Chapter Forty

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Com vimos nos capítulos anteriores a primeira reunião ocorreu bem e Jikook até se divertiram um pouco, mas parece que as coisas vão começar a ficar mais intensas.
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O dia seguinte começou bem parecido com o anterior. Eles tomaram café da manhã. Para o almoço todos chegaram, um bando de gente que estava bêbado demais para ir para casa na noite anterior ainda estava lá, e depois começou a segunda reunião.

Jimin passou um bom tempo no hall de entrada, lendo as atualizações que cada líder havia dado sobre a rebelião em sua cidade.

Era fascinante para ele; ler sobre todas aquelas cidades das quais ele tinha ouvido falar, mas da perspectiva de um rebelde em vez de um nobre. Jungkook havia contado a ele um pouco sobre o que havia sido dito, que no último mês eles haviam feito muito progresso em muitas cidades e muito mais pessoas haviam se juntado. Mas ler sobre tudo em detalhes foi tão interessante que Jimin ficou lá por muito mais tempo do que qualquer outra pessoa.

— Ahm... Park Jimin? — Uma voz desconhecida o tirou de seu transe e ele se encolheu, virando-se para a pessoa que havia se aproximado dele.

Era um homem, um pouco menor que ele, com apenas um braço e um olho que o examinava com desconfiança. Ele estava usando um monóculo, fazendo-o parecer muito crítico, e algo que lembrava um terno rasgado em vários lugares. Jimin tinha certeza de que Yoongi havia contado a ele sobre ele; ele era o líder de Gulajung, uma cidade distante no sul.

— Sim, sou eu! — Jimin se apressou em responder, confuso sobre por que ele estava falando com ele. A reunião teve uma pausa ou algo assim?

— Por favor siga-me. Você é necessário para a nossa reunião. — O homem se virou sem outra palavra e deixou Jimin com a boca aberta antes de correr atrás dele.

O que no mundo?

— Tem certeza que eles precisam de mim? — Jimin perguntou, tentando encontrar uma razão para eles quererem falar com ele e esperando não surtar.

— Existe outro Park Jimin aqui? Eu acho que não. — O líder bufou, mal olhando para Jimin. Ele não parecia feliz por ter que buscá-lo.

— O que eles querem? — Jimin não pôde deixar de perguntar, o que lhe rendeu um olhar de desaprovação.

— Você vai ver em breve.

Jimin estava muito intimidado para tentar perguntar de novo, ele não queria irritar ainda mais o homem.

Isso era sobre ele e Jungkook? Sobre o que Krystal disse, que eles poderiam usar seu relacionamento para a rebelião?

No momento em que bateram na porta da sala do conselho, foram convidados com um “Entre”, por Krystal, Jimin ficou extremamente nervoso. No segundo em que ele entrou na sala, tentou encontrar Jungkook, ignorando todos os olhos nele e suspirando de alívio quando o encontrou.

Jungkook estava de pé, olhando para frente e para trás entre Jimin e Krystal. Eles estavam se comunicando sem palavras, e parecia estranhamente sério. Não havia traço de seu aborrecimento ou brincadeira habitual em seus rostos. Ele olhou para Jimin novamente e tentou sorrir de forma tranquilizadora, mas Jimin não estava convencido. Algo ruim havia acontecido, ele tinha certeza.

Jungkook se aproximou, dizendo em voz alta:

— Vou contar a ele em particular.

— Não há necessidade. — Alguém interveio, parecendo impaciente. — Apenas diga a ele agora, ele só vai ter que lidar com isso.

— Vou contar a ele em particular. — Jungkook repetiu com os dentes cerrados, as mãos formando punhos. — Certo, Krystal?

Ela hesitou, mas apenas por um segundo.

— Certo. Você pode ter algum tempo, podemos fazer uma pequena pausa.

Jungkook alcançou Jimin, que procurou em seu rosto qualquer indicador do que estava acontecendo.

— Jungkook-ah, o que há de errado? — Ele perguntou, ainda calmo, mas cada vez mais ansioso.

— Lá fora. — Jungkook murmurou, agarrando o braço de Jimin e puxando-o com ele.

