Capítulo 17 - Estrada para o Inferno

Passagens secretas eram perigosas, ainda mais para o Mundo Inferior.

Stella desta vez tinha ficado de fora do plano das camas assassinas, entrando na loja com Grover somente quando tudo estava seguro e calmo. Assim que se dirigiram para a entrada ao reino de Hades, que por sinal ficava em uma área permitida apenas para "funcionários", Percy estendeu as pérolas que tinha recebido.

— Se algo acontecer, elas serão nossa saída de lá.

— E ninguém volta se todo mundo não voltar — respondeu Annabeth.

— Ninguém nunca volta — a voz do guardião da loja, que por sinal era meio irmão de Percy por parte de Poseidon respondeu.

— Ah, cala essa boca! — Stella rebateu.

— Não fazemos ideia do que tem lá embaixo — respondeu Grover.

— Melhor eu não ficar com todas — disse o Jackson, e então cada uma pegou uma.

— Vamos salvar sua mãe — Stella disse e os três concordaram, caminhando até a passagem do Mundo Inferior.

As primeiras impressões que Stella teve lhe arrepiava a espinha. Era tudo escuro, sem qualquer vestígio de luz solar ou vida, e aquilo não fazia com que a garota se sentisse muito bem.

— Não estamos no Kansas — ela pode ouvir Percy falar baixinho, e se virou para ele entendendo a referência.

— Mas podemos voltar se eu tiver um par de sapatos vermelhos — os dois sorriam por estarem falando a mesma língua.

— Vocês dois, foco — disse Annabeth, mas ao contrário da Archer, a Chase não tinha entendido a referência de Percy.

De longe podiam ver Caronte com o seu barco levando as novas almas, o que significava que não estavam longe do portão principal, mas a fila de almas fez com que eles abrissem caminho enquanto se desculparam até se depararem com o barqueiro.

— Vocês não morreram.

— Assim, todos estão morrendo de certa forma — respondeu Percy enquanto Stella dava a bolsa de dracmas para o menino, demonstrando que eles deveriam pagar a passagem — Aqui, pode pegar tudo, vamos pagar.

Caronte usou um apito, que mal podia ser ouvido, até que o barulho do que parecia um monstro estava se aproximando, claramente não aceitando o suborno dos semideuses.

— É Cerberus, corram! — Stella puxou os amigos para outra direção.

Com a visibilidade baixa, eles se separaram tomados pela adrenalina de fugirem e de não serem pegos, até que a garota notou que assim como todo cachorro, talvez ele só precisasse de carinho para ganharem algum tempo.

E foi isso o que ela fez.

Agarrando-se na pedra mais próxima, Stella escalou antes de se lançar na direção do animal, conseguindo montá-lo. A filha de Apolo logo começou a fazer carinho em seu pescoço enquanto cantava uma música em grego antigo, até que ele deitou aceitando a atenção que recebia, com suas três cabeças fechando os olhos.

— Vocês três, vão logo — ela falou alto ao conseguir ver, mesmo com a baixa visibilidade, que os amigos estavam reunidos. A pequena pausa fez com que o cachorro começasse a ter outra reação, então ela voltou a cantar para que eles ganhassem tempo o suficiente.

Um por um, Grover levou eles até a parte de cima de um penhasco usando os tênis alados.

— Você é um bom cãozinho, não é? Vamos, é sim — ela o acariciava mais até estar perto do penhasco onde os amigos estavam, e usando a altura de Cerberus, conseguiu escalar até a parte de cima enquanto cantava para que não fosse perseguida.

— Uau, aquilo foi demais — respondeu Grover — Como você?

— Já tive cães, embora minha mãe prefira gatos.

— Gente, olhem aquilo — respondeu Annabeth.

O palácio invertido se encontrava no centro do Mundo Inferior. Stella não ficou espantada quando notou a grandiosidade do edifício, afinal, aquele era o reino de Hades e devido às desavenças com os irmãos, ele não iria querer um lugar que parecesse fraco em comparação ao Olimpo.

