Oito.

Camila

Pareceu uma ótima ideia no momento, mas, enquanto subo a escada para o apartamento acima da academia, fico me perguntando se talvez não tenha sido um erro convidar Lauren para ficar aqui. Connor provavelmente terá um ataque, e ficar perto de Lauren não é um lembrete sutil dos motivos pelos quais eu acabei terminando com Connor, para início de conversa.

Lauren mexe comigo. E isso é algo que Connor não faz mais — ou talvez nunca tenha feito. Definitivamente, há algo certo sobre não se envolver com ninguém logo após perder alguém que se ama. Mas, como sempre, não ouvi ninguém. Desesperada por algo que aliviasse a dor da repentina perda do meu pai, acabou que Connor estava lá para preencher a vaga. Eu estava despedaçada e ele apareceu para juntar meus cacos. E o deixei fazê-lo, sem medir as consequências de ter que separar conflitos pessoais dos meus negócios quando terminamos. Agora, não posso simplesmente fechar a porta e me afastar do comportamento possessivo persistente dele. Já tentei educadamente, porém, com ele trabalhando e treinando na academia, além de ser sobrinho do Ray, toda vez que fecho a porta, ele a abre com a maldita chave. Além disso, há também meu sentimento de culpa por permitir que ele me ajudasse num período tão profundamente difícil e depois dispensá-lo quando estava pronta para ficar de pé novamente. Eu nunca quis magoá-lo. Não posso voltar atrás, mas posso aprender com os meus erros.

Coloco a chave na fechadura e tento abri-la, mas ela emperra. Tento chacoalhar, mas ela nem se mexe.

— Deixe-me tentar. — A voz de Lauren é baixa. Ela está um ou dois degraus abaixo do meu, mas sobe até o último, fazendo com que eu fique pressionada nela quando estende os braços ao meu redor — uma mão na chave e a outra segurando firme a maçaneta —, prendendo-me entre a porta e seu corpo quente. Os pelinhos da minha nuca se arrepiam ao perceber o corpo divino parado tão perto de mim. Definitivamente, isso não é uma boa ideia.

Rápido demais, a fechadura cede e a porta abre, fazendo com que eu dê um passo para dentro, embora preferisse passar um pouquinho mais de tempo pressionada entre a porta e Lauren atrás de mim.

Acendo a luz e o cômodo escuro entra em foco. O lugar é simples, mas está limpo e arrumado.

— Não é muita coisa, mas pelo menos você não será incomodada ao entrar e sair.

Lauren olha ao redor e sorri acolhedoramente.

— É perfeito.

— Você quer que eu vá buscar algumas das suas coisas no hotel?

Lauren parece relutante, quase como se quisesse que eu fosse, mas não quisesse pedir.

— Eu não me importo, sério — eu a encorajo.

Seu olhar observa calmamente meu rosto.

— Tá certo, mas você terá que me deixar lhe pagar o jantar.

— Terei? — provoco.

— Aham, ou não deixarei você fazer mais nada legal para mim.

— E isso seria uma tragédia. — Coloco as mãos no coração, fingindo desapontamento.

— Espertinha — Lauren rebate, sorrindo.

— É melhor você ser legal comigo, Jauregui, ou vou mostrar o caminho aqui para cima para os repórteres.

— Jauregui é? Achava que era Lolo, já que somos amigas e tudo.

— Parece que Jauregui simplesmente escapa dos meus lábios quando tenho que colocar você no seu lugar.

Lauren solta uma gargalhada, uma profunda, verdadeira e natural gargalhada, do tipo que não se pode fingir. Esse som me faz sorrir.

— Vou ligar para o meu motorista e pedir para vir te buscar e levá-la ao meu hotel. Ele pode comprar algo em algum restaurante para a gente enquanto você pega as minhas coisas.

— Seu motorista? Achei que você não era alguém importante.

Lauren abre a carteira, puxa um cartão preto e brilhoso do hotel e me entrega.

— Não sou. O que não significa que tenha sempre que ficar andando a pé.

Eu reviro os olhos. 

