São Paulo, Brasil
20 de junho de 2024

Marcela Senna

-Artur, Sophia. Desçam. Vamos nos atrasar para o jogo. - gritei para os gémeos que logo desceram com suas camisas do São Paulo com o nome do pai atrás.

Hoje teria um jogo beneficente com ex jogadores do São Paulo e Kaká foi chamado para participar e como ele não é bobo logo aceitou e nós viemos junto.

Já fazem cinco anos que me aposentei e os gémeos nasceram. Os primeiros meses com eles em casa posso dizer que ao mesmo tempo que foram incríveis também foram um pesadelo

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Monte-Carlo, Mónaco
10 de março de 2018

Kaká

Marcela optou pela cesárea e cá estávamos nos desde ontem esperando a hora certa para o parto.

Ela estava deitada no seu quarto olhando para a janela.

Andei com cuidado até ela e a abracei de lado. Ela estava apreensiva desde ontem quando estávamos em casa e pude sentir isso só de olhar para a sua feição que era de medo.

-Estou com medo
-Não vais sentir nada, e eu estarei com você. - segurei sua mão e ao mesmo instante fomos interrompidos pela enfermeira.

-Senhorita Senna. Está na hora da anestesia. - a enfermeira apareceu e Marcela concordou com a cabeça e se ajeitou melhor sentada.

Ela segurou minha mão e conforme a anestesia era aplicada ela se contorcia mais, o que fez meu coração partir por ela. Mas sei o quanto ela é forte. Após isso fomos direto pra sala de cesárea aonde no caminho ela estava já medicada e não falando muita coisa com sentido.

-Estamos indo para onde?. - ela me perguntou
-Ué, quer deixar nossos bebes aí nesse forninho pra sempre?. - perguntei e vi ela rir. - estou ansiosa.

-Eu também estou meu amor.

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Dirigia pelas ruas de São Paulo em direção ao Estádio Cícero Pompeu de Toledo. Mais conhecido como Estádio do Morumbis quando Sophia me perguntou.

-Mamãe, vamos entrar com o papai?. - Sophia perguntou enquanto ajeitava a sua tiara e eu franzi a testa.

-Se calhar, temos que ver na hora. Mas vocês conhecem seu pai, provavelmente vão sim. - disse e as crianças gritaram animadas.

-Legal, eu gosto muito de entrar com o papai nos jogos. - Artur disse fazendo um "toca aqui" com Sophia.

-Pois ele sabe e nunca esquece de avisar que vocês vão entrar com ele. - Disse olhando para as crianças pelo retrovisor interno.

Esses miúdos eram cópia minha e de Kaká.

Sophia era mais retraída, não gostava de falar muito. Porém era muito arteira quando pegava intimidade.

Ela gosta de ver corridas e jogos de futebol mas seu forte mesmo é o balé, ela sempre gostou de dançar.

Descobrimos quando estávamos em nossa casa em Monte-Carlo num típico dia quente de verão com Kaká dormindo no sofá e Sophia dançando a música do filme que rodava pela televisão.

Seus passos eram leves e calmos e ela dançava conforme a música tocava. Ela tinha 4 anos na época e nem eu imaginei o que estava vendo.

Ela adora assim como eu adorava dançar com papai.

Já Artur, gosta de esportes com ação e sempre vê as corridas e os jogos de futebol. Ele gosta também de motos. Um típico rapaz.

Ele é muito extrovertido e já nos fez passar muita vergonha por aí. Fala muito porém é um menino de ouro.

Ele está na escola de Kart por escolha própria e sempre recebe muitos elogios pelo seu jeito de pilotar único. Mas também ama jogar bola com o pai, eles sempre estão jogando em seus tempos livres.

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Chegamos a sala aonde o parto ocorreria, e sinceramente era enorme. Toda a família estava do outro lado do vidro aguardando ansiosamente a chegada dos gémeos.

Eu coloquei toda a roupa recomendada já que ficaria no quarto com a Cella, eu sabia que ela estava com medo. Apenas não admitia. Então fiquei ao seu lado quando vi que já haviam começado o processo.

Eu não olhei para aonde estava ocorrendo o parto, fiquei ao lado dela até o fim.

Ela apertou minhas mãos e começou a chorar. Foram segundos torturantes até que escutei o choro do meu rapaz primeiro. Artur.

-Sim!!. - pulei e gritei em comemoração ao nascimento do meu primogénito. Ele estava sujo de sangue e chorava muito, porém assim que ele abriu seus olhos pude ver a semelhança aos da mãe.

