𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟑 • Beatrix
EPISÓDIO 1 — PARTE 3
[BEATRIX]
O SOL QUEIMAVA AS COSTAS DE RIVEN E SKY conforme se enfrentavam no ringue elevado dos especialistas. Enquanto alguns corriam entorno do lago, outros se enfrentavam e acabam realmente caindo na água ao se desequilibrar.
Ao longe, Silva conversava com os calouros que acabaram de chegar para o primeiro treinamento do ano letivo.
Riven golpeou Sky com os dois bastões de madeira de treinamento, Sky falhando ao se defender com apenas um deles.
— Ela tem alguma coisa de diferente — disse Sky, tomando fôlego.
— O quê? — debochou Riven. — Ficou impressionado depois desse papinho?
Sky atacou com agilidade, Riven se defendendo do golpe rapidamente e dando sequencia a mais outros. Ele usou a distração de Sky para golpeá-lo no peito com um chute que quase o desequilibrou.
— Qual é a tua atração pelas loucas? — insistiu.
— Como sabe que ela é louca? — perguntou Sky, rodeando Riven. — Nem conhece ela.
— Ela é ruiva. É tudo doida — deu de ombros. — Mas transa que é uma beleza.
— Tá falando por experiência? — indagou Sky, zombando. — Não sabia que sua mão era ruiva.
Riven o atacou em um baque, golpeando Sky certeiro.
— Vero é ruiva — explicou. — Ela pintou o cabelo de preto nas férias.
— Ah, e depois quer falar de namoradas loucas quando a sua é a princesa de Averno — provocou. — Como foi que acabou com ela, afinal?
— Foi meu charme.
Tentando pegá-lo se surpresa, Sky saltou no ar e golpeou Riven para desestabilizá-lo. Logo, atacando-o com a bastão e fazendo com que seu adversário o soltasse sem querer.
Sky pegou Riven pelo braço, o torcendo em um golpe calculado que o fez cair de costas no chão, decretando sua vitória.
— Ficou lentinho no verão, hein — riu Sky. — O que fez o tempo todo?
— Fique chapado — respondeu, respirando pesado. — E também passei a maior parte do meu tempo com a Vero.
— Na cama?
— Onde mais você acha que foi?
Sky estendeu a mão que Riven aceitou para levantá-lo do chão.
— Se estiver pensando em dar sermão de irmão mais velho, eu não quero ouvir — declarou.
— Ah, não chora não — debochou Sky.
— Podia aproveitar melhor o seu tempo e distrair a sua agressiva figura paterna para eu não ser expulso.
Sky não teve tempo de retrucar Riven quando este saiu a caminho da floresta para cruzar a barreira onde poderia fumar sem ser perturbado.
Entretanto, se Riven pudesse mudar alguma coisa naquele dia, seria nunca ter entrado naquela floresta sozinho e ter encontrado o corpo morto por um queimado.
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ENQUANTO A MÚSICA ALEGRA PREENCHIA O AMBIENTE do salão da escola e a lua crescia lá fora, as fadas e especialistas riam e conversavam entre si, colocando em dia o que perderam nas férias.
Enquanto isso, Vero, Aisha, Musa e Terra estavam ao redor de uma mesa com guloseimas que Aisha não parava de atacar. Vero revirou a bebida no copo transparente, sentindo falta de algo nela ao mesmo tempo em que ouvia sobre o mais novo assunto do momento.
— Talvez ele fosse só velho — sugeriu Terra. — As pessoas envelhecem e morrem. Todo mundo morre.
— A decapitação da velhice chega quando menos se espera — concordou Musa.
— Rolou com a minha avó, bem no meio do bingo — riu Aisha. — Foi top, top, top para debaixo da mesa.
Musa acompanhou quando Aisha encheu novamente um guardanapo com mais salgadinhos.
— Não estou julgando, mas...
— Eu como que nem um porco — afirmou Aisha para Musa. — Se eu não nadasse, ia ser enorme.
