Capítulo 9

Tacharam. Postando logo pra não ficar sem Internet.

Ciente que aquele acidente foi uma tentativa de sua esposa de livrar-se dele, sem cumprir com sua palavra ou pedir o divórcio. Jeremy aguardou no hospital a chegada dela, que ao contrário do seu comum parecia desesperada..

— Eu já disse que vou entrar sim! — escuta ela reclamar com alguém antes de entrar no quarto.

Além dos arranhões superficiais, uma vez que seu carro capotou diversas vezes até o canteiro, abriu um grande buraco na sua cabeça, que ia do topo da cabeça a bochecha direita, que deixaria uma cicatriz horrível no seu rosto.

Algo que Amber com toda certeza pagaria alguém pra fazer, se não tivesse já deixado assinada sua sentença de morte. Para ficar viúva ao invés de divorciada, como ela vivia dizendo que preferia ser.

— Jesus! Onde está o médico? — ela exige saber prendendo seus cachos num coque desleixado.

Amber nunca ficou menos que perfeita para qualquer aparições. Seus cabelos eram lisos ao extremo, sua pele sempre coberta com maquiagens e suas roupas milimetricamente escolhidas para passar a imagem de uma mulher respeitável que ela tanto queria mostrar ser.

Suas roupas pareciam bagunçadas, não por estar as colocando de qualquer forma após uma transa no escritório com o amante, mas sim por estar apressada e ter apenas largado tudo e ido até lá. Algo comovente pelo ponto de vista dele.

— Ele está perfeitamente bem, senhorita. Foi um acidente feio, mas...

— Mas o quê? Ele precisa de exames! Olha esse machucado no rosto dele! Pode ser grave! Onde está o especialista? — Amber exigiu ao médico que apenas a olha como se fosse louca.

Não havia sido nada de importante. Uma batida feia, mas sem maiores problemas. Seus arranhões eram comuns, mas até pra um show dela, para tornar mais convincente o casamento deles, Am estava se exaltando.

— Senhorita, já fizemos tudo ao nosso alcance. Não há nada que...— o doutor Rhodes tenta em vão fazê-la parar com o surto histérico dela.

O que não tem efeito, pois ela apenas vira uma aurora boreal de tão furiosa. Invalidando a teoria dele que Amber estava se vingando por estar tendo um caso com Mariah, a assistente que foi demitida pela mesma mais cedo, logo após eles terem transado no quarto ao lado da suíte de sua esposa.

Fazendo Jeremy sentir-se um crápula por fazer o que havia feito com ela, a traindo com sua assistente.

— Eu quero ele transferido para o Kane's Hospital agora mesmo! Meu marido não vai correr risco algum de vida pela incompetência de vocês! — acusando os médicos o faz respirar fundo, vendo os enfermeiros da sala a olharem feio.

Ela havia acabado de falar mal dos pobres homens que estavam ali o prestando atendimento. Qual a razão de tanto nervosismo? Medo de alguém a indiciar pelo atentado a vida dele?

— Escute, saia daqui ou irei pedir a segurança que a tire — o doutor enfim perdeu sua paciência, falando com rispidez.

— Se ele morrer, vou fazer questão de responsabilizar a todos desse lugar! Eu o quero transferido para o hospital de minha família agora! Como ousa dizer que ele está bem com tanto sangue o cobrindo?

Olhando para sua camisa, além de rasgada suja de seu sangue, Jeremy apenas encara o médico, pede que ele tenha calma através de um gesto de mão, por fim a dizendo:

— Minha cabeça está explodindo com seus gritos. Se acalme, Amber. Estou bem...

— Você poderia estar morto! Como quer que eu fique calma? — o afrontando chorosa se volta para o federal que, de imediato, nota os olhos marejados dela.

Ela estava quase chorando. Seria aquela uma mostra de como é sua esposa de TPM? Porque se fosse ele ficaria muito feliz se a tensão de Amber a fizesse ser mais humana e menos ela mesma. Ao menos uma vez por mês.