***

Um carro preto de luxo estaciona no hotel e o motorista se vira e me entrega um cartão de visitas. Com um sotaque russo bem carregado, ele se apresenta como Alex e diz:

— A Sra. Lauren pediu que eu comprasse o jantar enquanto você estiver lá em cima. Por favor, me ligue quando terminar e eu estarei esperando aqui fora.

Saio do carro e observo a linda arquitetura do lugar. Eu já tinha passado pelo hotel San Marzo antes e até pensei em desenhá-lo, mas nunca havia chegado a entrar nele. Ao me aproximar das grandes portas duplas, um porteiro uniformizado as abre para mim e toca seu quepe em cumprimento.

— Boa noite.

Do lado de dentro, a magnitude do hotel rouba o meu fôlego. Lauren tem sorte de eu não estar com meu bloco de desenhos comigo, ou, do contrário, ela iria comer o jantar como café da manhã, usando as mesmas roupas que está trajando hoje.

Depois de alguns minutos me maravilhando com tudo, forço-me a parar de cobiçar o lobby. Entro no elevador e coloco a chave, tal como Lauren me instruiu, e ele começa a se mexer sem eu sequer apertar qualquer botão. Uma subida longa, porém rápida, me leva ao topo do prédio e, então, as portas se abrem, mas não para um corredor, como eu imaginava. Ao contrário, elas se abrem direto para a cobertura: uma suíte linda, elegante e completamente intimidadora, com uma sala de estar que é maior do que o meu apartamento.

Fico aliviada por estar sozinha aqui porque isso me dá a chance de admirar o lugar por inteiro. Encontro closets grandes o suficiente para conter meu armário e me pergunto se as pessoas moram aqui ou se vêm passar apenas algumas noites. O primeiro banheiro que entro brilha do chão ao teto em mármore branco. Há uma banheira grande o suficiente para seis pessoas e um amplo box para pelo menos outras seis. Dois outros banheiros menores são igualmente luxuosos, um na saída da sala de estar e o outro no segundo quarto. Sério, quem precisa de três banheiros quando se está sozinho em um hotel?

A porta para o quarto principal está aberta e a enorme cama de dossel está adornada com uma coberta de cor borgonha e dourada. Há dois chocolates envoltos em papel dourado no meio da pilha de travesseiros macios. O único sinal de que alguém esteve aqui, nessa insanamente luxuosa suíte, é o closet, no qual Lauren disse que eu encontraria sua mala e algumas roupas. Sentindo-me levemente culpada por estar mexendo em suas coisas — embora não seja o suficiente para me impedir —, dou uma olhada nas etiquetas de cada peça e as coloco na mala. Coisa cara. Nada que chame a atenção, mas a textura e os nomes dos estilistas me dizem que elas custaram uma pequena fortuna.

Guardo roupas suficientes para alguns dias, pego seus itens de toillete do banheiro e puxo a mala inteira até o elevador. Enquanto o aguardo chegar, dou uma olhada ao redor e uma pequena mesa com uma bandeja de madeira me chama a atenção. Ali estão alguns papéis e umas chaves, como se fossem o conteúdo dos bolsos de Lauren de um outro dia. A curiosidade me vence e, enquanto espero, vejo-me abrindo um artigo de jornal antes mesmo de eu pensar em me deter. Campeão de Pesos-Médios, Ian Stone, confirma o boato de que é filho do Senador Preston Jauregui. A foto mostra um homem bonito empurrando um fotógrafo com uma das mãos e a outra protetoramente envolvendo uma ruiva bonita enquanto tentam passar pela multidão de repórteres do lado de fora de uma academia. A porta do elevador se abre e, em seguida, fecha, pois ainda estou entretida nas últimas duas páginas da notícia.

A data chama a minha atenção. Ela vem carregando aquilo por algum tempo. Não muito depois que perdi meu pai, Lauren também perdeu o dela. Pode não ter sido uma perda física como a minha, mas, se admirava seu pai apenas um pouquinho do quanto eu admirava o meu, pode ter sido uma perda tão devastadora quanto.