Vero revirou os olhos com a indelicadeza daquelas palavras, sabendo que tinham ferido Terra com o seu uso inadequado. Veronica era conhecida por ser maldosa e cruel, mas isso só quando era necessário. E quando gostava realmente de alguém, ela era uma boa pessoa.
— Eu dançava, te entendo — disse Musa, logo olhando para Vero. — E você? Pratica algum esporte?
— Snowboard conta? — respondeu. — Eu e meu namorado vamos para as montanhas nas férias.
— Você fala tanto do seu namorado que eu fico até pensando se já não o conheço — disse Terra, encarando Vero com intensidade de querendo saber mais.
— Até onde eu sei, ele estava treinando — revelou Vero. — Quando ele aparecer eu te apresento a ele.
— Ele estuda aqui, então? — perguntou Aisha. — É um especialista?
— Sim — assentiu Vero, fazendo uma careta ao bebericar o ponche. — Eu vou atrás dele e da garrafa de álcool que trouxe escondido — avisou, elas a encarando com estranheza. — O que as férias não fazem conosco, certo?
Vero não perdeu tempo em sair pelo salão para ir atrás de Riven. Enquanto ela desaparecia pelas pessoas, Aisha também se retirou para nadar pela segunda vez ao dia.
Musa estava novamente em seu próprio mundo com os fones de ouvido para ignorar as pessoas ao seu redor. E, mais uma vez, Terra se viu sozinha e solitária.
Escondido atrás de um dos largos pilares de pedra, depois de trocar a armadura de treinamento por roupas casuais, Riven se escondia de qualquer supervisor de Alfea que poderia discutir com ele devido ao consumo de álcool dentro da escola.
Mas ele notou o garoto que, do pilar ao lado, o encarava abrir o pequeno cantil e beber do que tinha lá dentro. Riven não perdeu tempo em se aproximar do garoto, o sorriso maroto em seus lábios.
— Está a fim? — sussurrou, se referindo a bebida.
— Não, eu só... — gaguejou.
— Tem dois tipos de calouros: os covardes e os covardes que não são mais otários.
Com esse comentário, o garoto não resistiu e esticou o copo para Riven que despejou parte do conteúdo ali, sabendo que, em breve, Vero estaria atrás dele por conta da bebida.
— Fica parecendo menos uma escola binária e mais um espectro — disse ele, virando um pequeno gole da bebida batizada, tossindo no final com a sensação de queimação que desceu pela garganta. — Saúde.
— Não, não, não — negou Riven. — Brinda ao terminar.
Riven forçou o garoto a virar o copo, observando seus feições desesperadas ao perceber que ele não estava aguentando o álcool e apenas continuava para provar que era descolado.
— Intimidando os calouros? — exclamou Terra indignada com ele ao se aproximar. — Que coisa mais ridícula!
— Não dá para intimidar quem é receptivo, não é? — retrucou Riven, soltando o garoto.
— Não sei nem o que dizer — comentou o outro, fingindo estar bem.
— Ignora ele — mandou Terra ao calouro. — Ele se acha o fodão, mas devia ter visto no outro ano. É só um nerd disfarçado.
— Ah, e ela é só três pessoas disfarçadas — zombou Riven, maldoso.
— Qual é, cara — exclamou o garoto.
— Não, pode deixar — avisou Terra, irritada. — As pessoas sempre acham que podem tratar as gordas feito merda porque nós somos doces e inofensivas, e que devíamos ficar felizes pela sua atenção.
Vendo o olhar possesso de Terra, uma pequena multidão de alunos já começava a se criar em volta deles.
— Mas às vezes a gente teve um dia muito, muito ruim e um babaca fala a coisa errada na hora errada, e de repente a gente não está feliz pela sua atenção, e a gente não é doce, nem um pouco inofensiva.
Usando seus poderes, as trapadeiras no pilar rodearam o pescoço de Riven, apertando tanto que estava quase o enforcando. Riven tentava afroxar o aperto, mas de nada era capaz sem uma arma.
Terra continuou a perguntar o que ele tinha, implicando se não conseguia respirar e se ele estava tentando se desculpar.
Até que acabou. Mas não foi Terra quem soltou as trepadeiras.
