Assim que Stella terminou o seu café da manhã, ela ouviu os burburinhos que estavam por todo o acampamento. Um novo semideus tinha chegado na noite anterior e tinha enfrentado um Minotauro.

Não apenas enfrentado, como derrotado o monstro na entrada do acampamento. 

A garota ficou curiosa para conhecer o novato, afinal não eram todos que chegavam derrotando um grande monstro quando a descoberta de sua natureza é tão recente. A loira notou que o chalé de Ares parecia incomodado com o fato de que um novato tinha feito algo grande, e ela notou que Clarisse não estava com as melhores feições, mas quando ela estava, não é mesmo?

Sendo filha de quem era, Stella tinha um passe livre para circular pela área da enfermaria quando desejasse, e no caminho até o local, ela pode encontrar Annabeth.

— Annie! — ela chamou a amiga, que se virou e abriu um sorriso ao vê-la antes de abraçá-la — Então é verdade? Campista novo que derrotou o Minotauro?

— Sim, alguns que estavam na fronteira viram a briga e Grover confirmou, mas tem gente que não está acreditando que ele conseguiria isso.

— E você?

— O que tem eu?

— Você tem um olhar clínico das coisas, acredita nele?

— É possível, não descarto a ideia — respondeu a filha de Atena — Você vai ver ele? Acho que ele vai precisar dos seus… você sabe.

— Está muito ferido? Sabe que eu só uso em questões muito urgentes — a loira olhou para a amiga.

— Só… vai ver ele. Quíron achou melhor ele ficar na Casa Grande. Estava meio zonzo, babando enquanto dormia, mas acho que deve acordar em breve. Nos encontramos depois, tenho que organizar a caça à bandeira. E você está no meu time, não te quero na ala hospitalar dessa vez.

— Estou querendo mesmo disparar umas flechas por aí — a Archer ironizou e Annabeth sorriu, se afastando enquanto Stella ia em direção à Casa Grande.

O local estava vazio, o que fez com que ela entrasse sem ao menos ser percebida. Caminhando dentro do local, viu Grover saindo de uma parte da enfermaria improvisada que tinha ali por emergências maiores. O sátiro abriu um sorriso vendo a amiga, abraçando-a logo em seguida. 

— Que bom que está aqui, acho que ele vai precisar de uma conversa com você — Grover disse logo após se afastarem — A mãe dele…

— Oh… — Stella sentiu o coração doer — Mas ele está bem? Quer dizer… tirando isso?

— Vai ficar. Descobriu há pouco tempo, seria bom você dar uma ajuda. Você é mais calorosa com algumas situações que muitos de nós.

Stella apenas assentiu e foi onde Grover tinha saído, com o sátiro indo atrás da filha de Apolo. A loira encontrou o menino dormindo, mas logo despertou olhando para ela e Grover com feições confusas.

— Está tudo bem, você está a salvo agora — ela respondeu baixo, não sabendo o quanto ele estava zonzo ou do quanto se lembrava — Qual seu nome?

— Percy.

— Certo, Percy. Me chamo Stella — ela se apresentou — E não foi tudo um sonho, aconteceu o que aconteceu.

Percy olhou para o chifre do monstro na mesinha, e Grover seguiu o olhar do amigo. Enquanto os dois conversavam, Stella reparava em Percy. 

Os cabelos loiros encaracolados, assim como os olhos azuis brilhantes como o sol batendo no mar faziam com que ela ficasse inquieta, desconfortável e resolveu focar em outra coisa até notar que ele estava levantando, colocando a calça.

— Onde vai? — perguntou Grover.

— Tive que vir até aqui porque meu pai é um deus. Então, vou encontrá-lo — e saiu, fechando a porta. 

— Mas isso não é tão… simples — Grover tentou alertar mas não conseguiu, e olhou para Stella — Acha que ele está bem? Você sentiu algo diferente?

— Ele está bem, só traumatizado pelo o que houve com a mãe e bom, isso é normal. 

Stella se levantou indo atrás do garoto, segurando-o pelo ombro e fazendo com que virasse para si. Percy estava pronto para retrucar o ato sem a menor paciência, mas parou quando viu Stella recebendo uma luz solar em seu rosto que destacaram seus olhos em um azul que ele nunca tinha visto, notando-a direito pela primeira vez.

