O dia de caça à bandeira tinha finalmente chegado, e o clima de competição envolvia todo o acampamento. Stella se arrumou logo pela manhã, prendendo os cabelos de modo que não lhe atrapalhasse em qualquer combate, além de roupas confortáveis que permitisse correr ou socar a cara de alguém.

Logo, junto com os outros filhos de Apolo, a garota foi em direção onde o time azul se concentrava para a competição. Annabeth era a líder, uma vez que o chalé de Atena eram os comandantes e ela era a conselheira chefe, e junto com seus irmãos planejavam possíveis soluções nas pontas soltas.

Filhos de Atena levavam uma estratégia de batalha bem a sério. Era sucesso ou sucesso.

Stella notou Luke se aproximando com Percy, provavelmente explicando a dinâmica do jogo, e os demais filhos de Hermes. A garota não tinha esquecido do episódio da noite anterior, e tentava compreender porque o pai do menino não o tinha proclamando ainda, talvez algum plano específico? Proteção? Não queria assumir paternidade?

— Stella, você está bem? — a voz de Annabeth fez com que a loira voltasse da órbita — Ficou parada olhando pro Percy.

— Lembrando de ontem a noite — respondeu simplista — Então, fico mesmo na ativa? Gostaria tanto de ficar cuidando dos feridos.

— Preciso de você na batalha, na próxima você pode ficar na enfermaria.

O soar de uma trompa fez com que todos começassem a pegar seus equipamentos, além de suas armas especiais que foram presentes dos seus pais ou mães olimpianos, afinal a única regra que não podia era mutilar.

— Ok — Stella suspirou dramaticamente e pegou o capacete que Annabeth estendia — Vamos vencer novamente então.

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— A primeira equipe que roubar a bandeira do oponente e levá-la até o outro lado do rio, vence — explicou Quíron, olhando para as duas equipes já divididas e preparadas — É proibido mutilar e matar, como sempre. Confio que respeitarão as regras. Seus objetos mágicos podem ser usados.

Aquilo era o que Stela desejava ouvir e sorriu consigo mesma.

— Que os jogos comecem! — anunciou o centauro e todos gritaram.

Annabeth olhou para Stella e ambas foram até Luke, que estava ao lado de Percy.

— Temos 20 minutos até o próximo sonido e o início do jogo — disse a filha de Atena — Vocês sabem o que fazer?

— Sim, senhora — brincou Luke.

— Com toda certeza — respondeu Stella suspirando dramaticamente e retirando o colar do pescoço, enrolando a corrente em torno do punho e fazendo com que o pingente de sol ficasse na palma da mão, ao fechá-la, já estava segurando um arco que parecia de marfim com detalhes dourados misturado com alguns prateados — Estava com saudades de usar meu bebê. Vejo vocês do outro lado?

Luke liderou um batalhão para a direita e Stella apontou para que os filhos de Apolo fossem para a esquerda, virando-se para Percy e ajustando a armadura dele, que não estava presa direito.

— Se cuide, ok? Sem enfermarias.

— Não vou com você?

— Não, você vem comigo — respondeu Annabeth e Stella quase pode rir do olhar aterrorizado do menino.

— Vejo vocês com a vitória — a filha de Apolo disse antes de se afastar.

Em posição e junto aos seus irmãos, Stella se preparou com o arco que era mágico, mentalizando em flechas que não poderiam ferir gravemente quem fosse o alvo. E quando o soar da trompa pode ser ouvido novamente, ela sabia que a competição tinha iniciado.

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Stella não tinha noção do quanto tempo estava lutando, mas já tinha derrotado alguns do time vermelho. O capacete já não estava em sua cabeça há algum tempo, inclusive ela tinha arremessado em um filho de Ares com tanta força que tinha certeza de que um dente foi quebrado.

— Luke conseguiu a bandeira! — respondeu um filho de Hermes, sinalizando que de agora em diante, era um esquema de proteção ao garoto até que chegasse na linha que garantia a vitória.

