Capítulo 20

Ciente que sua esposa estava irritada, Jeremy Salvatore fez o que qualquer marido faria em seu lugar: Uma tentativa idiota de tentar se redimir pelo que havia feito.

— Não vai dar em porra nenhuma, mas Deus sabe que estou tentando... — falou para ninguém, ao desligar seu celular e sair da cobertura que morava com sua esposa de enfeite.

Alyssa nunca foi nem seria sua, ainda sim, não suportava a ideia de outro homem a tocando, especialmente enquanto estavam juntos. E SE ele, talvez, um grande SE,  tivesse se excedido naquela sala?

Talvez, mas quem nunca se excedeu quando se tratava de defender algo que não era, mas sua mente cismava que pertencia sim a si? Não era monstro algum naquela situação em específico.

— O não pertencer é algo momentâneo. Ela vai ceder. Uma hora ou outra... — Jeremy sussurrou consigo enquanto dirigia seu carro.

Nunca teve ciúmes nem de Amber, mas como a irmã dela era alguém visívelmente inocente naquela situação, ele precisava protegê-la de qualquer um que fosse próximo a Amber e pudesse tentar usá-la para ter vantagens na empresa dos Kane. Especialmente advogados que eram apenas a espécie mais vil que se rastejava por aí. Porque se havia algo pior que um criminoso, esse era o cara que tirava ele da cadeia usando brechas na lei.

Alyssa vivia se agarrando com o pior tipo de gente para pedir ajudar e aquilo o enfurecia profundamente. O que custava pedir ajuda ao marido que tinha? Ele não se importaria de ajudá-la.

Entretanto, ciente que estava sendo rude com a mulher, que lia aqueles romances doces a ponto de dar diabetes nas leitoras daquele troço, ele resolveu ser tão romântico quanto poderia, pois o perfil de Alyssa pedia por um homem nesse jeito para a agradar, pedindo sugestões a sua parceira Elise Johnson.

Uma federal que prendia caras maus, brigava com Deus e o mundo, mas quando se tratava de leitura e relacionamentos era enjoativa de tão doce. Razão pela qual eles nunca deram certo como casal, mas parceiros em trabalho sim.

Seguindo as sugestões dela, uma expert em ilusões e sonhos românticos femininos, foi no mercado mais próximo, comprou algumas velas aromáticas, um bom vinho e parou no restaurante mais próximo para pedir algo pra levar.

— Se ela não gostar disso, eu peço o divórcio — Salvatore disse sozinho recebendo uma risada do outro lado do caixa.

A atendente, uma mulher ruiva e com rosto redondo, acha graça do comentário dele, logo se explicando ao ver a carranca que se forma no rosto de Jeremy:

— Se eu puder sugerir algo, dê algum presente pra ela também. Ursinhos fazem sucesso com namoradas furiosas.…

Olhando para Solange, que descobriu ter esse nome graças ao seu crachá, recebe um sinal dela, que indica uma gôndola com ursinhos de pelúcia, atraindo a atenção de Salvatore de imediato um gatinho de pelúcia que ele pega e leva até o caixa. Lembrando-se de Alyssa contar ter tido um monstrinho desses alguns anos atrás.

Sorridente, a mulher do caixa põe tudo numa sacola, entrega ao homem que recebe o troco e sai direto para onde morava, encontrando um silêncio sepulcral lá. Era quase como se o lugar tivesse no botão mudo em todo canto. Algo perturbador para quem estava acostumado a ver Amber tagarelando.

— Jesus. Ela realmente se irritou... — pensando alto sobe as escadas com o que comprou em mãos, indo direto para a suíte que deveria estar sua esposa.

Porém ela estava no quarto de hóspedes, num ato de grande rebeldia pelo ponto de vista de Alyssa, ouvindo música alta e lendo outro livro.

Subindo a mesa portátil que ficava no primeiro andar, Jeremy Salvatore procurou um pano para cobri-la, pegou as cadeiras que, por ser um idiota sem memória, esqueceu de subir na primeira vez, organizou a mesa e por final ligou as velas.

