Golpe certeiro
O segurança foi chegando cada vez mais perto, deixando-nos encurralados, nada vinha a minha mente, até que...
Uma idéia brilhante surgiu, avistei a tampa do latão de lixo, como o segurança não tinha uma arma, ele só poderia me atingir com o cassetete, e se chegasse perto. Eu tentei desviar a atenção dele, então gritei:
_ Mais seguranças?
Ele olhou pra trás e em poucos segundo eu consegui pegar a tampa e esconde-la em minhas costas, por sorte ele sabia falar inglês, o segurança disse:
_ Onde estão?
_ Passaram direto, não nos viram! - Disse Sofie percebendo meu plano.
_ Incompetentes! - Disse o segurança em relação aos outros homens.
Ele andou mais um pouco, chegando a nossa frente:
_ Não quero problemas, se vocês colaborarem ajudo vocês!
Lúcia deu a mão para que o ele colocasse a algema, depois colocou em Sofie, mas quando ele estava colocando em Harry, foi um golpe certeiro, meti a tampa do latão em sua cabeça, ele olhou pra mim e desmaiou. Nós corremos muito, achamos um lugar seguro, Lúcia não sabia em que estado nós estávamos, por isso pedimos informações.
_ Olá, a senhora poderia me informar onde estamos? - Disse Lúcia.
_ Vocês estão em São Paulo, na capital. - Respondeu a senhora.
Eu não sabia onde nós estávamos, e duas coisas me preocupavam, Lúcia estava com uma expreção confusa e não sabíamos como tirar as algemas dos braços das meninas. Lúcia disse:
_ Estamos um pouco longe de minha casa, eu moro em Santos, no litoral! Podemos pegar um ônibus.
_ Com que dinheiro? - Eu perguntei.
_ Podemos fazer a mesma coisa que fizemos no avião. - ela concluiu.
_ Não sei se é uma boa idéia! - Sofie disse.
_ Vamos tentar? - Harry deu sua opinião.
Decidido, nós iríamos tentar fazer a mesma coisa do avião, mas o que nos atrapalhava mesmo eram as algemas. Já estava anoitecendo, não tinha como nós irmos para a casa de Lúcia essa hora, então, fomos obrigados a dormir na rua. Ainda bem que a noite no Brasil faz calor, não precisamos se preocupar com cobertores. Pegamos uns papelões, forramos no chão e dormimos, Lúcia foi a que mais se sentiu desconfortável, apesar de tudo, ela nunca precisou dormir na rua.
Era de manhã, esperamos na rodoviária até o ônibus chegar, enquanto isso, Lúcia nos ensinava um pouco do português. Bom, dessa vez foi fácil entrar no ônibus sem pagar, no Brasil, os passageiros entrem todos, depois uma pessoa passa de poltrona em poltrona cobrando a passagem. Nós quatro entramos e fomos para o fundo, praticamente ninguém sentava lá, era quatro cadeiras, o suficiente para que nosso plano desse certo, abaixamos e se escondemos embaixo do acento, fazendo que ninguém nos percebesse. Até ali o plano deu certo, mas esquecemos de raciocinar uma coisa, a saída. O moço cobra a passagem e entrega um papel, e quando você estiver saindo do ônibus tem que entregá-lo ao motorista, depois que a viagem estava pela metade, nós levantamos e ficamos como passageiros comuns, chegando perto do ponto onde iríamos sair, Lúcia apertou um botão que emite um som, o ônibus parou e todos nós descemos como se nada estivesse acontecido, até que...
_ Ou, vocês esqueceram-se de entregar a passagem! - Gritou o motorista.
_ Meu Deus, onde estava minha cabeça, desculpe senhor! Vou pegar! - Disse Lúcia.
_ Que isso, todos nós esquecemos alguma coisa. - Concluiu o cobrador.
Lúcia fingiu pegar uma coisa no bolso, e foi quando gritou:
_ Corram!
Nós corremos, e muito, por sorte o cobrador não tinha uma saúde tão boa, conseguimos despistá-lo rápido. Depois de um bom tempo correndo, Lúcia disse:
_ Minha casa fica logo depois daquele supermercado!
Fomos andando, e chegando á frente do mercado, ela apontou para sua casa e disse:
_ Lar doce lar!
A casa de Lúcia era enorme, parecia que moravam mais de vinte pessoas ali.
_ Que casa enorme! - Disse Harry.
_ Quem sabe você não mora aqui um dia! - Disse Lúcia insinuando que talvez Harry possa casar com ela e vir a morar ali.
Harry ficou completamente vermelho, eu e Sofie fizemos um coro: "Uuuuuh".
Lúcia tocou a campainha, quem atendeu foi sua mãe, e em uma cena linda as duas se abraçam:
_ Mãe!
_ Lúcia!
Simplesmente lindo, eu não agüentei, deixei escapar lagrimas, pensei como seria bom se eu estivesse uma mãe que me abraçaria depois de anos sem me ver.
