Chapter Ten

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O plano não ocorreu tão bem quanto planejado. Infelizmente Namjoon foi pego e Jimin teve que fugir sozinho. Vamos descobrir o que vai acontecer agora.
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Pelo resto de sua vida, Jimin se perguntaria como diabos ele conseguiu descer a colina sem cair de cara no chão. Ele estava correndo, as lágrimas bloqueando sua visão, ele mal conseguia ouvir ou ver ou se concentrar em qualquer coisa além do terror de deixar seu amigo para trás.

Mas de alguma forma ele conseguiu e começou a correr pela floresta escura, esperando que esta fosse a direção certa.

Era. Ele logo chegou à cidade, ofegando e suando, mas sem parar para se acalmar. Se ele fosse pego agora, após o sacrifício de Namjoon, ele nunca se perdoaria. Então ele continuou correndo pelas ruas vazias da Cidade Dourada, tropeçando de vez em quando e se levantando novamente sem hesitar.

Ao chegar ao cemitério teve que descansar por alguns minutos, mal respirando direito. Ele tinha uma pontada de dor na lateral e pontos pretos apareciam em sua visão, então ele se sentou ao lado do buraco e apenas respirou.

A princípio, não havia nada para ser ouvido, exceto ele mesmo. Ele podia ver o topo do castelo e se perguntou o que estava acontecendo lá. Se seus pais já sabiam o que havia acontecido.

Sua paz momentânea foi interrompida quando de repente ele ouviu um sino tão alto que poderia ser ouvido em toda Golden Hills. O alerta, Jimin percebeu. Eles estavam procurando por ele.

Jimin rapidamente caminhou até o buraco e olhou para dentro dele. Não era tão grande quanto ele lembrava, o final completamente escuro. Ele teria que rastejar pelo menos três metros, provavelmente mais, por um túnel estreito. Se ele não estivesse tão desesperado, isso provavelmente teria sido suficiente para causar um ataque de pânico.

Mas agora ele ficou de quatro e começou a engatinhar, o sino ainda tocando atrás dele. Antes mesmo de estar com metade do corpo, empurrando a mochila à sua frente, Jimin sabia que preferia escalar mil paredes do que fazer isso de novo.

O túnel não era grande o suficiente para ele ficar de quatro, ele teve que engatinhar de barriga para baixo. A terra estava pegajosa e ele nem queria pensar em todos os animais que provavelmente estavam sobre ele agora. Havia pressão de todos os lados, ele mal conseguia mover os ombros o suficiente para continuar se arrastando para a frente e sua cabeça roçava o teto do túnel.

Mas ele conseguiu e apenas continuou, até que de repente suas mãos bateram na terra.

O buraco foi fechado.

Agora Jimin começou a perder a cabeça.

Ele tentou rastejar de volta, poderia tentar uma segunda vez quando não estivesse mais em pânico, mas não conseguiu, seus braços ficaram presos ao movê-los de volta.

— Porra, porra, porra. — Jimin começou a soluçar, respirando o cheiro de terra e enfiando um pouco no nariz e na boca, e ele então começou a cavar, agarrou os punhos de terra e jogou para o lado, cada vez mais, cavando as mãos na terra na esperança de chegar do outro lado. Sua respiração estava piorando, ele estava chorando e soluçando cada vez mais forte a cada segundo e, finalmente, finalmente, sua mão direita ficou livre e a esquerda um segundo depois. Ele fechou os olhos e a boca e tentou sair, agarrando tudo o que podia do outro lado.

Quando Jimin saiu do buraco, ele nem se preocupou em olhar em volta se havia alguém lá. Ele apenas deitou no chão chorando, tentando desesperadamente tirar um pouco da sujeira dele. Demorou um pouco para ele se acalmar.

Quando ele teve algum controle novamente, olhou em volta.

Ele estava deitado atrás de um arbusto ao lado de uma rua. Havia apenas duas casas perto dele, ambas sem luz acesa. Jimin esperava que quem morasse lá já estivesse dormindo e não tivesse sido acordado por ele.

Quem diabos fechou o buraco? As forças Armadas? Será que eles o encontraram? Mas eles teriam feito um trabalho melhor. Talvez algumas das pessoas que moram aqui o tenham encontrado e fechado, por algum motivo.

De qualquer forma, essa foi a coisa mais aterrorizante que Jimin já passou e quem decidiu fechar esse buraco poderia se foder.

Ele se levantou com as pernas bambas e pegou sua mochila. Uma rápida olhada lá dentro lhe disse que a coroa estava bem, muito melhor do que ele, e então ele pegou seu mapa.

Ele havia recortado as partes que mostravam o que ele precisava para não ter que carregar o mapa inteiro com ele. Mas ficar na cidade e ter que encontrar o caminho até aqui era muito diferente de um mapa.

Ele estava em uma Área Cinza, não em Silver Hills ainda, Jimin sabia. Ele se moveu com cuidado extra, tentando se misturar com a sombra, embora por enquanto não tivesse visto ninguém.

Ele ficou feliz quando as casas começaram a se parecer mais com as de Silver Hills e ainda mais aliviado quando chegou à rua principal que também levava à entrada. Ele esteve alí antes, com Namjoon. A partir de agora, o caminho devia ser mais fácil de encontrar.

