Chapter Sixteen
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Estamos de volta com os rebeldes!
No capítulo 14, Jimin descobriu que tem um post de procurando e sua captura vale 20 onças de ouro. Agora vamos ver como ele irá se adaptar a sua nova vida.
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Os próximos dias passaram em um borrão, tantas coisas acontecendo que Jimin mal tinha tempo para si mesmo. Ele era grato por isso. Todos os dias ele adormecia quase imediatamente, tão exausto de todas as novas experiências e de trabalhar e treinar que sua mente não tinha tempo para se preocupar com nada. Ele tinha pesadelos de vez em quando, mas com Taehyung em seu quarto para rastejar para a cama e acariciá-lo sempre que acordava chorando, até isso era administrável.
Ao todo, ele estava surpreendentemente contente.
Como Taehyung havia previsto, Jimin realmente se dava muito bem com praticamente todo mundo. Algumas pessoas precisavam de um pouco mais de tempo para se aproximar dele, mas muitas foram amigáveis e abertas desde o início e ainda mais depois de ouvir sobre a história sua fuga. Ele quase se tornou uma sensação; o Príncipe que escapou.
A maior parte de seu trabalho consistia em cuidar dos estábulos, dos cavalos e das vacas, sem Taehyung, que geralmente ficava na cozinha ou fazia parte da equipe de limpeza, mas Jimin estava bem com isso. Ele amava cavalos e conheceu Seokjin melhor enquanto eles trabalhavam juntos.
Jimin ficou surpreso ao saber que Seokjin teve muito mais dificuldade em se ajustar e fazer parte da rebelião.
— Do jeito que crescemos, os nobres nunca foram os maus. — Ele disse a Jimin uma vez enquanto faziam uma pausa na limpeza das selas juntos. — A maioria das pessoas em Silver Hills aceita as coisas do jeito que são porque estão indo bem e, se as coisas mudarem, pode piorar para elas. A minha família, por exemplo, sempre tivemos muito contato com os nobres porque muitos se hospedavam em nossa pousada. E eles quase sempre foram muito legais conosco, então, para ser honesto, até sermos presos, eu não estava do lado da rebelião. Eu penso diferente agora, não só porque, você sabe, eu estava prestes a ser executado por me apaixonar, mas também porque com todas as coisas que eu vi agora que eu não sabia antes, todas as pessoas que eu conversei... Eu sei que seria extremamente egoísta não tentar melhorar as coisas.
Ao ouvir isso, Jimin sentiu um novo tipo de conexão com o plebeu. Ele havia passado por uma mudança muito semelhante à dele.
— Foi praticamente o mesmo para mim. Exceto que eu tinha que perceber que todas as coisas que eu acreditava serem certas e verdadeiras sobre mim e todos ao meu redor não eram certas. Tive que perceber que eu era realmente o cara mau. — Jimin tomou um gole de sua água.
— Você percebeu e agora está diferente. Quero dizer, não foi sua culpa que você nasceu e foi criado como um nobre. Você também sofreu uma lavagem cerebral, uma lavagem cerebral para ser o vilão em vez da vítima. O importante é que você esteja disposto a aprender e fazer melhor, mesmo que nem sempre seja fácil. — Seokjin deu a ele um sorriso torto e se levantou.
— Obrigado. — Jimin disse. Foi muito bom ouvir essas palavras, especialmente porque, embora ele estivesse convencido de que fez a coisa certa, ainda havia uma pequena parte dele que sentia como se tivesse traído sua família.
— Sem problemas. Sabe, talvez seja clichê, mas acho que algumas coisas simplesmente acontecem exatamente do jeito que deveriam acontecer. Tipo, por um lado, eu gostaria de ter estado com os rebeldes antes. Por outro lado, se eu estivesse, provavelmente teria desprezado Tae e nunca teria me apaixonado por ele. E eu não aceito isso.
Jimin sorriu.
— Concordo. E estou muito feliz por vocês dois terem se encontrado, não importa o que isso tenha causado. Você tem o direito de amar. As pessoas não devem julgá-lo por quem você se apaixona.
— Está certo. Agora só temos que encontrar alguém para você também. Não será muito difícil. — Seokjin piscou alegremente. — Que tal Sunyoon? Ou Maia? Tem alguém de quem você gosta aqui?