— Agora sim. Vai funcionar... E eu vou sair do atraso hoje. Aleluia! — comemorou descendo as escadas para desligar toda a luz no dejuntor.

A única forma de alguém que é obcecado com leitura parar de ler é algo grande, como risco de morte iminente, uma tarefa muito importante, ou algo impedir que essa pessoa leia. Algo do gênero desastre natural. Tipo, uma queda de luz.

Que o ajudaria a dar um ar mais romântico, apesar do susto que Alyssa teria ao repentinamente ficar sem luz para ler seu livro. Sendo que, se depois de descobrir o que Jeremy fez ela não o matasse por acabar com a luz de propósito, a noite seria ótima para os dois.

Ao menos, foi o que pensou a princípio. Subindo as escadas, viu a mulher assustada olhando para as velas, parecendo estudar a chance delas serem algo maligno, o que o levou a tocá-la com cuidado.

— Pra que essas velas aqui? Não dá pra enxergar nada no chão... — Alyssa afirmando em tom preocupado faz menção de se abaixar para pegar as velas.

Incrédulo, Jeremy a viu apagar as duas velas e voltar para seu quarto dizendo que ia ligar para companhia de luz para descobrir o que houve. Não deu pra ser romântico, sendo assim, que se foda o romantismo.

— Amor! — chama a gêmea de Amber que entrou no quarto agitada.

Ao mesmo tempo, um trovão se ouviu de longe e Alyssa gritou, o fazendo ir até ela preocupado.

— Está tudo bem?

— Não! O mundo está acabando! Primeiro ficamos sem luz, agora esse trovão horrível e... — ela desandou a falar, só ficando em silêncio ao Salvatore a dar um selinho demorado.

O que era algo inocente, foi mudado por completo por Alyssa, que tornou o beijo carinhoso dele em algo quente, faminto e muito perigoso pra ela.

Uma mulher virgem não deveria beijar daquele jeito. Era simplesmente surreal.

— O convite para ter seu divórcio ainda está de pé... — Jeremy sussurrando contra os lábios de Alyssa a conduz para a cama.

Não era tão grande quanto a do quarto principal, mas não pensava em dormir nela de qualquer forma. Na sua frente havia um mundo de possibilidades para ser explorado.

— Só uma noite? — ela fala manhosa o olhando nos olhos com esperança.

Aquela mulher era tão inocente que sentia-se mal por a enrolar, como iria fazer.

— Me satisfaça e está livre para ir. Eu lhe dou minha palavra, querida — Jeremy foi tão falso quanto conseguiu recebendo um sorriso da mulher que se põe a caminhar para a cama.

Doce, inocente e dele. Se ela soubesse que Jeremy Salvatore não acreditava que fosse ter o bastante de Alyssa Kane em uma noite, teria ela tão dócil se deitado na cama e tirado suas roupas?

— Você só vai sair dessa cama quando não tiver um centímetro sem estar sob meu controle... Tudo bem?

— Como você vai me controlar por completo? — Aly pergunta o olhando desconfiada.

— Fazendo cada centímetro seu, como meu aqui e agora — afirmando em tom baixo, o homem se põe a se despir.

Aquela mulher era linda. E dele. Não ia a dispensar nem tão cedo. Não era um idiota. Havia muito dela a se usar, tocar e provar.

— Se importa em não usar camisinha? Eu não tenho nenhuma doença...

Ela deveria tomar anticoncepcional, então estava tudo bem. Uma noite não daria em nada.

— Também não possuo, mas... — Aly parecendo ansiosa o faz sorrir.

— Só uma vez, amor. Por favor...

Engatinhando devagar, chega a Alyssa nua sobre a cama e sorri para a mulher que sem saber o porquê do sorriso de Jeremy sorri de volta.

Naquela noite não, mas nas próximas, eles dariam um ótimo show a Amber que assistia-os pelas câmeras que instalou lá escondida.

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