Cuidadosamente, dobro o jornal novamente no formato do pequeno quadrado que estava antes e examino os cartões de visita presos em um prendedor prateado com um lindo monograma LMJ. Passo os dedos pelos cartões incomuns, pois não são de papel, mas de algum tipo de metal prateado, como um papel fino, mas resistente. Letras em relevo mostram uma mensagem de três linhas: Jauregui Investimentos Internacionais, Lauren Jauregui. Presidente. Apenas um número de telefone no cartão, em vez das seis linhas comuns de e-mail, fax e outros meios de comunicação. O cartão combina com a mulher. Intrigante, forte, tensa e, ainda assim, com um ar soberano... e muito sexy também.

***

Lauren tira meia dúzia de embalagens para viagem de dentro da sacola. A não ser que ela esteja planejando alimentar os repórteres, definitivamente haverá uma tonelada de sobras. Ela serve dois pratos com um pouco de cada embalagem e os coloca na pequena mesa da cozinha.

— Pedi para Alex comprar uma garrafa de vinho tinto para acompanhar o jantar. Espero que você goste. — Ela puxa uma garrafa de dentro da sacola e começa a abrir as gavetas em busca de um saca-rolha.

— Apenas água para mim, obrigada.

— Então parece que será apenas água para nós duas. Que tipo de pessoa não tem um abridor em casa?

— O filho do Ray é mais o tipo de pessoa que bebe cerveja.

Lauren enche duas taças de vinho com água, coloca-as na mesa e olha para mim.

— O que faz de uma pessoa ser do tipo cerveja? — pergunta num tom brincalhão e insinuante. Ela puxa uma cadeira e fica atrás dela, esperando que eu me sente, antes de ocupar seu lugar à minha frente. Penso por um momento. É difícil descrever "um tipo de pessoa", você simplesmente sabe essas coisas quando conhece a própria pessoa.

— O tipo de pessoa que não puxa minha cadeira à mesa. — Eu lhe ofereço um sorriso torto.

Lauren ri da minha definição e responde:

— Eu não sabia que boas maneiras tinham a ver com o tipo de preferência para bebidas.

— Acho que talvez tenha, Sra. Jauregui.

Uma sobrancelha questionadora se levanta em surpresa, esperando por mais.

— O porteiro, o motorista, a suíte na cobertura... apenas parece muito mais com a Sra. Jauregui do que com a Lauren.

Ela concorda, mas se mantém em silêncio.

— Por que sinto como se estivessem faltando algumas peças do quebra-cabeça? — Há uma mudança nela quando faço essa pergunta. Ela olha para mim, procurando, deliberando sobre sua resposta. Mas pensar demais impede uma resposta livre, por isso, forço um pouco mais.

— Então... — Aguardo com expectativa.

Lauren inspira profundamente antes de começar a falar.

— Meu pai é um senador. Você provavelmente já viu o rosto dele na TV... nos jornais. Preston Jauregui. Ele tem estado nos noticiários ultimamente. Muito. Por causa de umas merdas que ele fez. A história se tornou manchete seis meses atrás, quando foi descoberto que ele tinha um filho ilegítimo. Meu meio-irmão é Ian Stone, o atual campeão de Pesos-Médios do MMA. A história veio à tona logo depois de Ian ganhar o título, e pegou minha família de surpresa. Só agora, depois de seis meses, é que as coisas começaram a se estabelecer. Então, meu pai anunciou que vai se candidatar à reeleição no mesmo dia em que foi divulgado que Ian será o anfitrião do MMA Open, e o circo da mídia recomeçou. E, de alguma forma, isso faz de mim uma potencial notícia, por associação.

Concordo com a cabeça, sem saber exatamente o que dizer.

— Então você achou que conseguiria um pouco de paz aqui em Nova York, enquanto verificava a academia, e a imprensa te encontrou?

Lauren finge um sorriso conciliatório.

— Eu vivo em Washington e mudei de hotel duas vezes lá, então, pensei que, se viesse para Nova York por uns tempos, poderia me afastar do circo.

