Trinta e seis.
Camila
Nem mesmo Shawn consegue me fazer rir nesses últimos dois dias.
Vou trabalhar, passo doze horas por dia tentando me atualizar e volto para casa para dividir um pote de sorvete Ben & Jerry com o meu melhor amigo. Sou um poço de diversão.
Quando os últimos associados vão embora, tranco a porta e sento-me à mesa da recepção para desenhar. É a única coisa que me traz alguma paz. Embora provavelmente não seja muito saudável porque a única coisa que quero desenhar é Lauren.
Eu me perco esboçando as linhas do seu maxilar, desenhando-a de memória. Fecho os olhos e imagino seu rosto, lembrando-me da forma como senti quando passei a mão em sua pele na manhã seguinte à noite que passamos explorando o corpo uma da outra. Uma batidinha leve na porta me desperta dos meus devaneios.
Por um segundo, me pergunto se minha memória está me pregando peças, porque, de repente, parada a alguns metros de distância, do outro lado da porta de vidro, está a mesma mulher, em carne e osso. Meu coração acelera no peito e me sinto mais viva do que me senti nas últimas semanas. Dou alguns passos em direção à porta, embora meus pés pareçam pesados, e colocar um na frente do outro seja como tentar caminhar em uma piscina funda.
Destranco a porta e ela a abre calmamente.
— Posso entrar?
Pisco algumas vezes para conseguir acordar.
— Sim. Claro. Desculpe, é que você me pegou de surpresa.
Tranco a porta atrás dela e me viro. Ela está bem aqui, tão perto que eu poderia tocá-la. É tudo que eu quero fazer, mas não faço. Meu corpo é atraído para o dela por um impulso surreal. É um teste de resistência só manter as mãos ao lado do corpo.
— Como você está? — pergunto, referindo-me às suas costelas.
— Melhor agora. — Seus olhos estão tão cheios de sentimentos que quase acredito que sou eu quem a faz se sentir assim. Então me lembro da namorada que estava cuidando dela na suíte presidencial e engulo os meus desejos. Volto para trás do balcão para colocar uma distância segura entre nós.
— Fico contente em saber que você tinha alguém para cuidar de você.
Ela faz que sim.
— Acabou que ele era um cara bem legal.
— Seu irmão?
— Aham. Ele e a Liv cuidaram de mim por uns dias. O médico me prescreveu analgésicos que me apagaram mesmo.
Liv. Lauren realmente precisa falar dela? Quão insensível ela pode ser?
— O que eu posso fazer por você, Lauren?
Minha postura muda. Meu corpo pode até não saber que essa mulher não me pertence mais, mas meu cérebro sabe. Na verdade, estou até feliz que ela a tenha mencionado porque tem o efeito de jogar um balde de água gelada na minha cara, despertando-me do meu estupor.
Ela franze o cenho, notando a diferença. A temperatura acaba de cair dez graus; seria difícil não perceber.
— Falei alguma coisa errada?
— Não. Por que acha isso? — digo com sarcasmo indiscutível na voz.
— O que está pegando, Camila? — Ela vem para o balcão.
— Nada, Lauren. O que você disse que queria? Prefiro conversar sobre o que quer que a tenha trazido aqui. Eu realmente não tenho nenhum interesse em falar sobre a sua festinha na suíte presidencial com a sua namorada.
— Minha namorada? Do que você está falando?
— Liv. Eu fui até a recepção para saber como você estava e eles me disseram que a sua namorada tinha feito o seu check-out e a levado para a cobertura dela.
— É disso que se trata?
— Não. É sobre esquecer. Só preciso seguir em frente com a minha vida e você não está ajudando, toda vez que decide reaparecer nela.
— Você está com ciúmes da Liv?
— Não estou com ciúmes de ninguém! — eu me defendo com um pouco de vigor demais.
— Liv é a namorada do Ian. Eu estava com eles no segundo quarto da suíte deles. — Ela cruza os braços na altura do peito. Seu maxilar se enrijece e não consigo dizer se é por causa da discussão ou se é por ter tocado suas costelas.
— Tanto faz. Não importa. Apenas me diga por que você veio. — Minha cabeça está tão confusa!
— Você me considera tão pouca para achar que eu iria te superar tão rápido? Que levaria uma mulher para Vegas sabendo que você estaria lá?
