Chapter fifteen: Interlúdio:
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Este capítulo tem a perspectiva do ponto de vista de Juhee. A amiga de Jimin, que estava noiva. Lembra? Vai ser interessante ver como as coisas estão em Golden Hills. Espero que gostem.
Agora vamos a leitura.
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Estar apaixonada, até agora, foi o melhor sentimento que Juhee já teve. Uma fonte de felicidade, de conforto, de segurança, de apreço. Tudo o que ela precisava, conseguiu quando conheceu Chanyeol, ela tinha muita certeza.
Então, por que mudou tão rapidamente?
Por que a pessoa que mais a confortava se transformou na que mais a incomodava?
Às vezes, Juhee queria culpar Park Jimin. Às vezes ela ficava brava com ele por fugir, deixando todo mundo para trás. Ela estava particularmente brava com ele por deixar Kim Namjoon para trás. Se ele não tivesse feito isso, ela não teria que cuidar de suas feridas depois que o torturassem, não teria que levar um pouco de comida e água a cada dois dias, não teria que vê-lo, olhar nos olhos dele, não teria vontade de desmoronar e chorar toda vez que o fizesse.
Era própria culpa dela, no entanto. Ela se ofereceu para fazer o trabalho de cuidar de Namjoon. Ora, ela realmente não entendia a si mesma. Chanyeol tentou dissuadi-la, disse que ela não deveria perder tempo com algum plebeu inútil, mas ela insistiu. Algo a levou a ele. E foi por isso que ela não parou, embora não entendesse o que estava fazendo.
Considerando tudo, ela achou que Namjoon não estava péssimo. Quando eles se olharam, os olhos dele ainda estavam claros e calmos como sempre. Aqueles olhos costumavam irritá-la, porque não havia diferença entre plebeu e nobre nos olhos. Nada que os tornasse diferentes um do outro e que não fosse compatível com o que ela havia aprendido.
Mas agora, toda vez que ela olhava para Namjoon, se lembrava de Jimin. Jimin, um príncipe, um ótimo aluno, muito popular, muito inteligente, um grande futuro pela frente, Jimin, que jogou tudo isso fora. E para quê? Juhee queria entender, ela tinha que entender.
Fazia uma semana desde a fuga quando ela finalmente criou coragem para perguntar a Namjoon quando levou sua comida.
Juhee olhou em volta várias vezes, verificando cuidadosamente se não havia alguém lá, e então olhou para Namjoon. O homem estava sentado em um canto, suas roupas e cabelos mais sujos a cada dia, mas sua determinação não vacilava nem um pouco. Ela se perguntou o que fariam com ele quando percebessem que ele não falaria. Ela também se perguntou o que eles fariam com ele se ele falasse. Provavelmente a mesma coisa.
Não parecia certo.
— Namjoon. — Juhee sussurrou e o homem olhou para cima. Como ele ainda conseguia intimidá-la apesar de sua situação estava além dela, mas ela deixou isso de lado. — Eu só... eu preciso saber por quê. Por que ele libertou Jeon Jungkook e foi embora?
Namjoon piscou e sentou-se um pouco mais reto.
— Porque era a coisa certa a fazer.
— Não, não foi. Ele destruiu a vida dele! — Juhee disse, já quase chorando.
— Ah, você entendeu mal. Eu quis dizer que era a coisa moralmente certa a fazer. Ele sabia o que isso significava para ele, mas ainda o fez porque estava convencido de que era mais importante do que seu futuro. — A voz de Namjoon estava incrivelmente rouca por mal falar e Juhee entregou-lhe a água. Ele engoliu avidamente.
— Não entendo. — Ela murmurou, oprimida e impotente diante de algo que parecia muito maior do que ela. Muito separado de sua vida protegida. Moralidade? O que era certo e errado foi claramente definido em Golden Hills. Jimin não deveria ter ido contra isso.
— Eu acho que você entende. — Namjoon respondeu calmamente e começou a comer o pedaço de pão que Juhee trouxe. — Ou você vai entender. Você não teria feito essa pergunta se não houvesse uma parte de você que entenderia o que quero dizer. Que entenderia por que Jimin fez o que fez.