Jungkook não parou fora da sala do conselho; em vez disso, ele continuou andando, em algum momento soltando o braço de Jimin e, em vez disso, puxando-o para mais perto de seu lado, passando um braço em volta de seu ombro. Jimin colocou seu próprio braço em volta da cintura de Jungkook, um pouco menos preocupado com Jungkook tão perto, e eles entraram no jardim.

— Jungkook? — Jimin perguntou, olhando para ele interrogativamente quando eles finalmente se sentaram em um banco, escondidos atrás das árvores para que não pudessem ser vistos.

Jungkook ergueu a mão, escovou o cabelo de Jimin para trás, deu-lhe um sorriso trêmulo.

— As notícias vieram de Renity.

— Do Nexus?! — Jimin perguntou, quase pulando quando o medo de repente o dominou. — Aconteceu alguma coisa com...

— Taehyung e Seokjin estão bem. Todos estão bem no Nexus. — Jungkook acrescentou rapidamente. — É outra coisa.

— Por favor, apenas diga, Jungkook-ah. — Jimin implorou. — Apenas cuspa.

— A rainha voltou há alguns dias. Aparentemente, não muito depois de deixarmos o Nexus. — Jungkook disse cuidadosamente, procurando as palavras certas. — E desde então ela tem... — Ele não encontrou as palavras.

— O que é isso? — Jimin quis saber, parecendo desesperado mesmo em seus próprios ouvidos. Os piores cenários sobre seus pais passaram por sua mente.

— Ela está prendendo pessoas para fazer com que suas famílias encontrem você. — Jungkook deixou escapar.

Eles se encararam enquanto Jimin trabalhava nas palavras.

— Ela está... prendendo pessoas inocentes... para que seus entes queridos me encontrem? — Ele repetiu com uma voz pequena.

Jungkook assentiu, aproximando-se e acariciando a bochecha de Jimin.

— Sim. E ela... ela mata as pessoas depois de um tempo quando elas não encontram você, o que obviamente não fazem. — Ele falava baixinho, como se suas palavras fossem terríveis demais para serem ditas no volume normal. — Ela está apenas fazendo qualquer coisa para encontrá-lo. Ela está pedindo para você se entregar para proteger os plebeus, e se você fizer isso... você será executado imediatamente, publicamente, na arena.

— Ela mata pessoas? — Jimin ofegou com uma voz estranhamente estridente. Ele podia sentir suas mãos tremerem e tentou segurá-las para fazê-las parar, mas não funcionou. — Pessoas estão morrendo... por minha causa.

— Não. — Jungkook disse severamente, agarrando o queixo de Jimin para fazê-lo olhar para ele. — As pessoas estão morrendo por causa dessa vadia da rainha. A culpa é dela, Jimin, não sua.

— Mas ela está matando eles por minha causa! — Jimin quase gritou, só agora percebendo que ele havia começado a chorar. — Porque eu peguei a coroa! Estou matando eles, saí para poder ajudá-los, mas em vez disso estou matando-os...

Ele engasgou, sua respiração irregular para continuar falando.

Jimin amaldiçoou internamente enquanto se inclinava para frente, direto para o abraço de Jungkook, tremendo tanto que mal conseguia ficar no banco. Fazia tempo que não tinha um desses, nem mesmo depois de descobrir que seus pais não eram quem ele pensava. Quase havia esquecido como era ser consumido por seus piores pensamentos e sentimentos.

Jungkook o segurou em seu abraço enquanto Jimin lutava contra seu pânico, murmurando coisas em seu ouvido e tocando-o onde quer que suas mãos alcançassem até que Jimin se acalmasse. Ele caiu contra o corpo de Jungkook, exausto e ainda tão horrorizado que precisava dele perto.

— Nós vamos consertar isso. — Jungkook sussurrou. — Nós vamos ganhar, não vamos, Jimin-ah? Vamos transformar este país em um lugar melhor. Não importa o que aconteça, esse é o nosso objetivo e vamos alcançá-lo. Certo?

Jimin soluçou através de seus acenos.

— Mas ainda é terrível.

— Isso é. — Jungkook concordou com um suspiro profundo. — O mundo era cruel e injusto muito antes de você nascer. E acredite em mim, por favor, acredite em mim quando digo que você está tornando este mundo um lugar melhor apenas por existir nele.