— Seu plano parece estar funcionando bem — brinco, cheia de sarcasmo, antes de pegar um ravióli do meu prato.

Surpresa com o meu comentário, suas sobrancelhas levantam, mas ela parece estar se divertindo também.

— Cuidado, se você ficar bancando a espertinha assim, não vou deixar que me faça nenhum outro favor.

— Ai, meu Deus. — Fecho os olhos para saborear o gosto em minha língua, de tão bom que é.

— Isso é a melhor coisa que eu já comi. É ravióli de quê?

Lauren sorri, consciente do que falo.

— De lagosta com manteiga dourada.

— Nossa! Se eu fosse um cachorro, estaria abanando o rabo agora. Isso está divino!

Ela ri.

— É a única razão pela qual eu fico naquele hotel quando venho para cá.

Engulo outra garfada pecaminosa da deliciosa massa e a provoquei:

— Então, não tem nada a ver com os pisos de mármore e os três banheiros?

Lauren levanta uma sobrancelha.

— Vejo que você ficou observando tudo enquanto esteve lá.

Sinto meu rosto corar. Timidamente, respondo:

— Desculpe. Eu nunca vi nada igual, não consegui evitar.

— Não se preocupe, estou só brincando.

— Posso lhe perguntar uma coisa?

— O que você quiser.

— Sério?

— Claro. Eu não disse que responderia, mas definitivamente você pode me perguntar o que quiser. — Ela ri.

Faço uma bolinha com o guardanapo e a arremesso nela, atingindo-a no nariz.

— Muito maduro da sua parte. — Lauren sorri, erguendo sua taça de água. Ela mergulha os dedos nela e joga respingos em mim. As gotas caem nas minhas bochechas, nariz e testa.

Com os olhos arregalados de surpresa pela sua atitude, estreito o olhar, encarando-a por alguns segundos. Ela o sustenta, seu rosto demonstrando confiança. Sem interromper o contato visual, me debruço na mesa e alcanço um ravióli do seu prato, enfiando-o rapidamente na boca.

Balançando a cabeça, ela se debruça sobre a mesa e alcança uma das minhas duas almôndegas, enfiando-a inteirinha na boca. Quando termina de mastigar, alcança meu prato novamente, corta a outra almôndega ao meio e a leva aos lábios.

— Então, qual era a pergunta que você queria fazer? — Ela ri provocativamente antes de enfiar a metade da almôndega na boca. Seguindo sua deixa, alcanço o prato de Lauren também corto a almôndega dela ao meio e a trago até quase a boca, antes de falar:

— Por que precisa de uma suíte de hotel tão grande se é uma pessoa só? — Como a meia almôndega, esperando a resposta. Deus, isso também está delicioso.

Lauren alcança o meu lado da mesa e seus dedos envolvem minha taça de água. Ela a leva aos lábios, bebe quase metade e a devolve de onde pegou. Depois, dá de ombros.

— Não faço a menor ideia.

Sua resposta sincera me surpreende.

— Parece um desperdício — falo.

Ela sorri e depois concorda.

— É um pouco demais, né?

— Sim, Sra. Jauregui. É — ralho, brincando.

Lauren me conta um pouco sobre seu pai, mas a maior parte do que fala eu já sabia, por ter bisbilhotado o jornal na sua suíte. Terminamos nosso jantar comendo uma do prato da outra sem nem sequer discutirmos nossas atitudes, mas os sorrisos trocados falam em alto e bom som.

Após o jantar, limpamos tudo juntas e guardamos o que sobrou na geladeira.

— Obrigada pelo jantar.

— Obrigado por compartilhar seu jantar comigo. — Lauren abre um sorriso e se debruça casualmente sobre o balcão da cozinha, os braços cruzados na altura do peito. Ficamos caladas por um momento. Há uma mudança no ar, uma tensão que sinto no calor que se espalha pelo meu corpo. Sinto os olhos dela em mim, observando-me com intensidade.

— Tenho que ir.

Um dos braços de Lauren engancha em volta do meu pescoço.