Sentindo-me dolorosamente confusa, olho para ela e ela me encara, aguardando minha resposta. Só que não tenho a menor ideia do que dizer.
— Não sei o que dizer, Lauren.
— Você já disse tudo — ela diz baixinho, seu rosto lindo parecendo desesperado. — Preciso te dizer algumas coisas e depois vou embora. Não vou mais interromper a sua vida depois disso, prometo.
Há algo de sombrio em sua expressão quando ela continua:
— Connor está roubando você há algum tempo.
— Do que você está falando?
— Lembra-se da auditora que veio aqui? A Sra. Waters?
— Sim.
— Ela juntou os livros fiscais de todas as sessenta e duas filiais para ver se conseguia encontrar alguma redundância. Sessenta e uma das filiais estavam pagando uma taxa gerencial de mil dólares por mês para a Treinamento Phillips Inc. pelos últimos nove meses.
— Quem é a Treinamento Phillips?
— Era disso que ela não tinha certeza. Ela achou que podia ser uma nota que as academias estivessem pagando para o Ray, por isso ela não mencionou antes. Mas os cheques eram descontados em uma conta do City Bank, então ela pôde verificar o dono da conta. É simplesmente Connor Phillips. Ele vem surrupiando sessenta e um mil dólares por mês por quase um ano. É por isso que seu fluxo de caixa anda apertado. Era difícil ver, já que não era uma quantia muito grande em apenas uma filial.
Um nó se forma em minha garganta e mal consigo respirar.
— Eu não entendo.
— Você mesma disse que se apoiou nele quando seu pai morreu. Ele se aproveitou. Provavelmente estabeleceu isso com as lojas quando você estava passando por um momento difícil, de modo que nenhum dos gerentes se preocupou em lhe questionar a respeito.
Lembranças voltam à minha mente.
— Eu enviei um e-mail dizendo aos gerentes para trabalharem com o Connor, que ele iria ajudar a manter os livros de contabilidade organizados enquanto eu estivesse fora por um tempo. — Eu me sento, sentindo-me, de repente, tonta e sobrecarregada. — Sou tão idiota!
— Você não é idiota. Você ficou devastada quando seu pai morreu e pedir ajuda foi uma decisão inteligente. Connor se aproveitou de você.
Eu me sinto uma boba. Como não pude reparar em tanto dinheiro desaparecendo?
— O que eu faço agora?
— Você precisa dar parte disso. Vou com você na polícia amanhã, se quiser. Mas ele precisa ser preso. Ele está fora de controle e sei que está planejando voltar aqui. Ele acha que vocês dois podem voltar a ficar juntos agora que nós... — Minha voz desvanece.
— Não estamos juntas — termino a frase com uma voz fraca e embargada.
Ela faz que sim com a cabeça.
— Tudo bem. Ele também precisa ser punido pelo que te fez.
Lauren tenta sorrir.
— Você quer que eu venha te buscar de manhã para que a gente vá juntas ou quer que eu a encontre lá?
— Te encontro lá. A décima terceira fica a apenas dois quarteirões.
Ela concorda e se encaminha para a porta.
— Mais uma coisa.
— Tem mais?
— Quero esclarecer mais uma coisa, Camila.
— O quê?
Minha cabeça está rodando, não sei quanto mais posso aguentar.
— A linha de crédito do banco. Eles não reconsideraram o pedido e a abriram de volta. Eu garanti que isso acontecesse.
— Não estou entendendo.
— Eu quis ajudar. Não posso provar, mas tenho um pressentimento de que meu pai usou a influência dele para atingi-la e fez com que parecesse que tinha sido eu. Ele não queria que eu investisse na Cabello's. Não queria que eu ficasse em Nova York. Sei que você não acredita em mim, mas não tive nada a ver com o banco ter retirado sua linha de crédito, Camila.
— E aí você garantiu pessoalmente um empréstimo de meio milhão de dólares para consertar isso?
— Desculpe. Só não quero mais nenhum segredo entre nós. Eu só estava tentando ajudar. Agora que Connor não vai mais te roubar, seu fluxo de caixa irá melhorar com o tempo e tenho certeza de que o banco irá repensar o pedido. E então eles poderão cancelar a minha garantia e você poderá ficar totalmente livre de mim.