Mas Jimin também sabia que tinha que se afastar da rua principal o mais rápido possível, caso os militares decidissem procurá-lo já fora de Golden Hills.

Seu passo era rápido, embora ele não estivesse mais correndo para verificar o mapa de vez em quando, e ele se movia por ruas que pareciam vagamente familiares, passava por pousadas das quais ele definitivamente se lembrava e usava uma igreja que já conhecia para se esconder de um bando de bêbados tropeçando e rindo pelas ruas.

Fora isso, chegou ao porto sem incidentes e quase começou a chorar ao ver os primeiros navios.

Não foram muitos, infelizmente. Ele e Namjoon já haviam escolhido qual navio seria melhor pegar, era um que carregava lã para ser transformada em roupas que eles carregariam para fora de Renity novamente. Eles planejaram se esconder no depósito.

O nome do navio era Helena; era um dos maiores navios do porto com uma tripulação de pelo menos vinte pessoas. Jimin estava prestes a tentar encontrar uma maneira de entrar furtivamente a bordo quando notou uma grande placa pendurada na lateral do navio.

— 'Procura-se ajuda! À procura de assistência, um trabalho de transporte de mercadorias no navio'. — Jimin leu devagar, debatendo sobre o que deveria fazer agora.

Ele poderia usar a maneira mais honrosa e pedir o emprego logo pela manhã, ou poderia entrar furtivamente no navio, sem arriscar que alguém já tivesse conseguido o emprego.

Jimin decidiu esperar até de manhã e começou a procurar um lugar para passar a noite. Não seria uma noite confortável, com certeza, mas também não seria longa. O relógio da igreja lhe dissera que já passava das três da manhã; o sol nasceria em duas ou três horas e com o nascer do sol, a maioria dos navios começava a trabalhar.

Ele encontrou um lugar atrás de duas latas de lixo onde poderia se esconder. Fedia tanto que Jimin quase vomitou, mas ele não teve escolha. Então se sentou e esperou, cochilando de vez em quando e acordando de novo. Ele estava muito cansado, todo o corpo doía, mas tinha que ficar acordado para ser o primeiro a pedir o emprego.

Jimin foi mais uma vez acordado de seu cochilo quando o porto lentamente começou a ganhar vida. Houve barulho em alguns dos navios, até mesmo algumas pessoas caminhando em direção a eles agora, sem saber de Jimin atrás da lata de lixo. O sol estava lentamente começando a nascer.

Quando a primeira pessoa apareceu no convés do Helena, Jimin imediatamente se levantou, tentou escovar a sujeira de suas roupas novamente e caminhou em direção a eles, esperando que restasse pelo menos um pouco de sua elegância habitual.

— Olá. — Jimin chamou a pessoa no convés, uma criança, ele agora percebeu. Uma jovem, talvez com dez anos de idade, com longos cabelos loiros e olhos azuis. Ela não era desta parte do Império Adecy, disso ele tinha certeza. Talvez ela fosse mesmo de um país diferente. Ela olhou para ele com olhos grandes e curiosos e Jimin sorriu para ela. Ele realmente amava crianças.

— Estou à procura de trabalho. Você poderia chamar outra pessoa no convés para que eu possa conversar com ela sobre isso?

— Quem quer um trabalho? — Alguém resmungou e um segundo depois uma mulher apareceu, com certeza a mãe da garota e a capitã do navio. Ela parecia a versão maior dela, mais velha e muito menos inocente. Ela tinha um pouco de sotaque ao falar e seus olhos, embora da mesma cor das filhas, eram penetrantes e frios.

— Ah, olá. Meu nome é Jimin. Eu queria saber se você ainda precisa de alguém para esse trabalho? — Ele apontou para a placa na lateral do navio, tentando não demonstrar nervosismo.

A mulher o olhou de cima a baixo, as sobrancelhas franzidas.

— Não tenho certeza se você pode lidar com isso.

— Não preciso de muito como pagamento. — Jimin disse rapidamente. — Tudo que eu quero é permissão para viajar com você por algumas horas.

Ela ergueu as sobrancelhas, surpresa suavizando suas feições.

— Só por algumas horas? Você não vai longe.

— Eu sei. Estou... Indo encontrar alguém. Eu só preciso de uma saída da cidade.

Ela riu.

— Você parece um problema. Mas vou deixar você ajudar, e vou deixá-lo embarcar por algumas horas, como você disse. Eu tenho uma queda por pessoas que se desviam do reto e estreito. — Seus olhos voltaram para o brilho gelado de antes enquanto se aproximava. — Se você tentar nos roubar ou nos machucar de alguma forma, eu vou te matar com minhas próprias mãos. Entendido?

— Sim, senhora. — Jimin respondeu, realmente intimidado. Ele agora estava realmente feliz por não ter entrado furtivamente no navio. Ele não queria conhecer o lado ruim daquela mulher.

Ajudar a tripulação a colocar as mercadorias no navio era extremamente exaustivo. Jimin honestamente não tinha ideia de como conseguiu sobreviver; já cansado da agitada noite anterior, mal conseguia andar quando as últimas gaiolas e caixas finalmente estavam no navio.

— Você poderia me acordar em cerca de quatro horas? — Ele perguntou a capitã quando eles finalmente embarcaram. Ela assentiu, agora com um sorriso no rosto que a fazia parecer extremamente bonita.

