Capítulo 06 - O Empório de Gnomos da Tia eMe


O grupo andava por uma floresta, seguindo um caminho que Grover denominou como caminho dos sátiros, algo que faziam quando estavam explorando alguma região. Stella já tinha retirado a jaqueta jeans, ficando apenas com a camiseta amarela clara, os jeans pretos e o all star amarelo mostarda, pensando em quais outros monstros iriam encontrar pelo caminho.

Se sua mãe soubesse no que ela estava se metendo...

— Por que você quer um telefone? — Annabeth perguntou ao ouvir Percy conversando um pouco mais atrás com Grover.

— Para ligar para o acampamento — respondeu — A mãe da Stella ligou um dia de uma forma estranha, deve ter outra forma comum de ligarmos pedindo ajuda.

— Não precisamos de ajuda, estamos bem — disse Annabeth.

Percy ironizou: — Estamos bem? Ainda nem chegamos a Trenton, Stella quase foi atacada e estamos vagando por uma floresta. Não sabia que havia florestas em Nova Jersey! E ainda sim, encontramos uma. Não diria que estamos muito bem.

— Mas vamos ficar, Percy — Stella tentou ser otimista — Fomos enviados em uma missão pelo Oráculo.

— E pelos deuses — completou Annabeth — Você achou que seria fácil? É lógico que seria difícil. Por isso que poucas pessoas são escolhidas, e se ligarmos... vão achar que foi um erro termos sido escolhidos.

Para Stella aquilo não seria um problema, mas para Annabeth, a Archer sabia o quanto ela tinha esperado para ter uma missão. Treinado, se preparado e observado cada campista para descobrir se o recém chegado era o que estava destinado a fazer com que pudesse provar seu valor. Aquilo era sério para a filha de Atena.

— Não tenho nenhum problema com isso, e acho que a Stella também não — palpitou Percy — Todo mundo erra.

— Por que tem medo de quem é?

— O quê?

A tensão entre os dois começou novamente e Stella queria poder ter uma camiseta da união naquele momento. Seria possível uma flecha da união? Onde ficariam amarrados?

— Este caminho do sátiro é muito interessante porque foi aqui que meu tio Ferdinando começou sua própria missão — Grover tentou deter a briga e Stella o ajudou.

— Por aqui, Grover? Então deve ter algo bom neste caminho, certo? Vamos logo, o que vocês dois acham?

A bolha de raiva entre Percy e Annabeth era ainda mais forte, ignorando os outros dois.

— Por que eu teria medo de quem sou? Não tenho medo.

— Sim, você tem. Você não é uma criança qualquer — respondeu Annabeth — Uma "criança qualquer" não lutaria com Clarisse como você lutou. Hades também não enviaria seus melhores soldados para buscá-lo. Você faz parte de algo muito maior do que entendemos agora, e temos que seguir em frente, mesmo que não goste disso ou não queira.

— Ok, se não quiser ligar para eles, pode ligar para sua mãe.

Naquele momento, Stella pensou que Percy morreria na mão de Annabeth. E começou a pensar o que falaria para Quíron quando explicasse que seria necessário uma mortalha com o símbolo de Poseidon em menos de uma semana de proclamação do garoto.

— Como é? — Annabeth perguntou, esperando que ele não fosse atrevido o suficiente para falar novamente.

Mas ele falou.

— Atena, sua mãe — explicou — Podia ligar para o meu pai mas não somos tão próximos porque ele me abandonou a vida inteira, acho que você e sua mãe possuem um vínculo maior. Então, porque não pedimos ajuda para ela?

— Stella, explica para ele — a Chase se segurava para não falar mais nada.

— Percy, não temos tanta intimidade assim com nossos pais — disse a loira captando a atenção do filho de Poseidon — Os deuses não são figuras presentes em reuniões de escola, ou em nossas orações, então acho que isso não tem como acontecer. Comunicação com eles são em casos raríssimos.

