Capítulo 13
Ciente que Alyssa estava a passar pelo inferno, Jeremy pediu ao seu chefe por uns dias em casa.
A dor da mulher, ciente do fim iminente de seu pai, o comoveu de forma que não conseguiu apenas a ver sofrer sem fazer nada. Já que seu maior medo era passar por aquilo com sua garotinha, Lily, que a cada dia ia ficando mais e mais frágil.
Fazendo um almoço reforçado, voltou para levá-lo a irmã de Amber no hospital, onde ela ficou todo o tempo agarrada ao seu pai, tal como uma boa filha faria. Deixando Jeremy confuso sobre o porquê do senhor Kane viver a criticar e reclamar de Alyssa.
— Amor, come um pouco... Precisa se alimentar — pedindo a mulher obtém um olhar triste dela.
A dor de Aly era muito ruim pra ele. Nunca pensou que fosse doer tanto e olha que sequer a conhecia direito. Ainda sim, lá estava ele, sentindo-se péssimo por pensar em usar uma pessoa tão doce e frágil quanto a irmã gêmea de Amber.
Ela não era só adorável, tinha algo que passava a ele uma sensação de urgência para protegê-la. Ainda sim, como proteger a moça da própria irmã?
Simplesmente soava muito surreal para ele.
— Vou depois...
— Agora senhorita. Seu pai está medicado, caso ele acorde, podemos chamá-la de imediato. Precisa se manter saudável — o médico avisou a mulher que por fim acabou aceitando o que ele havia a trago.
A pedido dela, Jeremy a deixou sozinha, a fim dela ir comer, optando por ir visitar a sua filha, a quem ele sempre dava um jeito de encontrar.
Se continuasse do jeito que ia, a mulher com quem casou iria morrer, não pelas mãos dele, mas sim de tristeza pela morte do pai. E sua irmã não estava nem aí com relação àquilo.
O fazendo perguntar o que houve entre elas para que o amor entre irmãos virasse toda aquela indiferença de uma para a outra.
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Mexendo em sua comida desinteressada, Alyssa permaneceu de cabeça baixa, até que um homem loiro, que parecia um modelo, se aproximou sorridente dela e a ofereceu um envelope.
— Consegui o que pediu, gostosa! — saúda a Alyssa que apenas o encara sem dizer nada.
Aquele cara deverá achar que ela era Amber. Com toda certeza.
— Perdi o endereço do seu hotel, então... Liguei para a sua secretária e ela disse que estaria aqui — contando orgulhoso empurra os papéis para mais perto.
— Obrigada...? — Aly questiona incerta pegando o tal envelope.
O que diabos Amber estava aprontando naquele momento?
— Como pediu, coloquei os documentos junto dos papéis e da localização do banco. Sua irmã é bilionária mesmo, como você sabia? — o homem fala com Alyssa que apenas o encara e abre os papéis.
Lendo com atenção, ignorou o homem ao seu lado, quase gritando ao ver que a herança de sua mãe, que nenhum advogado localizou, estava num banco guardada para ser resgatada somente por ela.
Entretanto, o prazo espirava aos vinte e cinco anos de Alyssa ou em caso de morte. Após isso a segunda a receber seria sua irmã, somente se, ela não fosse herdar a companhia do pai. De outra forma, tudo iria à caridade. A fortuna que valia basicamente dez vezes mais que o valor da empresa no mercado, a porcentagem que ela e Amber possuíam atualmente, caso elas quisessem vender algum dia a acionistas.
— Ah! Leve isso de volta e me entregue novamente depois, ok? Nem precisa dizer que já vi isso... — Alyssa falou com o homem que tentou se aproximar dela.
Dizendo que sua cabeça não estava boa desde a queda de seu cavalo no dia de seu casamento e que estava perdendo memórias recentes, por isso se afastou do serviço, saiu de perto do homem, devolvendo o envelope em perfeito estado ao executivo que sorria complacente. Tentando de toda forma a beijar. O que só a enojava mais.
Provavelmente seria o amante de sua irmã. Aquele que Jeremy havia dito, ou melhor, acusado de ter. Ele era branco, estatura mediana e de uma magreza que incomodava, mesmo supostamente escondida por debaixo das roupas sob medidas, relógios, sapatos e perfume caro.
No mínimo sua irmã o usou para ter o que queria e iria dispensá-lo assim que o tivesse. Pobre homem, caiu na teia de mentiras de Amber, assim como todos os garotos que ela tinha sob seu controle faziam.
Ainda sim, Amber estava tentando se passar pela irmã para pegar aquela fortuna, mas porquê? Não seria mais fácil apenas pedi-la o dinheiro?
Alyssa o daria de bom grado. Entretanto, parecia haver algo mais por detrás daquilo. Sendo assim, pegaria o dinheiro e aguardaria que Amber a confrontasse, quando não pudesse pegá-lo, para saber o porquê de tentar esconder apra si a herança da mãe delas, mesmo estando óbvio que Aly a daria se ela pedisse.
Queria estar com seu pai, mas precisava ter alguma carta na manga para caso as coisas ficassem perigosas com Jeremy. Não confiava nele plenamente, com isso poderia apenas ter o dinheiro para fugir, caso o homem tentasse a fazer algo de verdade. Pois sua bondade poderia ser apenas momentânea para que a mulher baixasse sua guarda e fosse pega desprevenida. A deixando num jogo a cada dia mais perigoso e difícil se jogar.
Todos pareciam saber o que fazia e Alyssa meramente andava de um lado ao outro tentando entender o propósito de toda a trama que estava envolvida desde o maldito “sim” que disse no altar.
Munida de toda sua coragem, a mulher saiu do hospital, resgatou o número de uma conta sua privada, que criou apenas para guardar algum dinheiro para emergências, indo ao tal banco do outro lado da cidade que para sua surpresa tinha como segurança quase nenhuma.
Levou o documento que a sobrou de direção, comprovou pela sua assinatura e fez a transferência com a permissão do gerente, a quem ela fez jurar não colocar nos autos para qual conta havia sido transferido o dinheiro.
— Sei que parece um pedido incomum, mas...
— Lidamos com clientes de todos os tipos, senhorita Kane. Deixar fora dos papéis é um dos pedidos mais comuns por aqui — o senhor de cabelos grisalhos e aparência rechonchuda, conta a ela sorridente.
Sem entender porque sua mãe pôs toda a fortuna naquele banco para pessoas de índole duvidosa, Aly voltou depressa ao hospital e orou aos céus para que seu pai ainda estivesse lá.
E bem, ele estava. Só não curado de sua doença. Parecia um homem mais frágil que antes, cheio de tubos, agulhas e uma máscara de oxigênio que o dava um ar mais doente.
Simplesmente odiava o ver naquela forma, mas não havia o que ser feito. O tempo estava acabando para os dois e era aconselhável que Alyssa descobrisse logo de que forma usaria a fortuna que havia herdado para sair daquela bagunça que estava.
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