— Mesmo que eu seja um nobre? Um príncipe? — Jimin fungou, apertando os olhos para evitar que mais lágrimas caíssem.

— Se todo príncipe fosse como você, viveríamos no paraíso. — Jungkook murmurou no cabelo de Jimin. — Eles não são, mas pelo menos nós temos você. Eu tenho você. Nós vamos vencer, eu sei disso.

Jungkook parecia tão certo. Como se não fosse uma possibilidade que eles pudessem perder.

— Nós temos que fazer alguma coisa, Jungkookie. — Jimin sussurrou. — Não podemos... não podemos deixar isso continuar.

— Eu sei. Todos nós sabemos. Já temos alguns planos. — Jungkook se moveu para que pudesse olhar o rosto de Jimin corretamente. — Nós estamos indo forte. Está acontecendo.

— O que exatamente vamos fazer? — Jimin quis saber, esfregando os olhos.

— Ainda hoje, vamos enviar um mensageiro para todas as cidades, avisando para que enviem parte de sua fração para Renity. Nós... Yoongi, Saina, você e eu... também vamos para lá mais cedo como planejado, provavelmente vamos partir amanhã ou depois de amanhã. Também vamos enviar pessoas para divulgar a coroa. Como eu disse, vamos com tudo. Estamos nos preparando para uma grande batalha em Renity, em breve.

O silêncio pairou entre eles quando Jungkook terminou. Jimin notou os dentes cerrados, a carranca profunda, o olhar preocupado em seus olhos e sabia que Jungkook estava pensando o mesmo que ele.

Quando ele ouviu a profecia, não esperava que ela se tornasse realidade tão rapidamente. Ele esperava ter mais alguns anos, um problema para o futuro.

Mas parecia que a merda estava acontecendo muito mais rápido do que o previsto. Parte da profecia já havia se concretizado; a liberdade estava se aproximando, e se eles interpretaram corretamente, então Jungkook e Jimin provavelmente eram as duas pessoas que se juntaram como um quebra-cabeça, um de ouro e outro de aço.

Porra.

— Nós realmente não temos escolha, não é? — Jimin perguntou, e Jungkook balançou a cabeça.

— Vai ficar tudo bem de qualquer maneira. Você não vai morrer, eu te disse.

— Sim, você está certo. — Jimin falou, concordando. Talvez fosse melhor continuar dizendo a si mesmos que tudo ficaria bem enquanto ainda podiam. Talvez essa fosse a única coisa que os manteria sãos.

— Ainda não temos um plano sobre o que faremos com a coroa, ou como vamos atacá-los em primeiro lugar. — Jungkook continuou. — Mas eles... eles querem incluir você de alguma forma. É por isso que eles queriam que você participasse da reunião. Eles não sabem sobre a profecia, mas ainda acham que podemos usar você a nosso favor.

Ficou claro o quão infeliz Jungkook estava com eles, embora ele provavelmente diria o mesmo se não estivesse namorando com ele (JM).

— Está bem. — Jimin disse, sorrindo fracamente. — Terei prazer em ajudar.

Jungkook o encarou por alguns segundos, como se estivesse tentando memorizar o rosto de Jimin.

— Vamos ver.

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Todo o evento foi interrompido. Apenas uma hora após a conversa de Jimin e Jungkook, mensageiros foram enviados para todas as cidades. Eles cavalgavam quase sem parar, tentando chegar o mais rápido possível, alguns até viajando de navio. Um grupo de pessoas sentou-se e escreveu um artigo curto e claro sobre a coroa e no dia seguinte ainda mais pessoas foram enviadas para obter cópias do artigo em todo o país.

Em apenas algumas horas, a reunião se transformou em algo completamente diferente. Ninguém mais bebia ou brincava. Todos estavam nervosos, muitos já se preparando para voltar para sua cidade e se preparar para a batalha.

A coisa toda era tão surreal para Jimin. Ele estava feliz por eles terem tido aquele dia pelo menos porque a mudança repentina na atmosfera deixou ele e todos os outros extremamente tensos. Mesmo Krystal tinha deixado ir qualquer provocação. Havia coisas mais importantes a fazer agora.

— Hoje é seu aniversário. — Jimin falou a Jungkook à noite, quando eles estavam de volta ao quarto. — E é assim que você tem que gastá-lo.

