Christmas light - Geovana Martins (para Juliana Rosinha)
Como pode a sua amiga secreta te presentear ao invés de ser presenteada? Foi muito gratificante escrever este conto, confesso que fiquei muito tempo sem saber o que escrever, mas no final saiu alguma coisa. Ju, espero que goste do seu presente, não foi algo muito elaborado, até porque não sou uma escritora de mão cheia como a Gisele, de qualquer forma, escrevi com muito amor e espero suprir suas expectativas. Te desejo um ótimo Natal. Um beijo, Geo.
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Dezembro chegou, e com ele as festividades de fim de ano que não param, é incrível como o ano passou rápido e é mais incrível ainda lembrar de tudo que me aconteceu durante ele, um ano conturbado mas muito especial, conheci o amor da minha vida, fiz novas amizades, ganhei o maior presente de todos, afinal, ano que vem estarei finalmente no meu curso de artes, o tão sonhado curso de artes. Mas, as novidades não param por aí não, para completar o combo e para fechar o ano com chave de ouro, eu descobri, há pouco tempo atrás, que carrego um pequeno brotinho dentro do meu ventre.
Mas como assim Abigail? Pois é, foi uma coisa muito louca, louca mesmo, mas antes vou esclarecer umas coisinhas, depois de falar o tão esperado "Sim" para o Samuel, as coisas aceleraram um pouquinho, mas calma, a gente ainda não casou, estamos nos preparativos para o casamento, e olha só, entrarei na igreja barrigudinha sim. Eu e o Sam não planejamos um bebê para agora, mas ele veio, um pequeno descuido da nossa parte, mas eu garanto que a felicidade não cabe no meu coração e no dele também. Meus pais já estão super animados com a noticia de que finalmente vão ser vovós, e dona Magdalena nem se fala, quem diria que ela aceitaria essa notícia tão rápido, posso até afirmar que, dentre todos, ela é a mais entusiasmada com o novo membro da família.
Eu e o Sam fizemos um acordo, passaríamos o restinho do ano aqui em São Bernardo do Campo, difícil mesmo foi convencer dona Magdalena a deixar o filho ficar aqui no Brasil, mas depois de muita conversa, e discussão também, ela acabou aceitando, mas com a condição de que em Janeiro mesmo já estivéssemos de volta à Oxford, os três.
Mais é claro que eu não poderia esquecer do casal chiclete, Mohemi e Oliver. Quando eu e Sam contamos para eles a notícia de que um mine Samuel ou uma mine Abigail estava por vir, eles surtaram de vez, pareciam até os próprios pais da criança, Mohemi, que antes havia trocado suas ligações diárias por mensagens, agora voltou com muita cede ao pote e liga praticamente duas vezes por dia para saber como estou e quanto vamos voltar.
— Oliver não para de falar sobre o afilhado dele, parece mais ansioso do que vocês que são os próprios pais. — Mohemi não parava de falar do outro lado da linha.
— Oliver é uma comédia, tenho certeza que ele será um bom padrinho.
— Não dê corda, porque quando ele começa não para mais.
— Estou percebendo. — Sorri olhando para o Sam.
— Então, só liguei para desejar um feliz natal.
— Feliz Natal, Mohemi, manda um beijo para o Oliver.
— Voltem logo, estamos morrendo de saudades. — Mohemi falou e logo depois desligou o telefone.
Sam, que estava deitado na minha cama, sentou-se na mesma e me olhou com uma cara de nada.
— Não lembro de ter chamado o Oliver para ser o padrinho do nosso filho.
— Nós não chamamos, ele e a Mohemi já se consideram padrinhos.
— Não podemos desmentir, Oliver é sentimental demais, não aguentaria essa notícia. — Sam riu.
— E nem precisamos, não encontraríamos padrinhos melhores para ele ou ela.
*
Logo depois da Mohemi desligar o telefone, dona Magdalena tratou em ligar e passar um bom tempo conversando com o Sam para dizer o quão insatisfeita ela estava com a ausência do filho naquele natal. Meus pais estavam radiantes e eu estava abobalhada olhando para eles, o natal é a data mais especial do ano, pelo menos para mim, parece que tudo se modificada no natal, acho tão lindo quando as famílias se reúnem para partilhar presentes e momentos juntos, é algo que quero viver com meus filhos, netos e bisnetos.
