Chapter Forty-two
╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴
Como vimos, todos os líderes dos Rebeldes (Da rebelião) estão se reunindo para atacar Golden Hills e acabar com a rainha e o sofrimento do povo. Como tudo isso vai acontecer? Vamos descobrir...
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
O vento soprava impiedosamente as nuvens no céu com uma velocidade emocionante. O sol estava se pondo no oeste, iluminando o horizonte com cores vermelha, laranja e rosa. Na outra direção, bem ao leste, eles podiam ver o relâmpago de uma tempestade.
Era a metáfora perfeita para a situação em que ele estava, pensou Jimin. Duas maneiras pelas quais tudo isso poderia terminar; em cores brilhantes ou uma tempestade escura.
Eles estavam sentados à beira de Renity depois de passar o dia cavalgando alí. Nem todos estavam esperando; por toda a cidade, a rebelião estava atacando as torres de guarda para assumir o controle sobre elas. Esse foi o primeiro passo em seu plano.
Depois de limpar todas as torres, garantindo que ninguém alarmaria os militares em Golden Hills, eles se moveriam para dentro da cidade.
Estava frio. Jimin estava tremendo onde estava sentado. Taehyung, Seokjin e algumas outras pessoas que ele conhecia estavam lá com ele, mas Jimin não conseguia falar agora, ao invés disso, assistia ao que poderia ser seu último pôr do sol.
Jungkook não estava alí, nem Yoongi. Eles estavam liderando os rebeldes, é claro, lutando com eles como sempre fizeram. Jimin esperava que eles estivessem bem, que não tivessem nenhum problema.
Ele não sabia quanto tempo se passou quando um cavaleiro chegou, alertando-os rapidamente de que metade das torres havia sido conquistada com sucesso. Agora só faltava esperar que o segundo cavaleiro, vindo do outro lado, também lhes desse luz verde. Apenas alguns minutos depois ele chegou e então eles se levantaram e começaram a andar.
Eles eram cerca de quinze pessoas neste grupo, uma mistura de rebeldes experientes e mais novos, e Jimin no meio disso. O trabalho deles era levá-lo para Silver Hills com segurança.
Os outros grupos tinham objetivos diferentes e todos eram maiores que este. Alguns deles se posicionariam em frente aos portões que cercam Golden Hills. Alguns deles usariam o rio Elpis para entrar secretamente em Golden Hills, outros seguiriam pelo buraco atrás do cemitério. Cerca de metade dos recrutas iria se esgueirar para Golden Hills ao longo da noite, esperançosamente sem ser detectado, incluindo Jungkook. Yoongi estaria em frente ao Golden Gate em Silver Hills.
As ruas estavam completamente vazias enquanto eles marchavam em direção a Silver Hills como se a cidade inteira estivesse parada para eles, mas Jimin não notaria nada ao seu redor de qualquer maneira, apenas olhava para o chão enquanto os seguia mais fundo, direto para seu destino, o que quer que fosse.
Escureceu enquanto eles caminhavam, logo o sol desapareceu completamente. Eles não estavam com pressa; eles tinham tempo mais do que suficiente até o nascer do sol. Horas depois chegaram a Silver Hills e entraram na casa de um rebelde e voltaram a esperar notícias dos outros.
Jimin estava calmo. Muito calmo, ele percebeu, anormalmente calmo. Quase nada do lado de fora chegava até ele. A única coisa em que ele conseguia pensar era em Jungkook. Por favor, por favor, que ele fique bem.
Eles não falaram muito quando Jungkook saiu, ambos incapazes de colocar em palavras o que estavam sentindo.
— Eu te amo. — Jungkook murmurou, acariciando a bochecha de Jimin, seus olhos brilhando com amor e desespero.
Jimin se inclinou para o toque, tentando conter as lágrimas.
— Eu também te amo. — Ele sussurrou e Jungkook assentiu, forçando seu olhar para longe do rosto de Jimin e para a cidade.
— Vejo você em Golden Hills. — Ele disse com total determinação. — Lutaremos pelo que é certo e venceremos.
Jimin apenas assentiu, não confiando em sua voz para não quebrar.
E com um último e suave beijo em seus lábios, Jungkook partiu.
— Jimin-ah? — A voz de Tae o acordou, seu rosto embaçado na frente de Jimin enquanto ele piscava rapidamente. Taehyung estava pálido e seus dentes estavam cerrados em tensão. Ele sempre fazia isso quando não queria chorar. — É quase nascer do sol.