Juhee lentamente se levantou, um pouco tonta. Pelo que ela não tinha certeza.
— Você está errado. — Ela disse, mas soou oco. — Eu conheço minha lealdade. Está com a nobreza, onde Jimin deveria estar também.
— Tudo bem. — Namjoon simplesmente disse, mantendo contato visual. Ela teve que desviar o olhar. Talvez ela realmente devesse parar com isso, como Chanyeol havia dito.
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— Não posso acreditar que este bastardo faz parte da família governante. Bem, graças a Deus ele não era o príncipe herdeiro. Que vergonha. — Chanyeol encheu sua taça de vinho com um bufo arrogante. Era o terceiro.
Seus amigos reais cantarolaram em concordância, levantando suas taças como se estivessem brindando por todos os insultos que ele havia lançado contra Jimin.
— Talvez ele seja retardado. — Um deles brincou, Juhee havia esquecido seu nome, e o resto se juntou às risadas.
— Sim, temos certeza de que ele é normal da cabeça? — Outro disse.
— Claro que não é! — Chanyeol pulou, balançando a cabeça com um sorriso. — Se eu fosse o pai dele, eu o tiraria da família. Fingiria que ele não era meu filho e torceria para que todos se esquecesse que somos parentes.
— Quem sabe, talvez ele realmente não seja da realeza. Claramente, algo está errado com ele. Talvez eles o tenham confundido no nascimento.
Juhee se levantou.
— Vou preparar um chá para mim. — Ela forçou um sorriso em seu rosto enquanto Chanyeol apenas assentia e acenava para ela ir embora.
— Claro, Baby.
Ela saiu da sala e assim que chegou à cozinha, algumas lágrimas escorreram.
Ela procurou o bule de chá com as mãos trêmulas, mas não conseguiu encontrá-lo, e também não conseguiu encontrar nenhum chá. Esta era sua nova casa, onde ela viveria com Chanyeol após o casamento. Era grande, na melhor parte da Cidade Dourada, e lindamente decorado. Todos os seus amigos ficaram com ciúmes quando viram isso e Juhee ficou nas nuvens por morar aqui.
Ela odiava isso agora.
Nada parecia mais certo.
O castelo onde Jimin viveu e cresceu era muito maior, mais bonito e magnífico. Ele cresceu com criados e criadas fazendo tudo para ele, com as roupas e joias mais caras, os quartos maiores, os brinquedos mais importantes quando criança; com tudo o que seu coração desejava. Sua vida deveria ser perfeita.
E, no entanto, ele havia deixado para trás. Todas as coisas que Juhee desejava para sua vida não foram suficientes para mantê-lo aqui.
Era realmente tão errado? Essa vida? Que ele teve que jogá-la fora como se estivesse envenenada?
Ela fungou e sentou-se na mesa da cozinha. Mesmo não podendo fazer chá, ela não queria voltar para a sala. Não queria ouvir o que Chanyeol e seus amigos tinham a dizer sobre seu amigo.
Jimin ainda era amigo dela?
Por alguma razão, Juhee não conseguia pensar nele como um inimigo. Afinal, ela o conhecia. Ela gostava dele. Ele não era uma má pessoa, ela sabia disso. Mas depois de sua fuga, todos de repente concordaram que ele era uma pessoa má. Pessoas boas não fazem coisas ruins assim.
Mas esse era o problema. Jimin era uma pessoa má porque fez algo ruim. Mas se ela sabia que ele não era ruim, o que isso dizia sobre suas ações? Se ela sabia que ele era uma boa pessoa, o que isso significava sobre o que ele fez?
E Namjoon. Ela não achava que Namjoon era uma pessoa ruim. Ele nunca tinha feito nada de ruim, até onde ela sabia. Jimin sempre disse a ela como o plebeu era legal e inteligente. Jimin não entendia que era exatamente por isso que ela não queria nada com ele; porque se o que ela ouviu sobre os plebeus serem terríveis não fosse verdade, o que isso dizia sobre as pessoas que disseram isso a ela? O que isso dizia sobre ela acreditar nisso?
