1 | Memories
Capítulo 1 - Lembranças
Po.v Finn Wolfhard
-Para por favor!- peço pela milessimaves sentindo minhas bochechas molharem devido as minhas lágrimas.
Ajoelhado, meus joelhos doem pelo peso que estou colocando neles, e o frio agora já não domina minhas costas nuas, pois o impacto do chicote as queimar.
-Cala a boca muleque!- Ele almenta mais ainda as palmadas e minha pele arde mais e mais.
Meus gritos ecoam pelo quarto escuro que eu tanto temo. Ele continua a bater repetidas vezes, provavelmente se divertindo com o meu sofrimento. Está me batendo tanto sendo que eu nem me recuperei da surra que me dera a alguns dias atrás.
Agora já não sinto mais dor, nao grito, não resisto. Apenas vejo minhas lágrimas escorrerem pelo chão frio e me pergunto o que fiz para merecer tal crueldade
Ouço minha mãe gritar atrás da porta trancada implorando para que ele me solte. Mas tudo é em vão, o homem que eu tanto repudio continua a me quebrar fisicamente e mentalmente.
Gritos e mais gritos, é só isso que escuto desde que nasci. Eles me assombram. Dominam meu interior. Me fazem delirar.
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Acordo mais uma ver suando frio. Mas que merda! Será que isso vai me atormentar pelo resto da vida?
Muitos dizem que devemos esquecer do passado e seguir em frente, mas isso não funciona com as pessoas que tem lembranças que o apavoram em formato de sonhos quase toda semana. Isso é pior do que insônia.
Tento pegar meu celular que está na cômoda ao meu lado o que é uma missão meio difícil considerando que está tudo escuro. Quando finalmente acho ligo a tela e encolho os olhos devido a luz que surge do aparelho. Depois de me acostumar com a claridade consigo ver que horas são.
4:00 PM.
Também vejo notificação de pessoas me mandando mensagem e simplesmente ignoro. Bufo sabendo que terei que levantar. Depois de muitos resmungos levanto e resolvo ir tomar banho já que o meu sono acabou.
Ligo o chuveiro em uma temperatura morna e entro sentindo meu corpo relaxar. A água escorre pelo meu corpo e meus pensamentos obscuros surgem de novo. Eu não sou um maníaco ou algo do tipo, eu só tive alguns probreminhas quando era menor.
Nasci no Canadá, mais especificamente em Toronto. Morava com meus pais e até meus dez anos de idade a minha família era perfeita, tinha uma família rica, famoso na escola e muito inteligente.
Mas tudo começou a desabar quando meu pai começou a agredir minha mãe, e o que mais me revoltava era que ela ainda o protegia. Não suportei ficar quieto por muito tempo e comecei a brigar com o meu pai para que ele parasse de fazer tal ato. O resultado foi que ele começou a me bater gratuitamente também. Ao decorrer dos anos suas agressões iam ficando cada vez mais frequentes e eu e minha mãe éramos proibidos de falar sobre oque sofriamos, até porque ninguém acreditaria que um dos homens mais ricos do Canadá fosse capaz de tamanha atrocidade.
Foi assim por anos. Até que Alicia, minha mãe, veio a falecer. Tudo por causa de um motorista bêbedo fudido que acabou a atropelando. Com a notícia da morte da única pessoa que eu já amei no mundo, me revoltei contra meu pai e fugi para Nova York com ajuda do dinheiro que eu roubei dele.
Atualmente sou dono de uma empresa de tecnologia multimilionária que tem sua cede em NY, lugar onde eu moro atualmente. Nunca mais vi meu pai, e ele também nunca me procurou depois do ocorrido e dou graças a Deus por isso.
Todo esse passado contribuiu para a minha personalidade agora, e tenha que admitir que não tenho um gênio muito fácil. Posso ser idiota, babaca, grosseiro e um monte de outras coisas mas acho que isso só é consequência do vazio que sinto dentro de mim. Tudo isso é para tentar enganar a mim mesmo de que não estou sofrendo por dentro e que a minha alma já morreu a muito tempo.