Jungkook, atualmente se despindo para vestir suas roupas de dormir, parou no meio do movimento.

— Certo, meu aniversário. — Ele encolheu os ombros. — Eu não comemoro isso há anos. Eu não me importo.

Jimin franziu a testa.

— Eu me importo. Quero comprar uma coisa para você, um presente de aniversário.

Jungkook se aproximou de Jimin que já estava sentado na cama, pronto para dormir, e olhou para ele com a mesma expressão que tinha no jardim antes. Ele levantou a mão e lentamente escovou o cabelo de Jimin para trás para dar-lhe um beijo na testa. O rosto de Jimin se aqueceu com o gesto carinhoso.

— Fique comigo e eu estou bem. — Jungkook sussurrou, pela primeira vez deixando transparecer que não estava tão confiante sobre Jimin permanecer vivo quanto suas palavras sugeriram.

O coração de Jimin doeu com essas palavras, ditas com uma voz tão pequena e insegura. Ele agarrou a mão de Jungkook e olhou para ele, a raiva queimando em suas veias de repente. Por que tinha que ser assim? Ele não queria morrer, ele queria ficar com Jungkook um pouco mais. Eles não tiveram tempo suficiente juntos ainda.

— Eu vou. — Ele disse com firmeza, mantendo contato visual. — Eu vou ficar com você. Essa profecia estúpida não tem controle sobre mim.

Um sorriso se espalhou lentamente no rosto de Jungkook. Não chegou a atingir seus olhos.

— Eu sei. — Ele disse e Jimin se inclinou para beijá-lo.

Eles partiram sem cerimônia na manhã seguinte, mas para a surpresa de Jimin, muitas pessoas estavam vindo com eles. Alguns deles apenas porque estavam indo na mesma direção, mas muitos deles já iriam com eles para o Nexus e continuariam planejando com Jungkook, Yoongi e o restante do conselho.

As únicas pessoas que se juntaram a eles que Jimin conhecia eram Amita e, para seu aborrecimento, Geto.

Mas o gigante os deixou em paz, mal olhando na direção deles. Parecia que ele estava levando a sério o acordo que havia feito com Jimin sobre o jogo de xadrez.

Quase trinta pessoas estavam cavalgando juntas naquela manhã, sem chance de viajar em segredo, mas Jimin rapidamente percebeu que eles não estavam tentando não serem vistos. Eles queriam que as pessoas soubessem agora, queriam que eles os notassem, falassem sobre eles. Toda a estratégia deles havia mudado e teve um efeito quase imediato e surpreendente, eles notaram já no segundo dia.

Eles fizeram uma pausa na periferia de uma cidade, a maioria deles ficando lá, alguns, incluindo Jungkook, Jimin e Yoongi, foram até a cidade para comprar comida. Eles decidiram que mostrar seus rostos, especialmente Jimin e Jungkook e principalmente juntos, faria as pessoas falarem ainda mais, então eles nem tentaram se cobrir. Eles caminharam pelas ruas, entraram em uma loja, compraram um pouco de comida, pagaram o caixa em estado de choque e saíram novamente, onde um grupo de pessoas saiu correndo às pressas.

— Eles estavam nos observando pelo vidro. — Yoongi notou com uma risada. — Até as crianças, olha.

Ele apontou para um grupo de crianças, talvez de dez a doze anos, paradas em uma esquina observando-os com olhos grandes, sussurrando umas para as outras. Jimin esperava que elas fugissem quando se viraram para olhar para elas, mas aconteceu exatamente o contrário.

Uma garota, a líder do pequeno grupo ao que parecia, deu um passo à frente. Os outros estavam mais ou menos escondidos atrás dela, alguns tentaram dizer para ela não fazer isso, mas ela não ouviu.

— Você é Jeon Jungkook? — Ela perguntou a Jungkook, sua voz tremendo um pouco, mas ela permaneceu corajosa e manteve contato visual com ele.

— Eu sou. — Jungkook confirmou, ao mesmo tempo divertido e impressionado com a garota. — E você é?

— É verdade que você vai derrotar a Rainha? — Ela perguntou, ignorando a pergunta dele. Algumas crianças engasgaram.