Juhee suspirou profundamente, decidindo que não voltaria para a sala. Eles provavelmente nem perceberiam que ela havia sumido.
Naquela noite, ela não dormiu nada. Ela ficou bem acordada ao lado de seu noivo, dormindo profundamente por causa do álcool, e chorou ao pensar em passar o resto de sua vida assim; em dúvida, ao lado de alguém que ficaria furioso se soubesse de suas dúvidas. Chanyeol nunca poderia saber. Se ele descobrisse sobre seus pensamentos, Juhee estava preocupada com o que ele faria com ela.
Ela tinha que fazer algo para consertar a bagunça em sua cabeça.
No dia seguinte, Juhee visitou os pais de Jimin. Ela mal os encontrava, só encontrou Park Minho e Park Yuna algumas vezes ao visitar Jimin, mas eles sempre foram amigáveis. Ela pensou que não era de admirar que Jimin fosse tão gentil quando seus pais também eram.
Um criado disse a Juhee para esperar no saguão, e ela se sentou em um sofá e esperou ansiosamente.
Algo parecia diferente agora. Talvez porque a quantidade de guardas havia dobrado, muitos funcionários eram novos e ninguém sorria. Juhee se perguntou como os pais de Jimin estavam aguentando.
Nada bom, ela descobriu alguns minutos depois.
Ela foi levada para a sala onde eles esperavam por ela, sentados juntos, de mãos dadas no colo de Yuna. Eles pareciam cansados, seus olhos vermelhos, suas roupas não tão arrumadas quanto deveriam considerando seu status, e seus sorrisos eram menos do que indiferentes. Ela estava honestamente um pouco chocada por eles terem se deixado ficar assim.
— Olá, Juhee. — Yuna a cumprimentou, tentando soar mais alegre do que claramente era, e Minho acenou para ela com um sorriso que era mais uma careta. — Como podemos te ajudar?
Juhee lançou um olhar para o servo e limpou a garganta.
— Por favor saia. — Minho ordenou ao servo. — Parece que é um assunto privado.
Quando eles ficaram sozinhos, Juhee respirou fundo.
— Apenas cuspa, Juhee. Não vamos morder. — Yuna a encorajou.
— Você se lembra do meu nome? — Juhee perguntou. Ela realmente não esperava que eles o fizessem.
— É claro. Nós nos lembramos de todos os amigos do Jimin. — Seu rosto caiu imediatamente após mencionar o nome de seu filho e ela já parecia prestes a chorar.
— Por favor, vá direto ao assunto de sua visita. — Minho perguntou, não hostil. — Como você pode ver, não estamos indo muito bem no momento.
— Ok. Eu só... eu queria saber se você sabe... se você sabe por quê? — A voz dela ficou muito baixa no final, e ela lutou para continuar olhando para eles.
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.
— Ele sempre teve uma mente forte. Teimoso, até. — Minho disse e o sorriso em seus lábios era incrivelmente triste, mas também genuíno. — Talvez devêssemos saber que ele começaria a questionar as coisas.
— Mas por que? Sua vida era perfeita, não era? Ele era rico, bem-sucedido, amado... por que desistiu? — Juhee percebeu que ela parecia desesperada, mas não conseguiu evitar.
Yuna suspirou.
— Bem, acho que riquezas e sucesso e talvez até nosso amor não eram tão importantes para ele quanto seus valores e crenças. Não tenho certeza se devo estar orgulhosa dele ou com raiva. Não o criamos para fazer o que ele acreditava ser a coisa certa?
A última pergunta foi dirigida a Minho, que riu amargamente.
— Nós fizemos, embora isso não fosse exatamente o que eu tinha em mente.
Eles trocaram um olhar profundo e Juhee franziu a testa. Havia algo mais nisso? Tudo o que eles sabiam era que Jimin havia escapado de Golden Hills para se juntar aos rebeldes depois de libertar Jeon Jungkook.
— Mas Jimin é uma boa pessoa. E ele não é estúpido. — Juhee falou. Ela nem tinha certeza do que queria ouvir dali, o que eles poderiam dizer para acalmá-la.
— É claro. — Minho disse mas não acrescentou mais nada.