Jimin revirou os olhos.
— Por favor, me poupe. Tae tem feito comentários como esse também. Sem ofensa para vocês dois, mas este é um momento muito ruim para se apaixonar. Vou me preocupar com isso depois que mudarmos o mundo.
— Ah, mas essa é a hora perfeita para se apaixonar! Ter alguém ao seu lado para te dar força, para se apoiar e ser apoiado. Acho que se você fizer certo, o amor te torna uma pessoa melhor. Mas Taehyungie já disse que você tem fobia de amor.
— Essa palavra não existe, e se existisse não seria eu! — Jimin protestou veementemente enquanto seguia o homem de volta para dentro para continuar seu trabalho.
— Já ouvi falar diferente! E quem te conhece melhor do que Taehyung, hein? Ninguém. Você, Park Jimin, tem medo do amor. — Seokjin jogou um pano sujo nele com um grande sorriso no rosto.
— Cuide de sua vida. — Jimin resmungou e voltou ao trabalho, tentando ao máximo ignorar as provocações de Seokjin.
A prática também estava indo muito bem. Ele não teve problemas em acompanhar todos os outros durante a prática de esportes de combate, pelo contrário, era um dos melhores. Alguns deles, que só recentemente começaram a treinar em esportes de combate, foram até ele e pediram ajuda, e ele ficou feliz em ajudá-los de alguma maneira.
Fora isso, eles testaram suas habilidades de pilotagem, sem problemas; suas habilidades de tiro com arco, muitos problemas, ele nunca tinha feito isso antes; e nível geral de educação. Isso era o que parecia mais importante para todos, incluindo Jimin, e também era o que ele mais gostava.
Seu “professor”, embora essa palavra não parecesse se adequar a ele, era uma pessoa chamada Doori e ele era uma das pessoas mais interessantes que Jimin já conheceu.
Quando eles se apresentaram, Jimin ficou completamente confuso porque não havia como reconhecê-los como homem ou mulher, suas feições e aparência geral eram muito andróginas*. Ele ficou com vergonha de perguntar, mas Doori apenas riu e disse:
(*Que ou quem não tem características marcadamente femininas nem masculina.)
— Eu não sou nenhum dos dois. Não, eu sinto que nenhum dos dois é mais apropriado para mim. Eu não me indentifico com o gênero binário.
(*Gênero binário é quem se vê como homem ou mulher, alguém do sexo masculino ou feminino. No caso aqui, Doori não se vê assim, ele/a é não-binário ou seja, não se considera dentro de um gênero específico.)
— Oh. — Jimin disse, muito curioso e confuso. Ele já estava aprendendo algo novo e eles nem tinham começado. — Se você não se importa, você poderia me explicar isso? Eu gostaria de saber mais.
Doori sorriu.
— Isso é bom. Curiosidade é bom. Bem, para simplificar: a humanidade, em algum momento, decidiu colocar todos no grupo “homem” ou no grupo “mulher” e não me sinto confortável ou como se me encaixasse em nenhum deles.
Jimin também descobriu que Doori era de um lugar onde o gênero realmente não existia.
— Chama-se Pansophos. Uma pequena cidade nas montanhas a nordeste de Renity, perto do Grande Mar. Ninguém faz parte do sistema binário lá. Simplesmente não importa o gênero que você tem. Você é apenas você.
— Isso parece interessante. — Jimin disse honestamente. Realmente não importava que ele ainda não os entendesse; ele aprendeu da maneira mais difícil que o mundo não se limita ao que Park Jimin sabia e entendia. — Eu adoraria ir lá e aprender mais.
Doori sorriu novamente, parecendo feliz com o interesse genuíno de Jimin.
— Talvez em algum momento você o faça.
Jimin amava Doori. Ele, como Jimin decidiu chamar, eram engraçado e pacientes, respondendo a todas as perguntas que ele tinha, não importava o quão idiotas fossem, e ele era excelente professor. Suas aulas com Doori na biblioteca do Nexus eram alguns de seus momentos favoritos. Ele meio que o lembraram de Namjoon, então Jimin contou a ele sobre seu amigo. Ele até se deixou chorar um pouco na frente dele, que o consolou até que ele recuperasse a postura.
[...]