Caminhando em passos pesados pelo corredor, o som do salto da bota de Veronica reverberou. Uma mão estava estendida enquanto se aproximava. Ela enevoou as trepadeiras, deixando a escuridão que dominava preencher a planta por nada além de sofrimento, tanto que a fez romper de tão seca e morta que ficou.
— Podia ter me matado, porra — xingou Riven a Terra, raivoso.
— Senti saudades também — retrucou ela, falsamente.
— Que merda você fez? Terra? — berrou Vero, Riven passando um braço pelos ombros da fada.
— Como assim que merda eu fiz? — perguntou ela de volta. — Por que está abraçada a esse babaca?
— Ele é meu namorado — exclamou Veronica, assustada com o que ela fizera.
— E você é amiga dessa daí? — perguntou Riven a namorada. — Sério, Veronica?
Suspirando irritada com o namorado e com a nova amiga, Vero puxou Riven pelo braço em direção a escada em espiral no final do corredor onde ninguém estava. Para um primeiro dia, já estava sendo bem conturbado.
— Qual é o seu problema Riven? — indagou ela.
— Qual a tua, hein, Veronica? — exclamou irritado contra ela. — Mal chegou e já se acha toda, é?
— Do que está falando?
— Escuta, eu estou cansado, tá? — proferiu. — Amanhã conversamos melhor.
Riven começou a se afastar. Sua própria raiva afastando a pessoa que ele mais gostava sem motivo algum.
— Riven! — exclamou Veronica.
— Me deixa em paz!
Por mais que ela o amasse, não estava acostumada aos momentos de raiva e frustração dele, nunca sabendo como reagir. Principalmente, nunca esperando que o ódio dele se voltasse contra ela sem razão.
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HORAS MAIS TARDE, quando todos já estavam dormindo, Riven se corroía pelas palavras que proferiu contra Veronica. A emoção do momento o levou ao descontrole.
Como agora, onde, encostado em um pilar escuro perto da biblioteca, ele bebia o que restara do cantil de álcool enquanto fumava.
— Vai varar a noite estudando? — perguntou meio embriagado a garota ruiva que passava por ele carregando vários livros.
— Vou — afirmou. — Com uma ajudinha de uma estimulante — falou, sedutora. — Mas uma hora vou precisar dormir.
Riven, tomado pelo álcool, levou o cigarro a boca e puxou a fumaça tóxica, logo se aproximando a ruiva que abriu a boca para receber a fumaça com todo prazer.
Estavam a milímetros de se beijar, percebeu ele. Felizmente, antes que ele cometesse o maior erro de sua vida, ela se afastou dele.
— Você é caloura?
— Sou várias coisas — respondeu ela. — Estava mesmo prestes a trair sua namorada?
— Não te interessa — disse ele, irritado com a ousadia dela.
— Vou tomar isso como um "sim".
E naquela noite, ele não conseguiu dormir.
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31.01.21
𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:
✨Obrigada pelo 1K de view✨
Acho que Fate foi a fanfic que cresceu mais rápido comigo, afinal atingimos mil visualizações em menos de uma semana.
Como prometido, aqui está o capítulo que eu disse que soltaria quando atingíssemos esse número. Mas não se preocupem, quarta-feira tem mais uma atualização.
E para aqueles que gostam de ficção, romance e aventura, eu acabei de publicar uma nova história chamada "Eu Sou Aquele Que Você Não Pode Ver" que é basicamente sobre um hacker (Tom Holland) que está apaixonado pela garota que ele espiona a anos, mas em uma dessas espionagens, algo dá errado e ele se mete na maior enrascada de sua vida. Se puderem dar uma olhadinha, eu ficaria grata.
E já aproveitando a oportunidade, eu sei que muitos não leem essas notas finais que eu escrevo, mas por favor, pelo menos deem uma olhada rápida nela para evitarmos perguntas repetitivas cuja resposta está no que eu escrevi. Fora isso, muito obrigada por todos os votos e comentários que eu me divirto tanto lendo. Agora, até quarta.
#SkyTalarico
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VOTEM e COMENTEM
[atualizações às quartas]
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