Capítulo 4


"Melhor correr por proteção
Você é um furacão cheio de mentiras
E do jeito que você está indo
Ninguém sairá daqui vivo"
Lies — McFly
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Com sono, Alyssa dormiu até mais tarde, acordando após o meio-dia, o que levou a mulher a ficar confusa sobre ser ou não real o que havia feito.

Casou-se de fato com o noivo de sua irmã, fingindo passar-se por ela, ou apenas surtou e teve uma alucinação?

— Deus... Minha cabeça — fala ao sentir as pontadas de dor em sua nuca e testa.

Todas às vezes que ficava sob forte estresse sua cabeça doía e nada conseguia a fazer sair da cama. Ainda sim, para ver se o noivo de sua irmã estava lá, Alyssa se coloca de pé, procura seu roupão azul-marinho que não encontra sobre sua cama dobrado, sim largado próximo à mesa de cabeceira, a deixando confusa.

— Será que o Jeremy mexeu aqui? — pensa alto indo até a área comum, onde ficava um tipo de sala.

Vendo a mesa arrumada, assim como a cama onde Jeremy Salvatore dormiu, chegou a conclusão que ele havia ido trabalhar e com isso, ligou para a recepção solicitando um serviço de quarto, trazendo um café da manhã para uma pessoa.

Indo para cama, Alyssa volta a mexer em suas malas, não encontrando seus documentos o que a deixa nervosa, mas logo relaxa, uma vez que ela deveria ter pensado que os colocou no bolso da frente, mas deveria ter apenas colocado de volta os documentos de Amber, deixando os seus no quarto da irmã. Assim pensava que tivesse feito.

Ciente que o noivo de Amber não voltaria nem tão cedo, ela toma um banho e sai direto a sua antiga igreja, onde congregou por anos antes de começar sua pequena rebeldia ao estilo de sua família, indo de um lado ao outro. Optando por manter a fachada cristã, para ajudar sua irmã.

Antes de sair do lugar checou seu telefone novamente, em busca de novas dicas de quem havia a mandado aquele aviso, mas não encontrou nada que pudesse fazê-la pensar em quem era a pessoa por detrás daquele aviso.

— Eu sei que não falo verdadeiramente com o senhor a tempos, mas... Bem que poderia ser legal e me ajudar na questão do casamento.

Orando por fim sai do hotel ignorando os olhares surpresos que recebia. Não pela mala de rodinhas, ainda vazia só com sua maquiagem e um presente especial que estava levando, mas sim pela sua aparência.

Ao contrário de sua irmã, que achava seus cachos um lembrete perigoso da origem de sua mãe e delas por consequência, Alyssa amava seus e os usava com orgulho, só não podendo mantê-los no casamento de sua irmã, pois estava a se passar pela noiva em questão.

Entretanto, nada a impedia naquele dia de ficar do jeito que bem entendesse, pois a quaisquer minutos sua irmã apareceria e tomaria seu lugar como esposa, visto que, ela não iria querer que seu homem ficasse com sua irmã. Mesmo que fosse por fingimento.

Após ir a uma livraria, floricultura, lojas de brinquedos e de doces, rumou direto a pequena igreja, localizada na área menos nobre de Los Angeles, foi a primeira parada dela, que ao chegar foi logo reconhecia pelo padre da paróquia, que a apenas a olhou de cima a baixo dizendo:

— Alyssa? Porque está usando as roupas de sua irmã?

Pedindo que escutasse sua confissão, a mulher o seguiu para os fundos da paróquia, onde ao entrar na sala dos fundos o escuta trancar a porta e indicá-la que aguardasse do lado do confessionário.

— Algum problema, querida? O que aconteceu? — o senhor de quase setenta anos pergunta com carinho paternal.

Quando sem lugar pra ir e sem ter com quem conversar, ela costumava a vir de confessar e pegar alguns conselhos com o senhor a sua frente. Visto que, seu pai e mãe nunca foram de falar muito com ela, nem quando era mais jovem, a deixando sempre com alguma funcionária da casa ou tutor.

— Padre. Eu pequei...

E depois dessa frase inicial de toda confissão ela contou ao homem o seu crime que tanto a atormentava.

