Chapter Twelve

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Jungkook saiu do quarto dizendo que deixaria Tae entrar, então agora vamos ver o encontro de Jimin e Taehyung depois de todo esse tempo separado, ja que o encontro no salão foi rápido.
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Taehyung desceu meia hora depois que Jungkook saiu, seu cabelo uma bagunça e suas roupas cobertas de areia.

— O que aconteceu com você? — Jimin perguntou quando Tae passou correndo pelo guarda e se sentou na cama, mas Taehyung apenas suspirou profundamente e se deitou ao lado dele, jogando um braço sobre o peito de Jimin para puxá-lo para baixo com ele.

— Eu senti tanto a sua falta, Jimin-ah. — Ele murmurou, e Jimin não conseguiu ficar bravo com o fato dele estar cobrindo sua cama com terra.

— Também senti sua falta. — Jimin sussurrou e sentiu seus olhos lacrimejarem. Ele se virou para poder enterrar o rosto no peito de Tae e suspirou tão profundamente quanto Tae. — Você tem um cheiro diferente. — Jimin disse depois de alguns segundos.

— Ruim? — Tae perguntou se desculpando e tentou colocar alguma distância entre eles, mas Jimin não deixou.

— Não exatamente! Quero dizer, você cheira a suor e sujeira, então tem isso, mas também tem outra coisa. Acho que é porque o ar lá fora é diferente. Mais fresco.

— É realmente. — Tae concordou. — Eu esperava tanto que você viesse. Seokjin tentou me assegurar de que você encontraria o caminho, mas então ouvimos sobre as atualizações na segurança... Eu fiquei tão preocupado que eles descobrisse sobre você.

— Ah, o famoso Seokjin. — Jimin sorriu. — Eu posso finalmente conhecê-lo, agora. Adequadamente, quero dizer.

— Sim! Ele é tão incrível, Jimin. Eu sei que nosso amor é a razão de tudo ter dado errado... Eu sei que coloquei a mim, a ele e a tantas outras pessoas em risco, mas não pude evitar, Jimin-ah. Ele só... não sei. Eu não tive escolha. Eu tive que me apaixonar por ele. — Os olhos de Tae estavam implorando para Jimin entender, e ele assentiu, ainda sorrindo.

— Eu tenho grandes expectativas para ele, agora. Se você se apaixonou por ele, ele deve ser um grande ser humano. E ele é muito bonito, pelo que me lembro.

— Sim, ele é! — Tae guinchou e Jimin riu baixinho. Foi um alívio ver Taehyung não apenas seguro e saudável, mas também muito feliz. — Mas ele também é tão generoso e engraçado e sábio e inteligente e ele me acha adorável, Jimin, ele gosta de mim por quem eu sou, não importa o quão estranho eu seja.

— Você não é estranho. — Jimin respondeu, ofendido pelo seu amigo.

— Em Golden Hills, a maioria das pessoas pensava que eu era. — Tae discordou. — Você era meu único amigo verdadeiro.

— Você tem amigos aqui?

— Alguns. A maioria deles é muito legal, eu juro. Eles não são tão ruins quanto sempre nos disseram. Verdade seja dita, eles são apenas pessoas. Alguns são legais, outros não, alguns são inteligentes, alguns estúpidos... mas todos estão aqui por um motivo. Todos eles querem se libertar das correntes invisíveis em que os colocamos.

— Muito poético. — Jimin murmurou. — Espero encontrar um lugar aqui também, apesar de, você sabe, — Ele gesticulou para si mesmo. — a merda de príncipe.

— Eu penso que sim. Você é muito fácil de gostar. Tenho certeza que Jungkook vai deixar você ficar. — Tae deu a ele um sorriso confiante e Jimin não pôde deixar de rir. Ele se sentia infinitamente melhor do que apenas alguns minutos atrás. Mas então ele se lembrou de Namjoon novamente e sua risada cessou tão rápido quanto começou. — O que é isso? — Taehyung perguntou e se aproximou um pouco mais, preocupação em seu rosto e em sua voz. — O que aconteceu desde que saímos?

— É o Namjoon. — Jimin disse com voz rouca, sua mente voltando para as masmorras. — Eu tive que deixá-lo para trás. Eu não pude ajudá-lo, Tae, ele me disse para ir. Eu não queria, eu queria lutar, eu queria ajudá-lo, eles vão matá-lo agora, eles disseram que iriam matá-lo, a culpa é minha...