— Mas com os presentes que vocês têm, pensei que eles seriam mais presentes depois que fossem proclamados ou algo assim — disse Percy e Stella apenas negou.

— Grover, poderia pedir ao seu amigo para se recompor? — Annabeth ainda estava irritada e Stella segurou a mão dela, passando apoio porque sabia do passado da amiga.

— Quando foi a última vez que se falaram? — a pergunta fez com que Annabeth olhasse para o sátiro.

— Grover.

— Não sei porque continua o envolvendo nisso, porque continua chamando a Stella para interferir.

— Porque eles estão do meu lado.

— Por que estariam? Ele é meu Protetor, é seu trabalho. E Stella é... minha amiga.

A loira respirou fundo e pensava em formas de não fazer o que queria fazer, mas estava ficando cada vez mais difícil com brigas a cada cinco minutos.

— Porque ele foi meu Protetor primeiro, e ela é minha amiga primeiro!

— Primeiro? Como assim "primeiro"?

Grover sentiu o peso do olhar dos dois e falou sobre o seu tio Ferdinando novamente, desconfortável com a briga e como tudo estava indo.

— Thalia, Luke e Annabeth tinham um sátiro protetor. Era você... e nunca me contou — disse Percy. Grover não disse nada, principalmente pelo olhar que o Jackson lançou dando uma sensação de culpa ainda maior ao sátiro. Stella olhou no rosto de cada um dos três e apenas virou de costas para o grupo, seguindo o caminho que tinham vindo.

— Stella, onde vai? — perguntou Annabeth.

— Indo embora, vou voltar para o acampamento.

— Você não pode fazer isso, estamos no meio de uma missão — disse Annabeth.

A loira se virou de modo sarcástico: — Estamos? Porque me sinto na quinta série vendo você e o Percy brigarem a todo momento! Não sabem ter conversas civilizadas? Estão disputando até mesmo quem tem o Grover como protetor, sendo que ele é algo maior do que protetor, ele é nosso amigo! E estão querendo saber quem é mais meu amigo, sendo que o sol é para todos! Não sou amiga em intensidades diferentes para nenhum dos dois. Estou tentando ser otimista, não me meter nas briguinhas de vocês, mas está ficando cada vez mais difícil aturar vocês desse jeito.

— Então por que está aqui ainda? Por que não foi embora na primeira briga? — Percy questionou e por instantes, pensou que iria apanhar ao ver que os olhos azuis claros estavam nublados como um dia sem sol.

— Estou aqui ainda por sua causa, seu idiota! Somente por sua causa! — ela confidenciou, sentindo os olhos lacrimejar de raiva ou do aperto que estava sentindo em seu peito, andando na frente sem importar com a direção que seguia.

A cara de Annabeth dizia claramente a Percy: Vai atrás dela, idiota!

E ele foi.

— Ei! — ele a alcançou e agradeceu aos deuses por ela ter parado — Desculpa, ok? Só... me desculpa. Estou errado, errei feio e não sei o que dizer, só me desculpa.

O coração de Percy se apertou ao ver que ela estava quase chorando, e que os olhos brilhantes não estavam do modo que ele gostava por sua culpa. Percy abriu a mão e fechou algumas vezes, desejando secar as lágrimas que escapavam vez ou outra no canto dos olhos dela, lágrimas das quais ele tinha causado.

— Só pare de brigar com a Annie, por favor.

— Ok, vou tentar... por você, raio de sol.

— Obrigado, Linguado.

— Você e esse apelido — ele revirou os olhos, embora gostasse de quando ela o chamava assim porque significava que estava tudo bem entre eles — Podemos voltar?

Stella assentiu e Percy sorriu, voltando para a missão com sua amiga.

•─⊱➶⛭♬⊰─•

Grover tinha sentido o cheiro de hambúrgueres, e como estavam com fome, seguiram o sátiro até chegarem em um lugar que dizia "Empório de Gnomos da Tia Em". As estátuas estavam por todo local, e Stella já imaginava quem morava na charmosa propriedade.