Em algum momento durante o trabalho, ela se apresentou como Walentina e sua filha como Mira. Jimin não sabia o nome de ninguém, e ele realmente não precisava, mas estava feliz por conhecer Walentina. Ele se curvou para ela enquanto a agradecia novamente, e ela deu um tapinha em suas costas, quase fazendo-o tropeçar com a força.

— Você fez um bom trabalho. Não reclamou. Apenas trabalhando. — Ela explicou, muito mais amigável agora. — Descanse agora, garoto de ouro. Você parece mais morto do que vivo.

— Garoto de ouro? — Jimin perguntou, embora estivesse a segundos de cair no sono enquanto ainda estava de pé.

— Seu cabelo. — Walentina atendeu. — Mira chamou você de garoto de ouro porque você é loiro, como nós, mas não da mesma cor.

— Oh. — Jimin disse. — Obrigado. — Ele viu a garota se escondendo timidamente atrás de sua mãe e sorriu para ela. Ela olhou para ele antes de sair correndo. Jimin franziu a testa. — Desculpe.

Walentina riu.

— Não é sua culpa. Acho que ela tem uma quedinha.

— Oh. — Jimin repetiu, agora um pouco envergonhado.

Ele se desculpou e encontrou um canto abaixo do convés, escondido da vista, a menos que você olhasse especificamente para lá, enrolou-se em sua mochila e adormeceu imediatamente.

O que pareceu dois segundos depois, uma pequena mão estava sacudindo-o para acordá-lo em seu ombro e quando ele piscou, olhos azuis gelados encontraram os dele.

— Mamãe disse para te acordar. — Ela sussurrou, com as bochechas um pouco vermelhas. — Disse que já se passaram quatro horas.

— Obrigado, Mira. — Jimin sentou-se lentamente, gemendo e esfregando as têmporas. Ele se sentia um pouco melhor, mas não muito. Sua cabeça doía como merda.

— De nada. — Ela rapidamente se levantou e correu novamente, lançando alguns olhares para ele.

Quando Jimin emergiu no convés, ele teve que esperar alguns segundos até que pudesse ver corretamente por causa da luz repentina e ofuscante do sol. Walentina estava acenando para ele e ele caminhou em sua direção.

— Você deveria descer aqui. — Ela disse, não hostil. — Temos que ir muito devagar neste ponto, porque a água é muito rasa, exceto por este segmento específico no meio pelo qual temos que passar. Se você pular longe o suficiente, não ficará completamente molhado.

— Obrigado. — Jimin disse e se curvou novamente, colocando sua mochila nas costas. — Estou muito grato por você ter me permitido viajar com você, Walentina.

Ela olhou para ele com um brilho nos olhos.

— Foi um prazer, garoto de ouro. Eu gostaria de poder conhecer sua história. Mas tenho a sensação de que esta não será a última vez que nos encontraremos. Talvez da próxima vez você possa me dizer o que realmente está procurando nesta floresta.

Jimin a encarou. Ela sabia que ele estava procurando pelos rebeldes? Havia algo em sua voz, em seus olhos, que o fazia pensar assim. Ele não sabia como responder, então apenas balançou a cabeça em silêncio, evitando os olhos dela.

Eles deixaram uma escada de corda descer pelo lado do navio, o lado oeste, para ajudá-lo a descer e assim Jimin não ter que pular na água de um ponto alto. Quando ele pulou da escada e caiu na água até a cintura, olhou para cima uma última vez e viu Walentina e Mira observando-o enquanto o navio continuava a se afastar. Os dois acenaram e Jimin acenou de volta antes de seguir para a terra.

A água estava fria, mas pelo menos o acordou e lhe deu mais energia. Ele encheu o frasco e tirou o mapa, acomodando-se ao sol para que as roupas secassem.

Jimin tinha uma ideia de onde estava, ou mais especificamente, para onde tinha que ir, mas não estava muito confiante nisso. Mas sentar à beira do rio não o ajudaria, então depois de uma hora que ele passou comendo sua maçã e planejando como continuaria a partir dali, ele começou a andar novamente.

Jimin seguiu o rio por pelo menos mais uma hora, movendo-se devagar por causa de sua exaustão e das altas temperaturas. O verão realmente começava a chegar, insetos zumbindo em volta de sua cabeça, o sol queimando impiedosamente. Ele tentou ficar nas sombras das árvores o máximo possível.

Ele sabia que logo teria que caminhar mais fundo na floresta, caso contrário, poderia caminhar muito rio abaixo e teria que voltar.

Assim o fez, quando o sol já estava alto no céu. Ele não tinha noção do tempo, sua mente nublada de exaustão e dor. Seu corpo inteiro doía, mas ainda assim ele se deleitava com isso, usando o corpo dolorido para se distrair das imagens gravadas em seu cérebro.

Estava quase escuro quando Jimin chegou a um caminho na floresta. Claramente não era usada há muito tempo, a natureza já assumindo o controle novamente, mas ainda era definitivamente um caminho de paralelepípedos. Jimin suspirou aliviado. Ele estava perto.

Ele continuou andando ao lado do caminho, não andando sobre ele para não chamar atenção para si, mas tendo o cuidado de manter os olhos a frente. Até que ele viu os primeiros flashes de uma parede, então ele recuou de volta para a floresta, para longe do caminho.

