Capítulo 21
Sempre a disseram que primeira vez era um momento mágico. Que você se sentia completa, feliz e perfeita, mas aquela que Aly teve não foi.
— Está tudo bem? — Jeremy a questiona calmo e centrado após a segunda vez deles na mesma noite.
Jeremy Salvatore a tomou com cuidado na primeira tentativa, mas de nada adiantou. Aquela sensação de estar sendo rasgada a deixou traumatizada de uma maneira que não conseguia explicar. Todos seus romances diziam tantas coisas boas sobre sexo que ela não conseguiu entender o que havia de tão errado para que sentisse aquela dor.
Embora tivesse segurado seu grito na garganta, não pôde impedir as lágrimas de rolarem com a coisa ruim que era transar com alguém.
Ainda sim, se entregou mais uma vez numa segunda rodada, para que Jeremy Salvatore ficasse satisfeito e a liberasse de uma vez do casamento. Porque pra ela sexo não mostrou ser nada divertido. Algo trágico, pois sempre colocou muitas expectativas sobre sua primeira vez.
— Eu poderia passar a noite inteira dentro de você... — tentou soar romântico o que apenas pareceu uma ameaça para a mulher.
Sexo era horrível. Como poderiam gostar daquilo?
Vendo o susto de Alyssa, ele explicou que costumava a ter muita energia, mas que nessa noite não a desgastaria mais.
— Se quiser pode ir tomando um banho que irei buscar algo pra você comer...
Agradecendo pela gentileza, ela usa a lanterna do celular para pegar sua toalha e vai tomar seu banho, que já no começo retorna a luz, a fazendo agradecer a Deus pela benção que teve. Luz era ótimo. Isso se, Alyssa não tivesse se aproveitado da escuridão para levar Jeremy Salvatore para a cama. E ele não tivesse feito o mesmo com ela.
O que tornaria tudo constrangedor entre eles.
Indo para quarto, encontrou a cama suja de sangue, não algo como muito sangue, mas um pouco de nada, o que a fez ficar mais constrangida ainda. Já que não queria preocupar o homem.
Entretanto, antes que pudesse tirar o lençol, Jeremy entrou, a fazendo gritar para que saisse de lá e a deixasse de vestir antes.
— Amor, eu já te vi nua, lembra? — Jeremy pergunta calmo batendo na porta, que ele mesmo fechou ao sair.
Em seu quarto agitada, Alyssa tirou os lençóis depressa e os troca de qualquer forma, colocando seu short e camiseta que usava antes de dormir com o homem que deveria ser o marido de sua irmã.
— Não tinha luz! Agora tem! Espera só um minuto! — falando depressa ela termina de se vestir rápido.
Ela havia a dito que ficasse com ele. E se Amber disse aquilo era porque não se importava, certo? Ainda sim, o que pessoas conversavam depois de transar?
Estava mais que perdida.
— Posso entrar? — Jeremy perguntou em tom preocupado a Alyssa que depressa se jogou sobre a cama, indo esconder suas pernas nuas, graças ao short que vestia.
— Sim... — respondendo em tom firme Aly se cobre com o lençol, olhando depressa para a porta, por onde Jeremy passou com algumas coisas para comer.
Estava em silêncio o observando colocar as coisas sobre a cama, até que viu o homem a olhar pensativo.
— Está tudo bem? — Salvatore a pergunta em tom baixo colocando a comida no prato.
Ainda que quisesse dizer que nada havia sido como nos livros que leu, optou por não dizer nada que Amber não diria, apenas concordando com a cabeça, antes de começar a comer. Talvez se tentasse novamente sentisse a magia do sexo descrita nos romances de época, mas para isso precisaria de um cara quase como um mocinho de época. Não de Jeremy e seus péssimos modos.
— Sua irmã vai mesmo continuar sumida? — Jeremy questiona fazendo Alyssa se engasgar.
Teria o homem a descoberto? Sempre se passou por sua irmã na infância. Haveria a possibilidade de Am ter mudado a ponto de Alyssa não conseguir saber como ela reagiria ou falaria?
