Chapter Forty Four

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Depois de derrotar a rainha e destruir a coroa Jimin desmaiou. Porque isso aconteceu? O poder da coroa foi tão forte assim? Ele foi afetado? E como está a situação apos a batalha? Vamos descobrir.
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A cama em que Jimin acordou o confundiu muito. Porque era a cama dele. Não, não a cama que ele dividia com Jungkook no Nexus. Mas sua cama, em seu antigo quarto, no castelo.

A primeira vez que ele mais ou menos acordou, estava absolutamente convencido de que estava sonhando e apenas fechou os olhos novamente. A segunda vez quase foi assim também, se não fosse por Jungkook sentado na beira da cama, segurando sua mão.

Isso confundiu Jimin ainda mais.

— Eh? — Ele falou, piscando como uma coruja para Jungkook, que sorriu para ele como se fosse seu aniversário.

— Jimin! Oh, graças a Deus, você está acordado. Eu deveria chamar Hoseok! — E com essas palavras Jungkook se levantou e saiu correndo.

Jimin decidiu que isso com certeza também era um sonho. Jungkook não estava no castelo, isso era ridículo, ele estava no Nexus! Então ele voltou a dormir imediatamente.

A terceira vez que ele acordou, ficou muito mais claro em sua cabeça. Claro o suficiente para esperar um pouco antes de fechar os olhos novamente e considerar que talvez isso não fosse um sonho, afinal. Ele tentou se sentar, mas caiu imediatamente. Sua cabeça estava insanamente pesada e ele tinha a dor de cabeça do século.

— Que porra é essa. — Ele murmurou, levantando a mão para esfregar a têmpora, apenas para perceber que ambas as mãos e pulsos estavam com bandagens, assim como a parte superior do corpo.

Uma porta se abriu.

— Jimin! — Jungkook chegou ao seu lado em um segundo, alívio em seu rosto.

— Olá. — Jimin assentiu, como se fossem apenas dois estranhos se cumprimentando na rua. Talvez ele ainda estivesse um pouco fora de si. — Como você está?

— Como estou? Como você está?! — Jungkook exclamou em voz alta, alívio substituído por preocupação. — Você se lembra do que aconteceu?

— É claro. Eu não sou um idiota. — Jimin ficou de mau humor e Jungkook riu. Jimin se lembrava. Ele simplesmente não queria. — Jungkook-ah. — Ele falou e limpou a garganta.

— Ah, vou pegar água para você. — Jungkook caminhou até a mesa e voltou com um copo d'água. — Aqui, vou ajudá-lo a se sentar.

Com a ajuda de Jungkook, Jimin conseguiu beber toda a água, apoiando todo o seu corpo contra ele.

— Sabe, isso é um déjà-vu. — Jungkook disse pensativo. — E não um bom. — Ele suspirou. — Você realmente precisa parar de se machucar.

— Desculpe. — Jimin murmurou, já cansado de novo, mas havia algo que ele precisava saber. — Jungkook-ah, o que aconteceu com... Taehyung e Yoongi e Seokjin e Namjoon estao...

— Estão todos bem. — Jungkook o interrompeu. — Tão bem quanto eles podem estar, você sabe, depois de tudo.

— Eu preciso contar ao Taehyungie. — Jimin tentou explicar. — Eu preciso contar a ele o que Baekhyun me disse.

— Você irá. — Jungkook gentilmente o colocou de volta na cama. — Assim que você se recuperar um pouco mais. Eu posso dizer que você ainda está muito cansado, baby. Durma mais um pouco, está bem?

Jimin queria protestar, mas a cama era muito confortável e quente e ele estava muito cansado.

— Você ficará comigo? — Ele perguntou e puxou a manga da camisa de Jungkook, cujo rosto suavizou significativamente com o gesto.

— É claro. — Ele sussurrou, deslizando para a cama ao lado de Jimin para abraçá-lo com cuidado.

E com o corpo quente de Jungkook pressionando o dele, foi muito fácil voltar a dormir.

A próxima vez que abriu os olhos, Jimin finalmente se sentiu como um ser humano funcional. A exaustão avassaladora se foi, ele não sentia mais como se fosse adormecer novamente se piscasse por muito tempo, mas infelizmente ele também percebeu a dor que ainda sentia.