Uma onda repentina de medo e dúvida tomou conta de Jimin. O que aconteceria se ele chegasse lá? O que eles fariam com ele? Ele era um membro da realeza, entrando em seu esconderijo que ele nem deveria saber, eles não o matariam?

Não, Jungkook o reconheceria, Jimin disse a si mesmo, com as mãos tremendo enquanto se movia lentamente pela floresta escura, o sol se foi agora. E Taehyung provavelmente estaria lá. Se ele explicasse por que estava lá, que estava do lado deles agora, eles teriam que acreditar nele, pelo menos acreditar nele o suficiente para não matá-lo na hora. E se ele levasse a coroa...

A coroa.

Ele entraria no Nexus com talvez a arma mais poderosa que existia, entregando-a a pessoas que ele não conhecia, não sabia se podia confiar, não sabia o que fariam com ela. Eles tentariam usá-la para usar seu terrível poder a seu favor? Eles o fariam usá-la?

Não, decidiu Jimin, ele não podia deixar isso acontecer. Ele não podia dar a eles a coroa, ainda não. Não até que ele soubesse que a rebelião realmente consistia em pessoas que queriam fazer as coisas de maneira diferente dos nobres; pessoas que eram melhores do que eles.

Jimin se ajoelhou ao lado de um carvalho gigante e começou a cavar um buraco. Suas mãos doíam, ele estava sujando de novo as pequenas feridas do vidro da janela em Golden Hills, mas continuou cavando até que o buraco fosse grande o suficiente para a coroa. Então, tirou-a da mochila, sentindo-se imensamente aliviado quando a largou e não teve mais contato com ela, e começou a enterrá-la.

Jimin não conseguia ver mais nada, mas pegou folhas velhas e grama para esconder o local e então usou sua faca para esculpir uma linha horizontal na árvore para poder encontrá-la novamente. Ele esperava que não fosse muito óbvio.

Então ele continuou, aproximando-se da parede.

Jimin esperava que alguém o atacasse a qualquer momento, guardas, vigias, mas nada aconteceu. Quanto mais perto ele chegava, mais se preocupava que os rebeldes não estivessem aqui, afinal.

Ao chegar à parede, usou uma árvore para trepar por cima dela, caindo no chão com um baque forte. Prendendo a respiração, ele esperou, ficando completamente imóvel por alguns segundos. Nada. Eles realmente não estavam alí? O que ele faria se não estivessem?

Ele começou a andar, passando por um prédio parecido com uma igreja, até chegar ao fim da floresta.

Sim, os rebeldes estavam definitivamente alí. Ou pelo menos alguém estava.

Jimin viu a luz vindo de quatro edifícios diferentes, ele podia ouvir cavalos ao longe e até mesmo vozes fracas, quase inaudíveis, mas definitivamente lá.

Jimin voltou para a floresta.

Ele se aproximaria deles pela manhã, quando estivesse menos exausto e em melhores condições, e quando não fosse mais o meio da noite. Ele temia que suas chances de não ser morto diminuíssem significativamente se ele entrasse na casa agora.

Então ele voltou para a velha igreja, vagamente parecida com a de Silver Hills. Claramente não era mais usado. Os rebeldes não pareciam ser um grupo de pessoas muito religioso. Mas, Jimin também não.

Ele se enrolou novamente no fundo da igreja, mas desta vez demorou um pouco para adormecer. Jimin tinha certeza de que havia ratos correndo ao seu lado e, mesmo cansado como estava, ainda tinha dificuldade em ignorá-los. Ele também estava no limite com medo de que alguém o encontrasse, não importava quantas vezes ele tentasse dizer a si mesmo que era altamente improvável.

Quando ele finalmente adormeceu, certamente não demorou muito, e não foram os ratos que o acordaram.

O chão em que ele estava deitado vibrava suavemente, as batidas estavam chegando cada vez mais perto até que pararam, e Jimin levou vários segundos para entender que aquelas batidas eram passos. Ainda sonolento, ele virou a cabeça e olhou diretamente para um homem vestido com roupas verde-acastanhadas, uma lamparina a óleo na mão, uma espada pendurada na cintura e cabelos escuros projetando sombras sobre o rosto, mas não cobrindo a longa cicatriz atravessando seu olho e descendo por sua bochecha.

Jimin olhou para o rosto do homem, um rosto que já tinha visto mil vezes, seu sangue gelou. Antes que ele pudesse começar a compreender a situação, ele se arrastou alguns metros para longe do homem, um guincho saindo de sua boca, seu coração batendo tão rápido que ele quase se preocupou com isso.

O homem, Min Yoongi, ainda estava olhando para ele, sem se mover nem um pouco. Suas sobrancelhas estavam franzidas e ele ficava inclinando a cabeça de um lado para o outro, quase como se para ver Jimin corretamente. Como se estivesse tentando reconhecê-lo. Jimin não sabia como reagir.

— Você encontrou algo, Yoongi? — Uma voz perguntou de fora da igreja e os olhos de Jimin voltaram para a porta. Ele não estava planejando fugir, era para onde ele havia planejado ir, mas mesmo assim estava com medo. Estes eram rebeldes, afinal. Eles haviam matado muitos nobres antes.

— Sim. — Yoongi falou de volta, os olhos nunca deixando o rosto de Jimin. — Embora eu não tenho certeza do que.

