu andar, e assim que abri a porta, a sensação familiar me envolveu. O apartamento era espaçoso, com toques de decoração que misturavam minha vida no Brasil com memórias de Mônaco.

A sala tinha tons neutros e móveis confortáveis, com uma parede cheia de quadros de fotografias minhas, algumas de modelagem e outras mais pessoais. Um tapete grande e macio preenchia o espaço, e a cozinha aberta dava um ar ainda mais acolhedor ao lugar.

— Uau, é bem mais aconchegante do que imaginei — disse Lando, enquanto caminhava até a janela.

— Achei que fosse dizer algo sobre como esperava mais glamour — provoquei.

— Nada disso. Isso aqui tem a sua cara.

Não pude evitar sorrir, enquanto colocava nossas malas no quarto. Ele continuava explorando o espaço, observando cada detalhe com atenção.

— Eu gosto de São Paulo, mas ainda prefiro a praia — comentou, olhando para a vista da cidade.

— Com certeza eu trocaria essa vista por uma praia agora mesmo — respondi, rindo.

Após alguns minutos de conversa, decidimos sair logo para o jogo. A Neo Química Arena estava pulsando com a energia das torcidas, e Lando parecia mais animado do que nunca.

[...]

Chegamos à Neo Química Arena com tempo de sobra antes do apito inicial. O estádio estava imenso, iluminado e vibrante, uma verdadeira fortaleza do futebol. O clima estava tenso, e o cheiro de pipoca e churrasco preenchia o ar. Lando parecia animado, mas também atento, absorvendo cada detalhe ao seu redor.

— Não consigo acreditar que vou assistir a um jogo aqui — comentou Lando, com os olhos arregalados. — Eu achava que nunca viria para um jogo do Corinthians.

Eu ri, tentando aliviar a tensão que começava a crescer. Sabia que ele estava nervoso, mas também não podia negar que estava me divertindo com o desconforto dele.

— Vai ser uma experiência única — respondi, piscando para ele. — E quem sabe, daqui a pouco você vira corinthiano.

Ele riu, mas a expressão dele mostrava que estava sendo um bom esportista, apesar de tudo. Fomos para nossos lugares na área vip, e logo o estádio se encheu de gritos e aplausos.

— Vish, sem chance para seu time — disse Lando, com um sorriso travesso enquanto olhava a escalação do time alviverde pelo celular.

— Vai sonhando — respondi, com um sorriso de confiança. — O Corinthians vai mostrar quem manda aqui.

O jogo foi emocionante, mas as provocações entre nós se tornaram o que mais nos divertia. A torcida estava vibrante, e eu, como boa corinthiana, me senti completamente envolvida. Lando estava calado, absorvendo a tensão do momento, mas parecia também se divertir com a situação.

Quando o apito final confirmou a vitória do Corinthians, a arena explodiu em gritos de alegria. Olhei para Lando, esperando uma reação, e ele apenas sorriu, sem perder a classe.

— Tá bom, você venceu... Mas também, é bom deixarmos vocês ganharem de vez em quando. Tava ficando chato já nos ganharmos todas as vezes — ele disse, dando um sorriso irônico.

Eu não pude conter o sorriso de satisfação. — Foi só mais uma derrota para você, mas pode tentar de novo na próxima.

Lando me olhou com um sorriso travesso. — Não se preocupa, Leclerc, a próxima é nossa. E você vai ter que aguentar as provocações.

Enquanto saíamos do estádio, a cidade de São Paulo brilhava à nossa frente. O clima estava mais leve agora, e eu sentia que o dia, apesar das provocações, havia sido perfeito.

Quando chegamos ao carro, eu já estava pensando no que faríamos depois.

— O que vamos comer? — perguntei, olhando para ele.

— Você escolhe. — ele respondeu com um sorriso leve.

— Ah, não me venha com essa. Você é meu convidado, então é sua obrigação decidir — falei, rindo.

— Pizza, então. Vai me agradar mais — sugeriu ele, com um ar de quem já sabia a resposta.

— Pode ser — falei, enquanto pegava o celular e enviava o pedido — metade pepperoni e metade mussarela.

O caminho de volta foi mais tranquilo do que eu imaginava. Quando chegamos, me senti animada pela noite que ainda estava por vir. As provocações estavam mais sutis, e eu já sabia que, de alguma forma, essa noite teria algo especial.

— Pode deixar suas coisas no meu quarto — falei ao entrar no apartamento — Ou, se preferir, no quarto de hóspedes.

Lando lançou um olhar de leve malícia.