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Desligo o chuveiro percebendo que já passei tempo demais nesse banho. Me enxugo e coloco apenas uma calça moletom já que só vou ficar em casa por enquanto.
Vendo que já são quase 5:00 da manhã me tranco em meu escritório para examinar uns contratos sem ao menos tomar café da manhã. Fico lá por algumas horas mas nem percebo o tempo passar. Quando estava arrumando as coisas para ir trabalhar a porta do escritório é aberta por uma de minhas governantas.
-Senhor Wolfhard?- Ela me chama e eu murmuro "eu", sem tirar os olhos dos papéis que estão sobre minha mesa -A senhora Mary está o esperando- diz simplesmente e eu a olho com dúvida. O que Mary está fazendo aqui? Ainda mais essa hora?
Dou permissão para que ela saia e término depressa de fazer oque estava fazendo antes. Vou até a sala e vejo as cortinas abertas e a claridade quase cega meus olhos.
-Que porra é essa?Quem mandou vocês abrirem essas cortinas? Fechem agora!_ ordeno com uma das mãos protegendo meus olhos da luz.
-Nao podemos senhor, foi ordem da senhora Mary- Outra empregada fala e antes que eu possa falar mais alguma coisa vejo Mary sair da cozinha e vir em minha direção.
-Filho!- Me abraça com seus bracinhos frágeis e nesse abraço me sinto em paz. Dou um beijo em sua testa como de costume.
-O que está fazendo aqui? Os médicos disseram que a senhora tem que ficar em casa, de repouso- Digo já me soltando de seu abraço com a minha mania protetora. A mesma revira os olhos e eu sorrio.
-Sabe que não aguento ficar muito tempo trancada em uma casa!- vejo segurar com mais força sua moleta e olho de novo para as janelas percebendo que já me acostumei com a claridade
-A sua casa é enorme- brinco ainda me perguntando como ela consegue se sentir presa em um sítio. -Ja sei, percebeu que a minha companhia é muito mais legal que a dos porcos e cabras de lá?- A mulher sorri e faz "não" com a cabeça e eu apenas ignoro seu leve insulto.
Mary é como uma mãe para mim, ela me ajudou quando eu não tinha nada e me sinto na obrigação de ajuda lá agora.
lembro até hoje do dia em que nos conhecemos. Eu tinha acabado de chegar em NY depois de fugir do meu pai e não conhecia nada e nem ninguém daqui. Estava perambulando pelo Central Park procurando informações quando dei de cara com ela.
Flashback on
Olho para os lados na esperança de me dizer aonde eu estou. Continuo andando até que sinto algo atacar minha perna e quando vejo quase tenho um ataque de tanta fofura. Lá estava um Golden querendo brincar comigo. Faço carinho em sua cabeça e o mesmo late em agradecimento.
-Me desculpe, ele é um pouco agitado- Uma senhora se aproxima e pede, eu sorrio para ela e pro cachorro que ainda está querendo brincar comigo.
-Esta tudo bem, ele é uma graca- Me agacho e pego sua bolinha de borracha, arremesso longe o o cachorro vai pegar e trás imediatamente para mim.
-Parece que ele gostou de você- a mulher sorri e passa a mão pelo pelo do seu cachorro.
-Eh... Qual é o nome dele?-- pergunto
-Tobby, ele só tem alguns meses- concordo percebendo o seu tamanho extremamente pequeno. -E você? Qual é o seu nome rapaz?- me pergunta quebrando o silêncio
-Finn, Finn Wolfhard- Estendo minha mão para que ela possa apertar e a mesma sorri.
-O meu é Mary, muito prazer em te conhecer- sorri para mim e meu olhar cansado parace me denunciar.- você está bem? Parece meio abatido- passa uma de suas mãos em meu rosto e me sinto acolhido por alguma instantes .
-Eu não sou daqui, nem sei onde vou passar a noite - dou um sorriso triste.
-Ali tem um hotel, se não tiver dinheiro pode ficar na minha casa- penso duas vezes antes de tomar uma decisão.