Jimin estava completamente acordado agora, olhando em volta e vendo todos os outros já acordados também. Talvez ele fosse o único que havia adormecido.
— Yoongi está aqui. — Tae disse quando viu que Jimin havia acordado completamente. — Com boas notícias. Tanto quanto sabemos, tudo está indo de acordo com o planejado. Jungkook e seu grupo chegaram ao portão da masmorra. Assim que a maioria dos militares deixar o castelo, eles começarão a tomá-la.
— Ok. — Jimin se ouviu dizer e se levantou com os pés vacilantes. — Então eu deveria ir agora, certo?
— Certo. — Taehyung concordou, mas as lágrimas que brotavam de seus olhos contavam uma história diferente. — Jimin-ah... — Ele começou, mas Jimin o interrompeu.
— Por favor, sem discursos emocionais. Eu não vou conseguir ir lá se você fizer isso. Além disso, eu já sei tudo o que você está prestes a me dizer. — Ele tentou sorrir e Tae tentou sorrir de volta.
— É uma honra ser sua alma gêmea. — A sinceridade em sua voz foi o suficiente para quase quebrar a coragem de Jimin. — E será uma honra por muitos mais anos, até morrermos juntos quando tivermos pelo menos cem anos de idade.
— Exatamente. — Jimin concordou. — Nascemos no mesmo ano e morreremos no mesmo ano.
— Está certo. E como não vou morrer este ano, você também não vai.
Eles se encararam, ambos meio sorrindo meio chorando, até que Taehyung o puxou para um abraço. Não durou muito, ele podia sentir os braços de Tae apertando-o por um segundo e sabia que se eles ficassem mais assim Taehyung não iria deixá-lo ir.
— Vejo você depois. — Ele disse enquanto soltava Jimin e se afastava, os ombros tremendo no que Jimin sabia serem os soluços que ele estava segurando.
— Jimin. — Seokjin se aproximou, uma multidão de emoções em seu rosto. — Eu... recentemente percebi que nunca agradeci adequadamente por me tirar das masmorras meses atrás. Então obrigado... você salvou minha vida mesmo sem me conhecer. E eu queria dizer... — Sua voz vacilou. — Estou muito feliz por ser seu amigo e gostei muito de limpar os estábulos com você.
— Obrigado. — Jimin respondeu e acrescentou hesitante: — Também sou grato a você. Porque eu sei que se alguma coisa acontecer comigo, você estará lá para ajudar o Tae. Eu confio muito em você, Seokjin. E estou muito feliz por ser seu amigo também.
Ele se despediu brevemente de algumas outras pessoas de seu grupo, mas já havia se despedido das pessoas mais importantes; Namjoon, Hoseok e algumas outras pessoas que estavam em um grupo diferente que só entrariam quando a luta começasse para tentar tirar os feridos do campo de batalha.
Yoongi já estava esperando quando Jimin finalmente saiu, cumprimentando-o com um aceno de cabeça, e o acompanhou até que estivessem quase no portão.
— Ei, Jimin-ah. — Ele disse e parou de andar. Jimin se virou para olhar para ele. — Não morra, ok? — Yoongi pediu com um sorriso torto que não conseguia disfarçar o medo em seus olhos. — Você é a única família que me resta, afinal.
— Eu não vou morrer. — Jimin prometeu pela milionésima vez e Yoongi assentiu. O sorriso sumiu de seu rosto e ele surpreendeu Jimin puxando-o para um abraço rápido.
— Bom. Agora vamos foder com eles.
As palavras vulgares de Yoongi foram surpreendentemente encorajadoras, e Jimin marchou em direção ao portão reunindo cada pedacinho de confiança que lhe restava, aproximando-se cada vez mais dos guardas que já o olhavam de longe.
Jimin soube exatamente quando eles o reconheceram; foi quando de repente um deles fugiu como se estivesse sendo perseguido, desaparecendo em Golden Hills, sem dúvida alarmando a todos que o ex-príncipe Park estava no portão. Nem dois segundos depois, vários soldados começaram a correr em sua direção, todos fortemente armados. Jimin engoliu o medo e continuou de cabeça erguida.
— Park Jimin? — Um dos soldados perguntou quando eles estavam perto o suficiente, já apontando um rifle para ele. Eles sabiam que era ele, mas Jimin respondeu de qualquer maneira.
— Sim, eu sou Park Jimin. Em troca da vida dos plebeus atualmente nas masmorras, estou aqui para me entregar.