Jimin se perguntou se Jungkook havia esquecido o pedido dele para descobrir como Namjoon estava. Ou sobre o fato de que ele deveria estar aprendendo a lutar com uma espada.
Ele descobriu a resposta duas semanas após sua chegada.
Jimin não tinha falado com Jungkook novamente desde aquela vez no armamento, mas tinha visto o homem olhando para ele de vez em quando. Na cantina quando ele estava rindo com alguns novos amigos; enquanto ele estava treinando, principalmente com Sunyoon, e Jungkook sentou-se na frente da ferraria observando-os; ou quando ele deixou os estábulos ao meio-dia, exausto, mas contente com seu trabalho e Jungkook estava conversando com Yoongi do lado de fora da casa principal. Ele franzia a testa toda vez que eles faziam contato visual, mas o olhar era constante demais para ser causado por nada além de desconfiança. De vez em quando, Jimin silenciosamente se perguntava se Jeon Jungkook estava tão desinteressado nele quanto ele havia dito.
Claro que Jimin não disse nada, não só seria embaraçoso pra caralho se ele estivesse errado, mas também porque Taehyung e Seokjin teriam um dia de provocação se descobrissem.
Quando Jungkook se aproximou dele novamente, Jimin estava atualmente imerso em um livro sobre Pansophos, lendo sozinho na biblioteca, um dos poucos lugares onde ele normalmente não era perturbado, e estava tão distraído que quase teve um ataque cardíaco quando Jungkook perguntou de repente:
— O que você está estudando?
Jimin se encolheu com tanta força que quase caiu da cadeira, mas se recompôs rapidamente.
— Doori me deu um livro sobre sua cidade natal. É muito fascinante. Realmente faz você pensar com quantas normas culturais realmente crescemos. Eu gostaria de saber que tipo de pessoa eu seria sem nenhum deles.
Normalmente, Jimin não teria contado a Jungkook de todas as pessoas ali, mas ele estava tão entusiasmado com esse assunto que não se importava com quem estava falando. E ele ficou um pouco surpreso quando Jungkook respondeu sinceramente.
— Idéia interessante. Pode ser impossível, no entanto. Quero dizer, você sempre será influenciado por algo de alguma forma. Pelo seu ambiente.
Jimin pensou nisso, tentando imaginar como seria sem nenhum tipo de norma.
— Acho que é verdade. — Ele admitiu facilmente. Jungkook estava certo; mesmo se você crescesse sozinho na floresta, ainda aprenderia certas coisas. Talvez com o conhecimento venha automaticamente o julgamento. E com o julgamento vem as regras e o certo e o errado.
Jimin se concentrou em Jungkook, que estava olhando ao redor da sala como se nunca tivesse visto antes.
— Você está aqui para alguma coisa em particular? Porque eu gostaria de continuar lendo, se você não se importa. — Ele perguntou, sabendo que deveria haver uma razão pela qual Jungkook veio até ele. E certamente não era para filosofar juntos.
— Me siga. — Jungkook simplesmente ordenou, como sempre fazia.
— Para onde? — Jimin perguntou, sem vontade de ser obediente. Mas é claro que Jungkook não se importava com seu humor.
— Apenas me acompanhe. Prometo que não vou matar você. — E com isso ele se virou e simplesmente se afastou, deixando Jimin correndo atrás dele em aborrecimento.
Mas Jimin esqueceu sua irritação quando chegaram à casa principal e havia uma mulher esperando por eles, toda vestida de preto, cabelos escuros curtos e duas espadas na cintura. Ela cumprimentou Jungkook com um aceno de cabeça que ele devolveu e então seus olhos caíram sobre Jimin.
— Principe. — Ela disse em saudação, não hostil, mas sua voz era completamente monótona e desprovida de qualquer tipo de emoção.
Jimin se curvou.
— Olá? — Ele disse, sua voz subindo no final, e olhou entre Jungkook e a mulher misteriosa.
— Esta é Nanami, a melhor lutadora de espadas do Império Adecy. Ela chegou ontem e vai ser sua professora. Jungkook explicou, respeito óbvio em sua voz e em seu rosto. Se até Jungkook estava impressionado, essa mulher tinha que ser extraordinária.
Jimin abriu a boca e fechou novamente, tentando encontrar as palavras certas.