— Pare! — Tae colocou a mão na boca de Jimin para abafar a voz. — Não faça isso, Jimin. O que quer que tenha acontecido, não é sua culpa. Você fez o que podia. Eu sei que você não iria fugir se tivesse escolha. Acalme-se, vamos... inspire, expire... sim, isso é bom. — Ele ergueu a mão para enxugar as lágrimas do rosto. Jimin nem percebeu que havia começado a chorar.

— Obrigado. — Ele murmurou e fungou.

— Está tudo bem. Agora, devagar, me conte o que aconteceu.

Então Jimin contou tudo a ele, bem, tudo o que pôde com o guarda, Hao, ainda na sala. Ele deixou de fora a parte de como roubou a coroa, apenas lançando um olhar para Hao quando falou sobre a fuga. Tae assentiu, entendendo que não poderia falar com ele presente, e Jimin continuou.

Levou muito tempo para lhe contar tudo. Quando ele terminou, sua voz estava baixa e rouca. Ele já havia falado bastante com Jungkook antes e sua voz estava protestando agora.

— Que horas são, a propósito? — Ele perguntou no final e Tae deu de ombros e se virou.

— Ei, Hao, você sabe que horas são?

— Não faço ideia, provavelmente por volta das duas ou três da tarde. — O homem estava encostado na porta, relaxado e com um olhar travesso. Estava sempre lá, Jimin já havia notado, fazendo-o parecer jovem e meio encrenqueiro. Ele foi muito legal com Jimin até agora, se afastando um pouco enquanto Jimin usava o banheiro e até brincando um pouco com ele antes de Tae chegar. E enquanto falava com Taehyung, Hao não olhou para eles em uma pequena tentativa de dar-lhes privacidade. Jimin gostou. — Tudo o que sei é que meu turno vai terminar em breve. Sem ofensa, Douradinho*, mas tenho coisas melhores para fazer do que observar você ser bonito.
(Goldie= Vem de ouro, dourado. Significa Douradinho. Jimin é loiro por isso chamam assim. Lembra do barco que chamaram ele de garoto de ouro?)

Taehyung riu do apelido.

— Douradinho! — Tae repetiu e arrulhou para Jimin quando esse corou. — Que nome fofo. Por favor, continue assim, Hao. Adoro quando ele fica nervoso. Geralmente é ele quem confunde as pessoas.

— Pare! — Jimin sibilou e bateu em seu ombro.

— Eu vou me lembrar disso. — Hao sorriu e piscou para Jimin quando esse olhou para ele envergonhado.

— Taehyung, você é impossível. — Jimin disse e deixou seu cabelo cair em seu rosto para esconder seu rubor. Ele provavelmente deveria cortar o cabelo. — Por acaso você sabe se eu poderia conseguir um pouco de comida? — Ele perguntou, só agora percebendo o quão insanamente faminto estava.

— Acho que Hoseok trará algo em breve. Ele queria checar você de novo, mas me deixou vir primeiro. — Taehyung respondeu no lugar de Hao. — Espero que eles deixem você sair logo. Eu quero mostrar a você e Seokjin também disse que quer conhecê-lo.

— Eu também espero. — Jimin respondeu. — Só espero que não me deixem sair só para me mandarem embora. — Ele riu nervosamente.

Tanto Hao quanto Taehyung abriram a boca para dizer algo, mas uma batida na porta interrompeu o que eles estavam prestes a dizer.

— Sou eu! — Eles ouviram a voz de Hoseok. — Alguém de vocês pode abrir a porta? Minhas mãos estão cheias.

Hao rapidamente abriu a porta e deixou o médico entrar, mais uma vez uma bandeja nas mãos e um sorriso no rosto.

— Como você está, Jimin?

— Melhor. — Ele respondeu e sorriu de volta. — Mas com muita fome. E precisa urgentemente de um banho. É sério.

— Tenho certeza de que podemos providenciar isso. — Hoseok disse e colocou a bandeja na mesa. — Coma enquanto eu cuido de você.

Ele limpou as feridas de Jimin novamente e enfaixou seu braço enquanto Jimin enchia a boca de pão e de queijo.

— As feridas não ficarão limpas sem um curativo. — Ele explicou. — Mas não se preocupe, você não terá que usá-los por muito tempo. Dois dias, provavelmente.

— Por acaso você sabe alguma coisa sobre quando eu posso sair desta sala? — Jimin perguntou entre as mordidas.

— Hmm... Duvido que Jungkook vá deixar você ficar aqui por muito tempo. Pessoalmente, não acho que você seja suspeito. Nós meio que esperávamos que você aparecesse em algum momento. Bem, Taehyung aqui fez e contou a todos sobre isso. Jungkook não.

Jimin assentiu, com a boca cheia de comida. Ele realmente não podia culpar Jungkook por não acreditar nele, mas estava feliz que Taehyung tenha acreditado.