Jungkook ficou em silêncio por dois segundos antes de dizer:

— Sim, é verdade. Vamos derrotar a Rainha e melhorar as coisas.

— Você é o mais forte? — Ela quis saber e se aproximou.

Jungkook sorriu.

— Tenho certeza. — Ele respondeu, fazendo tanto Yoongi quanto Jimin revirarem os olhos para ele.

— Então eu vou ser ainda mais forte do que você um dia! — A garota anunciou de repente, atordoando todos eles. Ela levantou o queixo em um desafio óbvio. — Eu vou me tornar o mais forte. Então você não precisa se preocupar em falhar. Se você não derrotar a Rainha, eu posso fazer isso depois. Também serei uma líder da rebelião. A melhor líder! Talvez possamos ser amigos, então.

— Eu... — Jungkook estava atordoado demais para dar uma resposta adequada, e a garota se virou e saiu antes que ele pudesse pensar em algo. — Que diabos? — Ele riu enquanto observava o grupo de crianças fugir, os outros cercando a corajosa garota com admiração em seus grandes olhos.

— O que acabou de acontecer? — Yoongi piscou como uma coruja, boquiaberto.

Jimin não pôde deixar de rir.

— Incrível. Jungkook-ah, você tem fãs!

— Ah, cale a boca. — Jungkook sorriu, balançando a cabeça com o encontro. — Mas isso é bom. Se as pessoas estão falando o suficiente sobre nós para que as crianças saibam, elas estão falando muito.

— E eles parecem acreditar que você vai ganhar. — Jimin sorriu para Jungkook. — Se a população está tão fortemente do nosso lado, isso só pode significar coisas boas.

Esta não seria a última vez que notariam a mudança dentro das pessoas.

Na próxima cidade para onde foram, eles se depararam com uma briga entre um bando de plebeus e alguns soldados que tentaram coletar os impostos. E para seu imenso choque e alegria, os plebeus os expulsaram antes que os rebeldes pudessem se juntar e ajudá-los. Eles conversaram com alguns deles, os parabenizaram, e o enorme sorriso no rosto de Jungkook enquanto ele falava com o major da cidade encheu Jimin de uma felicidade tão grande que ele poderia ter começado a dançar no local. Esse era um raro sorriso de Jungkook. Isso lhe deu esperança, confiança de que eles realmente venceriam esta batalha.

Em quase todas as cidades ou vilas pelas quais eles passaram, eles viram várias estátuas e marcos nobres completamente destruídos, mansões nobres incendiadas e bases militares abandonadas.

Em uma dessas cidades, quando eles estavam mais uma vez estocando comida, Jimin viu algo na vitrine de uma loja que o fez parar no meio do caminho.

— Eu volto já. — Ele disse a Yoongi que apenas assentiu, ocupado enfiando pão em sua bolsa. Jimin rapidamente procurou por Jungkook, mas ele também estava ocupado conversando com um homem e uma mulher, provavelmente os prefeitos ou algo da cidade. Ele não notaria a ausência de Jimin por alguns minutos.

Jimin entrou na loja, um sino anunciando sua chegada.

— Como posso ajudar... oh! — Um menino, talvez quinze ou dezesseis anos, sentado atrás do balcão, olhou para Jimin sem um pingo de vergonha.

— Olá. — Jimin o cumprimentou nervosamente, esperando que o garoto não surtasse por tê-lo em sua loja. Mas não.

O garoto limpou a garganta e endireitou-se.

— Como posso ajudá-lo, senhor?

— Posso dar uma olhada naqueles dois anéis na janela? — Jimin apontou na direção e o garoto pulou imediatamente.

— É claro. — Ele se aproximou, tentando ao máximo parecer confiante, e pegou a pequena caixa para mostrar a Jimin.

Dentro da caixa havia dois anéis, de prata, com pequenas pedras douradas moldadas e arranjadas que as faziam parecer uma flor. Como um girassol.

— Quanto custa isso? — Jimin perguntou, esperando desesperadamente que ele pudesse pagar por eles.

— Ahm. — O menino disse surpreso. A julgar por seu rosto, ele não fazia ideia.