E tudo o que ele pode dizer foi: — Wow!

Ela franziu o cenho com a reação de Percy, colocando a mão na testa dele para verificar se estava tudo bem. Quando constatou que sim, pensou que se tratava apenas da sua mente confusa.

— Onde você está indo?

— Preciso falar com meu pai, é por isso que estou aqui.

— Mas, não é tão simples assim. É melhor você falar com… — mas Percy a deixou para trás quando viu um homem sentado não muito longe. Stella ia retrucar, e foi só então que viu com quem ele ia falar que ela petrificou no lugar, não sabendo se deveria intervir ou somente observar por um tempo.

Ela resolveu a segunda opção.

— Com licença, sou Percy Jackson, e sou novo por aqui — o menino se apresentou para o homem que dormia, ou fingia que sim, usando óculos de sol.

— Peter Johnson chegou! — a voz do homem soou para quem quisesse ouvir.

— Na verdade, meu nome não é esse… Estou procurando a secretária ou sala da direção… — quando Percy disse isso, ela sabia que deveria ter escolhido a primeira. 

— Percy! — ela o chamou, entrando correndo na sala e sentindo o olhar do homem em si, lançando um sorriso de desculpas antes de encarar o Jackson — Percy, este é o Sr. D, o diretor do acampamento. 

Grover chegou logo em seguida, tentando deter uma possível confusão e deixar as coisas mais leves, disse:

— Senhor D, este é Percy Jackson.

— Escutei na primeira vez, Grover — disse o homem.

— Tem certeza? — Percy perguntou, meio irônico. Stella o puxou para que virasse para si, e Grover fechou a mini rodinha.

— Acho melhor não provocar esse cara — disse Grover.

— Ele quem começou — rebateu Percy.

— Percy, D é de Dionísio — explicou Stella — Este é Dionísio.

— Como assim? Tipo, o deus Dionísio? — a garota concordou com a pergunta — Não acredito.

Então, Percy voltou em direção ao deus e disse: — Com licença, Alteza. Acho que meu pai deve estar por aqui, não sei como encontrá-lo ou quem ele é, mas acho que devo achar ele, sinto que preciso disso agora. Você pode me ajudar?

Dionísio parecia mais interessado agora, colocando a sua Coca Diet na mesa e dizendo: — Na verdade, acho que posso… filho.

— Pai?

Stella estranhou, não tinha como Percy ser filho de Dionísio porque ele não tinha o perfil de um, talvez um de Ares ou… ela logo excluiu o pensamento porque aquilo significa problemas, e dos grandes.

— Sim, Peter.

— É Percy — o Jackson corrigiu no mesmo momento.

— Exatamente. Mas antes de nos conhecermos melhor, há algo muito importante que deve fazer para mim, ok? — Percy assentiu — Na cozinha, há uma garrafa de Château Haut-Brion de 1985, consegue pegá-la para mim?

Então Stella soube que o deus estava brincando com o garoto. Percy ficou indignado, e Grover tentava lembrar o Sr. D do castigo do qual não permitia beber álcool. Mas a condição de falar o que Percy desejava, parecia tê-lo convencido. 

— Quíron! — Stella agradeceu ao seu pai pelo centauro ter aparecido.

— Sr. Brunner? — Percy perguntou não apenas surpreso, mas confuso sobre a verdadeira natureza do diretor de atividades do acampamento. 

— Deve estar sendo difícil processar tudo isso — Quíron olhou o menino e em seguida, olhou para Stella — Ele está bem? Podemos dar alta para ele?

— Parece que sim, qualquer coisa ele pode passar na enfermaria — respondeu a loira e Percy franziu o cenho — Oh, sou filha de Apolo. Sabe… cura.

— Poderia ajudá-lo depois em algumas atividades do acampamento, senhorita Archer? — Quíron perguntou e ela assentiu — Grover, assumimos daqui.

— Não, está tudo bem — o Jackson disse irônico — Você é um cavalo, meu pai não fala comigo a menos que lhe traga uma bebida. Nada fora do normal e do esperado.

— Não, não, não — Quíron o interrompeu — Sr. D não é o seu pai.

— Poderia ser — respondeu o deus.

— Sim, mas não é — Quíron rebateu.

— Por que você é sempre um estraga prazeres? — Dionísio resmungou.

