Capítulo 20 - Cartas na mesa

A recepção no Acampamento Meio-Sangue foi calorosa, e Stella deixou que Percy recebesse os louros pela missão. Embora o Jackson quisesse compartilhar a vitória com ela, a garota apenas balançou a cabeça em negativa dizendo:

— Você merece, Linguado. Aproveite e nos encontramos depois.

Todos aplaudiam o garoto, e mesmo recebendo alguns olhares, a filha de Apolo se dirigia somente para um local: o chalé de Afrodite.

— Emma? — ela bateu na porta com força, até que a figura de sua irmã apareceu puxando-a para dentro rapidamente antes de esmagá-la em um abraço — Wow, também estava com saudades.

— Você cruzou com ele? Me diz que não!

— Com ele quem, Emma?

— Luke. Foi ele, Stella. O Luke está por trás de tudo o que aconteceu no Olimpo, no acampamento e sabe-se lá mais o motivo do qual está recrutando semideuses fielmente ao lado dele.

— Como assim? Emma, explique isso direito — pediu a garota.

— Naquela ligação que fiz para você, lembra que eu disse que ele estava diferente? Eu tive que encerrar a ligação por causa dele, eu o flagrei algumas horas antes ele combinando algo com o Chris Rodriguez, e depois do jantar, Luke me procurou para fazer uma proposta de mudar tudo — Emma começou a explicar — Sobre mudar o mundo, que os deuses não nos valorizavam e que... tinha uma força que Zeus temeria. Eu não aceitei a proposta, claramente, porque não fazia sentido.

Ao ouvir o que a irmã disse, a mente de Stella automaticamente se lembrou do seu sonho e da cicatriz familiar que tinha visto conversando com a figura que, agora, ela sabia ser Cronos.

— Se Luke te fez a proposta, assim como deve ter feito para outros, signfica que Cronos está se infiltrando no acampamento para ter semideuses como aliados — respondeu a filha de Apolo e, em seguida, arregalou os olhos — Preciso ir atrás do Percy.

— Stella, espera! — Emma a segurou — Tem mais uma coisa... Luke que é o ladrão de raios.

— Eu tenho que encontrar Percy, agora!

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A filha de Apolo cruzou o acampamento inteiro, e antes que pudesse chegar em algum lugar, quase foi abordada por Quíron, mas conseguiu escapar rapidamente enquanto sua irmã corria atrás dela. A noite já tinha caído quando ela entrou na floresta, concentrada em ouvir algo até que o barulho de lâminas se chocando antes de vozes começarem a soar atraíram a sua atenção.

Ela rapidamente pegou o seu arco e encontrou Annabeth, Luke e Percy no meio da floresta. Tudo indicava que havia tido um confronto, e não era duvidando das habilidades dos seus amigos, mas ela conhecia como Luke era como espadachim e tinha que detê-lo antes que algo pior acontecesse. E aproveitando a oportunidade pelo filho de Hermes ter machucado o coração de sua irmã, a garota lançou uma flecha que passou a milímetros do rosto do mais velho.

— Eu escutei tudo — disse a filha de Atena ao filho de Hermes, enquanto Percy estava no chão.

— Annabeth?

— Afaste-se dele, Luke — Stella apontava outra flecha para ele, sabendo que Annabeth não o atacaria e Percy parecia chocado demais para reagir novamente — Você perdeu, foi descoberto.

Ali estava o traidor da profecia. Ali estava a cicatriz que ela havia visto na visão que Apolo lhe dera alguns dias antes.

— Você sempre se mete, Stella — respondeu o garoto e em seguida, olhando para Emma — Última chance. Você sempre será fraca com eles, Emma. Comigo, com Cronos, você será forte e mais do que uma filha de Afrodite.

— Seu pensamento sobre as filhas de Afrodite que são fracos, Castellan — rebateu Emma, com o coração partido e em fúria ao ver o garoto daquela forma — E eu vou fazê-lo engolir as próprias palavras um dia.

Sabendo que havia perdido, Luke entrou na barreira que tinha aberto e sumiu no meio da floresta através do portal. Stella abaixou o arco e correu para ajudar Percy a se levantar, verificando se ele estava ferido.

— O Luke... ele...

— Eu sei — respondeu a garota — Emma tentou nos avisar antes, mas ele não deixou.

— E com certeza ele não vai esquecer que negamos a oferta dele, Percy — disse Emma fitando o filho de Poseidon — Nem ele, e nem Cronos.

— Ótimo — respondeu Stella — Que venham.

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Havia passado alguns dias até que o fim do verão chegasse, e com ele, a temporada no Acampamento Meio-Sangue também terminava. Os semideuses contaram para Quiron e Sr. D sobre os planos de Luke que, para os outros campistas, havia desaparecido na floresta ou qualquer outro boato do qual Emma ajudou a propagar com o seu charme para esconder a verdade.

Alguns até mesmo a culpavam, visto que os dois eram constantemente vistos juntos, e estavam brigando nos últimos dias. Ela tinha certeza de que também xingavam ela nas suas costas, e tudo isso porque ela gostou de um garoto...