Eu tenho dinheiro mas não quero gastar então ficar na casa dela seria uma boa ideia, mas eu nem a conheço. Vamos lá Finn você não tem nada a perder.
-Se eu podesse dormir na sua casa eu seria eternamente grato- Mary sorri e eu também.
-Pode sim, venha- concorda e eu coloco minha atenção vai parar Tobby que começa a latir em comemoração como se entendesse nossa conversa.
Flashback off
E desde esse dia se passaram dez anos, nós nunca mais nos separamos. Ela me incentivou a fazer faculdade, a montar minha empresa e é por causa dela que sou um Homem feito agora. Ao contrário seria só mais um golpista de merda.
Volto a realidade e vejo que Mary está tendo dificuldade de se manter em pé com essas muletas e seguro sua mão a ajudando a caminhar até a mesa.
-A senhora precisa se sentar- a acomodo lá e peço para que Lurdes, minha cozinheira, faça o café da manhã para ela. Quando já estava prestes a ir me arrumar para o trabalho sou chamado novamente.
-Aonde pensa que vai mocinho?- me viro e caminho até ela, sei que quando me chama por esse nome é porque a coisa é séria.
-Tenho que ir trabalhar, não é porque sou o dono daquilo tudo que posso me atrasar- seus olhos me encaram e ela olha para a mesa que está sendo posta aos poucos pelos empregados. Ah não! Já sei oque ela quer.
-Quero que tome café comigo- declara e puxa uma cadeira ao lado da sua batendo a mão no estofado como um sinal para eu me sentar.
-Porque não chama o Caleb?- pergunto e a mesma suspira em tristeza.
-Ele está ocupado demais com aquela namoradinha dele, a que eu não gosto mas ele insiste em ficar- diz eu eu solto uma risada por lembrar o quanto ela odeia a namorada dele.
-E porque tem que ser eu?- pergunto inconformado e a mesma me encara com um olhar sério.
Bufo revirando os olhos já sabendo que não tem como tirar nada da cabeça dessa mulher, ou eu tomo esse café da manhã ou nunca mais vou tomar um na vida.
Me sento no local indicado e vejo que a mesa já está quase posta. Mary já começou a devorar seus morangos e eu me vejo obrigado a comer algo.
➵
-Alo?- atendo o celular que estava tocando a mais ou menos uma hora e só escutei agora.
-A olha só! A madame resolveu atender, estava na manicure por acaso?- escuto a voz de Jack do outro lado da linha
Considero Jack como meu irmão. Nos conhecemos por Caleb já que eles são primos. Jack é uma pessoal completamente diferente de mim, mas de algum jeito nos complementamos e acho que é por isso que nos damos tão bem, tirando as partes que a gente se xinga.
Ele trabalha na minha empresa com meu braço direito e com o passar dos anos aprendi a confiar nele, coisa que eu não faço muito.
-Va se fuder Jack!- digo já sem paciência para suas brincadeiras logo de manhã
-Ai desculpa, não sabia que tu tava de Tpm- escuto risinhos e imagino ser só descarado, respiro profundamente tentando me acalmar
-Foi pra isso que você me ligou?- pergunto já querendo encerrar essa chamada antes que eu taque o celular na parede
-Nao, te liguei para perguntar onde você se enfiou para estar tão atrasado assim- Olho meu relógio de pulso e quase tenho um derrame ao ver que horas são. Estou muito atrasado.
-Foi mal mas a sua tia me obrigou a tomar café da manhã com ela e isso demorou mais do que o previsto já que ela ficou me contando todas as fofocas do baixo.- digo rindo lembrando de quando ela disse que a senhora Teodora, do 407, estava namorando com um cara streaper que é vinte anos mais velho que ela
-Aiai, essa dona Mary- suspira já imaginando as conversas dela -Agora vem logo, você tem uma reunião daqui a quarenta minutos. Eu tenho que fazer umas entrevistas de emprego então provavelmente só vou te ver na hora do almoço- mesmo com muitos barulhos no fundo consegui ouvi lo
-Esta bem, tchau boboca- desligo antes que ele me chame de outro apelido idiota para revidar.
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