Lúcia passou a mão em seus olhos, limpando as lágrimas e nos apresentou a sua mãe:
_ Esses são meus amigos Harry, Jhon e Sofie!
_ Prazer! - Dizemos em coro.
_ Eu me chamo Dinorá, entrem, sintam-se à-vontade!
_ Obrigado! - Eu disse.
A casa era enorme, e se eu disse que pareciam morar vinte pessoas na casa, morava mais, toda a família de Lúcia estava lá, seu pai, avós, avôs, tios e tias, eram uma família linda, todos muito simpáticos. Eu e Sofie estávamos um pouco afastados da turma, Harry e sua nova namorada conversando com a família, sim, nova namorada, Lúcia havia anunciado o namoro sem que ele próprio soubesse, mas eles se gostavam.
_ O que vamos fazer agora amor? - Eu perguntei a Sofie.
_ Temos que arrumar um emprego!
Dona Dinorá havia convidado agente para morar com eles, bom nós iríamos ficar lá por algum tempo, mas precisávamos de emprego.
Dias e dias se passaram e nós não conseguíamos emprego, meu sonho era ser veterinário, amava cuidar de animais. Fui a todas as clinicas, mas nada, eu não tinha nenhuma experiência, para conseguir o que eu queria eu tinha que ter pelo menos um curso. Nós contamos nossas histórias à família, foi muito emocionante. Lúcia ara muito rica, por isso contou a sua mãe minha situação, Dona Dinorá era uma pessoa ótima, então resolveu pagar um curso para mim e para Sofie, que também amava animais.
Três meses se passaram e o que eu mais queria era trabalhar, chegando o dia da formatura todos estavam muito felizes. Eu e Sofie Inauguraríamos daqui duas semanas um Pet Shop, que Dona Dinorá havia construído. Enfim eu estava feliz de verdade, meu sonho seria realizado. Chegou na hora do discurso, eu subi no palco e disse:
(Imaginem a música "Story of my life de On Direction tocando nesse momento)
_ Hoje eu estou aqui, e agradeço muito minha família. Bom, eu não tenho família, não de sangue, mas de coração... Obrigado Família! Amo vocês, Sofie, Harry, Lúcia, Dinorá e todos vocês - Eu disse apontando para toda a família de Lúcia que estava no banco. - Eu venci o medo, a injustiça, o preconceito, eu venci a Rejeição!
Eu não agüentei mais continuar, lembrei de todos os momentos de minha vida, todos se levantaram e aplaudiram, fazendo que eu me arrepiasse todo. Neste momento, uma mulher entrou em uma cadeira de rodas, logo após um homem e no final, bem no final, uma mulher aplaudindo. Foram chegando perto, e eu vi meu pai e minha mãe. Ela na cadeira de rodas e ele carregando-á, e no final Dona Angelina, vieram pelo tapete vermelho aplaudindo. Eu chorei, corri abracei-os e ouvi as palavras mais lindas que podia ter ouvido em minha vida:
_ Desculpe filho! Eu te amo. - Disse minha mãe soluçando.
Olhei para meu pai, e ele balançou a cabeça.
Todos aplaudindo, corri e abracei Dona Angelina. Não conseguia falar, estava surpreso, e chorando muito, Meus pais estavam errependidos do que fizeram comigo, choravam muito, na verdade toda a platéia chorava, e eu não parava de abraçá-los. Foi lindo, minhas lágrimas já estavam esgotando.
Eu vivi os piores momentos de minha vida para ter um dia que recompensasse tudo.
Agora, eu tinha as respostas de perguntas que ninguém saberia responder:
Deus existe? Sim!
Deus queria acabar com minha vida? Não!
O que é você amor? Você é a coisa mais linda que Deus criou!
Quando Dona Dinorá ficou sabendo de minha história ela se comoveu muito e resolveu fazer uma surpresa, a melhor surpresa do mundo, ela disse que tinha que viajar a negócios, mas na verdade foi procurar minha família, pagou tudo e trouxe-os para o Brasil.
Depois que eu fui embora da casa de minha mãe, ela deu valor a um filho, não tinha ninguém para cuida - lá quando uma doença atacou seu corpo fazendo que ela perdesse os movimentos das pernas. Mamãe disse que ela chorava todas as noites, estava arrependida, rezava o terço completo todos os dias. Acredito que foi suas orações que colocaram pessoas tão boas em minha vida e me livrou da morte.
Dias se passaram, todos nós estávamos morando na casa da Dona Dinorá, apesar de muita gente na casa, era como se estivéssemos em uma grande família.
O Pet Shop de Sofie e eu estava dando muito lucro, Compramos uma casa de dois andares, mamãe e papai moravam em baixo, e os noivos moravam em cima, sim, noivos, eu havia acabado de pedir minha namorada em casamento.
Tudo Corria Muito bem... Mas uma coisa faltava!
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Fiquem bem! Bjos!
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