— Acho que vou escolher o seu quarto... Só para ver se a cama é tão boa quanto o resto — ele disse com um sorriso travesso.

Ri e senti minhas bochechas esquentarem. Ele tinha esse poder de me deixar desconcertada.

Fui para o meu banheiro tomar banho, e Lando foi para o banheiro do quarto ao lado. O som da água caindo era a única coisa que se ouvia enquanto eu me preparava. Coloquei uma blusa grande da Ferrari, e um short de pijama, mas não conseguia deixar de sorrir com a ideia dele em mente.

Quando saí do banheiro, fui até a cozinha e recebi uma mensagem da portaria dizendo que o pedido já estava na entrada. Peguei a caixa de pizza e levei até a sala, onde logo Lando desceu.

— Vish, vai dormir usando pano de chão? — ele disse, com um sorriso divertido.

Revirei os olhos em resposta.

Isso é inveja, certeza. — respondi, com um sorriso travesso. — Cá entre nós, Ferrari nunca sai de moda... Já sua equipe...

— Credo — ele riu, mas não conseguiu esconder o brilho nos olhos. — Você realmente não tem salvação, né? Corinthians, Ferrari... Qual é o próximo time que você vai torcer?

— Todos os maiores — falei, piscando.

— Ah, claro — ele respondeu, revirando os olhos.

Comemos e rimos, e o clima leve foi tomando conta. Estávamos mais relaxados, o tempo parecia mais tranquilo e, apesar de todas as brincadeiras, havia algo mais profundo e doce em nós dois.

— Sabe de uma coisa — ele disse

— O que? — perguntei deixando nossos pratos na pia

— Eu acho engraçado, como você consegue ser tão insuportável, e tão incrível ao mesmo tempo...

Soltei uma risada nasal — É que eu não sou tão incrível assim.

— Voce é. Só não vê

— O Lando Norris de dois meses atrás não falaria isso — retruquei rindo

— Falaria sim, só não para você

Tá, por essa eu não esperava

Tentei conter o sorriso, mas não consegui.

Lando se aproximou de mim, me colocou em cima da pia e apoiou suas mãos ali. Até um certo ponto ele parou de se aproximar, parecia que ele estava esperando que eu tirasse o espaço restante que estava entre nós.

Então me aproximei e selei nosso lábios em um selinho demorado.

— De novo? Só um selinho? — Lando perguntou me fazendo rir — Por que é tão difícil conseguir um beijo seu?

Fiquei por um momento em silêncio, pensando em uma resposta. Mas a verdade, é que não tinha resposta para isso.

— Você quer? — perguntei passando meus dedos por seus braços. Começando no tríceps e subindo devagar até o ombro

Lando se aproximou ainda mais — Quero, e muito — ele disse com a voz baixa, olhando para meus lábios e fazendo um leve carinho em minha perna — Mais do que você imagina...

Sorri e umedeci meus lábios, vendo Lando fazer o mesmo. Me aproximei devagar, deixando um espaço pequeno entre nossas bocas. Seus olhos estavam fixos nos meus, e o silêncio entre nós parecia carregado de significado.

Foi ele quem finalmente quebrou a distância, tocando suavemente os meus lábios com os dele. O beijo começou devagar, como se ambos estivéssemos tentando absorver cada segundo. Seus lábios se encaixavam perfeitamente aos meus, e quando ele se afastou apenas o suficiente para me olhar nos olhos, senti uma vontade incontrolável de puxá-lo de volta. E foi o que fiz.

Nos beijamos de novo, com mais intensidade, cada toque mais profundo, como se nossos corações estivessem sincronizados. O calor crescente entre nós fazia o tempo parar. Eu podia sentir o quanto ele queria aquilo, mas também podia perceber o quanto ele estava se entregando, com uma calma que me deixou sem palavras.

Minhas mãos, que estavam ao redor de seu pescoço, o puxaram ainda mais perto, e ele respondeu na mesma medida, suas mãos agora firmes na minha cintura. O beijo era doce, mas também carregado de algo mais, algo que eu não conseguia definir, mas que sentia em cada movimento, em cada suspiro.

[...]

contagem: 2182

Oii amigas, como vocês estão?
Desculpem o capítulo ruinzinho, estou com bloqueio de criatividade (socorro gente).

Mas mesmo assim, me esforcei muitooo, e eu espero que tenham gostado, apesar de tudo isso.

Comentem muito e cliquem na estrelinha para me ajudar.

Qualquer crítica construtiva eh muito bem vinda tá??

Bjocas💗
até o prox

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