— Sobre aquele banho... — Ele disse depois que terminou de comer. Ele não queria que Hoseok ou Hao pensassem que ele era mimado, mas ele não tomava banho há dias e provavelmente cheirava e se parecia com as latas de lixo onde ele havia se escondido atrás em Renity.

— Costumamos tomar banho no rio. — Hoseok explicou. — Quando está escuro e não há navios por perto. É a maneira mais fácil de limpar muitas pessoas sem desperdiçar quantidades insanas de água do poço. Mas, como você provavelmente não vai sair do Nexus por enquanto, talvez possamos trazer alguns baldes com água? Hao, o que você acha?

Hao encolheu os ombros.

— Certo. Taehyung, é melhor você ajudar. Talvez você possa ficar limpo também, enquanto fazemos isso. Você precisa disso.

— Sim, Tae, por que você está cheio de areia? — Jimin perguntou e bagunçou o cabelo de seu amigo.

— Eu estava no treino antes de vir para cá. — Tae explicou, claramente não muito entusiasmado com isso. — Esportes de combate. Você vai amar.

— Ah, você conhece esportes de combate? — Hao ergueu as sobrancelhas em surpresa e Jimin assentiu.

— Tivemos que aprender depois que a rebelião começou, mas a maioria das pessoas não levou a sério.

— Ele é muito bom! — Tae pulou e sorriu com orgulho. — Ele pode parecer que não machucaria uma mosca, mas você só precisa mencionar sua altura uma vez e ele se transforma em um pequeno zangado... ai!

Jimin começou a bater nele com seu travesseiro.

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Jimin passou o resto do dia no porão, se limpando, comendo um pouco mais, vestindo roupas limpas que ele trouxe de Golden Hills e conversando com Taehyung, que lhe contou tudo sobre o que havia acontecido depois que ele, Jungkook e Seokjin deixaram o castelo.

— Foi incrível, Jimin. Mesmo que Jungkook parecesse o mais machucado, ainda era ele quem nos mantinha seguros e nos dizia o que fazer. — Tae descreveu Jungkook com olhos brilhantes. — Eu entendo porque ele tem essa posição aqui. Ele é realmente intimidador, você não acha? E extremamente perigoso, mesmo com todos os seus ferimentos. Sempre lúcido e inteligente. E, claro, forte, ele puxou Seokjin para fora do buraco sozinho, e ele nem estava com toda a sua força! E ele é muito bonito, não é? Os cartazes de procurado realmente não fazem justiça a ele.

— Ok, acalme-se. — Jimin o silenciou para parar os elogios e lançou um olhar para o novo guarda, uma mulher de cabelos pretos e pele morena que não havia se apresentado. Ela apenas ficou lá ameaçadoramente, mal se movendo, sempre olhando. Isso o deixou desconfortável.

— Oh, por favor. Eu sei que você também pensa isso, Jimin-ah. Ele é o seu tipo. — Taehyung riu e Jimin esperava que a mulher não o tivesse ouvido.

— Eu não tenho um tipo, Taehyung-ah. — Ele murmurou e o amigo revirou os olhos em resposta.

— Mas ele é bonito, admita.

— E daí? Isso é completamente irrelevante. — Jimin discutiu e ignorou a forma como seu rosto começou a queimar.

— Claro que é. — Taehyung mexeu as sobrancelhas e Jimin bufou.

— Prefiro que você me conte como saiu de Golden Hills.

— Oh, com um navio, como você. — Tae disse levemente. — Eles têm muita gente de fora ajudando, sabe. Muitos comerciantes e pescadores e quais não. Eles cooperam com eles para entrar e sair da cidade.

A mulher perto da porta de Jimin fez um som de desaprovação e Taehyung parou de falar e se virou.

— Ele não é um espião. — Ele disse a ela com raiva, mas ela apenas olhou de volta com a mesma severidade até que Tae se virou para Jimin novamente. — Saina é uma vadia. — Ele disse, alto o suficiente para Saina ouvi-lo e Jimin lançou outro olhar para ela, preocupado com a reação dela, mas ela apenas revirou os olhos.

— Não fique atrevido. — Sua voz era rouca e profunda e muito bonita, com um leve sotaque. Jimin curiosamente se perguntou de onde ela era, mas não ousou perguntar em voz alta.

— Então não seja uma vadia. De qualquer forma, como eu estava dizendo, viajamos com alguns comerciantes apenas duas horas depois de deixarmos Golden Hills. Foi muito rápido. Jungkook tem muito mais influência na cidade do que pensávamos.

— Eu imaginei isso. — Jimin disse. — Eu me pergunto quantos nobres os ajudam.