— Ele sabe que Zeus o proibiu de consumir álcool, mas os semideuses podem fazer alguns favores que os deuses pedem. O Sr. D estava se aproveitando da situação — Quíron explicou para Percy, que olhou o vendo o deus dar de ombros, voltando a beber sua latinha de refrigerante — Percy, venha comigo, vamos recomeçar. 

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Stella não conversou mais com Percy naquele dia, vendo somente no jantar quando ele estava com os outros filhos de Hermes na mesa designada para aquele chalé ao lado de Luke Castellan, o conselheiro chefe do chalé. Tudo parecia normal na visão da Archer, até mesmo os comentários de que o menino tinha derrotado o minotauro.

Ela queria falar com ele, realmente queria, mas achou melhor ele se adaptar primeiro em algumas coisas antes de chegar com muitas informações ou confundi-lo ainda mais. Isto é, até ouvir alguém chamando o seu nome no dia seguinte.

— Stella!

Logo que a garota se virou, observou Emma correndo em sua direção e aguardou a mais velha chegar até si, parecendo que tinha saído de uma capa de revista ou então de uma caixa de boneca. Os ares do acampamento e do chalé de Afrodite faziam muito bem para a garota.

— Então, você conheceu o tal campista? 

— Percy? Conheci sim, por que?

— Queria vê-lo, sabe onde ele pode estar?

— Deve estar ainda no chalé de Hermes, é onde todos ficam quando chegam mesmo — Stella a lembrou e Emma sorriu ainda mais — Por que esse sorriso? Está parecendo o Gato da Alice.

Enganchando o braço no da irmã mais nova, Emma começou a andar em direção ao chalé de Hermes com a menor ao seu lado, mesmo sem entender muito o que estava acontecendo.

— Não estou te entendendo.

— Tenho que avaliar se ele tem potencial para ser um filho de Afrodite, somente isso — respondeu Emma — Me descreve ele.

— Hã… cabelo loiro encaracolado, olhos azuis claros como o mar, um pouco mais alto que eu e incrivelmente rebelde, do modo sarcástico sabe? Enfrentou o Sr. D — respondeu se lembrando do momento na Casa Grande, escondendo o fato de que Percy lhe deixou inquieta porque eram detalhes adicionais que sua irmã não merecia saber — E Quíron estava conversando com ele na última vez que falei de fato com ele.

— Sim, ele estava, mas já saiu, não é mesmo? Então acho que ele deve estar livre agora e… olha! O chalé de Hermes — apontou para a cabana mais cheia do acampamento — Mas antes, deixe-me vê-la.

Stella franziu o cenho vendo Emma lhe arrumar, ajeitando o cabelo e até mesmo dobrando a barra do short dois dedos acima: — Ei, o que está fazendo?

— Apenas cuidando da sua imagem, agora vamos. 

As duas loiras foram em direção ao chalé de Hermes, e logo notaram que Percy estava acompanhado de Luke.

— Castellan! — Emma o chamou, fazendo o mais velho virar para a filha de Afrodite e abrisse um sorriso ladino — Por que sinto que está se escondendo de mim?

— Olá Emma, e eu não estava me escondendo de você, inclusive ia procurá-la mais tarde — Luke a abraçou e ela sorriu — Já conhece o Percy?

— Percy! — Emma disse sorrindo pro menino, que apenas acenou constrangido — Minha irmã falou de você, seja bem-vindo ao acampamento.

— Não falei não — Stella disfarçou, conhecendo as intenções da irmã — Percy, essa é minha irmã Emma. Filha de Afrodite.

— Depois a Stella conta a nossa história direito, mas é muito bom te conhecer e… você tem cara mesmo de que derrotou um minotauro — observou Emma e cruzou os braços analisando o menino — Na verdade, você tem cara de que arranjaria encrenca mas cuidaria de todos que ama. Amor é extremamente importante na trama de um herói, certo?

— Emma, não começa — alertou Stella e a mais velha levantou as mãos em rendição. Percy revezou o olhar de uma para a outra, parando em Emma que jogou o cabelo para trás, espalhando um leve aroma de rosas pelo ambiente.

— Desculpe Percy, tenho algumas sensibilidades para perceber sentimentos mais do que os outros e não consigo controlar — falou — O que achou da primeira noite?

