𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟒 • Fada da histeria
EPISÓDIO 2 - PARTE 1
[FADA DA HISTERIA]
VERONICA JÁ ESTAVA ACORDA HÁ HORAS, sem ter conseguido dormir direito. Tirando o fato de ter descobrido que Bloom atravessou um portal e um queimado a seguiu, tudo estava tranquilo.
Dowling, aparentemente, tinha conseguido dar conta da criatura. De qualquer maneira, Vero não estava preocupada. Ela poderia dar conta de um queimado se fosse necessários. Afinal, aquelas criaturas eram das profundezas de Averno, ela sabia exatamente o que fazer para detê-los.
— Ei, Vero, eu tenho uma pergunta para te fazer — avisou Terra, tantando trocar de roupas sem mostrar nenhuma parte do seu corpo.
Na noite anterior, Terra havia pedido desculpas a ela pelo o que fez com Riven. Mas Vero não se importava mais, na verdade. Ela estava com raiva dele.
— O que quer saber? — perguntou, indicando que continuasse.
— Você consegue detectar quando eu minto? — disse rápido demais. — Quero dizer, a Musa só consegue sentir emoções, mas e você?
— Manipulo emoções, mas só as negativas — respondeu. — Transformo alegriar em tristeza, paz em dor, calma em agressividade. Essas coisas.
— Isso não é nem um pouco reconfortante.
Vero tentou sorrir para acalmá-la, mas não conseguiu.
Encostada no batente da porta com uma xícara em mãos, Musa acompanhou o exato momento em que Stella entrou no quarto, carregando seus sapatos nas mãos.
— Essa roupa é tão parecida com a de ontem — comentou. — Mesmo estilista?
— Sabe o que eu acho dessa piada ou devo te falar? — retrucou, assistindo quando Vero se aproximou do sofá que ficava perto delas, mas antes de conseguir se sentar, Stella caminhou até ela. — Veronica, certo? Ouvi falar sobre você.
— Só Vero, é melhor — pediu. — Stella, não é?
— Exato — assentiu. — Quer um conselho? Riven está te procurando lá fora, é melhor descer pelos fundos e passar despercebida até o Círculo de Pedras.
— Obrigada — agradeceu Vero, aliviada pela ajuda.
Stella sorriu, decidindo que gostara da princesa.
— Cadê a Bloom? — perguntou para Musa. — Quero meu anel de volta.
— Ela teve uma noite ruim graças a você — respondeu Musa. — Eu nem achava que essas coisas eram reais, mas a gente viu. Foi sinistro. Parecia que queria matar ela.
— E o meu anel? — ignorou.
—Aquela coisa — gaguejou Bloom, se aproximando — queimada pegou ele.
— O quê? — exclamou. — A minha mãe é a rainha, e o anel que perdei é uma das joias da Coroa de Solaria. Pode não ser nada para quem é do Primeiro Mundo, mas pergunte para as suas coleguinhas o estrago que fez.
— Tão grande quando ter dado para ela, para começar — interviu Aisha ao favor de Bloom. — Dowling prendeu a criatura, você saberia se estivesse aqui quando ela nos deu uma bronca.
— E se soubessem que havia um queimado no Primeiro Mundo temporariamente — fez suspense Musa. — Seria um desastre.
— Eu não disse a ela que perdi o anel, e sei que se a gente contar — murmurou Bloom.
— A gente não vai contar — exclamou Stella. — Vou resolver isso depois da aula, mas por enquanto ninguém conta nada. E alguém pode garantir que a Terra entenda isso? — pediu, a mão na maçaneta da porta do quarto. — Ela não sabe ficar de bico calado.
Foi só abrir a porta para se depararem com Terra tentando se trocar no quarto de Stella. Vero achava aquilo ridículo, pensando em como as mulheres deveria ter mais amor próprio pelo corpo fosse lá como ele era.
Pelo menos, ela gostaria de ser capaz disso.
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OS VENTO FAZIA AS FOLHAS DA ÁRVORES BALANÇAREM. Em outras palavras, era mágico. Subindo a encosta de Alfea, a turma de Vero estava reunida no Círculo de pedras para a primeira aula.
Vero estava alucinada com o que via, imaginando por que levara tanto tempo para vir para aquele lugar. Se ela pudesse mudar algo no passado, era isso.
— A magia vive na essência da natureza — disse Dowling, rodeando o vaso mágico no meio das pedras. — E aqui, no Círculo de Pedra, ela é amplificada. O Vaso esta sua habilidade de canalizar essa magia. Mais para frente, aprenderão a se conectar com outros elementos, mas seu primeiro ano é só o elemento com o qual nasceram.
Vero observou Terra ir até o Vaso e se concentrar, fazendo com que plantas nascessem dali.
— Sol, rocha, areia e todas as formas de vida vegetal.
Aisha manipulada a água, criando formar com as gotas que conseguia extrair das plantas ao seu redor. Musa conseguia criar um cerca onda eletromagnética de emoções, extremamente clara para se enxergar. Outra garota poderia criar raios.
E na vez de Vero, quando Dowling mandou que se aproximasse, ela caminhou em passos firmes até o vaso. Vero estendeu as mãos, a mais densa e escura névoa se formando ali no meio, derramando do Vaso para a chão e cobrindo poucas parte do Círculo de Pedras.