— Eles não me contam esse tipo de coisa. — Tae respondeu com um suspiro desapontado. — Quero dizer, eu entendo, eles têm que manter suas identidades seguras. Acho que apenas Jungkook e Yoongi conhecem todos eles. Mas acho que é mais do que pensamos.

— Eu também. — Jimin concordou e até Saina fez um barulho que parecia que ela aprovava.

Taehyung teve que sair logo depois para ajudar na limpeza da cozinha, mas prometeu voltar assim que pudesse.

— Todos nós temos que trabalhar aqui, então não sei quando terei tempo novamente. Mas vou tentar voltar rápido!

— Está tudo bem. Não deixe seus deveres para trás por minha causa. — Jimin sorriu quando Tae saiu, mas assim que a porta se fechou atrás dele e Saina seu sorriso desapareceu.

Agora que Taehyung não estava mais alí para distraí-lo, Jimin sem dúvida pensou em Namjoon novamente.

Ele ainda estava vivo ou eles o mataram imediatamente? Eles o torturaram? Namjoon não estava com a coroa, talvez pudesse convencê-los de que não ajudou ele a roubá-la...

Em algum momento, Jimin adormeceu novamente.

Ele acordou desorientado, sem saber que horas eram ou quanto tempo havia dormido.

Ele bebeu o resto da água e bateu na porta para perguntar a Saina que horas eram, mas para sua surpresa não foi Saina quem abriu.

— Olá. — Min Yoongi falou com um bocejo. — Você já acordou? São apenas seis horas da manhã.

— Adormeci cedo. — Jimin respondeu, olhando para o homem. — Por que...?

— Oh, eu não vou ser seu guarda. Eu apenas me ofereci para fazer isso até você acordar porque queria falar com você. — Ele explicou depois de ver a expressão confusa de Jimin e apontou para a mesa. — Vamos sentar. Eu prometo que não vou morder.

Jimin assentiu, ainda muito confuso, e sentou-se em sua cama novamente enquanto Yoongi ocupava a única cadeira.

— Te conheço de algum lugar. — Yoongi não fez rodeios. — Eu não sei como, ou onde, mas seu rosto... é familiar. Realmente familiar.

— Eu disse a você, eu realmente não acho que isso seja possível. — Jimin falou cuidadosamente. Ele não queria irritar o outro homem que, apesar de suas palavras, tinha uma aura realmente intimidadora ao seu redor.

— Talvez você não se lembre. — Yoongi disse, sem nenhuma sombra de dúvida em seu rosto de que eles já haviam se encontrado antes. — Talvez você não tenha me visto, mas eu vi você. Você disse que só deixou Golden Hills duas vezes?

— Sim. E a primeira vez foi há cerca de três semanas, durante um dia. E só fiquei em Silver Hills.

Yoongi se recostou, olhando para Jimin com uma cara de interrogação.

— Quando voltamos para Golden Hills, testemunhamos um bando de rebeldes fugindo de soldados em um navio. Na verdade, foi assim que eu soube que você tinha os uniformes de treinamento. Mas eu já disse a Jungkook sobre isso. Foi no dia em que vocês atacaram o portão noroeste. — Jimin acrescentou, sentindo como se tivesse feito algo errado sob o olhar de Yoongi, embora ele tivesse certeza de que não.

— Eu não estava lá naquele dia. Prija liderou essa expedição. — Yoongi murmurou para si mesmo antes de olhar para Jimin novamente.

— Isso foi depois que você libertou Jungkook, não foi? Posso perguntar, e por favor responda honestamente, por que você o ajudou?

Jimin se mexeu, mas não desviou o olhar quando respondeu.

— Para salvar Taehyung. Esse era o meu objetivo e não vi outra maneira de fazer isso.

Yoongi levantou uma sobrancelha.

— Seu primeiro pensamento foi libertar o rebelde capturado e pedir ajuda a ele?

— Não. Passei a noite inteira na biblioteca tentando encontrar algo que pudesse ajudá-lo em um julgamento justo. Mas ele não teria tido um julgamento justo. Então, eu tive que... improvisar.

— 'Improvisar'?

— Improvisar.

— Você correu um grande risco. Jungkook poderia ter te matado ou pelo menos te machucado antes que você pudesse libertar Taehyung. — Yoongi disse, inclinando-se para frente.

— Eu sei. Havia uma boa chance de que isso acabasse mal, mas se eu não tivesse feito nada, com certeza, teria acabado mal também. — Jimin respondeu com firmeza. — E eu tive ajuda.

— De quem?