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Por ser um jogo beneficente nada muito sério, podemos ver Kaká antes do jogo. Assim que aparecemos no corredor ele se agachou e abriu os braços para pegar os dois gémeos que correram para os braços do pai.

-Meus amores. - andei lentamente e deixei eles terem um momento com o pai, porém quando ele me viu me abraçou e me deu um beijo.

-Se eu fizer um gol, vou fazer aquela comemoração. Tudo bem?. - ele me perguntou. - Tudo ótimo, eu te amo. - disse e dei um selinho nele que já estava sendo chamado para o aquecimento.

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Depois de alguns minutos, escutei o choro da minha menina e comecei a chorar.

-Não tem mais nenhum não?. - disse e como os médicos eram franceses obviamente não entenderam, porém Marcela riu e me lembrei dela já que a mesma estava tão quieta que esqueci que estava acordada.

Quer dizer, ela estava entre o sono e o acordado. Mais pro sono que pro acordado. Mas estava com os olhos abertos.

Ela chorava muito e pude ver pela sua feição o quão esgotada ela estava.

-Cuide dos nossos filhos por agora meu amor. Eu preciso descansar, estou muito cansada. - ela pediu depois de segurar conseguir ver Artur E Sophia.

-Tudo bem, descanse e depois estes miudinhos que são iguais você. - Ela riu e logo caiu no sono.

Quero uma anestesia igual para os dias de insónia.

Os enfermeiros limparam os meus bebés e colocaram em meu colo para uma foto. Aproveitei para mandar aos membros da família que não puderam vir e postar no Instagram.

@Kaká

Storys

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Artur e Sophia pulavam freneticamente em direção ao campo já que elas entrariam com o pai. As deixei com as outras crianças e os comissários que cuidam das mesmas, e fui em direção ao camarote aonde
assistiríamos o jogo enquanto eu falava com minha mãe pelo WhatsApp.

Como estão as crianças?

Estão bem, estamos no Brasil.
Kaká tem um jogo hoje.
Elas estão animadíssimas pulando no campo.
Vão entrar com ele hoje em campo.

Vou visitar vocês assim que puder.

As crianças morrem de saudades tuas.
Mãe, o jogo vai começar
Depois nos falamos
Beijinhos

Minha relação com a minha mãe mudou desde que os gémeos nasceram. Eu entendo que ela não saiba como demostrar amor e também nem cobro.

Mas não brigamos tanto como antes e nos falamos todos os dias, ou quase.

Desliguei o celular e vi as crianças entrando com o pai. Tirei uma foto para guardar de recordação e pude assistir o jogo.

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Depois de levarem Marcela para um quarto mais privado para ela dormir. Levaram meus bebés para o banco de leite para serem amamentados e então fui encontrar toda nossa família do lado de fora do quarto.

Todos estavam do lado de fora comemorando o nascimento dos bebés e quando me viram minha mãe veio direto me abraçar.

-Como estão meus netos?. - ela perguntou limpando as lágrimas que persistiam em escorrer pelo meu rosto.

-Bem, foram para o banco de leite serem amamentados. Artur nasceu primeiro.

-Grande. Ele vai ser um jogador de futebol igual o pai ou um piloto de corrida igual o avô. - o tio de Marcela disse. - Esperemos que sim. - todos riram e engataram uma conversa que eu não fazia questão em prestar atenção.

Só vi a mãe de Marcela sentada num canto com uma caixa nas mãos.

Me aproximei da mulher que tomou um susto ao notar minha presença.

-Como estão as crianças?, e a Marcela?. - estão bem. Ela está descansando e as crianças foram ser amamentadas pelo banco de leite.

-Fico feliz. Não pude ver o parto. - eu a olhei confuso. - mas estava aberto para a família.

-Parece que alguém pediu para não me deixarem entrar, só deixarem entrar depois que já estivesse tudo feito. - E quem faria isso?.

-Eu

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Depois do hino executado as crianças vieram correndo até o camarote aonde as abracei forte e logo dei algo para elas beberem.

Elas estavam atentas ao jogo aonde comemoravam cada passe e sabiam de cor o número e cada nome dos jogadores.

O jogo decorreu bem e aos 28' do primeiro tempo Kaká marcou seu primeiro gol.

Ele pegou a bola e colocou embaixo de sua camisa e fez uma mamadeira com as mãos. Logo os torcedores foram a loucura e começaram a gritar pela comemoração e pelo gol.