— Mas o que isso diz sobre...?
O casal trocou olhares novamente.
— Estava errado. Você está ciente de que dizer qualquer outra coisa é traição? — Minho disse, embora sua voz soasse tensa.
— Sim, mas... ele pode ter cometido um erro. Talvez ele se arrependa. Talvez ele tenha sido manipulado...
— Eu não acho. — Yuna a interrompeu. Ela não parecia zangada, apenas muito cansada. — Mesmo que sim, você realmente acha que isso mudaria alguma coisa para ele? Para nós?
— Para voce? Você não fez nada. — Juhee respondeu confusa.
— Nós o criamos. — Minho soou duro de repente. — Esse foi o nosso crime.
— O que, você está sendo punido? — Juhee não podia acreditar. O que estava acontecendo?
— A Rainha removeu nosso status. Temporariamente, pelo menos. Não temos mais poder nesta cidade. — Minho explicou, sem olhar para Juhee. — Podemos ficar felizes por ela nos deixar ficar aqui.
— Mas... mas então quem tem?
— Você não notou todos os novos soldados e funcionários? A Rainha enviou seu círculo de maior confiança para cá. Talvez ela volte também. E ela deu toda a autoridade para Lee Wonwoo.
— Lee Wonwoo. — Juhee sussurrou em choque. Isso era terrível.
Estava quieto na sala, o som do fogo na chaminé era o único som que se ouvia.
— O que eles farão com Jimin se o encontrarem? — Ela perguntou, a voz ainda baixa, a cabeça baixa.
Yuna começou a chorar.
Minho imediatamente tentou confortá-la e disse a Juhee:
— Talvez seja melhor se você for embora agora. Eu realmente sinto muito.
— Tudo bem. — Juhee sussurrou e se levantou.
Ela chorou o tempo todo caminhando para casa. Algumas pessoas estavam olhando para ela de forma estranha, mas pela primeira vez em sua vida Juhee não se importava com o que as pessoas pensavam dela.
Ela esperava que Jimin nunca fosse encontrado. Ela percebeu seu desespero lentamente se transformando em raiva. Juhee esperava que Jimin ficasse seguro para sempre, longe dali, em algum lugar onde eles nunca chegariam até ele. Ela esperava que ele fosse feliz, porque ele merecia. Jimin não merecia o que fariam com ele se o encontrassem.
E nem Namjoon.
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Quando Juhee foi cuidar novamente de Namjoon, ela secretamente levou o dobro de comida e água que ele geralmente ganhava. Namjoon olhou para ela surpreso quando ela revelou e sussurrou:
— Sinto muito. Sobre tudo.
Seu rosto surpreso se transformou em um sorriso.
— Obrigado. — Ele sussurrou de volta, e ela ficou com ele até que ele terminasse, falando em voz baixa. Ela disse a ele que dia era, o que eles estavam dizendo sobre ele e Jimin, o que ela tinha ouvido dos pais de Jimin.
— Eu acredito em Jimin. — Namjoon disse, soando surpreendentemente confiante e certo para alguém atualmente preso nas masmorras.
— Você acha que ele vai tentar resgatá-lo? — Juhee perguntou, dizendo em voz alta o que ela havia se perguntado mentalmente por um tempo.
Namjoon deu de ombros.
— Ele vai, se puder. Mas isso realmente não importa. Acredito que ele pode tornar este mundo um lugar melhor, se tiver ajuda. Farei o que puder para ajudá-lo também. Se isso significar morrer, que assim seja.
— Eles vão te matar em algum momento. — Juhee disse. — Ou porque conseguirão o que querem de você ou porque perceberão que nunca vão conseguir.
— Não, acho que não. Eles podem tentar controlar Jimin através de mim. Só espero que ele não se entregue para me salvar ou algo assim.
— Por acaso você sabe... quero dizer... não é como se eu pudesse fazer muito... ou eu não sei... de qualquer maneira, você tem planos de escapar? — Juhee gaguejou, verificando freneticamente se alguém estava por perto.
Namjoon levantou as sobrancelhas em surpresa.
— Na verdade, não. Quer dizer... como eu escaparia?