A loira respirou fundo e foi correndo disparando flechas, até notar que sua irmã vinha correndo em sua direção com outras filhas de Afrodite. Stella pensou em música, mirando em duas árvores e gritando de modo fino, sabendo que as armas iriam captar sua voz para a armadilha. E assim que Emma passou, caiu de joelhos no chão, tapando os ouvidos pela voz de Stella penetrar como agulha em seu cérebro.

— VOCÊ É RIDÍCULA! — gritou a mais velha e Stella apenas sorriu, desviando da própria armadilha ao ver as filhas de Afrodite derrotadas, alguém salvaria elas mais tarde.

A trompa indicando que o time azul tinha vencido foi ouvida, e a equipe veio aos gritos comemorando até o rio quando Luke fincou o estandarte vermelho para todos verem que aquela tinha sido a quarta vitória do time. Stella sentia a adrenalina correr em suas veias, abraçando os seus colegas até notar algo que parecia estranho.

Percy estava no chão, e Clarisse se afastava do menino com as piores feições que a loira tinha visto, mas algo nos olhos da filha de Ares demonstrava tristeza. Foi então que ela observou a lança da menina quebrada no meio, um presente de seu pai que agora estava perdido.

— Qual o seu problema?

A voz de Percy fez Stella estranhar e olhar para Annabeth parada diante do menino, que agora estava na água, pela forma que se encontrava parecia ter sido empurrado. Se aproximando devagar, a Archer viu as feridas do Jackson se curando na água, além do estranho cheiro de mar novamente, e desta vez vindo do garoto. Percy viu que a loira o olhava, não escondendo o fascínio nos olhos diante do modo que o loiro estava se curando.

— Eu não entendo — respondeu o menino.

Stella viu um símbolo brilhar na cabeça do garoto. Um tridente, girando e brilhando com toda a grandiosidade do seu dono.

— Percy... — ela apontou para cima e ele olhou o que todos viam — Seu pai está lhe chamando.

Quíron que estava próximo olhou para o garoto, e disse: — Você foi reclamado por Poseidon, Senhor dos Terremotos e das Tempestades. Percy Jackson, filho de Poseidon.

O menino apenas buscou pelo olhar de Stella, que sorria e ele também sorriu, não ligando para ninguém mais ao seu redor exceto a loira.

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Era fim de tarde quando Percy pegou suas coisas do chalé de Hermes e foi em direção ao de Poseidon. Ele tentou ignorar os olhares, que pareciam ainda mais voltados para si do que a história do Minotauro, mas estava cada vez mais difícil quando o termo de "criança proibida" dos Três Grandes o acompanhava junto com sua proclamação.

E ali, dentro do chalé vazio, ele estava sentado em uma das camas olhando a figura de seu pai.

— Com licença — Stella disse do lado de fora, não entrando sem a autorização do menino — Achei que quisesse ver um rosto amigo, depois de... você sabe.

— Valeu, pode entrar se quiser.

Stella sorriu e Percy achou que o chalé tinha ficado mais iluminado com a presença da menina. A garota observou os detalhes, tudo o que envolvia o mar ou relacionado a Poseidon poderia ser encontrado no local.

— Você ganhou um chalé e uma mesa só para você — disse a loira, se sentando na cama de frente ao menino — Que diferente.

— Você pode vir aqui dormir, quando quiser — Percy ofereceu. Stella sentiu as bochechas corarem levemente, preferindo olhar para seu all star amarelo ao invés do garoto.

— Não sei se isso é permitido, na verdade não é, mas agradeço o convite.

— O chalé é meu, posso convidar quem eu quiser para entrar ou passar a noite — ele rebateu, se sentando ao lado dela — É o mínimo se vou ser a esperança de Poseidon e Zeus não entrarem em guerra.

— Como assim?

— Quíron me contou algumas coisas, e uma delas é que posso impedir uma guerra devolvendo o Raio Mestre de Zeus que foi roubado, que aparentemente eu roubei — disse o menino inconformado — Mas eu não roubei! Quer dizer, nem sabia quem eu era há alguns dias, como ia roubar algo?