— Você pode tê-los de graça. — Uma voz profunda disse, pertencente a um velho de repente parado atrás do menino. Ele era tão pequeno, só conseguia andar com uma muleta, que desaparecia quase completamente atrás dele.

— Muito obrigado, mas não posso aceitar isso! — Jimin balançou a cabeça, já procurando algum dinheiro em sua bolsa.

— Certamente você pode. É o pagamento por todas as coisas que você fez por nós. — O velho disse, os olhos fixos no cabelo de Jimin.

Jimin congelou.

— Eu não acho que mereço sua gratidão. Ainda não, pelo menos. — Ele disse calmamente. — Afinal, estive do lado errado a maior parte da minha vida.

O velho semicerrou os olhos, olhando Jimin de cima a baixo.

— Então tome isso como uma promessa de que você fará tudo o que puder para nos compensar.

Jimin engoliu em seco.

— Ok. Eu prometo.

— Você promete que vai morrer por nós se for preciso? — Ele o desafiou, e o menino engasgou.

— Não diga isso, avô!

— Eu prometo. — Jimin disse, sem desviar o olhar.

— Então pegue os anéis. Pegue-os e vença essa maldita rebelião. — E com essas palavras o velho deu meia-volta e foi embora.

— Obrigado! — Jimin o falou, fechando cuidadosamente a caixa e colocando-a no bolso da calça. — Obrigado também. — Ele sorriu para o garoto que imediatamente corou.

Quando Jimin saiu da loja, encontrou Jungkook conversando com Yoongi e olhando em volta como se estivesse procurando por algo.

— Ei. — Jimin caminhou até ele e Jungkook sorriu aliviado.

— Aí está você. Yoongi, o idiota, não viu onde você foi.

— Eu estava em uma loja. Ahm... posso falar com você por um segundo? Em particular?

— É claro. — Jungkook disse e Yoongi, que estava comendo um pedaço do pão que acabara de comprar, apenas olhou para eles enquanto Jimin puxava Jungkook para uma pequena rua secundária.

— Aqui. — Ele apenas disse e empurrou a caixa para a mão de Jungkook antes que ele perdesse a coragem. Ele estava tão nervoso com o presente que não sabia mais o que dizer. Ele só esperava que Jungkook gostasse deles.

— O que é isso? — Jungkook perguntou curioso e examinou a caixa.

— Presente de aniversário. — Jimin respondeu, encostando as costas na parede para se impedir de se mexer.

— Eu disse a você, eu não quero nada. — Mas Jungkook já abriu a caixa e olhou para o seu conteúdo.

— É... eles parecem girassóis. — Jimin explicou, dividido entre olhar para o rosto de Jungkook para ver se ele gostou e evitá-lo completamente por timidez.

Jungkook ficou em silêncio por alguns segundos e Jimin ficou cada vez mais ansioso. Não foi um bom presente?

— Eu achei eles bonitos, você sabe. —  Ele começou a divagar. — Mas tudo bem se você não gostar. Eu apenas pensei... e por causa do campo de girassóis... — Sua voz sumiu quando ele finalmente encontrou o olhar de Jungkook. O outro homem estava sorrindo, os olhos brilhando.

— Você nos arranjou anéis iguais?

O rosto de Jimin ficou vermelho brilhante em tempo recorde quando ele percebeu o que isso implicava.

— Bem, eu só... eu não... você sabe, eu gostei deles... você não gosta deles? Eu não pensei... quero dizer, não que não seja... eu simplesmente não...

Jungkook riu, apoiou um de seus braços ao lado da cabeça de Jimin na parede e se inclinou mais perto.

— Jimin-ah... — Ele sorriu diabolicamente. — Amor, você quer se casar comigo?

Se fosse possível morrer de vergonha, Jimin estaria morto agora. Ele ficou boquiaberto como um peixe fora d'água, a boca abrindo e fechando, mas nenhuma palavra saindo.

Jungkook riu.

— Só para constar, eu gostei muito deles. — Jungkook de repente estava de ótimo humor. — E eu planejava me casar com você algum dia. Então. Aceito sua proposta, Park Jimin. — Seu sorriso comedor de merda dizia que ele sabia exatamente que Jimin não tinha a intenção de propor a ele, mas parecia que ele não se importava. Ele apenas pegou os anéis e deslizou um deles em seu próprio dedo anelar e o outro no dedo anelar de Jimin.