Já era quase meia noite e nós já tínhamos acabado com a ceia e partilhado nossos presentes, nada como uma boa antecipação, parecíamos mais quatro gatinhos sonolentos depois de uma boa refeição da noite, o que nos motivava a ficarmos na sala do lado da enorme árvore que minha mãe monta todos os anos, era simplesmente desejar um feliz natal um ao outro quando finalmente o relógio marcasse meia noite em ponto.
Com toda a animação do natal, eu acabei viajando em pensamentos, me pergunto como a família da Lucy está nesse momento, é o primeiro natal sem ela, sem a pequena luz deles, me sinto mal quando penso nela, quando penso no quanto que sua partida doeu para sua família, a Lucy era luz e continua sendo luz, ela está presente na minha vida de uma forma tão inexplicável, penso nela todos os dias, e a imagem do seu corpo no chão com aquele vestido amarelo com flores laranjas encharcado, deu lugar a imagem de uma Lucy cheia de vida, com um lindo vestido branco e um sorriso sereno no rosto.
Não demorou muito para eu sair dos meus breves pensamentos com o meu pai abrindo uma garrafa de champanhe desejando a nós um feliz natal. brindamos, eu com suco é claro, e ficamos todos juntos, foi uma noite especial, e muito agradável, posso dizer que foi um dos melhores natais da minha vida, não posso dizer que foi o melhor, porque muitos estavam por vir, e com o nosso mais novo membro da família, para deixar a noite mais especial ainda.
*
Eram exatamente duas e quatorze da madrugada quando Sam aparece no quarto com um envelope em sua mão.
— Acho que ainda temos um presente para abrir. — Ele disse sentando-se na beirada da cama.
— Não me diga que isso é o... — Ele me interrompeu.
— Sim, é o resultado.
Para quem está se perguntando, eu e o Sam optamos por fazer a sexagem fetal, que é uma das formas de saber o sexo do bebê com bastante antecedência, é um exame de sangue e pode ser feito a partir das 8 semanas de gestação. Esse exame é capaz de detectar a presença do cromossomo Y no sangue da mãe e caso isso aconteça, significa que estamos esperando um menininho, ao contrário, erá uma menininha, já faziam mais ou menos uns 10 dias que fomos fazer o exame, não pensei que o resultado chegaria tão rápido, mas estava ali, era naquele envelope que estava o sexo do nosso bebê, e eu estava louca para descobrir o quanto antes.
— Você abre. — Falei para o Samuel
— Acho melhor abrirmos juntos.
— Eu estou ansiosa, porém apreensiva, não sei se ainda quero saber agora.
— Deixa de besteira, Bonnie.
— Tudo bem, vamos abrir logo.
E foi naquela madrugada do dia 25 de dezembro que descobrimos o sexo do nosso bebê, ou melhor, nossa princesinha, sim, estamos esperando uma menininha, o meu coração naquele momento se cobriu de alegria, eu iria ter uma menina, minha menina, o melhor presente de todos. Sam não estava diferente, dava para ver a alegria nos olhinhos brilhantes dele, a nossa pequena luz do natal, não vejo a hora de conhecer o seu singelo rostinho e cuidar dela, como se fosse um potinho de ouro.
O nome Lucy significa "a luminosa", "a iluminada" e eu não poderia deixar de cogitar esse nome, nossa pequena se chamaria Lucy, a nossa luz do natal, o ser que a partir desta data iria iluminar cada vez mais as nossas vidas, não só as nossas, mas como a de todos que estiverem ao seu redor, eu nunca tive tanta certeza de uma coisa, como no momento em que vi o resultado naquele papel branco, me veio logo o nome Lucy em minha mente, e eu não via a hora de contar para a Lucy, que a minha filhinha receberia seu lindo nome como uma homenagem, para assim como ela, ser luz em minha vida.
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