Jimin decidiu se levantar do chão para não ficar mais em uma posição tão vulnerável, então lentamente se levantou. Ele e Min Yoongi eram quase da mesma altura.

— Quem diabos é você? — O rebelde perguntou, parecendo confuso ao invés de zangado, o que surpreendeu Jimin.

— Ehm, meu nome é Jimin. Eu... eu gostaria de me juntar à rebelião? — Ele respondeu nervoso, erguendo os braços para mostrar que não estava armado.

Uma segunda pessoa apareceu agora, uma mulher, mais alta que os dois, cabelos pretos caindo pelas costas.

— Quem é? — Ela perguntou, olhando-o de cima a baixo. — Não parece uma ameaça.

— Diz que o nome dele é Jimin. Aparentemente quer se juntar a nós. — Yoongi respondeu e finalmente tirou os olhos dele para olhar para a mulher. — Vá avisar a Jungkook, Prija. Estaremos lá em um segundo.

— Tudo bem. — A mulher se virou e saiu, lançando um olhar curioso para Jimin antes de sair.

Min Yoongi deu um passo mais perto.

— Nós vamos ter que interrogá-lo. Quem você é, como nos encontrou. Você está bem?

Jimin piscou. Essa era a última pergunta que ele esperava.

— Estou bem, obrigado. — Ele disse. E depois, por não saber o que se esperava dele perguntou: — E você?

Agora o rebelde também parecia confuso.

— Estou bem, garoto. Você parece terrível embora. O que diabos aconteceu com o seu rosto?

— Ah. — Jimin estremeceu ao se lembrar do ferimento em sua bochecha. — Eu esqueci disso. Seria ótimo se eu pudesse lavar o sangue, talvez?

— Agora vai ser difícil. Eles estão esperando por nós. — Yoongi disse e acenou para ele se aproximar. Jimin hesitou, mas caminhou até ele até que estivessem a apenas um metro de distância. — Hum. — Yoongi olhou para ele. — Tudo bem. Agora não é a hora. Me siga. — Sem verificar se Jimin o estava realmente seguindo, ele começou a se afastar.

Jimin rapidamente pegou sua mochila e correu para alcançá-lo. Ele foi conduzido para fora da floresta, passando por dois grandes edifícios, que mal prestou atenção em seu estado atual, em direção ao maior edifício de todos eles.

Eles não viram mais ninguém enquanto cruzavam o campo, mas havia luz brilhando de muitas das janelas que Jimin podia ver, indicando que havia de fato muitas pessoas aqui. Mesmo exausto como estava, ele ainda conseguia se orgulhar de si mesmo por encontrar os rebeldes com sucesso sem, bem, morrer.

Dentro da casa Yoongi colocou a lâmpada de lado e caminhou até uma grande porta oposta à entrada, batendo duas vezes antes de entrar e puxando Jimin com ele.

— Eu o encontrei dormindo na igreja. — Ele anunciou para a sala sem nenhum cumprimento e deixou Jimin parado no meio dela.

Havia cerca de quinze pessoas lá dentro, a maioria sentada em cadeiras ao redor de uma mesa redonda coberta de papéis e pratos, algumas de pé ou olhando pela janela, mas todas se viraram quando ele entrou. Jimin achou que já tinha visto alguns deles em cartazes de procurado antes, mas foi rapidamente distraído pelo homem parado à sua frente, inclinado sobre a mesa.

Jeon Jungkook parecia significativamente melhor do que a última vez que Jimin o viu. Todas as suas feridas pareciam ter cicatrizado quase completamente, suas roupas pretas estavam limpas e seu cabelo estava preso para trás e parecia muito menos bagunçado. Seu olhar não mudou nada, entretanto; ainda era tão perigoso e penetrante quanto Jimin se lembrava, um brilho apareceu em seus olhos quando percebeu quem havia entrado.

Jimin mais tarde culparia sua exaustão, mas no momento ele simplesmente não conseguia acreditar em como o rebelde era bonito pra caralho sem suas feridas. Ele era intimidantemente atraente.

— Quem é ele? — Alguém perguntou, mas Jimin não conseguiu quebrar o contato visual com Jungkook para ver quem era.

— Ele disse que o nome dele é Jimin. — Yoongi respondeu, completamente indiferente. — Quer se juntar a nós.

— Agora ele quer. — Jungkook falou lentamente, erguendo as sobrancelhas.

— Sim. — Jimin confirmou, grato por sua voz não estar tremendo. Ele esperava não parecer tão terrível quanto se sentia, mas teve que perceber que provavelmente estava esperando em vão quando Jungkook apontou para ele com a cabeça e disse ao homem sentado ao lado dele:

— Por favor, dê uma olhada nele.

O homem, sorrindo para Jimin quando ele se aproximou, tinha uma aura surpreendentemente reconfortante ao seu redor que empurrou o desejo de Jimin de recuar quando ele cuidadosamente agarrou seu queixo para mover a cabeça de um lado para o outro.

— Olá. Eu sou o Hoseok. Eu sou o médico aqui.—  Ele se apresentou, seu sorriso amigável fazendo maravilhas para deixar Jimin mais confortável.

— Jimin. — Ele respondeu muito baixinho, mas Hoseok parecia tê-lo ouvido.