Nada no mundo me machuca mais do que a ideia dessas suas últimas palavras: ficar totalmente livre dela. Mas estou tão desgastada agora que nem consigo pensar direito.
— Obrigada por fazer isso por mim e pelo Ray.
Ela olha para baixo, vendo pela primeira vez o desenho que estou fazendo, e me olha nos olhos. Algo acontece dentro de mim e de repente sinto como se fosse quebrar. Quebrar em um milhão de pedacinhos bem na frente dessa mulher. Ela é tão forte e equilibrada e eu sou um trem emocional desgovernado prestes a bater em alta velocidade. Nós não dizemos nada, até que ela se vira e segura a maçaneta da porta.
— Tranque a porta depois que eu sair. Chame um táxi. Não ande sozinha essa noite.
***
Duas horas depois, minha cabeça ainda está rodando, mas estou certa de uma coisa: jamais conseguirei esquecer essa mulher. Não sei o que vou dizer, mas, quando vejo as luzes do imponente hotel San Marco surgindo à frente, peço ao motorista para seguir em frente, em vez de virar na direção do meu apartamento.
O elevador sobe dolorosamente devagar para o trigésimo terceiro andar. Sorrio ao perceber que ela está em um quarto comum e não na suíte presidencial. Bato na porta tão de leve que fico surpresa quando ela a abre.
Parada diante de mim, com uma toalha enrolada na cintura, está a mulher por quem estou loucamente apaixonada. Aquela a quem não tenho nenhuma outra escolha senão perdoar, porque não há a menor possibilidade de eu conseguir esquecê-la. Só espero que ela possa me perdoar também.
Permanecemos de pé, nos olhando por um longo tempo, nossos olhares fixos. Meu coração bate fora de controle. A conexão entre nós está correndo mais forte do que qualquer coisa que eu já tenha sentido com qualquer ser humano.
— Eu não consigo te esquecer — sussurro.
Não é de surpreender que ela pareça confusa com a minha declaração.
— Entre.
Ela fecha a porta e se vira para me encarar. Meu corpo se arrepia quando ela coloca sua grande mão em volta da minha nuca e dá um passo em minha direção. Ela aperta minha nuca, forçando-me a olhá-la e, quando o faço, ela se inclina e beija meus lábios suavemente.
— Eu não consigo te esquecer também — ela diz, o nariz a apenas centímetros de distância do meu. — Você ficou com ciúmes da Liv? Eu fiquei tão puta de você pensar tão pouco de mim, que eu levaria uma mulher para Vegas, sabendo que você estaria lá, que nem parei para pensar no que isso significava. Se você está com ciúmes, é porque ainda sente algo por mim. Eu estava apenas tomando banho e ia atrás de você.
— Ia?
— Você estava com ciúmes, Camila?
Tanto que nem conseguia raciocinar direito.
— Estava.
— Por quê? — Ela se aproxima. Seu peito infla e a respiração está tão dura quanto a minha.
— Porque...
— Por qual motivo, Camila?
Ela quer me ouvir dizer.
— Porque a ideia de você com qualquer outra pessoa me causa dor física.
Ela pega minha mão e a leva aos lábios, beijando a palma e cada dedo.
— E por que dói?
— Você sabe por quê. — Minha voz treme.
— Não, preciso que você me diga o porquê. Preciso que você diga primeiro, porque eu nunca tive tanta certeza de algo na minha vida e você continua fugindo de mim.
— Você me magoou.
— Eu sei e peço desculpas. Mas nunca fugi do que sinto por você. E tenho tentado te mostrar isso há semanas, mas você não me deu uma chance. Você realmente vai me dar uma chance dessa vez, meu anjo?
— Vou. — Engulo o bolo na minha garganta. Tenho me concentrado tanto no quanto ela me magoou que nunca parei para pensar no quanto poderia estar fazendo o mesmo com ela.
