Capítulo 19 - Uma pequena audiência no Olimpo

Quando chegaram no Monte Olimpo, ou melhor, no Empire State, os dois semideuses foram diretamente para a recepção, e logo que a voz monótona do homem falou sobre o tour que ficava ao lado de uma placa, Stella logo rebateu.

— Não viemos fazer nenhum tour — a loira viu Percy colocar o raio em cima do balcão, fazendo os olhos do cara se arregalar — Viemos falar com Zeus.

— Não tenho hora marcada — o garoto deu de ombros.

A entrada dos dois logo foi liberada ao notar a urgência do assunto que levou as crianças até o local, e quando as portas do elevador se abriram, ambos não esconderam o espanto e admiração diante do cenário que presenciaram.

Stella já tinha ouvido falar que o Monte Olimpo era um local luxuoso, imenso e tantas outras características para ser a sede de deuses tão antigos quanto os gregos, e ela deveria supor que o mármore era constante, assim como o ouro e que os prédios eram tão altos que pareciam terminar nunca.

— Vamos? — Percy perguntou e ela assentiu.

Felizmente o local não estava muito cheio, mas os dois atraiam a atenção de quem cruzava pelo caminho até chegarem na sala dos tronos, um lugar que parecia ser o ponto mais alto de todo o lugar.

Os tronos eram enormes, e no meio deles, Zeus esperava pelos semideuses com uma expressão de que lançaria um raio a qualquer momento no meio da cara deles. Os dois andaram até o meio da sala, e Percy pegou novamente o raio ao retirar a mochila das costas, estendendo.

Os passos de Zeus na direção deles pareciam trovões, e Stella sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando o raio estava nas mãos do seu dono novamente.

— Eu não o roubei — disse Percy — Meus amigos também não, nós o encontramos. E recuperamos. Tentamos devolvê-lo a tempo, mas...

— Você falhou — disse Zeus.

— Sim — Percy concordou — Falhei, mas precisava vir para te contar quem roubou. Foi Cronos.

Zeus estava sério, e Percy continuou mesmo quando ele se virou de costas: — Ele está por trás de tudo, juntando forças para sair do Tártaro e vir atrás de vocês.

— Você pode ir! — a voz de Zeus soou como um estrondo, e ele se virou de costas.

— Mas...

Stella o segurou e deu um passo à frente: — Lorde Zeus, Percy fala a verdade. Cronos está começando uma guerra para se reerguer, e em breve vai sair de onde está se não planejarem algo. Ele está no Tártaro, mas está elaborando um plano que...

— Sei onde Cronos está, filha de Apolo. Eu o coloquei lá — Zeus cortou a garota, olhando por cima do ombro antes de encarar a neta — Sei quem ele é, sou seu filho. É claro que ele está juntando forças, é claro que está voltando porque é isso que fazemos. Fugimos, tramamos e lutamos. Era questão de tempo antes de tentar novamente.

— E não fará nada? — perguntou a garota.

— Obrigado pela notícia. Somente por isso que Percy sairá daqui vivo, eu tenho uma guerra para continuar. E quando eu digo que precisa ir, sejam gratos e vão embora.

— Mas a guerra não pode continuar! — rebateu Percy.

— Garoto!

Um trovão soou, ou a voz de Zeus foi semelhante.

— A guerra continua e só terminará com a vitória — respondeu o deus dos deuses — Você escapou com vida, esta é sua recompensa. Achou que fossemos negociar?

— Pensei que fosse escutar — rebateu o menino — Cronos quer que você lute com meu pai, isso vai enfraquecer os dois.

Com orgulho na voz, Zeus respondeu: — Meus irmãos não me enfraquecem.

— Você já está enfraquecido — desta vez quem falou foi Stella — E está ficando sem tempo!

— Sua família é uma bagunça — Percy cortou a menina antes que Zeus atingisse ela, mas ainda continuou falando: — Não te apoiam porque te amam, obedecem porque tem medo. Ares, seu filho, se voltou contra você assim que alguém mais forte apareceu. Você acha que ele será o último? Acha que terão medo de você quando seu pai aparecer para colocar você no seu lugar?

Aquilo foi o estopim para que Zeus lançasse seu raio na direção de Percy e Stella. O Jackson se encolheu abraçando a loira, ficando com o seu corpo quase por cima dela como proteção esperando o impacto.