— Sou... muito grato pela oportunidade de trabalhar com uma professora tão incrível, mas não tenho nenhuma experiência com uma espada. Receio desapontá-la. — Ele finalmente disse a Nanami que o observava com olhos atentos.
Por alguns segundos ela ficou em silêncio.
— Posso ensiná-lo. — Ela falou, virando-se para Jungkook. — Não terei problemas, tenho certeza.
— Que bom. Obrigado. — Jungkook assentiu com um sorriso pequeno, mas honesto. É bom vê-lo não carrancudo para variar, pensou Jimin, mas o sorriso desapareceu novamente com a mesma rapidez.
— Devemos começar agora. — Nanami decidiu e Jimin piscou surpreso.
— Sim. Mas antes disso, preciso conversar com o Pequeno Príncipe sobre uma coisa. — Jungkook olhou para Jimin novamente.
— Humm. Vou esperar atrás do armamento. Vamos praticar lá. — Nanami disse a Jimin e foi embora sem se despedir.
Jimin ficou olhando para ela, extremamente intimidado e impressionado.
Jungkook limpou a garganta.
— Eu tenho informações sobre Kim Namjoon.
Jimin virou a cabeça tão rapidamente que seu pescoço estalou audivelmente.
— Você tem? — Ele perguntou com uma voz levemente dolorida enquanto massageava seu pescoço e instintivamente se aproximou de Jungkook.
— Eu tenho. — O rebelde disse e franziu a testa para o pescoço de Jimin. — Ele está vivo.
— Oh! Graças a deus. — Um peso gigantesco foi tirado do ombro de Jimin e ele quase sentiu vontade de chorar de puro alívio. — Isso é... Porra, obrigado. Como ele está? O que eles estão fazendo com ele?
— Essa é a má notícia: ele está sendo torturado. — Jungkook disse cuidadosamente e observou de perto a reação de Jimin.
— Quão ruim? — Jimin se aproximou ainda mais. Seu alívio temporário já estava passando, mas ele esperava que eles fizessem alguma coisa. Ele precisava saber o quão ruim era.
Jungkook parecia um pouco desconfortável com a nova proximidade de Jimin, mas não recuou.
— Eles não vão torturá-lo até a morte, pelo menos por enquanto. Não sei todos os detalhes, mas aparentemente depois que a dor não funcionou, eles começaram a tentar a tortura de longo prazo. Retendo luz solar, comida, água, contato com outras pessoas, restringindo seus movimentos. Coisas assim. Não sabemos qual é o objetivo deles, mas podemos presumir que, assim que conseguirem o que querem dele, vão matá-lo.
Jungkook manteve contato visual com Jimin enquanto falava, mas sua voz era baixa e quase apologética, como se ele se sentisse mal por ter que dizer isso.
Jimin abaixou a cabeça, o cabelo caindo na frente dos olhos e engoliu em seco. Ele passou muito tempo imaginando as piores coisas que poderiam estar acontecendo com Namjoon, mas ouvir exatamente o que ele estava passando e não poder ajudá-lo foi provavelmente a pior sensação que ele já teve.
O que ele estava fazendo? Para que ele ainda estava vivo?
De repente, tudo parecia tão sem esperança, nenhuma centelha de fé para encontrar mais nele. Jimin fechou os olhos quando a sensação de flutuar, semelhante a como ele se sentiu no final de sua visita em Silver Hills, tomou conta dele e ele pensou que fosse desmaiar. Tudo parecia estranhamente distante, como se nenhuma emoção ou pensamento pudesse atingi-lo, exceto a certeza de que tudo era inútil, sem esperança e sem sentido, e desta vez Namjoon não estava aqui para pegar sua mão e levá-lo de volta à segurança, desta vez não havia ninguém...
— Ei. — Uma mão grande e quente pousou no ombro de Jimin, hesitante no início, mas ainda pesada e firme. — Não se afaste. — Jimin olhou para cima e encontrou Jungkook olhando para ele, sua mão apertando seu ombro. Não havia sinal da carranca que Jungkook costumava usar ao olhar para ele, o rosto cheio de algo que parecia preocupação. Seus olhos perfuraram Jimin como se ele (JK) estivesse tentando encontrar sua alma. — Fique comigo, Pequeno Príncipe. Respire. Concentre-se no meu rosto.