[...]
Jimin ficou definitivamente impressionado e um pouco lisonjeado de uma forma realmente irônica com a rapidez com que toda Golden Hills foi capaz de acordar e se reunir na arena. Ele nunca tinha visto isso acontecer antes. Todos estavam vestidos com roupas extravagantes, como se a execução de Jimin tivesse sido um evento agendado como um baile ou um aniversário. A arena inteira estava cheia, até mesmo no campo havia cadeiras para abrir espaço para ainda mais pessoas. E Jimin tinha uma excelente visão de tudo de sua posição.
Eles o trancaram em uma sala de interrogatório enquanto notificavam a Rainha e todos os outros de sua rendição, sem perder tempo para colocá-lo nas masmorras. Estar de volta ao castelo e como prisioneiro era incrivelmente surreal. Este lugar tinha sido seu lar durante a maior parte de sua vida e, no entanto, estar de volta não tinha nada a ver com voltar para casa. Além disso, ele sabia que não muito tempo depois, os rebeldes tentariam tomar o castelo, sem falar que seus pais estavam muito próximos ali.
Jimin se sentiu péssimo, mas assustado não parecia a palavra certa para descrevê-lo, pelo menos ele não estava com medo do que poderia acontecer com ele. Era mais que isso, estar de volta dessa maneira, parecia errado de uma forma quase perversa e o deixou doente. Ele queria desesperadamente voltar no tempo para quando eles estiveram em Pansophos, quando tudo isso ainda estava longe no futuro, ou pelo menos parecia assim. Quando ele pensou em como eles estavam felizes, para ele e Jungkook dançando no penhasco, Jimin quase começou a chorar enquanto se sentava sozinho, mas se recompôs. O passado era o passado. Agora era a hora de lutar por seu futuro.
A sala de interrogatórios em que ele estava era semelhante ao que ele havia libertado Jungkook. Era a mesma? Jimin não tinha prestado atenção quando eles o levaram.
Não demorou muito até a porta se abrir novamente e Jimin, que estava sentado no chão em frente à porta, encontrou os olhos da Rainha, sua tia, Park Nuri. Ela manteve um comportamento calmo enquanto se certificava de que era ele, mas Jimin sentiu um zumbido vindo dela no segundo em que ela o viu que traiu sua serenidade. Ela estava definitivamente animada com isso.
— Park Jimin. — Ela falou lentamente, ódio piscando em seus olhos. — Ninguém jamais foi tão indigno do nome Park. Você não vai mais arrastar esse nome honrado na lama.
Jimin não respondeu. O que ele deveria dizer sobre isso? Não era como se ele pudesse fazê-la mudar de ideia.
Eles arrastaram Jimin para a arena depois, empurrando-o rudemente para uma carruagem da polícia para transportá-lo até lá. A quantidade de soldados usados para acompanhá-lo era ridícula. Parecia que Nuri pensou que os rebeldes tentariam libertá-lo novamente, apesar dele se render. Ou talvez ela só quisesse tornar este evento o maior possível.
Quando eles chegaram, Jimin foi rapidamente arrastado para o ponto mais alto da arena, na fileira mais alta onde um pequeno palco foi construído na pedra. Normalmente, um espectador falaria com o público a partir deste ponto quando os jogos ou competições estivessem acontecendo ali. Alternativamente, a Rainha também dava discursos aos militares a partir deste ponto, pois foi construído de forma a permitir que a voz de alguém ecoasse por toda a arena. Perfeito para usar a coroa.
Jimin estava ajoelhado no chão, estava ajoelhado por um bom tempo enquanto a arena se enchia cada vez mais. Eles o transportaram para lá imediatamente, amarrando seus pulsos atrás das costas e forçando-o a ficar abaixado; perfeitamente apresentado para todos os nobres verem. Mas Jimin não se importava com a maioria dos nobres. Ele viu Chanyeol em algum lugar que estava sorrindo para ele e procurou por Juhee, mas não conseguiu encontrá-la. Em vez disso, seus olhos caíram sobre os irmãos de Taehyung, Sora e Jonhgyun. Eles estavam olhando para ele com horror em seus rostos, aparentemente paralisados de descrença. Jimin gostaria de poder dar a eles algum tipo de sinal, um sorriso ou qualquer outra coisa que mostrasse que ele estava bem, mas não podia deixar ninguém desconfiar. Então desviou os olhos, imaginando onde Baekhyun estava.