— Você conhece alguém que faz parte da rebelião que poderia ajudar? — Ela perguntou, determinada a ajudar. — Talvez eu possa abordá-lo.
Ele olhou para ela por alguns segundos, olhos atentos e aparentemente olhando através de sua alma.
— Eu conheço alguém que pode. — Ele finalmente disse. — Mas não há garantia.
— Vou tentar de qualquer maneira. Quem é esse?
Namjoon hesitou novamente por alguns segundos.
— Kim Baekhyun.
A boca de Juhee se abriu.
— Kim Baekhyun?! — Ela sussurrou em choque.
— Quem você acha que ajudou Jimin a libertar Taehyung? — Namjoon deu de ombros. — Jimin também pensou que ele poderia estar dando cobertura para eles. Mas como eu disse, não há garantia. Abordá-lo seria um grande risco.
— Vou tentar. — Ela disse imediatamente. — Se ele ameaçar me dedurar, eu ameaço denunciá-lo.
— Por favor, seja cuidadosa. Não arrisque sua vida por nada. — Namjoon aconselhou, mas Juhee balançou a cabeça.
— Eu tenho de fazer alguma coisa. Nunca vou me perdoar se não o fizer. — Ela se retirou de sua cela. — Vou tirar você daqui, Kim Namjoon. Você não merece estar aqui. Já fiz muitas coisas erradas antes, mas não desta vez... Desta vez, farei a coisa certa.
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Juhee nunca foi próximo de Kim Taehyung, apesar de falar com ele com bastante frequência, já que ele estava com Jimin o tempo todo. Ela guardou um pouco de rancor contra ele, para sua própria vergonha, não porque ele tinha feito algo, mas simplesmente por causa do relacionamento próximo entre ele e Jimin. Ver os dois juntos, vê-los se entenderem com um único olhar e estarem tão sintonizados, às vezes parecia um tapa na cara. Eles se conheciam a vida inteira, eram amigos a vida inteira, eram a pessoa um do outro . E Juhee não tinha isso, nem perto disso.
Ela pensou que talvez tivesse encontrado sua pessoa quando ficou noiva de Chanyeol, mas a fase de lua de mel havia oficialmente terminado e agora ela podia chorar ao pensar em se casar com ele. Às vezes ela se perguntava se tinha estado apaixonada por ele, ou se apenas estava tão desesperada para encontrar alguém que a entendesse, completasse, que ela se convenceu a acreditar que o amava. De qualquer forma, se havia uma coisa que ela aprendeu observando Jimin e Taehyung, era que sua pessoa não exigia que você mudasse. Eles te amariam do jeito que você é, sem condições ou regras a seguir.
Chanyeol não era a pessoa dela.
Talvez ela simplesmente não tivesse uma.
Juhee ainda estava pensativa quando chegou à mansão da família Kim. Ela decidiu que da próxima vez que visse Taehyung, pediria desculpas a ele por não tentar superar sua própria inveja. Talvez ele nem tivesse notado, mas ela queria pedir desculpas de qualquer maneira.
Juhee nunca conheceu Kim Baekhyun. Ela mal sabia algo sobre ele, apenas o que Jimin havia dito a ela. E não foi muito positivo.
Ela respirou fundo algumas vezes para acalmar os nervos antes de tocar a campainha.
Uma criada abriu a porta.
— Olá. — Juhee a cumprimentou, a voz tremendo um pouco. — Meu nome é Juhee, sou amigo de Ji... Taehyung. Eu gostaria de falar com Baekhyun-ssi.
— Vou informá-lo sobre sua visita. — A empregada respondeu com uma pequena reverência e deixou Juhee entrar antes de desaparecer novamente.
A casa era muito bem mobiliada, mas Juhee estava ansiosa demais para admirá-la. Um minuto depois, a empregada voltou com um homem alto e de cabelos negros atrás dela. Seus olhos eram duros, todo o seu rosto dava a impressão que ele não sorria muito, mas ele não foi rude quando se aproximava dela.
— Como posso te ajudar, Juhee? Você disse que é amigo dos Taehyung?
