Capítulo 2 - Alguém Me Mata

— Akira. Akira. Akira. Kiki.

— Que é? - pergunta olhando a garota ao meu lado que está enchendo o seu saco tem meia hora já.

— Eu tenho que te apresentar aos meus amigos, você tem que socializar. Apesar de que minha presença já é muito boa, seria legal você ser amigo de alguém além do Natan. - fala convencida como sempre, estão no recreio e ela insistiu em sentar ao lado dele hoje.

— Não, não quero mais amigos, além do mais o grupinho de pessoas que gostam de esportes beijam líderes de torcida e já tem um carro quitado ao 16, não é meu tipo.

Fala continuando a comer seu pão de queijo, só ouve ela rir.

— Qual é tampinha? Você precisa se juntar com a gente, venha para o lado bom da força e que negócio é esse de carro quitado?

— Ah Deus... - revira seus olhos quase arrependido de ter salvo seu número e adivinha, ela entrou na sala do diretor pra olhar o arquivo e conseguiu o número dele.

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— Só mais algumas mesas e chegamos! - fala ela finalmente me pondo no chão depois de ter me carregado por meia hora para chegarmos até onde seus amigos se encontram - Galera, eu quero apresentar pra vocês o Akira, meu futuro esposo.

— Para de viadagem porra. - solto um suspiro sentando na mesa e vendo ela sentar justo do meu lado apenas pra ficar mexendo no meu cabelo.

— Então Akira, o que você faz? - indaga um dos rapazes que joga com Yuki.

— Como assim? - fico confuso com a pergunta.

— Qual a impressão que você passa na escola, tipo pra os outros alunos?

— De quem não queria estar aqui e só veio porque alguém prometeu que compraria botas novas pra mim. - sorrio debochadamente para a garota ao meu lado que só me convenceu caso comprasse Demonias pra mim, não é todo dia que você compra botas assim.

— Yuki é uma boa sugar mommy. - a garota ruiva do grupo riu e os outros seguiram a onda, eu fiquei envergonhado e vermelho.

— Q-Que porra de sugar mommy o que?! Ela não é minha sugar mommy, sou só bom com negociações. - exclamo bravo com essa história besta.

— Preocupa não baixinho, quando chegar a hora certa eu me tornarei.

Sorri daquela sua maneira sacana e ao mesmo maldosa que o deixa maluco. No final das contas seus amigos não eram tão ruins e não andava com más companhias, ao menos é o que dá pra se ver. Eles conversaram por um tempo e até que se divertiu.

— Tudo bem, seus amigos não são tão chatos quanto pensei que fossem, mas ainda vai me dar aquelas botas.

— Sim senhor Kiki. - aquele maldito sorriso outra vez o fez corar, ela tem o mais incrível riso de todos e o faz pensar que talvez haja céu; porque se isso não for um anjo, não vai saber o que é - Vem, eu te dou uma carona pra casa e aproveito pra conhecer meus sogros.

— A evolução humana foi um erro. - falo se despedindo do Natan e indo com ela até o seu carro que é muito bom, agora eu acho que ela entende a história do carro quitado - Yuki, você tem ideia que você tem um carro melhor que o dos meus pais?

— Sério? Eu acho esse carro legal claro mas não esperava que fosse tão bom assim. - fala dando de ombros e ligando o motor para logo começar a dirigir.

— Você já pagou tudo do carro ou ainda está parcelando?

— Eu já paguei tudo, estava tudo pago quando ganhei de presente dos meus pais. - okay, isso foi uma surpresa, a coisa mais legal que ele ganhou dos seus pais foi a coleção inteira dos filmes da Barbie em HD - Agora chegar de falar do meu carro, me fala como são seus pais.

— Eles são de bem de boa, acho que vai gostar de conhecer eles. Só não sei se vão gostar da ideia de que você está tentando me conquistar. - admite sorrindo levemente travesso e olhando para ela.

— E por que não gostariam de alguém que está sendo um raio de sol na sua vida? - o menino revira os olhos e olha para ela, depois de alguns minutos de conversa chegam em sua casa.

— Eu acho melhor deixar para eles conhecerem você depois de um tempo-

— Akira, com quem você veio pra casa? - grita a sua mãe e suspira, agora não tem mais escapatória.

— Vamos baixinho. - diz e vai com ele até a porta da frente entrando na casa dele. - Oi senhor e senhora Dakudoragon, meu nome é Yuki e sou amiga do Akira.

— Ela tem um carro melhor que o meu? - questiona seu pai.

— Tem sim e é quitado. - responde o garoto ficando do lado dela.

— Jesus, Maria, José. - fala a mãe mas logo os dois ignoram isso e olham a garota - Akira você nunca disse pra gente que tinha uma namorada.

— E-Ela não é minha namorada mãe!

— Ainda. - completa a mais alta e o pai está mais desconfiado daquela moça.

— Você faz alguma coisa, tipo música ou vôlei?

— Na verdade eu jogo futebol, não curto muito vôlei não. - responde e vê a carranca na cara dele sumir na hora.

— Sério? Eu também jogava futebol na escola, era o craque da minha época.

— Ah não.. - o mais baixo resmunga porque sabia que não ia parar de falar dos seus tempos de ouro em que tinha a chance de virar jogador mas a namorada ficou grávida e teve que abandonar a faculdade para que pudesse cuidar do filho, cuidar de Akira.

— Sério? O senhor devia ser incrível mesmo. - sorri mas percebe que Akira não queria ouvir aquela história outra vez - Enfim, eu preciso ir e meus pais estão me esperando em casa, tchau.

Fala e sai dali esperando que Akira fique bem, quando ela dirigiu e já estava mais longe o rapaz olha pra o lado e o pai olha pra ele.

— Akira, desculpa se eu ia contar sobre aquilo de novo-

— Não tudo bem, eu sei que eu fui a razão do seu fracasso profissionalmente. - fala e sobe as escadas lacrimejando um pouco, não gosta de chorar na frente deles. Quando escutam a porta fechar e ser trancada a mulher olha para seu marido.

— Ei, tá tudo bem okay? Ele só tá tendo um tempo difícil, sabe que amamos ele. - diz sorrindo e o abraçando.

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O rapaz estava chorando deitado na sua cama, ele não queria ouvir outra vez como estragou as chances do seu pai se tornar alguém na vida outra vez e ficar com aquela culpa de novo, no fundo sabe sim que ele e sua mãe o amam mas é difícil ficar ouvindo aquilo de novo e de novo quase todo dia; se odeia por isso.

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