— Amber? O que foi? Se engasgou? — com genuína preocupação ele tenta se aproximar de Alyssa que gesticula para que o homem se afaste.
— Estou bem! Quando vai assinar os papéis do divórcio? — ela vai direto ao assunto sem dar voltas.
Havia feito o que ele queria. Agora era só assinar os papéis e ficaria livre do casamento de fachada e todo resto. Alyssa não tinha porque continuar dividindo o teto com o homem que deveria ser de sua irmã.
Aquela situação foi longe de mais e ninguém poderia ficar mais machucada que ela se fosse adiante. Já havia cruzado limites demais decerto e errado naquela cobertura casada com Jeremy, enquanto se fazia passar por sua irmã gêmea.
— Foi sua primeira vez, certo? É importante para você ter uma agradável então... Ela não conta, mas na próxima, sim.
— Próxima? Como assim próxima? Não foi bom o suficiente? Nós transamos duas vezes! Nenhuma das duas serviu? — falhou em não soar preocupada com a ideia de fazer sexo novamente.
Aquilo foi horrível. Deveria abrir um processo contra cada autora que escreveu fazendo aquilo soar como algo mágico! Doeu, doeu para caramba e só queria nunca mais falar ou fazer novamente.
— Amber, eu fiz da maneira que achei que você...
— Se isso era pra gostar, não foi! Eu achei que fosse.. — interrompe o homem que parece surpreso.
— Achou que fosse o quê, senhorita? Algo mais mágico? Como nos romances de época que lê? — parecendo sorrir Jeremy Salvatore tem seu prato derrubado por Alyssa que o chuta, acertando a quase no final dele.
Sim, ela pensou, mas ele não deveria humilhá-la por conta daquilo. Sentia-se apenas muito idiota naquela situação toda. Criou expectativas e elas foram por água a baixo, junto do seu bom senso.
— Não foi divertido. Não quero fazer de novo! Desisto do divórcio, tá ok? Pode ficar feliz! — Alyssa esbravejou com o marido que apenas respira fundo.
Para os homens a questão de sexo era muito mais fácil. Eles se divertiam, não sentiam dor alguma e não corriam o risco de passarem pela gravidez.
Lembranca que a traz a tona a informação preocupante que não tomava nenhum anticoncepcional e Jeremy nem mesmo usou camisinha, Alyssa tampouco falou nada a respeito de não transar sem proteção.
— Na primeira vez algumas mulheres sentem incômodo, porém depois melhora... Como uma massagem? — sugere Jeremy parecendo tão confuso quanto ela.
— Massagem? Como assim?
Pedindo por um minuto, Jeremy apenas lava as mãos, vai direto ao closet de Aly e só sai de lá com um creme que que ele põe em uma mão a olhando sério.
— Posso? — disse se aproximando de um dos pés da mulher, que o encara desconfiada.
O permitindo após alguns segundos, Alyssa fica tensa ao sentir as mãos firmes e ásperas de Salvatore tocarem em seus pés, parecendo estalar um a um seus ossos. O que a deixa muito desconfortável.
— Porque está tentando quebrar meu pé? — reclamou com o homem que começa a mover as mãos mais gentilmente.
— Melhor assim? — devolvendo com sarcasmo recebe um aceno dela.
Sentindo seu pé ficar mais leve, Alyssa gemeu baixo e quando estava bem relaxada, foi pega de surpresa por Jeremy que apenas soltou seu pé.
— Por que parou? — ela continuando a ralhar com o homem recebe um olhar divertido dele.
Que deu início a massagear o segundo pé. O processo foi bem menos doloroso e enquanto a massageava, Jeremy apenas sorria. Até que, ele quebrou seu silêncio dizendo:
— O processo no sexo costuma a ser o mesmo. É questão de prática e tempo. Não vou obrigar você a nada, mas... Saiba que se for boa comigo, posso te massagear todos os dias, até o dia que assinar o divórcio.
Concordando relaxada, Alyssa não pensou em mais nada, até que em algum momento acabou dormindo. Aquele homem era uma caixinha de surpresas por vezes.
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