Havia se passado por sua irmã e tomado o marido dela, pois ela fugiu do altar. Quebrou seu voto com Deus de ajudar nas obras do Senhor para satisfazer seu sangue e dessa forma não causar dor ao seu pai. Odiava quebrar suas promessas, mas desconfiava que quebrar alguma promessa feita a Deus a renderia um castigo terrível, como ir direto para o inferno, ou ter que ser cristã de fato.

— Você ao menos viu com sua irmã quais motivos a levaram a largar seu noivo no altar? — o padre perguntando calmo a faz pensar sobre.

Seria dela as mensagens que vem recebendo de um número desconhecido?

— Eu só pensei que se ele soubesse da desistência, meu pai, ele não...

— Amber sempre soube entrar e sair de situações perigosas. E se esse noivo mostrou-se uma pessoa perigosa com ela? — o padre continuou a sugerir a fazendo arrepiar-se.

Seu bolso vibrou e o número desconhecido mandou uma nova mensagem que pertubou mais ainda a mulher:

Seja esperta como sua irmã ao menos uma vez. Saia desse casamento e esqueça do seu velho. Ele está quase morto de qualquer forma. Em breve será VOCÊ, se não pedir o maldito divórcio. — dizia o texto com tom de claro pouco caso.

Estaria ela em perigo com Jeremy Salvatore?

Decidindo conversar com ele sobre tudo que acontecia naqueles anos longe, Alyssa ainda cumpriu sua penitência, abrandada por não ter tocado no noivo de sua irmã e de lá foi direto ao hospital onde seu pai ficava internado, indo direto a ala infantil, onde ficava as crianças com quem conversava e lia histórias.

— Adivinhem só quem veio os dar um olá? — a enfermeira de plantão pergunta as crianças que depressa fazem silêncio em expectativa de quem seria sua visita.

Entrando no quarto onde alguns estavam internados, Alyssa recebe gritos e sons de pura felicidade dos pequeninos a quem fala um por um, entregando escondido uma bala durante o aperto de mãos.

— Vamos continuar então a história da Sereia e do príncipe? — propõe as crianças que depressa concordam com sua sugestão.

Terminando sua primeira leitura, deixa os brinquedos que comprou com os pacientes mais felizes e vai direto ao quarto exclusivo de Lily, uma paciente que estava a quase quatro anos em tratamento por lá, desde que fez cinco anos. Quando foi descoberta sua Leucemia Mieloide Aguda.

Embora sem cabelos e quase nenhuma sobrancelha, a menina possuía as feições delicadas, com nariz e boca pequenos, num rosto fino que possuía como maior destaque seus olhos claros e bem grandes, emoldurados por cílios de dar inveja a muitas adultas.

Trocando o lírio que já murchava e quase perecia, Alyssa põe o que comprou no lugar do antigo e vai mexer em sua mala, tirando de lá maquiagem infantil que comprou para presentear aquela grande lutadora.

— Muito obrigada, senhorita Katherine! Eu amei! — a paciente agradece a fazendo sorrir enquanto pegava a última coisa que trouxe.

— Promete que não vai chorar? — disse mais a si mesma que pela criança.

Havia gasto dias em busca de alguma peruca que ficasse perfeita nela e ao ver a pequena de cabelos médios na cor preta, com ondulações leves, logo concluiu que era aquela. Ficaria muito perfeito na garotinha.

— Sim! Trouxe um lenço novo? — ela questionando curiosa a faz sorrir.

Ao pedir que ela fechasse os olhos, foi logo atendida pela pequena que estendeu as mãos, mas foi ignorada pela adulta, que optou em pôr de uma vez o item nela.

Para esconder suas lágrimas, Alyssa pegou um espelho que havia trago e pôs em frente a menina, a mostrando depressa o resultado do que havia trago.

— Muito obrigada por isso, Kat! Eu estou bonita igual a você agora! Me maqueia pra a gente tirar uma foto? — disse a mulher que lutava contra seus sentimentos que a traziam lágrimas nos olhos.

Se pudesse fazer mais, teria o feito com toda certeza. Alguém tão pura quanto aquela menina merecia mais do que qualquer outro ser humano uma segunda chance.

Se sua irmã ao menos ficasse fora por mais tempo.... Poderia tentar ajudar a todas aquelas crianças sem se preocupar com ela a proibindo de gastar dinheiro da empresa.

Notas Finais:

Amores, mesmo esquema de sempre! Deixem seu voto e seu comentário. Chegando a três de cada libero mais um capítulo de bônus! Além do capítulo de sábado que é o obrigatório... 🤩

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