Capítulo 3
"Mas meu bem, não me entenda mal
Você era apenas mais um cara na lista
Tentando corrigir seus problemas internos com uma vadia má."
Needed Me — Rihanna
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Ciente que precisaria estar cedo na sua empresa, Jeremy se amaldiçoa pela milésima vez desde que conheceu Amber. Pois gastar uma noite de sono tentando traçar um perfil decente para ter como lidar com aquela mulher, era apenas surreal para um agente do FBI que conseguia lidar com os piores tipos de gente. Até mesmo as mais perigosas e cruéis.
— Qual é o modus operandi da vez? O que se passa na mente dela? Amber está com algum tipo de amnésia? O que estou deixando passar, merda!? — o oficial fala ao escrever em seu outro caderno de anotações sobre sua esposa.
Deitado em sua cama, ele relia em silêncio suas anotações de desde quando a conheceu, sobre o que sabia a respeito de sua esposa, enquanto tomava um copo de água, que havia largado na mesinha de cabeceira, mexendo em seus cabelos, notavelmente nervoso.
Amber havia descoberto algo sobre ele e seus planos para depois do casamento deles e havia jurado matá-lo. Destruindo todos que ele amava no processo, segundo as palavras dela. Entretanto, ela simplesmente apareceu na cerimônia, o que havia saído falando aos berros que não faria em hipótese alguma e explicou com tranquilidade que se atrasou por conta de uma queda do seu cavalo.
— Morena, um metro e sessenta, pouco menos de setenta quilos.... O que estou deixando passar? — pensando sozinho, Jeremy volta a olhar suas anotações sobre o que sabia de sua esposa.
Rica, fútil, de temperamento explosivo e uma mente muito afiada para fazer o mal. Amber era um bonito trator que passava por cima de todos que ficassem de alguma forma em seu caminho. Ainda sim, de animal brilhante e indomável, Amber Katherine “Segunda” Kane era dona de uma empresa de pesquisas sobre doenças genéticas e males adversos.
E mesmo por ser a única empresa no mundo que achava todas as curas antes das demais, Kane Industries se expandia globalmente e não parava em nada.
Não só por conta dos seus sucessos em descobertas, mas também pelos pulsos firmes de sua esposa que não deixava nem um único alfinete fora de seu controle em toda a empresa. Os arrastando para o sucesso empresarial, quer quisessem ou não.
Trabalhando como expert em traçar perfil de criminosos deveria ser fácil dizer o que se passava na linda cabeça de Amber Katherine, mas às vezes se via lutando consigo mesmo para não pegar um machado e abrir aquela cabeça dura de um jeito ou de outro.
Atualmente, Jeremy Salvatore detestava todo o mistério que envolvia Amber. No começo, quando se conheceram, achou sexy uma mulher que sabia o que queria e deixava pistas no ar do que fazia ou pensava. Era um jogo excitante o que faziam. Amber deixava coisas subentendidas, ele tentava as entender e no final de tudo ela sempre mostrava estar um passo a frente, o surpreendendo e deixando cada vez mais preso a ela. Até que, foi tarde demais e se viu naquele grande jogo de interesses pela maior empresa de vacinas e remédios do mundo.
Agora, apenas sentia-se pressionado por ela, que o tempo todo o queria para ler sua mente e saber qual seria seu papel no teatro que havia feito ao seu pai. O fazendo perguntar-se se em algum momento aquela mulher havia o amado.
Se colocando sentado na cama, voltou a esconder tudo que sabia sobre sua esposa na sua mala com senha, foi até seu banheiro separado e lá tomou um banho rápido.
Ainda estava cedo e ele não estava desistindo de fazê-la comer ao menos as panquecas que preparasse. Queria fazer as pazes antes de tudo terminar.
— Ela gosta de morangos... — pensou colocando sua gravata em frente a pia do banheiro, antes de sair do cômodo e ir a área que mais parecia uma grande sala.
Provavelmente deixando claro que não faria nada de modo algum, foi pego de surpresa pela mesa montada e sua esposa com seu robe azul-marinho tomando café numa xícara de muita delicadeza. O que de pronto deixou Jeremy em estado de alerta. Até porque, Amber nunca acordava antes das dez, quando ia direto para a empresa e só saía após as onze da noite.
— Algum problema na empresa? — pergunta puxando sua cadeira para sentar-se.
A espera de algum grito, acusação ou um segundo round da briga de antes do casamento, o senhor Salvatore apenas recebeu um sinal sutil negativo de Amb, que sorriu e voltou a bebericar seu café.
— Apenas quis ir cedo a casa de papai... — ela confessa voltando sua atenção para um sanduíche a sua frente.
Amber vivia reclamando de estar gorda e sempre cortava todo tipo de coisas que pudessem deixá-la menos que magra como uma maldita Barbie. O que ele havia perdido naquelas horas que sua noiva se arrumou para seu casamento?
— E sua irmã? Irá visitá-la antes de ir pra Espanha? — Salvatore continuando a manter uma conversa civilizada recebe um olhar sério da esposa.
Parecendo pensar a respeito, ela apenas dar de ombros por final e diz sem paciência:
— Ela não é importante.
Aliviado, pois aquela era a Amber que ele bem conhecia, sorriu e colocou um pouco de café para si, se servindo ainda desconfiado.
— Deveria ao menos despedir-se. Há chances de nunca mais vê-la.... — insistiu no assunto da irmã gêmea de sua esposa que respira fundo novamente.
— Isso seria uma ótima coisa.
— Despedir-se? — Jeremy sorri antes de tomar seu café.
— Nunca mais vê-la.… — ela devolvendo em tom ríspido recebe um olhar divertido do homem.
Nunca entendeu o porquê de todo ódio gratuito que Amber distribuía a sua irmã, mas após conviver com ela, sempre longe da irmã criou algumas teorias.
Alyssa, a irmã gêmea que nunca havia visto, era humanitária, lutadora ferrenha de causas sociais, humilde e nunca ligou para o dinheiro da família. Um tipo de herdeira Hippie, que queria salvar ao mundo ao invés de multiplicar a grana da família. Quase freira, a mulher vivia em conventos, escolas religiosas para meninas e em missões a continentes carentes, um pouco de cada coisa, enquanto Amber lidava com tudo da família.
— Se você pensa assim... Preciso ir — despediu-se terminando de tomar seu café.
Gerenciar a empresa, aumentar a fortuna, cuidar do pai doente e encarar todos os tios, os seis que por si só eram como um tipo de exército enviado pelo próprio capeta, das profundezas do inferno, com o intuito de tentar a desestabilizar. Visto que, não aceitavam que ela estivesse como CEO da indústria. Era por si só bem ruim e plausível ter ódio de quem deveria estar ao lado dela, a ajudando a superar tudo, mas apenas optava por manter distância, usando dinheiro para seus projetos sociais que não tinham retorno monetário.
O que causava rancor a sua esposa, que por sua vez odiava a sua irmã gêmea por fugir das responsabilidades para com a empresa, lidando com coisas que não eram úteis aos olhos dela.
— Tenha um ótimo dia, querido.... — Amber falou em tom misterioso que o causou certa preocupação.
Nunca havia o chamado de querido antes. O que havia de tão errado com sua esposa após casarem-se?
Notas Finais:
Parabéns, gente! Bateram a meta de liberação de um capítulo extra! Estamos chegando a quase 200 leituras! Uhulllll!
Vamos a outra meta? Três votos e três comentários e estarei liberando mais um capítulo, caso não dê pra bater a meta, mantemos a postagem que é fixa no sábado as 19:00 e nos veremos por lá, ok? Beijos a todos! 😍
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