O impacto que nunca veio porque Poseidon interviu.

Os dois semideuses olhavam para Zeus e Poseidon, que segurava o braço do irmão que carregava o raio energizado, até que ambos puderam ouvir que o deus do mar estava se rendendo. Stella observava que Percy encarava o pai desacreditado por sua intervenção, especialmente porque pediu para poupar o garoto.

— Seu filho proibido — Zeus disse com amargura na voz — que nunca deveria ter nascido.

E Poseidon rebateu: — Assim como sua Thalia, que ainda inspira os semideuses com sua coragem.

A Archer arregalou os olhos, percebendo que a linha afiada de Percy vinha do lado paterno. Poseidon explicava que o filho também era um herói, e merecia ser poupado. A garota podia sentir que o amigo estava nervoso, e segurou sua mão como uma forma de trazer confiança enquanto os dois deuses começaram a conversar em grego antigo.

Zeus encarou Stella e Percy por cima dos ombros do irmão, e disse: — Garanta que eu nunca mais o encontre de novo. Especialmente perto dela.

Com um clarão igual a um raio explodindo no céu em uma tempestade, Zeus se retirou da sala dos tronos deixando apenas Poseidon e os dois semideuses. Quando o deus dos mares se virou para o filho e a garota, ela pode notar que Percy parecia um pouco com ele, principalmente os olhos, embora o do deus fossem mais intensos e mais agitados, como se todos os mares do mundo fossem encontrados em suas íris.

Talvez os de Percy se tornassem assim no futuro.

— É melhor eu ir — ela disse olhando para Percy e para Poseidon — Lorde Poseidon.

— Stella Archer, filha de Apolo. Fique, por favor — pediu o deus — Agora entendo o porque seu pai fala tanto de você, realmente é ensolarada, e me dá boas sensações. O sol sempre combina com o mar, e não sou o único que pensa assim.

Ela podia sentir que as bochechas estavam vermelhas e quentes, assim como podia ouvir Percy pigarreando. Poseidon deu uma leve risada enquanto se aproximava.

— Obediência não é um dom seu, não é? — perguntou ao filho.

— Não...senhor.

— Acho que parte da culpa é minha. O oceano não gosta de ser reprimido.

— Patros, foi a única palavra que entendi — disse Percy se referindo ao diálogo em grego que presenciou instantes atrás — Significa "pai", não é?

— Quíron te ensinou bem.

— Não aprendi com Quíron.

— Sua mãe te ensinou grego antigo? — a resposta para a pergunta veio com a concordância de cabeça de Percy.

— Ela me ensinou muitas coisas. Posso fazer uma pergunta?

— Não sei quando Hades a libertará — respondeu o deus e continuou: — Ele pode ser difícil quando...

Mas Percy interrompeu: — Você sonha? Ares disse que os deuses não sonham.

— Ares é um idiota.

— Não posso discordar — Stella murmurou baixinho fazendo com que Poseidon desse um leve sorriso — Desculpe, senhor.

— Não peça desculpas, vocês já perceberam isso. Claro que sonhamos, por quê?

— Você já sonhou com a minha mãe?

Poseidon abaixou a vista e sorriu de modo fraco, agarrando o pescoço do filho enquanto fazia carinho ao mesmo tempo que Percy desejava memorizar cada traço do homem enquanto podia. Stella notou que Poseidon tinha sonhado, ou sonhava, com a mãe de Percy, talvez ainda a amasse, mas aquela resposta nunca seria dito em voz alta.

O deus dos oceanos estendeu duas pérolas para eles, e Stella entendeu que o tempo deles no Olimpo tinha acabado

— Vocês devem ir.

Poseidon virou as pérolas no chão, e novamente, a sensação do tobogã envolveu a garota.

•─⊱➶⛭♬⊰─•

Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Percy conheceu o pai!!! E finalmente veio o encontro deles com participação de Stella, e mais alguém percebeu que o deus do mar também aprova essa relação entre os dois? hmmmm 

Me digam o que estão achando, quero saber de tudo! Próximo capítulo, finalizamos ladrão de raios e tem um bônus antes de entrarmos oficialmente no mar de monstros. 

Até o próximo!

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