— Com certeza é alguém do nosso mundo — disse Grover, já que o aroma da comida era acompanhado pelo aroma de quem pertencia ao mundo dos semideuses.

— Tia "M" tem um jardim com várias esculturas de pedras, alguém quer adivinhar o que significa "M"? — perguntou Annabeth.

— Com certeza não direi em voz alta — respondeu Stella vendo que não eram apenas humanos petrificados, mas também monstros e outras criaturas — A coleção é bem variada, vamos sair daqui enquanto pudermos.

Mas foi somente eles se virarem que viram uma fúria pousando a poucos metros, a mesma que tinha feito um ataque no ônibus. Percy logo pegou a sua espada enquanto Stella deixava o arco em posição, pronta para puxar a flecha quando a criatura se dirigiu a Annabeth.

— Você deveria ter aceitado a minha oferta.

Percy, confuso perguntou: — Oferta? De que oferta ela está falando?

Mas a garota não respondeu.

— Não hoje, amigos. Não na minha porta.

A voz melodiosa fez com que Stella já sentisse que estava petrificando mesmo sem olhar nos olhos da mulher. A fúria na frente do grupo tampou a visão com as próprias asas, e o barulho dos saltos no cascalho junto ao xingamento baixinho de Annabeth fez com que a filha de Apolo automaticamente fechasse os olhos.

Percy a imitou.

— Se vocês tem algo a resolver, entrem. Quem sabe posso ajudá-los. Alecto, você vem? — o silêncio da fúria fez com que a mulher continuasse — Não, imagino que não. Ela não vai incomodar vocês enquanto estiverem comigo... mas também não vai embora, porque significa que falhou em buscar o filho de Poseidon.

O fato de que Medusa o conhecia fez com que Percy ficasse curioso.

— Uma criança proibida foi reclamada, acha mesmo que seria um segredo? É um prazer conhecê-lo, filho de Poseidon... eu sou Medusa.

Todos sabiam a relação da górgona com o deus dos mares, incluindo Percy. E antes que ele pensasse em levantar a cabeça, Stella segurou sua mão em um claro sinal de que aquilo seria uma péssima ideia.

— Protegendo-o, filha de Apolo? Também já ouvi falar de você, e de seus dons — Medusa abriu um leve sorriso — A favorita de seu pai. E sei o que está pensando sobre mim, que sou um monstro... mas aquela ali, mais adiante, quer mutilar seus membros e eu estou oferecendo um almoço. Vocês escolhem.

O barulho dela se afastando fez com que o grupo voltasse à posição original, mas Stella não tinha soltado a mão de Percy ainda.

— Acho que podemos confiar nela — disse o Jackson e todos protestaram — Não sei explicar, mas minha mãe contou sua história, que ela não é o que as pessoas pensam. Confio na minha mãe. Eu vou entrar, vocês podem decidir o que querem fazer.

Annabeth e Stella se entreolharam, assim como Grover vendo o amigo sair e o seguindo. As duas semideusas não sabiam o que exatamente fazer, especialmente porque a loira sabia que no meio da trama de Medusa e Poseidon tinha uma terceira peça: Atena.

A Archer sabia que esse era o motivo da hesitação de Annabeth, mas então ela se virou para a Chase e disse:

— Não se preocupe, na primeira oportunidade, eu enfio minha flecha no meio da garganta dela — e estendendo a mão, ela completou: — Vamos?

•─⊱➶⛭♬⊰─•

Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

As brigas ainda continuam mas acho que dessa vez terão que dar uma pausa afinal... chegaram na toca da Medusa. Stella está a um passo de fazer com que todos fiquem com um poema grudado na cabeça até enloquecerem se não pararem rsrsrs

Me digam o que estão achando, quero saber de tudo! (é serio gente tô começando a achar que vocês não estão gostando da fic...)

Até o próximo!

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top