Capítulo 2

“Você parece tão inocente
Mas a culpa em sua voz te entrega
Você sabe o que eu quero dizer.
Como se sente quando você o beija? ”
SimplePlan — Your Love Is A Lie.

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Todo o choro, lágrimas e gritos de alegria eram voltados para o casal feliz que trocava alianças no altar.

— Vocês são a coisa mais linda do mundo! Parabéns! Felicidades aos dois! Combinam, tanto! Amo vocês! — a assistente de Amber disse ao casal logo que os encontrou no salão.

Visualmente poderia até ser, mas tirando o fato que a noiva não conhecia o noivo e sequer havia o tocado antes. Bem. Em fato nunca havia beijado alguém, pois não sentia nada para tal coisa, com isso seu primeiro selinho havia sido dado na frente dos quase quatrocentos convidados presentes na cerimônia ao ar livre. O que era vergonhoso e muito pior pelo fato que não conhecia o noivo além das fotos que o via junto de sua irmã.

Não era puritana, viveu sua primeira faculdade em festas, dançando, bebendo e até mesmo pregando peças em outras pessoas, mas com relação a relacionamentos sempre foi muito parada. Mais até do que Amber, que embora fosse popular, odiava se divertir.

Se divertindo com homens ao invés de dançar e beber. Que era mais saudável que mexer com os sentimentos alheios.

— Arrasou gata! Jem é um partidão, hein? — Evy, a madrinha que já vinha exagerando no álcool desde que Amber sumiu, falou notavelmente arrastada.

Sorridente, ela roubou a taça das mãos de Aly, que seria usada durante o brinde dos noivos para encerrar a noite, fazendo o marido de Amber respirar fundo, indo buscar outro copo, que Alyssa não aceitou, pois conseguiu contrabandear um refrigerante que lembrava muito um espumante. O colocando numa taça vazia que viu passar.

— Tem certeza que não prefere beber, Am? — questionou a esposa que apenas sorriu e exibiu sua taça com refrigerante.

— Já peguei, mas obrigada pela gentileza... — replicando com tom comedido a falsa esposa o olha no fundo dos olhos.

Notando um rápido lampejo de confusão nos olhos do homem, sustentou seu olhar avaliativo sobre o marido de sua irmã que parecia chateado e desconfiado por fim. Desistindo de sua ideia no final das contas. Não que ela não fosse ligar para a prestatividade dele, mas simplesmente preferia ficar de boa na dela.

— Já que não a agrada... — Salvatore devolve a bebida a um garçom que levava as louças sujas da festa para a cozinha e passou enquanto o casal conversava.

Depositando com cuidado o item de volta à bandeja, o marido de Alyssa, deu a ela a oportunidade de olhá-lo melhor pela primeira vez desde que o viu pessoalmente. O que a fez chegar a conclusão que Jeremy era alto, tinha olhos verdes, pele clara e cabelos loiros. Um homem definitivamente perfeito para qualquer mulher.

Usando seu terno sob medida, sapatos no mesmo jeito e com sua barba por fazer, Alyssa não se incomodou com os pêlos no rosto do marido de sua irmã que, em atrito com sua pele a arranhavam, mas só conseguiu falar de fato com Jeremy Salvatore após saudar todos os convidados, sorrindo e sendo adorável com todos.

— Podemos ir embora e acabar logo com isso? — o marido de sua irmã, pergunta em tom baixo a Aly que apenas faz um sinal positivo.

Nervosa, ela temeu que tivesse que fazer sexo com ele, mas tão logo que saiu da festa, o homem a olhou de cima a baixo dizendo:

— Tudo bem se eu apenas ir dormir hoje? — perguntando curioso a faz sorrir aliviada.

Ótimo, porque ela não sabia fazer sexo de qualquer forma. Apenas disfarçava, sabia do básico, mas nada que tivesse de fato feito.

— Por mim tudo bem. Estou cansada de qualquer forma... — Alyssa mentiu para seu marido falso que apenas concordou.

Indo para o melhor hotel em LA, escolhido por sua irmã para ficarem sem sair da cidade, próximos ao trabalho dela para eventuais emergências, Aly saiu do carro alugado tão muda quanto entrou e, ao ver o saguão luxuoso, não pode evitar sentir-se abençoada por ter acesso a luxos como aquele, ao contrário de tantas pessoas por aí. Precisando de um conforto e de Deus em suas vidas.