O Jackson piscou algumas vezes, tentando se concentrar enquanto olhava para Stella e Emma lado a lado, até que respondeu: — Foi… boa, eu acho. 

— Ia apresentar algumas partes do acampamento para ele, querem vir com a gente? — ofereceu Luke. Emma sorriu animada e Stella apenas concordou, deixando os dois irem um pouco mais na frente como sempre deixava quando os dois estavam juntos.

Logo que começaram a andar, uma garota mais alta que Percy passou trombando em seu ombro de propósito, e foi somente ele protestar que ela se virou, jogando-o no chão. 

— Dá um tempo, Clarisse! — pediu Luke — É o primeiro dia dele aqui.

Stella ajudou Percy a levantar, recebendo um “obrigado” baixo do Jackson enquanto Clarisse o olhava de cima a baixo.

— Então foi você que matou o Minotauro, certo?

— Sim.

— Clarisse, hoje não — pediu Stella, sabendo no que aquilo iria dar. Talvez Percy devesse sentar com Emma para que a garota contasse como funcionavam algumas partes do acampamento que o fazia parecer uma escola mortal devido aos grupinhos.

— É, deixa ele quieto. Procure afiar sua linda lança que é melhor.

Clarisse olhou e ignorou as irmãs, e perguntou ao menino: — Você quer atenção por aqui, queridinho? Então esteja pronto quando chegar a hora.

A filha de Ares foi para cima do menino, o assustando e rindo quando conseguiu o efeito esperado. Assim que ela se afastou, Percy ironizou: — Ela parece ser legal.

— Filhos de Ares — respondeu Stella — São esquentadinhos, fazendo jus ao nome do pai. 

— Mas não mexeram com vocês — Percy olhou para os três.

— Porque ela sabe que Luke é o melhor espadachim, e que Stella é a melhor arqueira do acampamento — explicou Emma — E bom… Afrodite tem uns casos com Ares até hoje, então são um pouco mais amáveis conosco.

Percy apenas assentiu, lembrando das aulas de história sobre a deusa do amor com o deus da guerra.

— Stella, o que me diz de ensinar um pouco de arco e flecha para o Percy? Quem saiba isso o ajude a descobrir quem é o pai dele, de algum modo — propôs Luke.

A filha de Apolo olhou para Percy, buscando alguma objeção da parte do garoto, mas ele apenas olhou para ela, os azuis que lhe faziam lembrar do mar, esperando apenas o que ela diria.

— Pode ser, por mim tranquilo.

— Ótima ideia, Luke! — Emma abraçou o garoto de lado e então, deu um leve selinho nele — Adoro quando é inteligente.

— Aí não — resmungou Stella vendo que Emma iniciaria sua bolha do amor com o garoto — Percy, vamos agora, o que acha?

— Eerr…

— Vamos! — ela o puxou pela mão indo o mais distante possível dos outros dois, do qual ela notou começarem a se beijar no meio do acampamento. Percy também olhou a cena, mas parecia envergonhado — Foi mal, é que quando a Emma começa com a bolha de amor dela, espalhando aroma de rosas e fazendo os olhos ficarem irresistíveis, não vai parar tão cedo.

— Os dois são mais do que amigos? 

— Os dois namoram, ou algo nessa linha — corrigiu a Archer parando de puxar o Jackson quando viu que já estavam longe — E ela usa o charme para conquistar qualquer um, acredite, te fiz um favor ao tirá-lo dali.

— Certo, entendi. Então, podemos ir para esse campo de arco e flecha agora?

Stella olhou para o sol e notou que era próximo do meio dia, hora perfeita para treinar arco e flecha.

— Vamos, quero ver do que você é capaz.

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Notas da autora: Hey pessoal, como estão?

Trouxe esse capítulo hoje porque temos notícias novas: SEGUNDA TEMPORADA VAI SER FILMADA EM AGOSTO!!!!!! AAAAAAAAAAA AAAAAA MAL POSSO ESPERAR!

Ok, agora voltando a fanfic. O que acharam das interações dos personagens? Um pouquinho mais da Stella e da Emma, adoro a parceria dessas duas, principalmente por uma conhecer bem a outra.

Me digam o que estão achando, quero ler teorias e palpites.

Quem quiser acompanhar alguns edits no tiktok é só procurar por __nandas por lá.

Até o próximo! ☀️🌊