— Prazer em conhecê-lo, Jimin. Vou limpá-lo e verificar suas feridas. Então, mandá-lo de volta para você, certo? — Ele se virou para perguntar a Jungkook que os observava com um sorriso misterioso brincando em seus lábios.

— Certo. — O homem acenou para eles, todos os outros ficaram em silêncio enquanto Hoseok levava Jimin para fora da sala e para outra que acabou por ser uma espécie de enfermaria.

— Sente-se. — Hoseok apontou para um banquinho e Jimin se sentou, sem energia para tentar ser um pouco mais gracioso. — Vou limpar seu rosto e suas mãos para ver bem seus ferimentos e depois vou verificar o resto do seu corpo. Tudo bem?

— Sim. — Jimin concordou, tendo dificuldade em manter os olhos abertos quando Hoseok começou a limpar cuidadosamente o rosto. Ele não tinha ideia de como estava, mas quando viu como os lenços ficaram horríveis depois que Hoseok terminou, percebeu que deveria ter sido pior do que ele pensava.

— Você tem dois cortes no rosto, um na testa e outro na bochecha esquerda, mas não parecem profundos. Eles vão curar em algum momento. Também um monte de pequenos cacos em suas mãos e braços. Vou desinfetá-los agora, por favor, prepare-se para a dor. — Jimin apenas assentiu. Doeu, mas pelo menos o acordou um pouco. — Você pode me dizer como conseguiu esses cortes? Preciso saber se há algum risco de infecção.

— Faca. — Jimin apontou para o que estava em sua bochecha. — Vidro. — Ele apontou para suas mãos e braços. — Nenhuma idéia. — Ele apontou para o que estava em sua testa. — Nem sabia que estava aí.

— Bem. Provavelmente uma árvore ou algo assim, não parece um corte de faca. — O médico refletiu. — De qualquer maneira. Você tem alguma outra reclamação? Mais alguma coisa dói?

— Nada. Devo ter alguns hematomas, mas vai ficar tudo bem. Não há muito que alguém possa fazer sobre isso, de qualquer maneira. — Jimin se levantou novamente, o quarto girando por um segundo e Hoseok rapidamente segurou seu cotovelo.

— Você precisa dormir. Sono, água e comida. — Ele decidiu. — Vou levar algumas coisas para a sala. Se notar mais alguma coisa ou se os seus cortes não cicatrizarem direito, me procure imediatamente, ok? Vou me certificar de verificar você amanhã novamente, depois que terminar de descansar.

— Ok. — Jimin murmurou, tentando sorrir. Ele gostava desse homem. Sua atitude positiva e confiante o acalmou. — Obrigado.

— É claro. Agora vamos voltar.

Hoseok o levou de volta para a sala onde as pessoas de antes estavam agora todas sentadas ao redor da mesa. Uma mulher estava falando quando eles entraram, mas ela se interrompeu quando a porta se abriu e mais uma vez todos os olhares se voltaram para eles.

— Ele está bem. Vou pegar um pouco de comida e água para ele, mas ele não parece ter nenhum ferimento grave. — Hoseok anunciou, falando apenas com Jungkook, Jimin notou.

— Obrigado, Hoseok. — Ele disse e acenou com a cabeça atenciosamente antes de seus olhos caírem sobre Jimin novamente. — Agora, para coisas diferentes.

Hoseok saiu da sala, para a decepção de Jimin, deixando-o ficar no meio da sala sozinho novamente. Naquele momento, ele estava feliz por sua mente estar entorpecida pela exaustão, caso contrário, ele provavelmente estaria incrivelmente nervoso.

— Então eu suponho que você pensou, Pequeno Príncipe? — Jeon Jungkook recostou-se na cadeira, os braços cruzados diante do peito, uma sobrancelha levantada.

Essas palavras causaram uma forte reação no resto deles; ou mais especificamente, a palavra “príncipe”.

— Um príncipe? A porra de uma realeza?! — Um homem exclamou, olhando de Jungkook para Jimin e vice-versa. — Você sabia que ele era um príncipe e o deixou entrar?!

— O que ele quer aqui? — A mulher de antes saltou, uma mão ameaçadora já em sua espada, pronta para levantá-la.

— Um espião! — Alguém falou, Jimin não viu quem, provavelmente várias pessoas ao mesmo tempo.

— Acalme-se! — Jungkook interrompeu todos eles, a voz alta e clara sobre todos os outros. — Prija, sente-se. Nós conversamos sobre isso, não use sua espada dentro de casa. Sim, Jaebum, obviamente eu sabia que ele era um príncipe, por isso eu disse isso. E se todos vocês pudessem calar a boca por um minuto, eu poderia explicar como eu sei.

Tudo ficou quieto depois disso, Prija sentada com um olhar maldoso no rosto. Jimin soltou um pequeno suspiro de alívio.

— Você tem certeza absoluta de que ele é um príncipe? — Min Yoongi perguntou de repente antes que Jungkook pudesse dizer qualquer outra coisa. Ele nem se moveu quando Jungkook expôs o status real de Jimin, em vez disso ainda encarando Jimin com uma expressão contemplativa.

— Sim, com certeza. — Jungkook confirmou, aparentemente muito surpreso com Min Yoongi encarando como Jimin. — Por que você pergunta?

— Eu já o vi antes. — Yoongi disse e agora Jimin estava realmente confuso.