E Jimin fez, automaticamente, nunca quebrando o contato visual com o rebelde, até que ele se sentisse ele mesmo novamente.
— Eu sinto muito. — Foram suas primeiras palavras quando recuperou a voz, e soava como uma criança até aos seus próprios ouvidos.
— Não sinta. Eu teria ficado preocupado se você tivesse concordado com tudo o que eu disse a você.
Mas agora que Jimin estava de volta a si mesmo, Jungkook percebeu quem ele era e o quão perto eles estavam e se afastou, limpando a garganta.
— Você ficará bem praticando com a espada?
— Eu vou tentar.
— Não se esforce demais. Descanse se precisar. — Jungkook disse, sua voz de volta ao tom de comando que ele sempre tinha ao dar ordens. Normalmente isso irritava Jimin, desta vez o fez sorrir.
— Sim, senhor.
Os olhos de Jungkook se arregalaram com a resposta e sua boca se abriu, olhando para Jimin como se ele tivesse crescido um par extra de orelhas. Seu rosto era a expressão máxima de choque e Jimin não pôde deixar de rir dele.
— Desculpe, desculpe. — Jimin riu e correu em direção ao armamento antes que Jungkook pudesse se recompor novamente e decidir que estava farto de suas provocações.
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Nanami era uma professora muito rígida, mas muito boa. Suas instruções sempre foram claras e ela nunca pediu algo a Jimin que ele não pudesse fazer. Mas foi cansativo como o inferno.
Eles nem fizeram muito na primeira hora juntos, ela simplesmente o ensinou como segurar a espada, como equilibrá-la em diferentes posições e o que não fazer. Era basicamente um guia de como não se matar com uma espada. O que Jimin apreciou muito.
Mas depois de segurar uma espada por tanto tempo, ele sentiu que seu braço direito estava a dois segundos de simplesmente parar.
— Eu sinto muito. — Ele ofegou depois de quase quarenta e cinco minutos e Nanami, que permaneceu tão estóica e indiferente quanto no começo, acenou para ele. Ela não parecia desapontada ou zangada, para alívio de Jimin.
— Você se saiu melhor do que o esperado. Amanhã, às nove da manhã, aqui de novo.
— Obrigado. — Jimin agradeceu quando ela saiu sem dizer mais nada. Ele não sabia o que pensar de Nanami, principalmente porque ela deixou escapar ainda menos de sua personalidade do que Jungkook. Pelo menos o líder rebelde mostrou sua desaprovação a ele (JM).
Falando em Jungkook, Jimin percebeu que havia algo que tinha para dizer a ele. Algo que ele deveria ter dito a Jungkook antes.
Ele encontrou o escritório de Jungkook sem problemas e bateu duas vezes. Esperançosamente, o homem estava lá e não em algum lugar do complexo.
— Entre. — Ele falou e Jimin abriu a porta. Jungkook olhou para cima e ergueu uma sobrancelha quando viu quem estava entrando. — Você de novo? Voltou a ser ainda mais pirralho?
— Eu preciso te contar uma coisa. — Jimin se aproximou.
Jungkook rapidamente percebeu sua seriedade.
— O que foi? — Ele perguntou, sentando-se ereto.
— Algo sobre Namjoon. Antes de dizer qualquer coisa, quero deixar claro que confio muito nele e não acho que estejamos em perigo real.
— Ele sabe sobre este lugar. — Jungkook percebeu imediatamente e fechou os olhos, apertando o nariz.
— Sim. — Jimin disse com uma voz pequena. — Eu não disse nada antes porque estava preocupado que você não me deixasse ficar se soubesse que eu havia contado a outra pessoa e também presumi que eles o.... que o executariam. Talvez isso tenha sido estúpido da minha parte, eu deveria saber que eles tentariam chegar até mim através dele. Ele deveria ter vindo comigo, foi por isso que ele teve que saber.
Jimin esperou ansiosamente enquanto Jungkook apenas se sentava em sua cadeira, os olhos ainda fechados. Se o rebelde estava começando a gostar dele, provavelmente ele arruinou tudo agora.
