Se pudesse descrever o que aconteceu enquanto estava fora foi uma reviravolta muito grande. Que não tinha ideia qual seria.

Alyssa, que antes chorava ao lado de seu pai, parecia presa dentro de sua mente, num dilema muito grande, de forma que, Jeremy apenas a acompanhou em silêncio até que a mulher decidiu voltar a casa deles.

Não falando mais nada no trajeto.

Um silêncio que incomodava ao detetive, que vivia acostumado a escutar Amber falando. Seja mal de alguém, dele ou até mesmo planejando acabar com vidas por aí, como havia feito com Salvatore e sua filha Lily. Um hábito tedioso, mas que se tornou costumeiro ao analista do FBI.

O silêncio nunca havia no redor dele quando com Amber. E tê-lo não era agradável após tanto tempo.

- Quero o divórcio e preciso que concorde em me dar ele. Se quiser eu posso te pagar cem mil dólares... - começa a falar agitada gaguejando algumas vezes, logo que ele fecha a porta da cobertura deles.

Embora quisesse rir, porque as dívidas que tinham passavam daquilo, não ligava de qualquer jeito para o dinheiro. Jeremy Salvatore queria as malditas drogas experimentais, as que poderiam salvar sua garotinha estavam na empresa dela e faria qualquer coisa para tê-la. Inclusive trazer Alyssa para o jogo que tinha com a irmã gêmea dela.

- Te darei o divórcio de bom grado. Se, somente se, você me satisfazer na cama - impôs certo que a mulher jamais dormiria com ele.

Alyssa era quase uma freira e isso significava que freiras não podiam transar. Logo, ele não a daria o divórcio e poderia apenas continuar naquele jogo de casamento de mentira até que Amber decidisse ser adulta e cumprir com seu combinado, ou então Alyssa poderia apenas ser dobrada por ele e seu teatro de bom marido, ficando nas mãos dele.

Para usá-la como bem entender.

Inclusive tirar proveito daquele corpo que ela possuía. Dos cabelos cheirosos, pele macia, boca cheia e curvas nos lugares certos. Detalhes que estavam o fazendo perder o fio da meada mais uma vez, enquanto a assistia cruzar seus braços furiosa e olhá-lo com ódio contido.

- Se eu dormir com você, me dará o divórcio? - ela pergunta incrédula.

Para alguém puritana a ideia de fazer sexo em troca de algo era simplesmente muito ruim para pensar em pôr em prática. Ele não iria ter uma boa foda com a madre Teresa gostosa, mas tinha algum tempo.

E poderia tentar ao menos tocá-la para poder imaginar depois como seria. Tinha duas mãos e algum tempo livre, desde que foi afastado de seu serviço enquanto cuidava dos seus pontos.

- Sim! Não é uma ótima proposta? Melhor que gastar seu dinheiro...

- Que tipo de mulher você acha que eu sou? Pegue sua proposta ridícula e a enfie onde bem entender! - Alyssa gritando furiosa o faz olhá-la sério.

Nunca foi o primeiro de mulher nenhuma, mas... Para ter um gosto de como seria brincar de casinha com a irmã de sua noiva megera e traidora, aguentaria aquela responsabilidade. Até a deixaria dormir com ele como gesto de boa vontade. Seria legal para todos e ninguém sairia perdendo. Aly precisava parar de fugir e se deixar levar um pouco. Jeremy Salvatore adoraria conduzi-la a vida de felicidade que era ser sexualmente ativa.

- Será ótimo para nós dois! Divertido, até! Qual é, Amber! Se não for eu, quando morrer à terra vai comer você... - Jeremy alertou a mulher que pareceu em choque.

Parando na metade da escada que daria no segundo andar da cobertura em que moravam, Alyssa o olha em claro sinal de advertência. O que ela faria se ele a dissesse uma piada de humor negro? Pediria a Deus por um segundo dilúvio?

Não tinha medo daquelas coisas.

- Como é que é? - rosna Aly a Jeremy que sorri.

- É isso aí! E digo mais, vai comer você e nem um órgasmo terá! Pense bem nisso, Al, Amber!

Pisando firme, ela sobe as escadas e só desce horas mais tarde de banho tomado, uma camisa social grande, descalça e ao que parecia ouvindo músicas em seu fone sem fio. Numa tentativa infantil de não escutá-lo novamente.

- Você está sendo criança, A! Poderíamos estar transando ao invés de ficar nessa guerra idiota! Temos coisas em comum! - Jeremy grita para Alyssa que continua a ignorá-lo, indo até a cozinha.

Provavelmente irritada, ela faz com suas próprias mãos uma lasanha com ótima cara, põe no forno e liga novamente o fogão, dessa vez para fazer um arroz.

- Ora veja só o que temos aqui... - disse em tom calmo ao ver ela se abaixar e seu traseiro ficar parcialmente à mostra.

Aproveitando que não estava correndo risco de ser acertado por nada, Salvatore se esgueirou pela sala, chegou a cozinha e a pegou por trás, puxando pela cintura de encontro ao corpo dele.

Não importava como ela fizesse, sairia perdendo de qualquer maneira. A questão ali era, porque não se divertir com ele durante aquele período?

Eles eram casados e Alyssa nunca havia feito nada que merecesse ser traída. Muito pelo contrário. Sendo assim, seria um bom homem e cumpriria seu papel como marido.

Não a traindo e a fazendo muito feliz enquanto durasse o casamento. Uma felicidade mútua a julgar pelo perfume maravilhoso de algo doce que ela usava.

Adoraria pular o jantar e ir direto para sobremesa, entre as pernas daquela mulher inocente que caiu de paraquedas no jogo perigoso que ele e a irmã dela jogavam, pensa ao tira um dos fones de ouvido dela.

- Só uma boa noite e darei o divórcio que você tanto almeja, amor... - falando próximo à orelha da mulher que se arrepia e tenta esquivar-se dele.

- Não sou uma prostituta qualquer. Desencoste.

Sentindo ela tensionar sob seu corpo, a deu espaço, o suficiente para que Alyssa o desse um tapa no rosto, fazendo ele sorrir.

Ela era brava e Jeremy gostava daquilo.

- Tire esse sorriso irritante do rosto! Eu odeio você! Odeio! - Aly grita na cara dele que sorri e a dá um abraço.

Havia algo mais adorável que aquela mulher furiosa?

Queria poder apertar as bochechas dela, mas temia que se o fizesse poderia sofrer represálias de alguma forma. Ela era pequena, frágil, contudo poderia apenas o chutá-lo nas suas áreas sensíveis e causar dores por dias em Salvatore.

Sentindo Alyssa mais calma, a olhou no fundo dos olhos castanhos dela e ao se dar conta de que estavam ali havia algum tempo, foi pego de surpresa pela mulher que quebrou seu silêncio dizendo:

- Uma noite e então estaremos acabados.

Aquela era Alyssa ou Amber? Tinha sérias dúvidas.