— Vem cá.

Com os lábios entreabertos, inspiro profundamente antes de ela me puxar para perto. Com o rosto a poucos centímetros do meu, ela para. Perco-me por um instante ao fitar seus olhos verdes claros. A mão que não está no minha nuca se aproxima do meu rosto e, com o dedão, esfrega o canto da minha boca.

— Molho — ela sussurra com um sorriso largo.

— Hum... obrigada. — Ela retira a mão da minha nuca, mas, preguiçosamente, desce-a pela minha coluna até onde está a outra mão, prendendo-as em volta da minha cintura, mantendo-me perto. Sei que deveria me afastar, mas uma corrente elétrica percorre toda a minha pele. E a forma com que ela me olha, tão focada e intensa, faz com que meus olhos se prendam aos dela e todo o resto vire um borrão.

— Você é realmente linda. — Lauren estuda meu rosto enquanto fala. A voz dela é baixa e rouca. Há uma crueza nela que provoca algo em mim. A combinação do som sedutor e da proximidade torna minha respiração irregular. Com meu coração pulando no peito, encaro-a, esquecendo-me de tudo por um momento. Seu aperto na minha cintura se intensifica. Devagar, ela me puxa em sua direção, encurtando a pequena distância entre nós até que nossos corpos estejam alinhados. Seus olhos nunca deixam os meus, o que força a minha cabeça a se inclinar para cima para sustentar o olhar quando nossos corpos se aproximam. Sentindo o calor de seu peito contra o meu, meus olhos se fecham. É tão bom, tão certo, tão natural.

Respirando profundamente, abro os olhos. O olhar fixo de Lauren percorrendo meu rosto encontra o meu olhar novamente. E se mantém. Nossos lábios estão tão próximos, que, se uma de nós se mexer um pouquinho, eles se unem. Lauren umedece os lábios e seus olhos descem para a minha boca. A batida do meu coração fica descontrolada por causa dos nervos e da excitação, tudo junto numa grande bola de expectativa. Lentamente, eles voltam a encontrar os meus, só que agora estão encobertos, mudando da doçura e da adoração para o desejo e a necessidade. Cheios de pura paixão e cobiça. Seu olhar impulsiona a minha libido.

— Seu corpo parece se encaixar tão bem no meu — Lauren sussurra, suas palavras saindo com esforço, como se fosse difícil para ela falar.

Com dificuldade para engolir, evito seus olhos, sabendo que ela está me observando, esperando que eu diga alguma coisa. Qualquer coisa. Porém, mesmo que as palavras dela soem como verdade, que eu sinta o corpo dela tão perfeito junto ao meu, algo dentro de mim me impede de me entregar ao que estou sentindo. Ao que eu sei que nós duas estamos sentindo.

— Preciso ir — digo novamente, evitando seus olhos.

Ficamos caladas por uns instantes. Minha mente está tão acelerada quanto meu coração.

— Camila? — Uma de suas mãos levanta meu queixo, gentilmente forçando meu olhar a encontrar o seu. Observo-a estudar meu rosto, absorvendo calmamente cada centímetro dele. Por fim, quando nossos olhos se encontram novamente, ela grunhe. — Não vá embora.

Sem conseguir dizer não para aqueles olhos, ciente de que eles poderiam facilmente mudar a minha opinião, afasto o olhar, falando com a voz baixa:

— Tenho que ir. Eu... eu preciso ir. — Dou dois passos para trás e Lauren me liberta sem protestar.

Por mais que eu queira ficar, ainda nem arrumei a bagunça na qual me coloquei com o Connor. Sei que é uma péssima ideia me envolver novamente com alguém que está conectado ao meu trabalho. Principalmente alguém importante para o Ray agora. Apresso-me para pegar minha bolsa, me encaminho para a porta e dou um meio-sorriso para ela quando alcanço a maçaneta.

— Boa noite, Lauren.

Ainda debruçada no balcão da cozinha, vejo uma expressão confusa nela quando passo pela porta e praticamente corro escada abaixo.

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