Jimin manteve a calma até agora. Os soldados não o trataram com a grosseria que ele esperava, para seu alívio; eles eram soldados comuns, muito provavelmente ainda forçados por algum tipo de ordem que havia sido dita com o poder da Coroa de Adecy, talvez lealdade à Rainha ou aos militares ou algo semelhante, e Jimin tinha certeza de que eles tentaram tratá-lo tão bem quanto podiam em sua situação.
Jimin estava muito orgulhoso de si mesmo por quão bem estava lidando com isso; sua respiração estava normal, ele nem tremia e conseguiu se manter bastante otimista. Com tantos nobres na arena e tantos soldados ao seu redor, assumir o controle do castelo e depois da cidade e abrir os portões seria bastante fácil para os rebeldes, presumiu ele, o que era exatamente o que eles esperavam.
Mas toda a sua calma foi quebrada em um milhão de pedacinhos quando de repente ele viu seus pais.
Ele não os notou a princípio porque eles não estavam com o resto do público, ao invés disso, estavam sentados à sua esquerda na seção reservada para a família Park, bem ao lado do palco. Eles estavam a apenas dez metros de distância dele, olhando para ele com ainda mais choque e horror do que Sora e Jonghyun, e foi o suficiente para deixar as lágrimas brotarem nos olhos de Jimin.
— Mãe. — Ele sussurrou, plenamente consciente de que era muito alto para eles ouvi-lo, mas incapaz de segurá-lo. — Pai.
Jimin não os via há meses, não tinha ideia do que eles pensavam dele depois que ele escapou e levou a coroa com ele, e era assim que eles se reuniriam. De vez em quando, embora ele nunca admitisse isso para ninguém, tinha muito medo de que seus pais não estivessem do seu lado, que o odiassem pelo que ele havia feito. Mas olhando para eles agora, vendo as lágrimas escorrendo em seus rostos, Jimin percebeu que seu medo estava longe de ser verdade.
Seus pais estavam muito mal vestidos, um contraste gritante com todos os outros. Eles estavam sujos e mais magro do que Jimin lembrava deles; sinais claros de tempo passado em uma cela, mas pelo menos eles não pareciam feridos de outra forma. Alguns soldados os estavam segurando, ambos claramente querendo correr para Jimin.
Tantas coisas não ditas, pensou Jimin. Tantas coisas que ele queria dizer a eles, queria conversar com eles.
De repente, toda a arena ficou estranhamente silenciosa. De um momento para o outro as pessoas pararam de falar, e Jimin demorou um segundo para perceber que era por causa da Rainha que apareceu atrás dele.
Ele virou o pescoço da esquerda para a direita para localizá-la corretamente e, finalmente, deu uma boa olhada nela quando ela se aproximou.
Ela estava acompanhada por quatro enormes soldados que ficaram um pouco para trás, armados da cabeça aos pés, mas ainda assim conseguiram ser de longe os mais assustadores de todos eles. Ela não estava usando vestido ou qualquer outra roupa formal; em vez disso, usava uma roupa que parecia ser para um guerreiro, uma espécie de armadura, totalmente em preto e dourado.
Mas foi o grande sorriso em seu rosto que realmente aterrorizou Jimin até os ossos. Ele olhou para o rosto dela, fixou os olhos nela novamente, e soube que ela era louca. Não era tão óbvio quando ela ainda fingia estar calma, mas agora estava tão claro, o brilho louco em seus olhos enquanto se aproximava cada vez mais, e ele se perguntou se mais alguém havia notado. Eles também tinham que ver.
Ela caminhou até ficar ao lado dele, acariciando suavemente sua cabeça. O gesto estava cheio de tanta arrogância e condescendência, e com aquele simples gesto o medo de Jimin desapareceu de repente. Em vez disso, foi substituído por ódio puro e ardente surgindo nas suas veias como ele nunca havia sentido antes.
Essa mulher era a causa de tanta dor, não só para ele, mas para tantas pessoas, milhões e milhões delas. Tantas pessoas mortas por causa dela, roubadas de sua liberdade e livre arbítrio, e vê-la ao lado dele com um sorriso no rosto despertou algo em Jimin que ele não sabia que tinha nele.
Ele a queria morta.
— Bem-vindos, meus queridos amigos, a esta ocasião tão especial e tão esperada. — Park Nuri começou com uma voz alta e clara, estendendo os braços como se fosse abraçar as pessoas na arena, ainda com aquele sorriso sinistro no rosto. Jimin nunca a tinha visto mostrar tanta emoção. Ela parecia quase tonta de excitação com a morte dele.
