Capítulo 18
Talvez fosse um louco por ter grampeado o celular de Alyssa? Talvez. Ainda sim, ele precisava se certificar que ela não estava junto da irmã num plano para o enganar.
— ... Outra coisa! Esqueça as regras da Amber! — a mulher com quem Alyssa conversava explica animada.
Enquanto ouvia a conversa absurda entre elas, Jeremy pesquisou sobre a vida dela que era filha de uma empregada doméstica, que havia crescido junto das irmãs e desde então não se desgrudaram.
— Escuta. Eu não...
— Quer o divórcio depressa? — Samantha Allen perguntando séria recebe um som positivo da mulher.
Ela não queria dormir com ele, mas também não queria pedir o divórcio. Levando Jeremy a concluir que, no mínimo, para não perder a herança, Alyssa e Amber não poderiam pedir divórcio. Virando o jogo ao favor dele, que precisava do remédio para sua filha, para a dar o que ela bem entendesse.
Elas não estavam juntas, mas queriam a mesma coisa. O que era bizarro. Talvez um sincronismo de irmãs?
— Erre tudo! Comida, organização de coisas, cuidar da casa e tudo mais!
Ok, ele agora estava preocupado com a situação que estaria se metendo. Só de imaginar o quão ruim seria lidar com alguém o sabotando de propósito, no seu âmbito particular. Seu corpo já dava sinais de estresse. Quando ele conseguisse a levar para cama, faria pagar por todas as coisas que o fizesse.
— E pare de ser como a Amber quer! Ela não está cumprindo com o combinado, está? — Sam fala com Alyssa que depressa respira algumas vezes.
Parecendo reunir toda sua coragem para dizer algo, Alyssa Kane enfim quebra seu silêncio sepulcral surpreendendo Jeremy:
— O trato foi ser perfeita para a mídia e em troca Amber cuidava da empresa...
— E olha onde você está, Aly! Sendo ela e você! Ou melhor, sendo Amber e sendo o que ela te obrigou a ser! — Samantha acusou a amiga dela que parece ficar agitada, derrubando um copo.
— O que acha que devo fazer, Sam? Ser eu mesma? Eu nem mesmo lembro como! Faz muito tempo...
Pensando no que aquilo queria dizer, Jeremy Salvatore aguardou uma explicação maior sobre o assunto, pensando no como era possível que Amber dominasse sua irmã a ponto dela não ser mais que uma marionette nas mãos dela.
Alyssa parecia ser uma mulher saudável, de mente sã e deveras autônoma. Não fazia sentido ser usada como uma ferramenta pela irmã.
— Pra começo de conversa podemos organizar uma festinha, o que acha?
Revirando os olhos, Jeremy deixou as mulheres terminarem de tagarelar em paz, indo buscar um relatório que não o entregaram sobre uma nova célula terrorista na cidade.
Poderia estar prendendo terroristas, salvando o país, mas nada adiantava, uma vez que sua cabeça continuava focada em como dobrar sua esposa que se passava por Amber enquanto era algo que na realidade não era ela mesma. Sorte a dele que não tinha terapeuta, caso contrário explicar aquela zona seria caótico e lhe renderia uma passagem só de ia para o sanatório.
Perdido em pensamentos, o agente do FBI não viu seu chefe, Anthony, um homem negro sem cabelo algum, de porte alto e muito atlético contrariando as imagens de chefes gordos e preguiçosos que a televisão passava aos civis, se aproximar dele que caminhava para sua mesa.
— Algum problema, garoto? Achei que fosse voltar daqui a uns dias... — fala o homem se encostando na mesa de Salvatore.
Como dizer que queria espiar a irmã de sua esposa, Alyssa Kane, que se passava por Amber?
Simplesmente deveria ficar em silêncio, contudo, lá estava ele despejando depressa tudo que o afligia:
— Problemas com a patroa...
— Não está sendo o que pensou que seria? — Anthony sugerindo calmo o faz sorrir.
Pensou que seria um inferno, mas as coisas de longe estavam sendo muito mais interessantes. Sua esposa não era com quem havia noivado, mas sim algo muito melhor. Uma mulher que facilmente em outra situação seria uma ótima namorada de verdade para Jeremy.
— Não mesmo... — concorda com o chefe que dá uma gargalhada alta.
Sem entender o porquê daquela risada, o homem aguarda por uma explicação maior do chefe que parecia achar muita graça da desgraça dele.
— Mulheres se conquistam todos os dias, garoto! Não é casar e sexo todo dia. Você precisa mimar ela, mostrar que a ama e transmitir a confiança que elas querem...
Do jeito que ele falava parecia fácil, mas estaria o homem dizendo a respeito de uma irmã que se passava por outra?
Duvidava que fosse.
— Fácil falar. A minha esposa, não é a mesma pessoa com quem casei. De verdade — o Salvatore afirmou sério.
— E quando elas são? Se a mulher não surta nos preparativos, boa coisa não é. Sempre achei e estranho a sua ser tão tranquila...
Amber nunca foi tranquila, mas sua imagem para mídia era toda essa. Se perguntava por vezes quem era sua esposa, pois a todo tempo a ideia que tinha era que ela interpretava um papel. E nada mais. O deixando em alerta quanto a possibilidade de ter se casado com uma psicopata. A ideia que Amber passava ser.
— Escuta, garoto. Tira uns dias, leva ela pra viajar, faz um jantar romântico e pronto! Seu casamento está salvo. Mulheres gostam de serem mimadas — seu chefe sugeriu o mostrando sua aliança que sempre tinha no dedo. — Digo isso por experiência própria. Faça o que eu digo e vai manter a sua por muito, muito tempo — afirmou por final antes de pegar o relatório das mãos de Jeremy e sair com ele.
O significado daquele gesto era bem claro. Nada de mais trabalho. Que ele corresse e resolvesse sua vida pessoal baguncada. Caso contrário, seu chefe não o deixaria pegar em mais nada.
Onde mesmo estava o livro de Alyssa que ele pegou para descobrir o que tanto a fazia sorrir?
Talvez dali pudesse tirar algumas boas ideia.
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