— Então, o que você vai fazer?

— Eu vou sair em uma missão — respondeu o menino — Mas não por causa de Poseidon, do raio ou qualquer coisa do Olimpo. Grover me disse que minha mãe está viva, no Mundo Inferior e que foi sequestrada por Hades. E é lá que está o Raio Mestre, então essa é minha chance de tê-la de volta.

Percy olhou nos olhos azuis de Stella, tão brilhantes quanto a luz do dia e continuou: — Você me disse que a melhor glória é saber que pode proteger alguém, os que ama. Eu vou salvar minha mãe.

— Então, quando você vai partir?

— O mais breve possível e... o que é isso?

Stella olhou para onde Percy olhava, um arco-íris em uma pequena fonte que tinha no chalé 3, uma ligação no modo espera e o vislumbre de uma loira fez com que Stella soubesse quem era, afinal, a própria tinha ensinado como usar a comunicação.

— Eu aceito — respondeu.

— Filha? — a voz e imagem de Taylor apareceram — Você consegue me ouvir?

— Sim, mãe. Estou te ouvindo, não acredito que está me ligando por mensagem de íris.

— Achei aquelas moedas aqui e sabendo que não tem celular no acampamento, ou outro meio de comunicação, só para te avisar que eu e Travis estaremos em uma viagem na Europa. Será rápido, apenas para namoramos um pouco em Paris, e antes de você voltar, estaremos em Nova York, ok?

— Solzinho! Olha, sua mãe e eu vamos trazer algo para você depois de desfrutarmos nosso momento como casal. Não se meta em encrenca, está me ouvindo? — Travis perguntou, aparecendo ao lado de Taylor e encarando Percy — Quem é esse do seu lado?

— Hã... mãe e Travis, esse é Percy, meu amigo — apresentou Stella puxando o menino constrangido — Estávamos conversando quando vocês ligaram.

— Ah! Desculpe querida, é um prazer conhecer Percy. Venha nos visitar algum dia — disse Taylor e o Jackson apenas sorriu, constrangido — Já vamos indo, se cuida filha, você também Percy.

— Prazer rapaz, e se cuida raio de sol!

A ligação se encerrou com Stella passando a mão no arco-íris e olhando para Percy, um pouco tímida por ele ter presenciado toda a situação. Stella não era de apresentar os amigos aos pais, não havia muitos também e o máximo que sua família tinha conhecido do acampamento era uma carta de Annabeth que chegou quando ela estava em período escolar.

— Eles são legais — Percy quebrou o gelo — Parecem bem apaixonados.

— São eternos apaixonados, é algo fofo de ver, são minha maior inspiração de romance. Mas às vezes, eles esquecem todos a sua volta antes de entrarem na própria bolha que... — lembrou a jovem e ela balançou a cabeça em negação, querendo se livrar dos momentos românticos entre Taylor e Travis que presenciou — Ok, vou deixar você descansar depois de hoje.

— É, acho que descansar é uma boa antes de entrar na missão — respondeu Percy acompanhando ela até a saída do chalé 3 mas parando no caminho — Você disse para eles que somos amigos.

— E não somos?

— É, somos — o loiro gostou do sentimento de que Stella era alguém próxima dele, alguém que podia confiar — Vejo você mais tarde?

— Talvez. Tchau, Linguado.

— Sério? Linguado?

— Quer ser a Ariel, então? Ou prefere a Merliah?

— E você, vai voltar pro clube das Winx com suas asas?

— Ha-ha — Stella riu sarcástica com a piada do garoto, e depois deu risada de verdade — Até mais, Percy.

— Tchau, Stella.

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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Percy proclamado finalmente e a primeira visita que ele recebe é do nosso solzinho, com direito a família da garota já conhecendo ele, aiai Afrodite está gostando de acompanhar muito esses dois. 

Me digam o que estão achando, quero ler os comentários de vocês ou vou achar que não estão gostando da fanfic...

Até o próximo!