— Quer que eu te carregue, amor? — Jeremy pergunta em tom doce a puxando para um abraço caloroso.

O simples fato dele tê-la chamado de “amor” mexeu com Alyssa de uma forma que não havia acontecido antes. Seu estômago parecia embrulhado e sua boca ficou apenas sem palavras para dizer. De forma que ela sorriu e, mais do que depressa, se deixou guiar pelo homem até o balcão, onde ele deu check-in sozinho e a deixou alguns passos atrás, olhando para a entrada majestosa do lugar.

Tudo era em marfim, das pilastras ao chão, que brilhava a ponto de ser possível ver seu reflexo, com um teto alto com detalhes em gesso, que tinha acabamentos em dourado, mostrando que beleza e poder eram coisas que viviam lado a lado em LA.

— Está tudo bem? — o marido de Amber pergunta em tom preocupado, segurando suas chaves com força.

Achando tudo muito fofo da parte dele, todo cuidado, preocupação e zelo, Alyssa negou depressa e o acompanhou até o lugar, se surpreendendo em ver que o quarto tinha um quarto anexo.

— Posso dormir sozinho?

Concordando sem entender o motivo dele não estar nem um pouco afim de dormir ao lado de sua esposa, ainda que ela fosse uma impostora na realidade, Alyssa tomou um banho, reclamou de toda falta de roupas de sua irmã, que usava camisolas pequenas e decotadas, decidindo por final a vestir algo azul-marinho com renda.

Se ajoelhando na beirada da cama, Alyssa se põe a orar, pedindo a Deus perdão pela grande loucura que fazia. Precisava de alguma forma proteger seu pai da irresponsabilidade de sua irmã. Sendo assim, precisava colocar seu temor a Deus de lado e fazer aquilo que seu coração de filha tinha como melhor opção.

Fingir um casamento até que sua irmã voltasse, em no máximo dois dias até a mulher se dar conta do quanto estava sendo estúpida, seria rápido. Prático e eficiente, principalmente.

— Trouxe um bourbon para você... — Jeremy a ofereceu um copo, já com outro pela metade nas mãos.

Sorrindo com gentileza, Alyssa olha para o marido, a bebida oferecida e se nega a aceitá-la, gesticulando para o lençol que a mesma usava para se cobrir.

— Já tomei algo antes de deitar, então... Não gosto de misturar as coisas. Vou dormir, amanhã de manhã preciso ir visitar meu pai — explicando com doçura, Aly apenas se cobre mais com o lençol vendo a expressão desconfiada de seu marido de mentira.

Como Amber teria respondido àquela pergunta? Bem, não tinha ideia. De que forma Amber agiria sob aquelas circunstâncias?

Eram as únicas coisas que conseguia pensar naquele momento. Estava desempenhando um péssimo papel no lugar de Amber e sua situação estava por um fio.

— Tudo bem. Tenha uma ótima noite... — Jeremy Salvatore falou baixo antes de Aly escutar a porta ser fechada do quarto anexo.

Quase pegando no sono, Alyssa escuta o telefone fazer barulho, o que a leva a ficar mais desperta indo atrás de seu telefone.

“Não aceite nada que Jeremy Salvatore oferecer a você” — dizia a mensagem de um número desconhecido.

Sentindo um frio na espinha que precedia notícias ruins e macabras, Alyssa olhou para os lados, em busca de alguma explicação sobre o que raios foi aquilo, o que não aconteceu de modo algum.

E desta forma Alyssa foi a primeira noiva da história a passar toda sua primeira noite de lua de mel acordada, entretanto não por motivos conjugais, sim por medo que seu marido falso, no cômodo anexo, pudesse matá-la.

Notas Finais

Muito obrigada aa todos que estão lendo! Se gostou do capítulo, te proponho coisinha bem legal e simples de como antecipar para até amanhã mesmo um novo capítulo! Deixe seu voto e comentário que quando 2 pessoas fizerem eu estarei disponibilizando um capítulo extra na semana, além do capítulo já certo do sábado que vem! Até breve.

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