Suas costelas doíam pra caralho e ele não conseguia usar nenhuma das mãos. Ele odiava isso.

Hoseok entrou apenas alguns minutos depois que Jimin acordou, com enormes olheiras sob os olhos. Parecia que ele estava acordado há tanto tempo quanto Jimin estava dormindo.

— Você está bem? — Jimin perguntou, mais preocupado com Hoseok do que consigo mesmo quando o viu.

Hoseok forçou um sorriso.

— Eu estou bem. — Seu sorriso caiu e ele suspirou. — Estou extremamente exausto. As coisas têm estado difíceis nos últimos dias.

O tempo que levou para Jimin entender o que Hoseok acabara de dizer era uma prova de que seu cérebro claramente ainda não havia voltado ao normal.

— Dias?! Há quanto tempo estou dormindo?!

— Quase seis dias. Mas está tudo bem, você precisava disso.

Mas as palavras não tiveram efeito em Jimin. Sua cabeça estava girando.

Seis dias?? Ele tinha perdido tanta merda. O que diabos aconteceu desde a luta na arena?

— Hoseok. — Jimin começou, mas o médico o interrompeu imediatamente.

— Por favor, não me pergunte, Jimin, me desculpe. Não durmo há quase 48 horas e não me lembro da última coisa que comi. Estou aqui apenas para verificar você, tenho certeza que Jungkook vai voltar em breve. Ele não gosta de ficar longe de você por muito tempo.

Jimin cedeu, o olhar cansado e maçante nos olhos de Hoseok dizendo a ele que o homem realmente precisava de uma pausa. Jimin não queria tornar isso ainda mais difícil para ele.

Hoseok verificou cuidadosamente seus ferimentos, explicando a ele que ele tinha duas costelas quebradas e ambos os pulsos também, acompanhados por um monte de grandes hematomas.

— Vou remover as bandagens do seu peito agora. Se continuar com elas, você pode pegar pneumonia porque não consegue respirar direito. Suas costelas vão sarar de qualquer maneira. Mas vou precisar que você realmente, realmente me ouça desta vez quando eu digo sem movimentos bruscos. Na verdade, mova-se o mínimo possível. Entendido?

Seu tom era tão rígido que Jimin apenas assentiu, já sentindo como se tivesse feito algo errado.

Quando Hoseok saiu, prometeu que diria a Jungkook que Jimin estava acordado e, com certeza, menos de dez minutos depois, Jungkook estava de volta.

Ele invadiu a sala, cabelo molhado, estava chovendo lá fora, grandes olheiras como Hoseok, mas um grande sorriso iluminou seu rosto quando ele viu Jimin.

Foi tão bom vê-lo e ser capaz de acolhê-lo adequadamente que as lágrimas brotaram dos olhos de Jimin.

O sorriso de Jungkook caiu imediatamente e ele se sentou na cama, acariciando a bochecha de Jimin.

— O que está acontecendo, baby?

— Nada. — Jimin fungou. — É apenas bom ver você.

Jungkook soltou um suspiro suave.

— É bom ver você também. Foi assustador quando você não acordava depois de tanto tempo. Todo mundo acordou muito mais rápido.

— Todo mundo? — Jimin perguntou com uma carranca confusa.

— Ah, esqueci que você não sabe o que aconteceu depois que destruiu a coroa. Bem, parece que os efeitos dela foram apagados quando quebrou, graças a Deus. Mas, como resultado, todos que foram influenciados por ela desmaiaram, o tempo dependia de quanto eles foram influenciados, foi realmente assustador quando todos, exceto Yoongi e eu, de repente estavam deitados no chão. Mas a maioria dos rebeldes só desmaiaram por alguns segundos porque eles só foram influenciados por você quando você disse para eles pararem. A maioria da realeza dormiu por quase um dia, o que foi muito conveniente para nós, é claro. A maioria dos soldados comuns estava em algum lugar no meio. Mas você ficou dormindo por vários dias. Achamos que foi porque você a usou, então você foi o mais afetado.

— O que mais aconteceu nos últimos dias? — Jimin quis saber, a urgência queimando nele. Estar no desconhecido o deixou extremamente desconfortável. — Como estão todos?