— Huh?
Jimin disse no mesmo segundo Jungkook perguntou:
— O quê?

— Quero dizer, não tenho certeza... não consigo entender. Mas... ele parece realmente familiar. Tenho certeza de que o conheço de algum lugar. — Yoongi explicou, esfregando a têmpora como se isso ajudasse sua memória.

— Isso é verdade? — Jungkook se virou para Jimin com as sobrancelhas levantadas.

— Ehm, duvido muito? Esta é apenas a segunda vez que saio de Golden Hills e a primeira vez foi há apenas algumas semanas e não fui muito longe. — Jimin respondeu com cuidado, sem saber se a resposta o colocaria em apuros.

— Eu também duvido muito, Yoongi. — Jungkook disse e trocou olhares com o homem. Eles pareciam chegar a algum tipo de conclusão naqueles poucos segundos de contato visual, porque Yoongi apenas assentiu e deixou o assunto de lado. — Então, antes de explicar algumas coisas, preciso que você responda à minha pergunta, Pequeno Príncipe. — Jungkook disse e se inclinou sobre a mesa. — Sua resposta é meio importante.

Jimin olhou para ele, tentando freneticamente lembrar de que pergunta o rebelde estava falando.

— Oh! — Ele disse quando finalmente se lembrou e quase riu. A falta de sono estava realmente afetando-o. — Sim, sim, eu pensei. Também cheguei a uma conclusão. Então agora estou aqui.

— Você quer se juntar a nós? — Jungkook sondou e Jimin assentiu.

— Sim. Se você me deixar.

— O que você faria se não deixássemos?

Jimin abriu a boca e fechou novamente. Ele não tinha absolutamente nenhuma ideia do que fazer se eles não o deixassem entrar. Ele honestamente não tinha pensado tão longe. Obviamente ele não poderia voltar para casa.

— Não sei. — Ele respondeu. — Eu... eu não posso voltar para Golden Hills, se é isso que você está perguntando. Não vou dedurar você.

— Por que você não pode voltar? — O homem chamado Jaebum perguntou, veneno misturado em sua voz. — Por que eles não dariam as boas-vindas ao seu precioso príncipe que voltou para casa?

— Isso é... bem, é meio que uma longa história. — Jimin começou, entrando em pânico internamente. Ele ainda não estava pronto para contar a eles sobre a coroa. E se eles o obrigassem a mostrar onde estava? Não, por enquanto ele tinha que manter isso em segredo. — Eu estava planejando sair... eles, hum, a segurança nas Muralhas Douradas é muito mais forte agora do que costumava ser... então eu precisava de um plano, mas não funcionou porque o cara que estava na frente da porta me reconheceu e tive que fugir rapidamente.

Jimin estava falando com Jungkook em vez de Jaebum, que havia perguntado, mas parecia mais apropriado. Quando Jungkook acenou com a cabeça em compreensão, ele sabia que estava certo.

— Bem. Pessoal, este é o príncipe de quem falei, aquele que ajudou a mim, Seokjin e Taehyung a escapar. — Jungkook finalmente declarou e todos de repente começaram a sussurrar em descrença. A excitação borbulhou em Jimin quando ouviu o nome de Tae.

— Você não nos disse que ele era um príncipe. — Prija reclamou.

— Tenho certeza que sim. — Jungkook nem sequer olhou para ela, os olhos fixos em Jimin. — Parece que esse detalhe se perdeu quando a história se espalhou.

— Eu entendo que você pode estar mais inclinado a deixá-lo ficar porque ele te ajudou, Jungkook. — Jaebum disse, não tão chocado com a revelação quanto a maioria dos outros parecia estar. — Mas ainda acho que o risco é muito alto. Ele realmente poderia ser um espião. Não temos como descobrir. Apenas, deixar um príncipe entrar... é muito perigoso.

— Na verdade, Jaebum, acho que o fato dele ser um príncipe torna muito menos provável que ele seja um espião. — Jungkook objetou prontamente, olhando arrogantemente para Jimin. — Por que no mundo eles enviariam algum príncipe mimado para nós? Por que não apenas algum outro nobre aleatório ou mesmo um plebeu? Mas entendo suas preocupações e concordo que não devemos confiar nele tão rapidamente. Pequeno Príncipe, diga-me, você é um espião?

— Não. — Jimin respondeu e franziu as sobrancelhas. Por mais feliz que estivesse com seu apoio, a atitude dos rebeldes estava começando a irritá-lo.

— Não, claro que não. Eles enviariam alguém muito mais capaz, eu acho. — Jungkook falou lentamente e o sorriso em seu rosto disse a Jimin que ele estava tentando irritá-lo, provocá-lo, principalmente porque o rebelde definitivamente sabia que ele (JM) não era exatamente indefeso.

Jimin cruzou os braços e devolveu o olhar sem recuar. Ele sabia que, se dissesse algo sobre ser muito capaz, era menos provável que ganhasse a confiança deles e pudesse ficar, então ele teve que morder a língua sobre isso. Ele quase mudou de ideia quando o sorriso de Jungkook se aprofundou; claramente ele estava fazendo isso de propósito.