Stella organizava suas coisas quando ouviu sua irmã lhe chamando do lado de fora do chalé, e tendo a certeza de que tudo estava em sua bolsa, a Archer deixou o chalé de Apolo se despedindo dos seus irmãos e irmãs.

— Você está bem? — a mais nova perguntou e a mais velha assentiu — Parece que quer me contar algo.

— Eu recebi uma proposta — confessou Emma — Mas é melhor do que a do Luke. Mil vezes melhor.

— Qual?

Emma estendeu um papel dobrado cinza prateado na direção da irmã, e Stella franziu o cenho antes de abrir e se deparar com a propaganda em forma de panfleto da qual se deparava.

— Ser uma caçadora de Ártemis? Emma, você sabe o que isso significa, não é mesmo? Vai escolher este caminho por causa do Luke?

— Não é só por causa dele, ok? Eu... eu quero fazer algo maior, Stella e principalmente, não quero ser apenas um ratinho bonito do qual acham fraco para ir a guerra.

— Você não é fraca! — rebateu a filha de Apolo.

— Eu sei, agora eu sei principalmente porque Lady Ártemis viu algum potencial em mim! Mesmo eu tendo beijado-o, ela ainda acredita que eu posso ser parte do grupo dela. Quantas ofertas destas uma semideusa filha de Afrodite pode receber na calada da noite?

Isso era um fato, afinal, todos que conhecem a deusa sabe que ela preza sempre pela castidade das moças.

Stella não era boba, sabia que as caçadoras eram imortais e não viviam com suas famílias, ou amigos. A mais nova tentou conter as lágrimas, enquanto dobrava o papel e enfiava na mochila, ambas voltando a caminhar.

— Quando?

— Vou contar ao Travis e a Taylor primeiro, de um certo modo que não os assuste e... vou precisar de você comigo.

— Ok, acho que consigo segurar Travis se ele desmaiar — brincou a Archer arrancando uma risada da mais velha — Vou sentir sua falta.

— Eu também.

As duas caminharam até o pinheiro de Thalia, e quando Emma notou que os amigos da irmã estavam lá, deu um abraço dizendo que esperaria na estrada onde Taylor sempre as deixava.

Stella respirou fundo para não aparentar que estava chorando, e se aproximou dos amigos. Annabeth, desta vez, iria para a casa do pai e já tinha confessado para a filha do deus do sol que estava um pouco ansiosa por conhecer Nova York sob outra ótica.

— Você vai conhecer a Disney World? — a loira se intrometeu na conversa, anunciando a sua chegada — Uh! Quero um chaveirinho de lá.

— Vende chaveiros lá? O que mais tem lá?

— Só seja criança — aconselhou Percy.

— Pessoal! — Grover chegou eufórico — Eu consegui.

— Cadê? — Stella perguntou animada, sabendo do que se tratava. E ao ver a flor, que simboliza a licença de buscador de Pã, abriu um enorme sorriso — Parabéns! Você agora pode oficialmente procurar por ele.

— Por onde vai começar? — perguntou Annabeth.

— Parece que cada canto do mundo natural já foi inspecionado, analisado e revisto, mais de uma vez. A teoria do conselho é que Pã está em movimento e é questão de sincronia. Mas ninguém nunca inspecionou os oceanos.

Stella concordou: — Faz sentido.

— Conheço um pessoal na gerência se precisar de ajuda — brincou Percy.

— Vou te chamar — respondeu Grover, sabendo que o amigo estava apoiando-o.

Todos os quatro estavam se apoiando, independentemente do perigo ou da missão.

— Escutem, vamos fazer um pacto — propôs o Jackson — Não importa o que aconteça, nos encontramos aqui no ano que vem. Nós quatro, bem aqui. Combinado?

Os três assentiram e Grover os puxou para um abraço em grupo. Não precisavam de palavras em voz alta para saberem que tinham aceitado.

A buzina familiar fez com que Stella olhasse para os três amigos, e dizer: — Minha carona me chama, não se esqueçam de me ligar de íris ou mandarem cartas, ouviram?

A filha de Apolo desceu a colina correndo, sem olhar para trás, e seus cabelos balançando ao vento tão dourados quanto o sol só fez que Percy desejasse que o próximo verão chegasse logo.

Logo que Stella entrou no carro, e deu um beijo em sua mãe e em Travis, ela pôde notar o olhar azul da matriarca por meio do retrovisor do carro.

— Então, quem começa me contando o que aconteceu neste verão?

As duas semideusas se entreolharam e Stella se pronunciou:

— Olha, é melhor vocês dois estarem sentados se quiserem a verdade

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Notas da autora: E terminamos oficialmente ladrão de raios! Com direito a descobertas (que nem são tão descobertas assim) e termino oficial entre a Emma e o Luke, guardem bem essa relação deles ok?

Me digam o que acharam, quero saber de tudo!

Quero agradecer o apoio de vocês, e espero que estejam gostando de Fearless porque vem muita coisa por aí ainda!

Até o próximo!

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