O rosto de Jungkook caiu e de repente ele desviou o olhar.

— Tivemos algumas perdas. — Ele admitiu em voz baixa, e Jimin poderia dizer que tinha que ser um monte para ele reagir assim. Mesmo que Jungkook já tivesse dito a ele que Taehyung e os outros estavam bem, o medo estava apertando seu coração e ele achou difícil respirar, mesmo que suas bandagens tivessem sido removidas. — Taehyung está bem, ele está com seus irmãos. Eles... eles estão de luto. — Jungkook disse.

Jimin engoliu em seco. Ele tinha que ver Taehyung o mais rápido possível, para estar ao seu lado depois que ele perdeu seu pai. E para contar a ele o que Baekhyun havia dito.

— Seokjin está com ele, eles estão na antiga casa de Taehyung em Golden Hills, mas os dois têm ajudado muito apesar de tudo. No momento, quase todo mundo ainda está em Renity, apenas algumas pessoas que não ficaram muito feridas para viajar de volta ao Nexus se foram, porque não tínhamos espaço suficiente para todos. Namjoon, Doori e Jayke estão aqui, estão ajudando a cuidar dos feridos. Hoseok tem sido o líder não oficial e organizador de todos que trabalham como enfermeiros no momento, ele tem sido incrível. Yoongi e eu e todos os outros que podem, estamos trabalhando para enviar a mensagem pelo país de que a rainha está morta, assumimos o controle de Renity e o antigo sistema não está mais em vigor. A rebelião venceu.

A exaustão em sua voz foi substituída pelo orgulho por suas últimas palavras, e Jimin sorriu um pouco, permitindo-se alguns segundos de triunfo. Eles haviam vencido.

— Colocamos a realeza nas masmorras por enquanto. Os nobres de Golden Hills se renderam, não estão lutando. Alguns deles estão até nos ajudando. Não temos certeza do que faremos com a realeza nas masmorras e não temos tempo para pensar nisso agora. Eles não são nossa prioridade.

— E meus pais? — Jimin perguntou, um pouco preocupado.

— Eles estão bem, não estão nas masmorras. Eles têm nos ajudado muito. Eles também aceitaram surpreendentemente bem quando eu disse a eles que estamos noivos. — Jungkook respondeu casualmente e os olhos de Jimin se arregalaram.

— Você disse isso a eles?

— Óbvio. Eles são seus pais, achei que deveriam saber. — Jungkook sorriu. — Relaxe, como eu disse, eles aceitaram muito bem. Eles gostam de mim.

Jimin sentiu tanto carinho ao olhar para Jungkook, apesar da situação. Ele não pôde evitar.

— Claro que sim. — Ele murmurou e levantou a mão na tentativa de tocar a bochecha de Jungkook. — Merda. Malditas bandagens estúpidas.

Jungkook riu e tocou a bochecha de Jimin.

— Acho que você vai precisar da minha ajuda para tomar banho e se vestir por um tempo, hein, pequeno príncipe? — O sorriso em seu rosto disse mais do que mil palavras jamais poderiam.

— Ah! Você mantém suas mãos para si mesmo, seu depravado!

— Eu certamente não vou. —  Jungkook sorriu, inclinando-se para pressionar um breve beijo nos lábios de Jimin antes de ficar sério novamente. — Os outros vem visitá-lo em breve. Inferno, eu não conseguiria manter Taehyung longe desta quarto se eu tentasse, ele está aqui quase tanto quanto eu.

— Não quero esperar até lá, quero sair eu mesmo. — Jimin estava determinado, e o olhar apreensivo no rosto de Jungkook não o impediria.

— Jimin... — Jungkook começou, mas Jimin já balançou a cabeça.

— Não por muito tempo, Jungkook-ah. Mas eu quero sair um pouco desta sala e ver todo mundo. E eu quero saber exatamente o que está acontecendo, quero ver por mim mesmo. Assim que puder, estarei ajudando também.

Demorou mais alguns minutos para convencer Jungkook, mas ele cedeu no final sob a condição de que carregaria Jimin se necessário.

Apenas com seu primeiro passo Jimin percebeu que provavelmente seria necessário. Sua cabeça já estava girando e ele caiu de costas na cama.