— Eu quero ele transferido agora! — exige a mulher ao médico que apenas respira mais fundo.

Provavelmente mandando ela se fuder mentalmente com toda certeza. E Jeremy não o culpava, pois fazia aquilo mais vezes do que poderia contar com sua esposa de fachada.

— Doutor, se importa se eu for ao hospital da minha esposa para fazer alguns exames? — Jeremy perguntou ao médico que depressa concordou.

Rindo baixo, a enfermeira resmungou “essa mulher é histérica” para o outro enfermeiro no cômodo, antes de sugerir ao doutor Rhodes que atendesse ao pedido do paciente e sua esposa preocupada.

Se ela queria matá-lo no hospital não tinha ideia, mas estava achando era graça de ver Amber tão desequilibrada. Aquela era uma performance nova da senhora Salvatore e seu marido estava adorando aquilo. Parecia preocupação genuína, arriscava-se a dizer.

Precisava parabenizá-la pelo ótimo desempenho ali. Assim que ficassem a sós.

— Estaremos saindo para providenciar sua transferência, senhor Salvatore. Tente acalmar um pouco sua esposa, a fará bem...

Com isso toda a equipe cuidando dele foi embora e ela se colocou a olhar atenta ao rosto dele, segurando com uma mão o queixo do homem, que avaliou minuciosa, antes de começar a chorar e abraçá-lo:

— Eu sinto muito, Jeremy! Não sabia que isso ia acontecer! Quase morreu porque eu briguei com você! Eu sou horrível...

Olhando para os lados, a espera da câmera escondida, só se deu conta que aquele surto dela era real, quando a viu soluçar e se tremer como uma criança fazia, tão frágil que ele constrangeu-se de a tocar um pouco mais, sendo um péssimo marido que vinha sendo.

— Não, Am! Brigar comigo não causou nada disso, certo? Minha profissão é arriscada. Muito arriscada... — consolando a mulher faz carinho na cabeça dela que ainda chorava copiosamente.

Embora muito abalada ela disse algo que pegou o homem de surpresa, mais uma em tão poucos dias desde que se casaram, com uma frase que só o fez sentir-se mais imbecil pelo tratamento que estava a dando:

— Eu briguei com mamãe antes. Eu queria muito ir a fazenda, mas ela não permitiu, então gritei, chorei e disse que não queria mais ter mãe nenhuma....

A senhora Katherina Wilson Kane era uma mulher jovem, bonita e defensora dos direitos humanos, até que num acidente ao voltar da embaixada dos EUA, algo como uma pista escorregadia por conta da chuva, fez seu carro deslizar e ser pego por um caminhão que o jogou para fora da estrada.

Inclusive na época sua mãe adorava os discursos dela, não perdia um, logo quando ela veio a óbito, a velha senhora Riley Salvatore chorou e ficou mais de luto pela diplomata que venerava que muitos outros parentes seus de sangue.

Uma lembrança que marcou seu filho, pois no velório dela, transmitido em alguns momentos na televisão, era possível ver uma das suas filhas chorando e pedindo desculpas. O levando a concluir que aquela menina era Amber, que carregava consigo a dor e a ideia tola que sua pirraça havia tirado a vida de sua mãe. Quase tirando a dele após a briga deles de manhã.

Bem, não havia momento melhor que aquele para reverter a situação do pedido de divórcio e conseguir convencer ela a testar a droga em sua filha para que Lilly pudesse ser uma menina saudável como antes.

— Amber. Eu realmente quero tentar fazer dar certo... Me dá só mais uma chance — pediu abraçando a mulher que concordou depressa.

— Se falar daquele jeito de novo eu nunca mais vou falar com você, certo? — Amber fala séria o pegando de surpresa.

Na verdade, até que o seu acidente, que ainda o era incomum, pois um carro sem placa o tirou da pista e sumiu do mapa, serviu para algo. Usaria a culpa de sua esposa em seu benefício e o faria antes que sua consciência pesasse, esquecendo do quão má Amber era com sua pequena Lilly e ele.

Espero que gostem. ❤️

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