— São elementos, alguns mais influentes que os outros — disse Dowling. — Pensamentos, emoções negativas, dor e sofrimento, são elementos carnais. Fadas da histeria, por mais raras de encontrar que sejam, conseguem, com facilidade, drenar poderes de outras fadas, colocando uma espécie de escudo mental que as impede de chegar a fonte de seu poder.
Vero odiava os sussurros que ouvia quando as pessoas percebia que ela era uma fada da histeria. Eles tinham medo dela, e nada que fizesse poderia mudar isso. Por conta desse motivo, ela preferia se manter afastada das pessoas. Talvez seja por isso que seu pai nunca a mandou para uma escola como Alfea antes.
Na vez de Bloom, ela estava tendo mais dificuldade ainda. Descobrindo que era uma fada há apenas três meses, ela ainda não tinha o foco e a força para invocar sua magia. Pequenas chamas saíram do Vaso, mas que logo morreram.
Ela tinha uma grande barreira mental que a impedia de usar todo o seu poder. Mesmo com a ajuda de suas amigas a incentivando e Dowling lhe aconselhando, Bloom não conseguiu, ficando histeria.
Talvez tenha sido a presença de Vero que a fez ficar dessa maneira, ela não sabia dizer. Mas foi no final da aula que Dowling a pediu para esperar, que gostaria de falar com ela.
— Veronica, o que achando de Alfea até agora para o seu primeiro dia? — perguntou, docemente.
— É tudo muito agradável — respondeu, educada. — Bem diferente do que eu imaginava.
— Compreendo que sempre tenha estudado em casa, é bem diferente quando sua vida muda de uma hora para outra — concordou. — entretanto, parece ter um alto controle dos seus poderes.
— Meu pai me fazia ter aulas com tutores e conselheiros, aprendi a conter a magia com os anos — disse Vero. — Mas é difícil. A cada vez que eu os uso, sinto o medo das pessoas e acabo perdendo um pouco do controle.
— Para a primeira aula que teve, é normal se deixar levar. As pessoas mais abertas mentalmente tendem a se deixar envolver pela sua magia, mas não é nada que não posso aprender a como conter para si tudo, até colocar escudos em pessoas — informou Dowling.
Veronica apenas sorriu, ainda sem entender o que a diretora queria.
— Imagino que suas amigas tenham te contado sobre o queimado que encontraram na noite anterior.
— Sim, é claro — afirmou Vero.
— Fazem 16 anos que um deles não é avistado — continuou. — E foi bem agora com a chegada da Bloom e sua que eles apareceram. E, bom, os queimados vêm de Averno...
— Sei que Bloom é uma trocada — revelou Vero, surpreendendo Dowling. — Pais humanos e filha fada não faz muito sentido para mim. E acho que foi a intuição também, afinal eu sou como ela.
Dowling assentiu, inconformada em como Veronica conseguia ser tão aberta a esse tipo de informação. Ela sabia de Veronica ser uma trocada, mas não esperava que ela levasse aquilo tão bem. Dowling sabia tanto sobre o passado de Veronica e Bloom...
— Precisa me contar se os queimados estão sendo mandados para cá ou se fugiram — pediu Dowling.
— Não faço ideia, diretora — respondeu. — Essas criaturas ficam nas profundezas de Averno, faz anos que não desço lá e, até onde eu sei, os guardas do meu pai rodeiam aquela prisão o tempo todo. Não sei se fugiram, mas posso tentar descobrir, se assim desejar.
— Faça isso — pediu, agradecida. — Antes que vá, mais uma coisa, Veronica: cuidado em quem confia. Fadas da histeria não são vistas há séculos.
Veronica assentiu, absorvendo as palavras de Dowling. Mas aquilo ela sabia muito bem: que sempre deveria ter cuidado. Ela não era uma princesa que precisava do seu cavaleiro de armadura brilhante para salvá-la.
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03.02.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
Tenho três assuntos para tratar.
Primeiro: eu leio todos os comentários que vocês deixam aqui, mas eu amo tanto os envolvendo o Vitão e a Lisa! Eu não consigo parar de rir com eles, além dos com o #SkyTalarico.
Segundo: desculpe se isso soar arrogante, mas qual a dificulta da pessoa ler a última coisa que eu escrevo num capítulo para saber o dia da atualização? Eu respondo os comentários, claro, mas, por favor, leiam o que eu escrevi ou prestem atenção a última coisa escrita no capítulo. Surpreendentemente, a pergunta que eu mais recebi é sobre quando saiu atualização de Fate.
Terceiro: estamos em 1.8K de visualizações. Assim que chegarmos a 2K eu libero outro capítulo mesmo não sendo quarta. Minhas aulas voltaram essa semana, estou colocando as matérias em dia mas já estou trabalhando num planejamento para voltar a escrever mais.
Fora isso e o meu cansaço e desgaste emocional que estou vindo a ter nos últimos dias, obrigada por todos os votos e comentários.
#SkyTalarico vem com tudo!
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VOTEM e COMENTEM
[atualizações às quartas]
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