— Você está bem? — Jungkook perguntou ansiosamente, soando como se estivesse prestes a discordar depois de tudo.

— Estou bem, só levantei rápido demais. — Jimin respondeu e tentou novamente, desta vez com mais sucesso.

Seus passos eram instáveis ​​e fracos, o que era principalmente impraticável porque suas mãos enfaixadas impossibilitavam que ele se segurasse em alguma coisa. Ele precisava de outra pessoa, neste caso Jungkook, para segurá- lo e garantir que ele não tropeçasse.

Vestir roupas melhores foi, portanto, uma tarefa frustrantemente difícil.

Quando eles finalmente saíram, Jimin andando devagar com Jungkook pairando atrás dele, os braços já no ar e pronto para pegá-lo. Jimin estava bastante exausto. Ele não admitiu; ele sentiu a necessidade de ver tudo e todos com tanta força que estava disposto a lidar com a exaustão.

Quando chegaram às escadas para o hall de entrada, Jungkook parou.

— O que foi? — Jimin perguntou, tentando respirar normalmente, esperando que Jungkook não tivesse mudado de ideia e o carregasse de volta.

— O hall de entrada é... talvez devêssemos usar outro caminho para baixo.

— Do que você está falando? Afinal, não vim até aqui só para fazer outro caminho. Porque? O que está errado? — Jimin quis saber, sentindo que havia uma boa razão para Jungkook ter sugerido isso.

O rebelde hesitou antes de admitir:

— No momento, estamos usando o hall de entrada como necrotério.

Eles se encararam enquanto Jimin demorava para processar as palavras.

— Um... necrotério?

— Sim. Ainda não tivemos tempo de os enterrar e as masmorras estão cheias, por isso precisávamos de um local seco onde as temperaturas se mantivessem baixas. Alguns estão no porão do castelo, mas realmente há muitos corpos...

— Eu preciso ver. — Jimin disse e Jungkook não pareceu surpreso, mas também não feliz. — Não pense que eu não percebi que você ainda não me contou nada sobre as perdas, Jungkook. Eu tenho que descobrir em algum momento, pode muito bem ser agora.

Jungkook suspirou, mas não protestou mais.

Quanto mais desciam as escadas, pior ficava o cheiro. Sim, o hall de entrada estava frio, especialmente no outono ou inverno, mas depois de quase uma semana os corpos claramente começaram a se decompor de qualquer maneira. Ainda era suportável, mas definitivamente um sinal de que eles tinham que enterrá-los o mais rápido possível.

Quando Jimin desceu do último degrau e viu todo o hall de entrada, ele não pôde deixar de soltar um suspiro.

Todo o andar, exceto uma passagem da escada até a porta, estava coberto de cadáveres. Eles jogaram cobertores sobre a maioria dos corpos, especialmente seus rostos, mas claramente não havia o suficiente para todos eles.

A primeira pessoa que Jimin reconheceu enquanto caminhava pelo corredor foi Hao. Jimin notou as roupas, as mãos queimadas de seu trabalho na forja, e caiu de joelhos ao lado dele para puxar o cobertor de seu rosto, o tempo todo rezando para que ele estivesse errado. Mas não estava, quando ele jogou o cobertor fora, uma versão distorcida do rosto de Hao olhava para ele, sem emoção, sem brilho malicioso em seus olhos.
(A mais triste. Eu realmente fiquei triste)

Jungkook não disse nada, apenas silenciosamente o confortou, abraçando-o e esfregando seu ombro. Jimin estava incrivelmente grato por ele estar ali com ele.

Isso devia ser ainda mais difícil para Jungkook. Ele conhecia todas essas pessoas há muito mais tempo do que Jimin, lutou ao lado delas por anos em vez de meses, então Jimin tentou confortá-lo o máximo que pôde através de suas lágrimas.

Quanto mais ele andava, mais pessoas ele reconhecia. Alguns delas ele nunca tinha falado, alguns delas só tinha visto em Mayport, algumas ele conhecia mais de perto.

Ele avistou Maya, não muito longe de Hao, e Yeosang. Vê-lo, principalmente, por que mal tinha dezoito anos, partiu seu coração.

Eles eram todos tão jovens. Eles eram todos muito, muito jovens para isso.