— Eu... — Minhas palavras ficam presas na garganta quando realmente vejo seu dorso pela primeira vez. Estou parada aqui, com ela de toalha desde que abriu a porta, como não reparei nisso antes? É enorme! O hematoma cobre metade da sua caixa torácica e está azul-escuro, quase preto. Ver isso me faz sentir como se uma enorme mão tivesse segurado meu coração e o apertado tão forte que mal consigo respirar. Lembrando do que ela fez quando viu os hematomas que Connor deixou no meu pescoço, me inclino e o beijo gentilmente ali. Primeiro, percorro todo o contorno, depois passo alguns instantes cobrindo com beijos carinhosos cada pedacinho da linda pele machucada. Seu peito contrai quando atinjo determinado ponto e sei que é onde deve ser a fratura. Lágrimas queimam meus olhos em pensar na dor que Connor lhe causou. Nos causou. Física e emocionalmente.
Ela olha para baixo, observando-me cobrir o último pedaço de hematoma com beijos. Seus olhos penetrantes estão nos meus. Ela precisa de certezas tanto quanto eu. Essa mulher confiante, arrogante e ousada parece tão vulnerável! Então, abro meu coração, assumindo um risco que sei que vai me esmagar se as coisas não derem certo, mas é um risco que não tenho escolha senão assumir. Respiro fundo, olho em seus olhos e finalmente confesso:
— Estou apaixonada por você, Lauren.
Ela fecha os olhos e, quando os abre novamente, há algo diferente. Ela me encara tão intensamente que tenho certeza de que pode enxergar através da minha alma. Isso deveria me assustar, mas, ao contrário, meu coração quer se abrir e cantar. Seus olhos percorrem meu rosto e se prendem aos meus, e todo o universo some quando ela fala, e somos apenas eu e ela:
— Eu sinto o seu cheiro quando você não está perto de mim. Te sinto, sem tocá-la. Quando você entra em um lugar, sei que você está lá antes de te ver. Toda vez que a vejo sorrindo, eu sorrio. Sua felicidade se tornou a minha felicidade. Ou estou apaixonada por você, ou você é mesmo o meu anjo. Seja como for, nós fomos feitas uma para a outra.
Lágrimas ameaçam cair enquanto ela fala. Eu as seguro tanto quanto consigo. A primeira delas cai quando a voz dela falha.
— Me desculpa, anjo. Eu nunca quis te magoar. — Ela limpa gentilmente a lágrima da minha bochecha com o polegar. — Por favor, dê-me uma razão para acordar todas as manhãs e te provar que vale a pena me perdoar.
Sorrio, mesmo com lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
— Eu odeio acordar sem ter você do meu lado. Durmo do meu lado da cama quando você não está lá e toda vez que estico o braço me lembro que está vazio. E isso me faz sentir vazia.
Lauren sorri e seus olhos também ficam marejados. Ela pega meu rosto entre as mãos.
— Vamos ter que fazer algo a respeito disso. — Gentilmente, ela beija meus lábios. Então afasta o rosto para me olhar e um sorrisinho malicioso ameaça seu semblante sério.
— Eu consigo pensar em uma forma de te fazer se sentir menos vazia agora. — Ela levanta uma sobrancelha.
A ideia de ela me preencher faz com que meu corpo cantarole e meus olhos chorosos fiquem cheios de cobiça.
— Quando você me olha assim, eu fico maluca — ela rosna.
— Assim como?
— Como se estivesse imaginando o que vou fazer com você antes mesmo de eu tirar sua calcinha.
Ri baixinho.
— Não estou usando uma. Eu a tirei no táxi, a caminho daqui.
Seus olhos brilham e ela geme na minha boca. Sua mão entra na minha saia, subindo e descendo pela coxa. Meu corpo formiga em cada parte que ela toca. Deus, como senti falta dessa mulher! Nós duas gememos quando o dedo dela desliza pela minha umidade. Seus olhos se estreitam.
— Você veio para cá sem calcinha? — ela diz com um tom possessivo na voz, que me deixa ainda mais molhada. Fecho os olhos e solto um gritinho quando ela aperta minha bunda e me puxa firmemente contra ela.
— Eu esperava que você fosse gostar de mim sem calcinha.
— Eu gosto. Mas se bate uma brisa nessa sua saia, outra pessoa pode acabar vendo essa sua bundinha perfeita. — Ela aperta minha bunda com força.
— E agora, quem está com ciúmes? — provoco.
— Eu. Sempre. Porque... — Seu dedo alcança a parte de baixo da minha saia e encontra imediatamente o meu clitóris. Seus dois dedos entram em mim possessivamente. — Isso me pertence.