— Eu sou mais ou menos. Na verdade, podemos conversar em particular? — Ela falou, sua voz ficando muito mais alta do que o normal. Baekhyun ergueu as sobrancelhas e por um momento Juhee pensou que ele iria apenas expulsá-la, mas então assentiu.
— Bem. Me siga. Não queremos ser incomodados. — Ele disse à empregada enquanto subiam as escadas. Eles entraram em seu escritório e Baekhyun sentou-se atrás de sua mesa. — Agora, o que você precisa discutir em particular comigo?
Juhee estava tão nervosa que sentiu vontade de vomitar, mas se forçou a não desistir.
— Você ajudou Jimin a libertar Jeon Jungkook? — Ela deixou escapar e quando o rosto de Baekhyun escureceu, ela rapidamente acrescentou: — Eu não quero dizer isso como uma coisa ruim, eu não estou aqui para chantageá-lo ou algo assim! Na verdade, eu quero libertar Namjoon.
Silêncio. Isso se arrastou cada vez mais e Juhee estava prestes a começar a chorar quando Baekhyun finalmente respondeu.
— Namjoon... esse é o bibliotecário com quem Jimin estava tentando fugir, certo?
— Sim. — Ela sussurrou, mal conseguindo olhá-lo nos olhos. — Tenho cuidado dele desde que pararam com a tortura e ele... ele não merece isso. — Uma lágrima escorregou de seu olho e ela a enxugou, com raiva de si mesma por ter chorado de novo. Ela estava chorando muito ultimamente.
— Você está ciente de que, se for pega pensando nisso, será tratada como uma criminosa também?
— Sim. — Ela respondeu, sua voz mais forte desta vez. — Eu pensei muito sobre isso. Mesmo enquanto eu estava andando até aqui, quase voltei várias vezes. Mas não posso simplesmente assistir tudo acontecer assim, não posso ficar parado quando coisas ruins estão acontecendo com pessoas boas e há algo que posso fazer para ajudar. Não mais.
— Eu vejo. — Baekhyun parecia surpreendentemente suave. — Você tem uma consciência.
— Para ser honesta com você, eu não era realmente amiga de Taehyung. — Juhee admitiu. — Mas eu era amigo de Jimin. E agora todo mundo está falando dele como se fosse a pior pessoa que já existiu, e eu odeio isso. Sei que não é verdade, mas não há nada que eu possa fazer para ajudá-lo. Mas eu posso ajudar Namjoon. E ele me disse que foi você quem ajudou Jimin antes, então pensei que talvez...
— Eu ajudei Jimin por causa de Taehyung. — Baekhyun disse baixinho, olhando pela janela. — Mas eu acho... eu acho que pode ser hora de eu tentar me redmir.
— O que? — Juhee fungou confusa.
— Nada. — Baekhyun murmurou, ainda olhando pela janela como se sua mente estivesse em algum lugar distante. De repente, ele se recompôs e se virou para Juhee novamente. — Vou te ajudar. Eu posso entrar em contato com Jeon Jungkook. Espero que eles estejam dispostos a libertar Namjoon. Mas considerando que Jimin está lá e ele pode ser bastante persuasivo, acredito que eles tentarão.
Juhee relaxou em alívio.
— Obrigado.
Baekhyun assentiu distraidamente.
— Por favor, saia agora. Voltarei a falar com você quando souber mais detalhes, não se preocupe.
Quando Juhee voltou para casa, ela de repente começou a rir e uma vez que começou, não conseguiu parar. Ela sentiu como se estivesse ficando louca, mas ao mesmo tempo nunca se sentiu melhor. Talvez pela primeira vez em toda a sua vida ela estivesse fazendo algo proibido, algo que não deveria fazer. Talvez fosse a primeira vez que ela fazia algo só porque realmente queria, sem se importar com o que as pessoas ao seu redor iriam pensar. E era bom.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Eu sabia que podia confiar nela. É amiga de Jimin, então tinha que ser boa. Hihihihi. Mas será que conseguirão tirar Namjoon? Espero que sim. 😉
Pobre almas controladas pelo poder da coroa. Quando faz algo o contrário e sente o gostinho do livre arbítrio praticamente tem uma crise de risos.
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