Mas a próxima pessoa que ele viu foi um choque ainda maior.

— Jaebum.

— Sim. — Jungkook suspirou, esfregando o rosto. — O velho filho da puta. Eu estava tão convencido de que ele sobreviveria a mim.

— Quem mais do conselho? — Jimin perguntou, ainda olhando para o rosto inexpressivo de seu ex-professor mal-humorado.

— Shirin e Nikolaj. — Jungkook respondeu, de cabeça baixa. — Essas malditas armas. Eles mataram muitos de nós assim, de longe.

— Eu vi Saina e Amita. — Jimin lembrou com uma voz trêmula. — Elas também estão...?

Jungkook assentiu uma vez.

— Saina ainda estava viva quando a encontramos. Mas ela morreu pouco tempo depois.

Eles ficaram em silêncio por um tempo.

— Tanto potencial. — Jimin sussurrou. — Tanto potencial para a felicidade.

— Eu sei. — Jungkook concordou calmamente.

Depois de quase uma hora, eles deixaram o hall de entrada e caminharam para fora.

Testemunhar tanto terror de uma vez deixou Jimin entorpecido, não como a coroa, mais como se seu cérebro estivesse sobrecarregado com todas as coisas terríveis que tinha visto para processá-lo.

Não estava mais chovendo quando eles saíram, mas nuvens escuras ainda pairavam sobre o céu. Assim que eles saíram, duas pessoas se aproximaram deles.

— Ah! O salvador despertou. — Krystal deu a ele um sorriso torto. Ela parecia genuína, mas Jimin notou como os últimos dias a afetaram. Então seus olhos caíram em seu braço esquerdo. Ou melhor, onde seu braço esquerdo deveria estar.

— Ah Merda! — Ele gritou, colocando a mão na frente da boca imediatamente após o comentário indelicado. — Desculpe. — Ele murmurou, mas Krystal apenas soltou uma risada.

— Não se preocupe, Jimin. Você pode me dizer o que quiser depois de tudo. Além disso, não é como se eu tivesse morrido. Só tive que amputar um braço, tanto faz.

— Ah, tudo bem. — Jimin disse um pouco envergonhado, e a outra pessoa riu.

Geto. Jimin o estudou com desconfiança, mas o homem não parecia agressivo nem nada parecido. Ele deu um aceno de cabeça para Jimin e Jungkook antes de passar por eles, e quando Jimin olhou para Jungkook para ver sua reação, Jungkook não parecia irritado com o encontro.

Huh. Parecia que Geto havia superado seu ódio injustificado.

Logo depois eles foram visitar os pais de Jimin. Eles estavam trabalhando no refeitório que havia sido transformado em uma espécie de hospital improvisado, onde muitos feridos eram atendidos.

Os dois choraram de novo, abraçando Jimin com cuidado para não machucá-lo, e Jimin também não conseguiu conter as lágrimas.

Mas Jungkook o beijou no nariz quando eles saíram, e isso foi o suficiente para fazer Jimin se sentir muito melhor.

A essa altura, Jimin mal conseguia andar. Seu corpo parecia tão fraco, embora ele só estivesse andando um pouco, mas o que mais o preocupava era sua mente.

Eles tinham acabado de vencer a rebelião, Jungkook estava vivo, Taehyung e Yoongi e todos os outros que ele amava estavam vivos, mas em vez de sentir pelo menos um pouco de alívio, felicidade ou orgulho, ele apenas se sentia vazio. Ele queria dizer que era porque muitas pessoas haviam morrido, algumas das quais ele conhecia e gostava muito, mas sabia que não era só isso. Era como se seu cérebro não fosse mais bom em sentir algo positivo.

Mas ele não queria que Jungkook se preocupasse ainda mais, então ele ficou quieto e só esperava que isso desaparecesse nos próximos dias.

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No dia seguinte, um monte de gente veio visitar Jimin.

Yoongi foi o primeiro e passou muito mais tempo com Jimin do que esperava. Eles falaram principalmente sobre Baekhyun.