— Eu digo que devemos deixá-lo ficar por enquanto, obviamente sob vigilância, e então decidir mais tarde se ele pode ficar permanentemente. — Jungkook sugeriu em um tom que fazia suas palavras soarem mais como uma ordem. Os outros pareceram ceder, embora alguns deles infelizes. — Uma coisa, porém. — Ele começou, mas antes que Jimin pudesse ouvir o que era, a porta foi aberta com muito mais força do que o necessário, fazendo-a bater contra a parede com um estrondo alto. Na porta estava um Taehyung ofegante, cabelo despenteado e mais comprido do que Jimin lembrava, roupas casuais como se estivesse pronto para dormir, e um sorriso gigante aparecendo em seu rosto quando viu Jimin.

— JIMIN-AH!

Antes que Jimin pudesse abrir a boca para responder, ele já estava envolvido em um abraço esmagador, pressionando o ar para fora dele, mas ele não se importava.

— Taehyung-ah. — Jimin murmurou contra o ombro de seu amigo, alívio o enchendo. Taehyung estava bem, ele estava bem e ele estava ali.

— Jimin-ah, Jimin-ah. — Tae de repente se afastou e começou a examiná-lo antes de puxá-lo rapidamente de volta em seus braços. — Você está bem? Você não está ferido? O que aconteceu? Oh meu Deus, parece que você morreu e voltou à vida.

— Obrigado, Tae. — Jimin riu, mas foi interrompido por Hoseok, que agora entrou apressado, uma bandeja com um pouco de leite e água.

— Sinto muito, não consegui detê-lo. — Ele disse, também respirando com dificuldade. — Ele me encurralou para perguntar sobre o cara que foi encontrado na igreja e quando eu disse o nome dele, ele simplesmente começou a correr.

— Por mais emocionante que isso seja. — Jungkook falou lentamente. — Eu vou ter que pedir a Taehyung para deixar o pequeno príncipe ir. Ainda não terminamos com ele.

Taehyung recuou imediatamente, corando um pouco.

— Desculpe, desculpe. — Ele parecia ter esquecido o fato de que eles não estavam sozinhos e agora caminhou timidamente para o lado da sala.

Hoseok se aproximou e colocou um pedaço de pão na mão de Jimin.

— Coma. — Ele pediu e Jimin começou a comer, agora com um humor muito melhor do que antes.

Jungkook suspirou, frustração visível em suas feições, e perguntou:

— Como diabos você nos encontrou?

Jimin engoliu sua mordida.

— Você já ouviu falar de um homem chamado Kim Baekhyun?

Taehyung fez um barulho estranho em seu canto, Jungkook de repente parecia altamente alarmado e Min Yoongi engasgou com a bebida. Jimin olhou para ele, se perguntando mais uma vez que tipo de relacionamento Baekhyun e Yoongi tiveram naquela época.

— Bem. Para encurtar a história, eu soube por ele que este acampamento foi abandonado anos atrás, e também sabia que vocês deveriam estar em algum lugar perto de Renity, e também sabia que ele... — Jimin apontou para Yoongi, — costumava treinar aqui, então ele saberia sobre o lugar, e eu também sabia que você estava usando navios para entrar e sair da cidade então você tinha que estar relativamente perto do rio, e eu também sabia que você estava usando aqueles velhos uniformes de treinamento como disfarce quando esteve em Renity e você tinha que ter conseguido isso de algum lugar, então... eu apenas juntei as peças e esperei que estivesse certo.

Algumas pessoas murmuraram umas para as outras, desconfortáveis ​​com a resposta de Jimin.

— Você faz parecer meio óbvio. — Jungkook cruzou os braços novamente. — Alguém mais sabe o que você sabe?

— Não, eu não contei a nenhum nobre sobre meus planos. — Jimin disse, o que não era mentira. Afinal, Namjoon não era um nobre. — Mas, quero dizer, não tenho certeza, mas acho que Baekhyun sabe. — Ele acrescentou hesitante, ainda inseguro sobre isso. — Na verdade, acho que ele... acho que ele pode estar acobertando você.

Taehyung bufou incrédulo, mas nem Jungkook nem Yoongi pareciam muito surpresos. Eles trocaram um olhar novamente, como se soubessem de algo que ninguém mais sabia, o que provavelmente era verdade, antes de Jungkook se virar para Jimin novamente.

— Por enquanto, vou deixar você descansar. A princípio você vai dormir no porão, mas não se preocupe, temos um quarto sempre preparado para convidados surpresa. Amanhã de manhã, vou fazer mais perguntas.

— Jungkook! — Um homem com apenas um braço e cabelo louro-claro protestou. — Não deveríamos interrogá-lo agora? O mais rápido possível?

— Olhe para ele, Nikolaj. Ele mal consegue ficar de pé. — Jungkook acenou para Jimin e se levantou. — Hao, Tarik, por favor, acompanhe-nos para baixo.

— Posso ir também? — Taehyung guinchou esperançosamente, mas Jungkook balançou a cabeça.

— Volte para o seu quarto. Ele vai ficar bem, eu prometo.

— Oh. Ok. — Tae cedeu, dando a Jimin um olhar de desculpas. Jimin tentou sorrir de forma tranquilizadora para ele e ele sorriu hesitante de volta antes de sair correndo.
   
   

 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Bem. Até aqui tudo bem, certo? Jimin conseguiu e tudo esta de acordo com o plano. No momento o foco é Jimin, pois a história gira em torno dele e de sua família, mas  em breve saberemos o que aconteceu com Namjoon.

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