-Você tá grávida de novo?. - Mariana Luccon esposa de Roberto Carlos me perguntou. - Sua safadinha.

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-Vivianne, porque fez isso?. - eu perguntei a tia de Marcela que estava a nossa frente com uma cara nada boa

-Essa mulher nunca fez e nunca fará parte de nossa família. Se Ayrton a amasse estaria com ela até a morte.

-E o que você sabe sobre amor?. - Marcela apareceu do nada confrontando sua tia. - você tenta de todos os meios apagar a Adriane da história de papai, e está tentando fazer o mesmo com ela. Ela é a minha mãe e nada muda, eu já sofri demais sem a presença dela, por favor tia, pare com isso.

Marcela disse e abraçou sua mãe de lado. A mulher entregou a caixa a ela aonde havia dois bonés azuis pequenos iguais os de Ayrton escrito Nacional.

-Você nunca fez nada por mim tia, sempre chateou minha cabeça com tudo.

-Certo, fique com ela então. Só não procure sua família quando ela fuder com a relação de vocês de novo.

-Chega, por favor. Esse dia e pra ser incrível e a Marcela está cansada. Carol é da nossa família agora, assim como os gémeos. - a avó de Marcela disse apaziguando a situação.

-Certo Cella, me desculpe. - Vivianne disse e Cella concordou. - eu tou cansada, mas depois conversamos quando eu estiver bem.

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O jogo encerrou 4 a 1 para nós e no final do jogo fomos ao campo abraçar Kaká. Ele estava comemorando com o time e quando nos viu sorriu largo e pegou as crianças no colo.

-Esperem, deixem-me tirar uma foto. - pedi e eles se abraçaram. - Sorriam.

Quando tirei a foto e ele me abraçou apontando para minha barriga todos os torcedores presentes no estádio gritaram arduamente e ele me deu um beijo me pegando no colo.

-Nós cinco ou nós seis para sempre. - ri de sua fala aumentando para seis.
-Para sempre.

@CellaaSenna

@CellaaSenna: Jogo do papai com direito a notícia. Logo logo virá mais um Senna Leite 👧🏻👦🏻

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Uma semana após o parto
4:30 da manhã
Mónaco, Monte-Carlo

-Ainda não consigo acreditar que minha tia fez mesmo isso. - Cella disse enquanto amamentava Sophia e eu botava Artur para arrotar.

Os gémeos não eram de acordar muito de madrugada, porém quando acordavam. Era muito choro.

E muito coco.

-Conversei com sua mãe. Ela está bem, só ficou chateada porque não viu o parto. Porém muito feliz por nós.

-Me sinto mal por ter ficado tanto tempo brigada com ela, ela é uma boa pessoa porém um bocado difícil de lidar. - Igual a filha.

Ela me olhou brava porém logo riu.

-Estou tão feliz. - eu também meu amor, não vejo a hora de ter mais filhos com você. - Cella arregalou os olhos.

-Você quer mais filhos, não cansas?. - ela riu e eu dei um beijo em sua testa.

-Estando com você eu teria mais mil filhos se possível. - tentei ser romântico e logo ela deu uma risada alta. Acordando Sophia que dormia em seu colo.

Ela logo fez uma cara de decepção e acalmou Sophia.

-Aí de mim então para dar à luz a mais mil filhos. Se eles forem dengosos igual você, eu tô ferrada.

-Nem sou tanto vai. - ela me olhou de canto de olho e logo riu.

Fui até a morena que segurava nossa filha em seus braços e a abracei.

-Eu te amo, promete que será sempre nós. Para sempre?.

-Para sempre nós meu amor, nós e nossos mil filhos.
.

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Fim

Você é um pedaço em mim
Eu quero viver em teus braços
Pra sempre
Pra sempre

Lembra aquele tempo amor
Onde a gente se encontrou
Foi ali que começou
Minha felicidade

Lembra aquele beijo amor
Quando a gente se encontrou
Foi assim que começou
Minha felicidade

É amigos, acabou. Filha do campeão foi oficialmente encerrado.

Esse universo que eu amo tanto acabou. Tudo acaba não é mesmo?.

Só tenho o que agradecer a vocês que me apoiam desde minha primeira história, e hoje estamos aqui com quase dez mil leituras nas duas histórias da saga Filha do Campeão.

Obrigada pelo suporte. Eu amo vocês❤️