Aplausos e aplausos soaram para eles, mas Jimin notou muitas pessoas que pareciam hesitantes em se juntar a eles, trocando olhares que variavam de confusos a irritados e completamente zangados, pessoas olhando para cima com uma carranca no rosto e os braços cruzados.
Jimin achou que entendia de onde vinha a confusão.
Isso era inusitado, uma execução poucas horas depois de o criminoso, ele, no caso, ter sido capturado, sem julgamento, sem investigação, sem interrogatório, nada, como se não importasse. Nuri sabia que ele tinha a coroa em algum lugar, que provavelmente tinha muitas informações valiosas sobre a rebelião, mas não se importava. Eles nem questionaram seus motivos para se entregar, acreditando nele imediatamente quando ele disse que era para proteger os plebeus de serem mortos porque não o encontraram.
Tudo o que parecia importante para ela era que ele morreria.
Do ponto de vista estratégico, essa execução era simplesmente idiota.
Mas, novamente, nobres mais do que suficientes também não pareciam se importar com isso, torcendo, gritando e aplaudindo sem escrúpulos, fazendo Jimin se perguntar quanto disso vinha da coroa e quanto disso era apenas eles sendo terríveis. Mas não teve muito tempo para pensar nisso; a Rainha continuou:
— Aqui temos Park Jimin. Tenho certeza que todos vocês conhecem o rosto dele. Ele cometeu o pior de todos os crimes: traição de sangue. Depois de roubar a Coroa de Adecy, ele voltou para libertar um plebeu que aprisionamos por direito. Ele se juntou aos nossos piores inimigos, os rebeldes que mataram tantos de nós, traindo seu sangue, sua família, seu status. Uma desgraça não apenas para todos os nobres, mas para a família Park em particular.
Ela olhou brevemente para Jimin e ele pensou que agora não havia absolutamente nenhuma maneira de ninguém ter notado que sua rainha estava ficando louca. Seus olhos estavam arregalados e sem piscar, seu sorriso ainda maior agora. O olhar em seu rosto era igualmente aterrorizante e perturbador, e Jimin estava começando a ficar seriamente nervoso.
Ele não sabia quanto tempo mais Nuri iria falar, mas provavelmente não demoraria muito até que ela terminasse. Se os rebeldes não chegaram à arena até lá...
Mas ele não podia morrer ainda. Ele ainda tinha que quebrar a coroa, como dizia a profecia. Certo?
A voz da Rainha tornou-se um mero ruído de fundo, ele não prestava mais atenção no que ela dizia. Em vez disso, Jimin voltou-se para seus pais novamente.
Yuna estava com as mãos sobre a boca, todo o corpo tremendo com os soluços, enquanto Minho chorava silenciosamente, conseguindo até dar a Jimin um sorriso triste quando seus olhos se encontraram. Jimin tentou sorrir de volta, tentou consolá-los da menor maneira, mas um súbito aplauso chamou sua atenção de volta para Nuri, que aparentemente havia terminado seu discurso.
— Agora finalmente é hora de vingar isso, essa traição desprezível, para trazer justiça a um criminoso como raramente vimos um, ameaçando a paz e a ordem de todo o país, apenas sua morte pode acabar com essa rebelião que está tentando nos derrubar.
Jimin piscou para ela, boquiaberto. Ela pensava seriamente que a rebelião terminaria com a morte dele? A coroa a tinha tornado estúpida depois de louca?
Mas sua perplexidade foi imediatamente substituída por um pouco de medo e preocupação quando outra pessoa pisou em seu outro lado. Ele olhou para cima com um mau pressentimento para ver quem era e rapidamente descobriu que seu medo era justificado.
Lee Wonwoo estava sorrindo para ele, não tão desagradável quanto a Rainha, ele estava sorrindo, triunfo em seus olhos. Aparentemente, o homem ainda estava bravo com a fuga dele alguns meses atrás. Sua presença por si só foi o suficiente para assustar Jimin, mas ver a enorme espada em suas mãos certamente contribuiu para isso.
— Minha rainha. — Ele basicamente ronronou, segurando a espada de uma forma que permitia que ela segurasse o cabo logo acima da cabeça de Jimin, que estava olhando para cima nervosamente quando a troca aconteceu.