— Sinceramente, não planejei perdoá-lo ou falar com ele antes de vê-lo morrer. — Yoongi admitiu, olhando pela janela. — Mas quando o momento aconteceu, de repente senti que deveria ter falado com ele anos atrás. Eu ainda estava com raiva dele até então. Eu disse a mim mesma que não estava, mas eu realmente estava. Mas aquela raiva desapareceu quando estávamos lá em cima e me arrependi de não ter falado com ele. Estou feliz por ter tido pelo menos essa última conversa.

— Você o perdoou agora? — Jimin perguntou depois de engolir seu pedaço de arroz. Yoongi estava alimentando ele já que Jimin não conseguia segurar nada com as mãos, o que era meio humilhante, mas ele estava com tanta fome que não se importou.

Yoongi hesitou, a próxima colher de arroz pairando no ar, a meio caminho da boca de Jimin.

— Eu acho que sim. Eu definitivamente não estou mais com raiva. E eu quis dizer isso quando disse que acredito que Baekhyun era um bom homem quando morreu. Acho que ele nunca foi realmente uma pessoa má. Sabe, desde que descobri sobre a coroa, tenho me perguntado como Baekhyun foi afetado quando nos conhecemos. Quantos dos erros que ele cometeu foram realmente sua culpa ou apenas um subproduto da influência da coroa. — Yoongi suspirou. — Eu nunca vou descobrir. Mas talvez isso nem importe tanto, no final. Afinal, suas últimas ações foram as de livre arbítrio. O respeito que perdi quando ele me disse para atacar aqueles garotos muitos anos atrás... quando tudo deu errado. Eu recuperei esse respeito por ele.
 

Mais tarde naquele mesmo dia, Taehyung e seus irmãos apareceram.

Sora e Jonghyun não ficaram por muito tempo, ambos com os olhos marejados e exaustos enquanto Jimin dizia a eles as últimas palavras de seus pais. Taehyung ficou estranhamente silencioso o tempo todo.

Depois que Sora e Jonghyun saíram, Taehyung imediatamente se esgueirou para a cama de Jimin ao lado dele, ainda tão quieto que o preocupou muito. E ele nem tinha contado tudo a ele.

—  Sabe, houve uma última coisa que ele me pediu para dizer a você. —Jimin sussurrou, tentando ao máximo acariciar gentilmente sua cabeça com a mão enfaixada. Tae não reagiu, mas Jimin sabia que ele estava ouvindo. — Ele disse que estava muito orgulhoso de você. Que ele mesmo nunca lhe disse isso, mas deveria ter dito.

Por pelo menos dez segundos, Tae não se mexeu. Jimin não conseguia nem senti-lo respirar. Ele estava prestes a perguntar se ele estava bem quando Tae de repente enterrou o rosto no pescoço dele com um soluço alto que fez seu corpo inteiro tremer.

— Eu nem consegui falar com ele de novo! — Ele lamentou, abraçando Jimin com tanta força que machucava suas costelas, mas não era como se ele fosse dizer para Tae se soltar.

— Eu sei. Eu sinto muito. — Jimin murmurou, com o coração partido pela reação de Tae e aliviado por ele não estar tão quieto.

— E eu estava tão bravo com ele o tempo todo por causa de todas as coisas que ele não nos contou. Mesmo quando nos encontramos, eu não disse a ele que o amava ou obrigado ou qualquer coisa. Nunca pensei que seria ele...

Jimin engoliu em seco, quase chorando.

Quão cruel isso foi para Taehyung; depois de temer tanto que seria Jimin quem teria que se sacrificar, apenas para descobrir que não era ele, mas seu pai.

—Todas as coisas que nunca poderei perguntar a ele, todas as coisas que nunca poderei dizer a ele. Havia tanto, Jimin-ah. Eu não estava pronto para ele ir embora. — Tae soluçou e Jimin passou o outro braço ao redor dele o melhor que pôde, puxando-o ainda mais para perto, apesar da dor.

— Não é justo. — Ele murmurou no cabelo de Tae, suas próprias lágrimas caindo por suas bochechas. — Mas, apesar de todas as coisas que você não poderia perguntar a ele, a única coisa que você nunca deve questionar é que ele te amava. Ele te amava muito e estava orgulhoso de você. Disso você pode ter certeza.

Seokjin se juntou a eles depois de um tempo, e quando eles saíram havia um pequeno sorriso no rosto de Tae novamente.