Meu suspiro é silenciado com o beijo dela. Um beijo faminto, selvagem, assertivo, mas também cheio de sentimentos, saudades, perdão e amor. Minhas pernas estão bambas e minha cabeça está tonta quando nos separamos para respirar.
— Minhas costelas. Qualquer movimento dói — ela diz com um diabólico sorriso torto enquanto caminha de costas em direção à cama, puxando-me de frente para ela. — O médico disse que eu tenho que ficar deitada de costas para a cama. — Ela para na beira da cama, suas mãos abrindo caminho debaixo da minha saia. — Então, você sabe o que isso significa? — Eu gemo quando ela introduz um dedo em mim. — Significa que você vai ter que me cavalgar. Vou deitar e te assistir engolir meu pau. Inteirinho. Quero vê-la rebolar esse quadril comigo bem fundo em você, puxando-me gulosamente até que esteja batendo essa bundinha contra as minhas bolas.
Suspiro. Deus, como senti falta dessa boca! A forma como ela me diz exatamente o que quer. As sacanagens que fala fazem meu corpo palpitar só de pensar nele dentro de mim novamente.
Solto a toalha de sua cintura e ela cai no chão. Ele está livre, duro e pronto. Lambo os lábios em antecipação.
— Deite-se — sussurro.
Seus olhos estão grudados em mim. Desabotoo minha blusa bem devagar. Depois, solto e tiro o sutiã e desço a saia. Fico parada, nua, diante dela, enquanto ela está deitada na cama. Seus olhos me percorrem com uma fome que me impulsiona.
Tomando cuidado para não movê-la muito, eu a escalo, deslizando a minha umidade na ponta do seu pau. Ela geme.
— Porra, você está me matando.
Sorrio inocentemente, triunfante diante da fome que ela sequer tenta disfarçar quando olha para mim.
— Vai me matar não poder movê-la como eu quero e onde a quero. — Seus olhos me devoram. Sinto suas palavras entrarem em mim, penetrando profundamente nos meus ossos. — Traga sua bocetinha para mim. Eu quero prová-la antes que você me cavalgue. — Mordo o lábio, hesitando num primeiro momento. Em seguida, ela lambe os lábios, salivando por mim.
Rastejo pela cama, colocando-me acima dela, abaixando-me devagar para que possa me alcançar. Ela puxa meu clitóris com a boca. Um gemido que sinto da ponta dos pés ao topo da cabeça sai dos meus lábios.
— Rebole, amor. Rebole na minha boca.
Suas palavras vibram dentro de mim. Com os dedos alcançando os meus quadris, ela me move para frente e para trás. Meu clitóris pulsa, fazendo com que eu perca toda a inibição. Pego o ritmo que ela estabelece, girando os quadris para frente e para trás, enquanto ela lambe e chupa, sua língua entrando em mim toda vez que afundo mais em seu rosto. Meu orgasmo me atinge rapidamente, de maneira quase violenta. Gozo, murmurando seu nome, quase sem fôlego, meu corpo inteiro convulsionando, já que sua boca continua trabalhando, bebendo avidamente cada gota do que o meu corpo tem a oferecer.
De alguma forma, com costela quebrada e tudo, Lauren encontra uma forma de fazer amor comigo. Devagar, de maneira passional, natural, tudo consumindo o amor que nos conecta de uma maneira que eu sei, lá no fundo, que jamais poderá ser quebrado novamente. Fazemos amor de verdade, porque nós duas finalmente cedemos, deixando que o que sentimos transpareça em nossas emoções enquanto trocamos palavras.
Depois de tudo, quando finalmente paramos, giro para o lado, não querendo colocar nenhum peso sobre suas costelas.
— Lauren.
— Sim?
— Você comprou a minha pintura.
— Sim.
— Por quê? Nós havíamos acabado de nos conhecer.
— Eu simplesmente sabia — ela diz de maneira muito simples, com um encolher de ombros.
— Sabia o quê?
— Sabia que queria ver o seu rosto todos os dias. Se eu não pudesse tê-la, teria ao menos a pintura.
— Mas e se não der certo? O que você acha que a sua próxima namorada vai pensar da pintura de uma mulher seminua pendurada por aí?
Ela vira o rosto para me encarar.
— Não há nenhuma próxima namorada. Você não entendeu isso ainda?
Fim?
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