— Abaixe a cabeça. — Ela ordenou, alto o suficiente para que o resto deles a ouvisse.
Bem, isso era ruim, para dizer o mínimo. A Rainha estava prestes a cortar sua cabeça e não havia sinal de Jungkook ou qualquer outro rebelde.
— Não. — Jimin respondeu em seu pânico crescente. Ele tinha que conseguir mais tempo, de qualquer maneira que pudesse. Mas Nuri apenas agarrou seu cabelo com um rosnado cruel e puxou-o para frente com tanta força que Jimin perdeu o equilíbrio e caiu em vez de abaixar a cabeça. Ele mal conseguiu manter a cabeça erguida para não cair de cara no chão.
Algumas pessoas estavam rindo, mas Jimin não teve coragem de se sentir envergonhado. Ele decidiu ficar abaixado, ganhando mais alguns segundos com isso, mas Lee Wonwoo foi rápido em agarrar sua camisa nas costas e puxá-lo de volta.
— Abaixe.Sua.Cabeça. — O homem sibilou, cuspindo no rosto de Jimin.
Por alguma razão, de repente ocorreu a Jimin que, tecnicamente, Lee Wonwoo era a razão pela qual eles estavam nessa situação. Se ele não tivesse permitido que Namjoon trabalhasse na Biblioteca Dourada, Jimin duvidava que ele teria se juntado à rebelião sem sua ajuda. Talvez Wonwoo também estivesse ciente disso, pelo menos até certo ponto, e talvez tenha sido isso que o deixou com tanta raiva. O pensamento o fez sorrir.
— Do que porra você está sorrindo, vadia? Hã? — Wonwoo puxou sua camisa novamente até que as costas de Jimin estivessem arqueadas de uma forma realmente desconfortável.
— De sua cara estúpida. — Jimin respondeu, as palavras saindo de sua boca antes que ele pudesse registrá-las adequadamente.
Wonwoo foi tão pego de surpresa que levou três segundos para compreender que sim, Jimin tinha acabado de dizer isso.
— VOCÊ...
— Wonwoo. — A Rainha o interrompeu com impaciência. — Eu já quero matá-lo.
O general respirou fundo, os olhos ainda cheios de ódio ao olhar para Jimin, mas ele se recompôs.
— É claro. — Ele disse, mais uma vez puxando o cabelo de Jimin, desta vez forçando-o a abaixar a cabeça.
Jimin estava ficando sem tempo.
— Você não quer saber sobre a Coroa de Adecy? — Jimin deixou escapar, incapaz de ver o rosto de qualquer um deles, mas o aperto em seu cabelo aumentou.
Ficou quieto por um momento, então Nuri disse:
— Vamos encontrar. Mataremos até o último desses rebeldes de que você parece gostar tanto e depois a encontraremos. Você sabe o que deveria fazer? Eu deveria colocar sua cabeça na Muralha Dourada, para que todos os seus novos amigos possam vê-lo. Para que seu amado Jungkook possa vê-lo, não seria legal? Ou sua pequena história de amor com ele foi apenas um ato para fazer as pessoas torcerem por você?
Jimin podia ouvir o sorriso em sua voz, mas ele se recusou a responder. Não importava o que acontecesse, ele não queria que ela visse Jungkook mais do que ela já fazia. Mas talvez fosse tarde demais para isso.
Em uma tentativa de mudar o assunto de Jungkook, ele disse:
— E se eu destruí-la?
O silêncio que se seguiu a essas palavras foi mais longo. Jimin podia ver a espada descansando em uma das mãos de Nuri e notou que ela estava começando a tremer. Talvez ele não devesse ter dito isso.
— De qualquer maneira. — Nuri falou, tão furiosa que sua voz estava ficando mais profunda. — De qualquer maneira você vai morrer. Matar você será a melhor coisa que já fiz.
— Que diabos. — Jimin não pôde deixar de murmurar com as palavras perturbadoras, mas suas palavras foram abafadas pelo grito da Rainha:
— Park Jimin! Sua hora chegou!
A espada desapareceu da linha de visão de Jimin quando ela a segurou acima de sua cabeça e Jimin fechou os olhos e tentou levar o segundo restante de sua vida para aceitar a morte.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Ai meu Deus.... Jimin. O que está acontecendo? Estou anciosa e tenho certeza que vocês também. Por isso serei boazinha e já postarei o capítulo seguinte. Boa leitura. Não se empolgue tanto a ponto de não comentar ok?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top