Levaria muito tempo, talvez anos, até que ele aceitasse o que havia acontecido, Jimin sabia. Ele próprio também precisaria de muito tempo. Mas eles iriam conseguir, ele tinha certeza disso.

As próximas pessoas a virem vê-lo foram Namjoon e Danbi, a última apenas brevemente para expressar sua gratidão e condolências antes de deixar Jimin e Namjoon sozinhos.

Namjoon foi a primeira pessoa cujo humor atual era o de um vencedor. Ele estava sorrindo quase o tempo todo, até se desculpou por isso.

— Sei que há muitas coisas para ficar triste e infeliz, espero que você não pense que não me importo com as vidas que perdemos e os sacrifícios que tivemos que fazer. É que isso é...

— É o que você queria. — Jimin terminou para ele com um sorriso ligeiramente torto. — Mudar. O fim do Império Adecy como o conhecemos. E você fez parte disso.

Namjoon suspirou antes de soltar uma risada.

— Para ser honesto, meu papel não foi tão grande quanto eu gostaria que fosse. Mas vou compensar agora. Farei tudo o que puder para reconstruir este país da maneira certa, para estabelecer um sistema estável de justiça, igualdade e paz.

— Você já desempenhou um grande papel. — Jimin discordou. — Você me ajudou a roubar a coroa e escapar, lembra? E foi você quem me ajudou a descobrir como tudo estava realmente fodido. Não estaríamos aqui se não fosse por você.

Namjoon murmurou.

— Pode ser. Mas não é como se alguém fosse se lembrar disso, não é? Trabalhei nos bastidores e, embora isso possa ter sido importante, duvido que tenha um grande papel quando escreverem os livros de história sobre a rebelião.

— Se eu tiver influência sobre isso, vou garantir que eles escrevam exatamente o quanto você foi importante para esta rebelião e para mim especificamente. — Jimin prometeu a ele seriamente. — Eu quero dizer isso, Namjoon. Sou imensamente grata por tudo que você fez por mim. Você sabe disso, certo? O quanto eu te admiro?

Namjoon sorriu, não o sorriso de vitória de antes, mas um de felicidade genuína.

— Da mesma forma, Jimin-ah. Vamos construir este país juntos.

Uma batida na porta interrompeu o momento.

— Jimin? — Uma vozinha veio do outro lado da porta.

Jimin a reconheceu imediatamente.

— Juhee, entre! — Ele disse e a porta se abriu, revelando a garota.

As roupas que ela usava definitivamente não pertenciam a ela; não havia como nenhum nobre possuir esse tipo de calça ou camisa esfarrapada, mas Juhee não parecia se importar. Ela parecia terrível, Jimin notou com preocupação, mas ela sorriu mesmo assim quando o viu.

— Eu só queria... ah! Desculpe, interrompi? Eu não sabia que Namjoon estava aqui.

— Está tudo bem, já estou aqui há algum tempo. — Namjoon respondeu gentilmente e sorriu tranquilizadoramente para ela. — Eu sei que você está esperando para falar com ele, então eu vou agora. Jimin, talvez eu volte depois se estiver livre.

— Certo. Eu não vou a lugar nenhum tão cedo. — Jimin disse um pouco azedo e apontou para sua cama.

Namjoon riu novamente antes de acenar para Juhee e sair, fechando a porta atrás dele.

— Você está bem? — Jimin perguntou quando Juhee se aproximou, quase timidamente.

— Estou bem. Dá muito trabalho, mas é bom ajudar. — Ela disse, sentando-se na cadeira onde Namjoon estava sentado segundos atrás. — É a única maneira de tentar compensar os plebeus.

— Alguns deles são rudes com você? — Jimin franziu a testa.

— A maioria deles são muito legais, principalmente quando Namjoon disse a eles que fui eu quem ajudou vocês a tirá-lo de Golden Hills. Alguns são um pouco suspeitos. Tentam manter distância, você sabe. Mas não é como se eu pudesse culpá-los.

Ela ainda não conseguia olhar Jimin corretamente nos olhos, brincando com as mangas. Jimin não tinha certeza do que dizer; não era como se ela estivesse errada. E ele não estava acostumado com essa versão tímida e insegura de Juhee que estava sentada na frente dele. Era evidente que ele não era o único que havia mudado nos últimos meses.