— Se ele não disse nada até agora. — Jungkook finalmente disse lentamente. — Se ele sobreviveu à tortura sem contar a eles sobre isso, duvido que ele vá falar mais tarde. Normalmente, as pessoas falam quase imediatamente ou não falam nada. Mas podemos confiar nele para manter suas coisas sob controle? — A pergunta parecia dirigida a si mesmo e não a ele, então Jimin simplesmente ficou em silêncio. — Porra, podemos ter que fazer isso. Não vejo como poderíamos entrar em Golden Hills. Não podemos passar pelos portões. Não há como tirá-lo de lá. — Jungkook continuou falando, as sobrancelhas franzidas em concentração.
Jimin teve uma ideia novamente.
Era estúpido de novo, mas até agora suas idéias estúpidas não falharam completamente .
— Talvez haja uma maneira. Mas não tenho certeza se podemos usá-lo. — Ele disse cuidadosamente e Jungkook finalmente olhou para ele.
— O que? Como?
— O rio Elpis. Namjoon me disse que existem túneis sob as Muralhas Douradas. Eles provavelmente colocaram grades, mas se conseguirmos removê-las ou destruí-las, poderemos passar por elas a nado.
Jungkook o encarou, o silêncio se estendendo cada vez mais. Jimin tentou não se mexer nervosamente sob seu olhar.
— Nós iremos. — Disse Jungkook. — Essa é uma notícia interessante.
— Não tenho certeza se é possível. — Jimin repetiu. — É uma ideia muito arriscada.
— Vou falar sobre isso com os outros. — Jungkook falou, parecendo um pouco perdido em pensamentos. — Obrigado por sua contribuição.
— Ok. — Jimin disse e hesitou novamente. Jungkook não ficou com raiva dele e ele não queria forçá-lo, mas não conseguiu lutar contra sua curiosidade. — Posso perguntar algo que provavelmente não deveria saber a resposta?
Jungkook levantou uma sobrancelha, mais divertido do que qualquer outra coisa.
— Não é isso que você costuma fazer? — Ele falou. Jimin deu de ombros e tentou não sorrir. Jungkook suspirou dramaticamente. — Vá em frente, Pequeno Príncipe.
— O guarda que te bateu no rosto quando você chegou ao castelo. Você se lembra dele? Ele trabalha com você?
Jungkook pareceu surpreso por apenas um segundo antes de rir.
— Você é... você é inteligente demais para o seu próprio bem. Não tente meter o nariz no negócio das rebeliões. Eu disse para você não fazer isso. — Jungkook o lembrou. Jimin assentiu, mas não conseguiu conter o sorriso, satisfeito por estar certo. — Como você sabia? Se você o viu me dar um tapa na cara, por que pensaria que ele está trabalhando comigo? — Jungkook quis saber e talvez Jimin estivesse finalmente ficando louco, mas ele achou que Jungkook parecia impressionado.
— Apenas um palpite. E fiquei surpreso por ele não ter destruído seu colar. O tapa me incomodou por um tempo, mas depois olhei para dentro de mim e percebi que trabalhar com você e querer dar um tapa na sua cara não são duas coisas mutuamente exclusivas.
Jungkook riu.
Foi tão inesperado e tão novo que Jimin ficou atordoado.
Não foi uma gargalhada completa, mais como se o riso de Jungkook o tivesse pego desprevenido e ele (JK) não tivesse sido capaz de abafá-lo, mas ele definitivamente riu por um momento.
— Isso foi... engraçado? — Jimin perguntou, exagerando sua surpresa com os olhos e a boca bem abertos.
— Cale-se. — Jungkook revirou os olhos, mas não havia nada em sua voz e seus lábios se contraíram em um esforço para não sorrir.
— Isto é incrível. Jeon Jungkook tem humor?! Jamais esquecerei esse momento. — Jimin continuou, sem se preocupar em esconder o sorriso.
— Você é o pirralho mais irritante que eu já conheci. — Jungkook respondeu, balançando a cabeça.
— Pode ser. Mas tu gostas disso. — Jimin sorriu e nem mesmo o olhar não impressionado que Jungkook jogou em sua direção poderia detê-lo. — Você pode fingir que me odeia, mas no fundo você sabe que estou crescendo em você.
— Você deseja, Pequeno Príncipe. Agora saia, antes que você me irrite adequadamente.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Aaaaaaaaa.... Esse capítulo foi cheio de emoções. A dinâmica de Jimin e Jungkook está lentamente evoluindo. E também vamos torcer para eles conseguirem resgatar Namjoon.
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