E foi assim que Park Jimin, ex-amorfóbico, acidentalmente ficou noivo.
 

À medida que se aproximavam do Nexus, eles ouviam continuamente notícias de mais e mais cidades se organizando, lutando sem a ajuda da rebelião, da repentina quantidade de pessoas querendo se juntar a eles, e também sobre os nobres e os militares lutando ferozmente. Agora, mais do que nunca, Jimin estava insanamente grato a seu eu passado por roubar a Coroa de Adecy. Se a rainha pudesse forçar mais e mais pessoas a lutar contra os rebeldes, as coisas provavelmente teriam ficado ainda mais brutais. Com a coroa em seu poder, eles tinham uma chance. Uma boa oportunidade.

Eles chegaram ao Nexus seis dias depois de deixar Mayport, e sua chegada foi muito menos alegre do que o esperado. Em vez de serem recebidos como quando resgataram Namjoon, quase ninguém apareceu para recebê-los de volta. Apenas as pessoas próximas a eles, Taehyung, Seokjin, Namjoon e Hoseok, estavam esperando por eles no portão.

Jimin viu Hao, Sunyoon e Maya acenarem para eles de longe, mas eles se afastaram imediatamente. Nanami correu para dar um tapinha no ombro dele e lembrá-lo de que eles começariam a treinar novamente no dia seguinte antes de fugir novamente. Algumas pessoas do conselho correram e Jungkook e Yoongi foram embora antes que Jimin pudesse falar com eles novamente, assim como a maioria das pessoas que se juntaram a eles. Todos, absolutamente todos estavam ocupados e estressados ​​e muito conscientes de como as coisas estavam mudando.

— Está acontecendo, está acontecendo, está acontecendo. — Hoseok repetiu várias vezes enquanto verificava apressadamente se Jimin estava ferido de alguma forma.

— Vocês podem se acalmar por um segundo e me dizer calmamente como estão e o que estão fazendo? Você está me estressando pra caralho. — Jimin empurrou Hoseok levemente para longe, ele estava bem, mas a atmosfera tensa e animada era tão forte que o deixou nervoso. Ele tinha que saber exatamente o que estava acontecendo alí.

Taehyung, que abraçou Jimin novamente agora que Hoseok o havia soltado, suspirou e soltou uma risadinha. Ele estava definitivamente privado de sono.

— Então, quando chegamos de Pansophos, já havia muitas notícias sobre vocês, sabe, muitos boatos. Muitas delas verdadeiras! E tinha essa foto sua com Jungkook, você provavelmente já viu, e todo mundo em Renity enlouqueceu com isso, estou te dizendo! O conselho reunia todos nós todas as noites para nos contar o que os batedores e rebeldes atualmente estacionados em Renity estavam testemunhando, o que estava acontecendo por lá. E, é uma loucura, Jimin-ah! A Rainha voltou e começou tanta merda, ela é tão terrível, eu sei que ela é sua tia, mas...

— Ela é um monstro. — Jimin o interrompeu. — Eu sei o que ela está fazendo.

— Mas o mais louco é... estávamos todos preocupados que as pessoas ficassem com medo e, você sabe, se voltassem contra a rebelião e tentassem encontrar você. Mas em vez disso, eles estão com raiva pra caralho! Eles estão lutando de volta! A foto de vocês dois está por toda a cidade, eles colam sobre seus cartazes de procurado e outras coisas. Eles não querem que você seja encontrado. É a tal ponto que os nobres não podem deixar Golden Hills sem proteção militar. Eles exigiram que os plebeus militares deixassem o exército, mas então chegaram as notícias sobre o que a coroa pode fazer e desde então eles ficaram ainda mais furiosos! Eles estão exigindo que todos sejam libertos da influência da coroa e que os nobres não devam mais ter a coroa. Eles querem igualdade.

— Como os nobres e a Rainha estão reagindo? — Jimin perguntou enquanto caminhavam em direção à casa principal. Sentia falta daquele lugar, mas não conseguia se concentrar na sensação agradável de estar de volta. Muita coisa estava acontecendo.