— É ali que está o raio, e a sua mãe — disse a filha de Atena olhando para o filho de Poseidon.

— Ah, não — a voz de Grover atraiu a atenção dos semideuses — Minha pérola, eu perdi a pérola... acho que foi na hora da fuga do cachorro. O que fazemos agora?

— Não sei — disse Stella — Mas vamos continuar, porque com ou sem a pérola não irá fazer a diferença. Pensaremos em algo, não se martirize.

A garota abraçou Grover, como uma forma de fazer com que ele se sentisse melhor, e então, o grupo continuou andando.

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— Gente, não dá para ignorar isso.

— Chega — Percy cortou o amigo.

— É matemática. Nós quatro e sua mãe somos em cinco, e tem somente quatro pérolas, alguém vai ter que ficar para trás e deve ser eu.

— Não foi sua culpa, e mesmo que fosse, não vai ficar para trás — respondeu o Jackson — Ponto final. Depois que pegarmos o raio e acabarmos com a guerra, vocês vão embora... com a minha mãe.

Stella logo rebateu: — Não inventa você também, cadê o papo de que "não deixaremos ninguém para trás"? Se precisar de alguém para ficar, serei eu.

Percy riu ironicamente.

— Haha, muito engraçado Rapunzel, mas você não vai se arriscar de novo por nossa causa. Já bateu a sua cota.

— E a sua tá nem existindo mais, Linguado, antes mesmo de você pisar no acampamento você já brincou de visitar o Mundo Inferior mais vezes do que todo mundo aqui... junto! — a garota rebateu novamente.

— E você acha mesmo que vou deixar você se arriscar? Está muito enganada se... — Percy parou de falar assim que esbarrou em algo, e quando viu, parecia uma mulher parada — Desculpa.

O grupo observou que na floresta que estavam, tinham outras iguais Percy esbarrou. Annabeth explicou que eram almas, presas em um arrependimento de algo que fizeram ou não fizeram na vida. Mas antes de qualquer um perguntar, o barulho de Cerberus fez com que o grupo corresse.

E nessa correria, Stella viu que Annabeth não estava perto deles.

— Annie! — a garota gritou — ANNABETH CADÊ VOCÊ?

— AQUI!

A loira saiu correndo na direção da voz da amiga, para encontrá-la presa com uma raiz de árvore enrolada em uma das suas pernas.

— Não adianta — respondeu a Chase ao ver que Percy tentava puxar ou arrebentar a raíz — Vocês continuam, eu distraio o Cerberus.

— Não, Annabeth, não começa — Stella a segurou pelos ombros.

A filha de Atena apenas balançou a cabeça, e pegou a pérola que carregava consigo mostrando aos amigos.

— Eu vou ficar bem, eu consigo. E vocês vão conseguir também, agora corram!

Percy e Grover começaram a correr, mas logo o filho do deus do mar olhou para trás, vendo que Stella não os seguia, até notar que ela também tinha uma raiz em torno dos seus tornozelos, essa subindo um pouco mais rápida que a de Annabeth.

A Archer olhou para os dois e pegou a pérola que carregava consigo.

— Terminem a missão.

Percy estava detestando a ideia de deixá-las para trás, mas o olhar severo de Stella fez com que ele corresse junto com Grover.

Com o barulho de Cerberus mais próximo, as duas semideusas se olharam antes de iniciarem uma contagem.

— Um... dois... três!

E de repente, a sensação que Stella sentiu era de ter sido sugada por um tobogã enorme de água.

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Notas da autora: Oi pessoal, como estão?

Capítulos finais da parte do Ladrão de Raios da fanfic, e teremos algumas surpresinhas pelo caminho... aguardem!

Hoje é aniversário dele, do nosso Cabeça de Alga que salvou o Olimpo mais vezes do que podemos contar! E por conta disso, mais tarde trarei mais um capítulo em homenagem ao nosso aniversariante!

Me digam o que estão achando, quero saber de tudo! Palpites, comentários, teorias, quero ler tudo!

Até o próximo!

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