— Do pai do Taehyung. Baekhyun. — Jimin disse e observou Yoongi não estar absolutamente surpreso. Ele até riu.

— Ele realmente conseguiu se envolver, afinal. Quem diria. — Por alguns segundos, parecia que ele estava perdido em pensamentos, o silêncio encheu a sala. Jimin estava insanamente curioso. Era óbvio que Yoongi e Baekhyun tinham algum tipo de passado. Ele se perguntou se algum dia descobriria. — Por que você está aqui agora? — Yoongi perguntou de repente. Ele não parecia zangado ou desconfiado, apenas curioso. Interessado no que Jimin tinha a dizer.

— Quando Taehyung, Seokjin e Jungkook saíram, Jungkook disse algo para mim. — Jimin começou hesitante. — Algo que foi meio... não sei. Eu não conseguia tirar isso da minha cabeça. E mesmo antes disso, Tae disse algumas coisas, me disse para repensar e não acreditar em tudo o que nos contaram, e então descobri que a Biblioteca Dourada não é tão informativa quanto deveria ser, e Namjoon me ajudou muito. Ele é um plebeu, um bibliotecário. Nós somos amigos. Já faz um tempo. Ele me ajudou a aprender algumas coisas novas. E então, quando estávamos em Silver Hills... — A voz de Jimin sumiu. Não apenas pelas lembranças daquele dia, o homem morto, o homem se matando, mas também porque ele percebeu que quase disse a Yoongi que testemunhar os efeitos da coroa sobre os plebeus o perturbou tão profundamente que ele a roubou depois.

— Você viu alguém morrer? — Yoongi perguntou baixinho, observando cada uma das reações de Jimin.

— Sim. — Jimin engoliu em seco e olhou para a parede oposta a ele.

— Um soldado?

— Sim. Um soldado comum.

— Como aquilo fez você se sentir?

Jimin sentiu como se estivesse em uma sessão de terapia e, estranhamente, ele realmente não estava desconfortável com a ideia de contar a um quase estranho sobre essa experiência.

— Eu fiquei com medo. — Ele admitiu calmamente. — Com medo de morrer assim também. Até então, a ideia de morrer de uma forma que não fosse completamente indolor e tranquila não tinha aparecido para mim. Era tão improvável que nem pensei nisso. E percebi que uma morte pacífica é talvez a coisa mais luxuosa que a nobreza tem a oferecer; e que os nobres não estão oferecendo o mesmo aos plebeus, eles estão tirando essa possibilidade deles. Eles são a razão disso. Tudo de bom que temos só temos porque alguém não tem. E eu não quero mais fazer parte disso.

Suas palavras pairaram no ar entre eles. Quando Jimin olhou para Yoongi novamente, havia algo em seus olhos que Jimin não conseguia identificar, algo que parecia... suave? Mas, considerando com quem ele estava falando, provavelmente não era.

— Então, eu quero... eu quero me desculpar. Por não estar aqui antes. Sinto muito pela dor que causei com minha ignorância.

Yoongi sorriu. Era a primeira vez que Jimin o via sorrir e de repente o rebelde ameaçador parecia gentil e amigável. O sorriso ficava bem nele.

— Desculpas aceitas, Park Jimin. — Ele levantou. — Eu vou falar com Jungkook assim que ele acordar para tirar você daqui. Você não pertence ao porão.

Jimin piscou, atordoado por suas palavras confiantes.

— Tem certeza? Você não está tornando isso um pouco fácil demais para mim?

— Eu não acho que foi fácil para você chegar aqui. E eu acredito em suas palavras. Eu acredito em você. Talvez eu seja tendencioso, mas é assim que me sinto. — Yoongi respondeu com naturalidade e caminhou até a porta.

— Por que você seria tendencioso? — Jimin perguntou com uma carranca. Ele não esperava se dar tão bem com o rebelde.

Yoongi se virou, uma mão já na maçaneta da porta. Eles se olharam, seu olhar intenso, mas por algum motivo isso não incomodou tanto Jimin quanto o olhar de Jungkook.

— Acho que agora sei... você me lembra alguém. — Yoongi finalmente disse, palavras calmas e um pouco melancólicas.

— Quem?

— Talvez um dia eu te conte. Mas não hoje. — Ele abriu a porta. — Te vejo por aí, Jimin.

— Sim. Obrigado! — Jimin falou quando Yoongi fechou a porta e caiu de costas na cama.

Essa conversa lhe deu ainda mais coisas em que pensar.

  
 
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Mistério. Quem Jimin faz Yoongi lembrar? Eu amo fic onde YoonMin interagem amigável e protetoramente.  Espero que estejam gostando e estejam curioso sobre as coisas. Até breve!!

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