— Seriamente. — Namjoon disse, o rosto nublado com preocupação e raiva. — Eles são brutais, atiram em pessoas aleatórias, prendem qualquer um que olhe na direção errada, as masmorras estão quase cheias. Desde que surgiram as notícias sobre a coroa, a Rainha tem enviado soldados plebeus que ainda estão sob a influência da coroa. Ela os está forçando a lutar contra seu próprio povo.

— Algumas pessoas, especialmente aquelas com crianças, estão tentando fugir, mas é difícil sair. Eles estão patrulhando as bordas e atiram em qualquer um que tente sair. Eles apenas deixam os corpos apodrecerem também. Ninguém tem permissão para pegá-los, para assustar outras pessoas e fazê-las ficar dentro de casa. — Seokjin acrescentou severamente.

— Esperar. — Jimin parou, seu coração de repente disparou. — Nós sabemos... o que está acontecendo com meus pais? E suas famílias também?

Taehyung e Seokjin trocaram olhares.

— Seus pais também foram presos. — Taehyung admitiu. — Eles ainda estão vivos e bem, pelo que sabemos. Recebemos atualizações de Baekhyun de vez em quando, mas está ficando mais difícil passar as mensagens porque Golden Hills está completamente isolada agora. Minha família ainda está em Golden Hills, assim como Juhee. A família de Seokjin saiu logo antes de tudo dar errado, eles estão todos no Nexus.

— Meus pais também deixaram Renity, já faz um tempo. — acrescentou Namjoon. — Eles foram embora depois que souberam que eu estava livre. Não só eles, no entanto.

— Ei, Park Jimin!

Os olhos de Jimin se arregalaram com a voz familiar, e um sorriso apareceu no rosto de Namjoon. 

— Ela está aqui também.

Jimin se virou, olhando incrédulo para a mulher que se aproximava dele.

— Choi Danbi?

— Então você não me esqueceu, príncipe. — Ela disse, olhando-o de cima a baixo com um sorriso torto. — Mesmo que você seja famoso agora, hein?

— Isso... isso não foi de propósito. — Jimin gaguejou e Danbi soltou uma gargalhada.

— Sabe, eu mal acreditei quando você me disse que foi você quem ajudou Jeon Jungkook a escapar. Achei que você era muito meigo, muito mimado. Mas desde então você provou que eu estava errada, é quase embaraçoso. E ouvi dizer que você esteve em Pansophos? Como foi?

— Excelente! — Jimin respondeu ansiosamente, mas seu sorriso morreu tão rápido quanto. — Sinto muito, mas poderíamos conversar mais tarde? Tem muita coisa acontecendo agora...

— Certo. — Danbi assentiu com a cabeça, o rosto sério. — Não ligue para mim. Não como se eu fosse a algum lugar.

Jimin caminhou até seu quarto com Taehyung no início, mas Tae o deteve.

— Ah, desculpe. — Ele timidamente coçou o pescoço. — Precisávamos do espaço, já que mais e mais pessoas estão morando aqui agora, e você já ficava no quarto de Jungkook tantas vezes, então demos o quarto para outra pessoa. Estou compartilhando um com Jin agora!

— Ah, tudo bem. — Jimin disse, apenas levemente surpreso. — Faz sentido.

Jimin levou sua bolsa para o quarto de Jungkook, deixando-se cair na cama e descansar por alguns minutos. Era meio-dia, mas a viagem havia sido cansativa. Ele até poderia adormecer novamente, exceto que não podia. Havia muito o que fazer. Ele virou de costas e olhou para o teto antes de deixar seus olhos vagarem por toda a sala.

Este quarto, pensou ele, é a minha casa.

Ou talvez fosse apenas Jungkook que o fazia se sentia em casa, e este quarto o lembrava dele.

— Jimin? Você vai sair ou o quê? — A voz de Tae veio pela porta e Jimin suspirou profundamente antes de se levantar.

— Estou indo.
   
  

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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As coisas estão tensas. A rainha é mil vezes pior que o diabo. E ela ta tocando terror. Mas graças aos Jikook o povo não tem mais medo. A guerra está começando. Quem irá vencer? Será que Jimin precisará morrer para salvar os plebeus? Ou o sacrifício da profecia não é necessariamente como eles pensam? Bem. Vamos ter que descobrir lendo. 😉

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