— Como você está? — Juhee perguntou, sentando-se ereta. — Isso é o que eu realmente vim aqui para perguntar.

— Eu estou... bem, eu acho. Tão bem quanto se pode esperar nessas circunstâncias.

Juhee assentiu, olhando para cima uma vez e desviando o olhar imediatamente.

— Como está Chanyeol? — Ele ousou perguntar, lembrando-se do homem que torceu pela Rainha durante sua quase execução.

— Morto. Não sei como ele morreu.

— Oh. — Depois de alguns segundos Jimin perguntou: — Você não está triste?

Juhee deu de ombros antes de aparentemente vacilar com sua própria indiferença.

— Estou triste pelas esperanças e desejos que pensei que poderia realizar casando com ele, estou triste pela versão dele que criei na minha cabeça. Mas essa versão já morreu há muito tempo. — Depois de alguns segundos, ela acrescentou hesitante: — No fundo, estou feliz por não ter que me casar com ele. Acho que nunca vou me casar, pelo menos não por muito tempo. Se Chanyeol me ensinou alguma coisa, é que você não deve tentar encontrar satisfação em outra pessoa. Você precisa de um propósito além de seu relacionamento e seu namorado.

O silêncio pairou entre eles por alguns segundos antes de Jimin deixar escapar:

— Estou noivo.

Juhee ficou tão surpresa que até esqueceu sua timidez e apenas olhou para ele por alguns segundos antes de de repente soltar uma risadinha. Ela colocou a mão sobre a boca, tentando esconder, mas era tarde demais. Mais e mais risadas saíram dela e Jimin também não conseguiu conter a risada. Alguns minutos depois, os dois estavam rindo tanto que as pobres costelas de Jimin doíam como uma cadela, mas eles não conseguiam parar, caindo na gargalhada novamente toda vez que se olhavam por causa do absurdo da situação.

— Você não está preocupada em morrer sozinha? — Jimin falou e Juhee começou a chorar de tanto rir.

— Você está me desejando uma morte prematura, Jimin?

— Aposto que você vai se apaixonar por alguém por quem nunca pensou que se apaixonaria. — Jimin bufou. — Eu saberia como é isso.

— Ah! Eu tenho o dom da profecia! — Juhee se alegrou. — Eu sou um gênio, Jimin.

— Claro que você é, idiota. — Jimin respondeu, sorrindo com carinho. E Juhee sorriu de volta sem desviar o olhar, seu rosto cheio de alívio.

Alguém bateu na porta e um segundo depois Jungkook entrou sem esperar que Jimin respondesse.

— Do que vocês estão rindo? Eu ouvi você a quilômetros de distância. — Ele perguntou, olhando entre os dois antes de se sentar na cama ao lado de Jimin e cuidadosamente colocar o braço em volta dos ombros dele.

Juhee e Jimin trocaram um olhar.

— Eu disse a ela sobre o nosso noivado. — Jimin falou a Jungkook, esfregando a mão na coxa.

— Isso não é motivo de riso. — Jungkook franziu a testa, olhando ameaçadoramente para Juhee, mas Jimin cutucou suas costelas com o cotovelo.

— Não a intimide.

Mas Juhee não voltou à timidez de antes.

— Eu acho que você vai ficar bem. — Ela disse a Jimin com um pequeno sorriso. — Afinal, mesmo em nossos melhores momentos, Chanyeol nunca olhou para mim como vocês dois se olham. Então eu acho que você vai ficar bem.

Jimin virou a cabeça para olhar para Jungkook e o encontrou já olhando para ele.

— Sim. Eu também acho.

   
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Estou muito muito triste com a morte de Hao. Eu nunca mais vou ouvir ele chamar Jimin de douradinho. Tão cruel. Ele foi o mais legal com Jimin, desde o começo. Poxa. E claro, parece que a equipe toda de Jungkook morreram. Vale lembrar que os militares tinhas armas de fogo. Então podia matar muito mais e com mais facilidade.  Não é como os filmes de Steven Seagal, que ele passa no meio de uma explosão sem um arranhão, nem as roupas ficam amarrotadas. Então... Infelizmente.... 😭🤧

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