CAPÍTULO DOIS
❝ dia na padaria ❞

LILY ACORDOU NAQUELA MANHÃ POR CAUSA DOS FIOS DE SOL QUE ENTRAVA EM SEU QUARTO, certamente não queria levantar mas não tinha nenhuma escolha.
Faminta, andou apressadamente até a cozinha torcendo que sua irmã ou mãe tivessem conseguido algo para comer, seria sua primeira refeição em dias.
Ainda estava amanhecendo, então ninguém havia saído para o trabalho
— Bom dia - coçou os olhos, tentava se manter em pé, mas estava fraca e sua barriga doía, estava acostumada com essa sensação, virou rotina ficar sem comer por dias, não tinham escolha apesar disso
— Bom dia meu amor, ontem conseguimos comprar uma coisa que acho que você e Amélia irão adorar! feche os olhos! - Elena dizia enquanto pegava um saquinho amassado e o escondia atrás de seu quadril

Confusa a loira fechou as pálpebras, cada vez se sentindo mais anciosa
— Pode abrir!
A menina abriu, logo vendo sua querida mãe segurando um pequeno pão em sua mão, quase chorou de felicidade, foram poucas as vezes que teve um alimento tão nobre como aquele
O atacou lentamente, seu metabolismo estava fraco, mastigava em uma velocidade de quase 0, saboreava o pão o máximo que podia, não teria uma oportunidade como aquela nem tão cedo
Quando terminou, agradeceu Elena e Sarah com um caloroso abraço.

Amélia amou a surpresa tanto quanto Lily.
— Estava delicioso! não é Lily? - perguntava a caçula
— Claro que sim, florzinha - fazia cócegas na barriga da menina enquanto todos riam
— Bom se cuidem! voltaremos ao anoitecer! algum plano para hoje Lily? - a mãe questionou
— Vou tentar achar outro emprego!
A jovem Grace trabalhava cuidando da senhora Nancy, uma velhinha que tinha um pouco mais de condição do que o resto da cidade, apesar disso era gentil e amigável com todos ao seu redor.
Infelizmente a mais velha teve um problema de coração, levando ao seu óbito, Lily ficou arrasada, Nancy a tratava como filha, pois havia ficado viúva muito cedo, e consequentemente não teve filhos.
Fazia exatamente uma semana que a querida senhora faleceu, os sentimentos da Grace foram deixados de lado, porque teria que arrumar outro emprego ou veria sua família passar fome de novo.
Nancy era muito generosa com o salário de Lily, sempre dizendo que daria um pouco a mais pela generosidade da menina, a loira sempre chorava agradecida por tudo que recebia

— Filha, os Mellarks puseram panfletos espalhados por toda a cidade, estão oferecendo um salário generoso para trabalharem na padaria!
— Ótimo! vou tentar, torçam por mim - recebeu um beijo de cada uma de suas irmãs e um de sua mãe.
Segundos depois as mais velhas já tinham ido embora
Ouviu-se um barulho; Sarah colocou sua cabeça para fora da porta, enquanto seu corpo estava totalmente fora da casa
— Mamãe mandou avisar para levar Amélia junto de si! - logo após jogou um beijo no ar e fechou a porta novamente
Lily riu com o gesto
— Amélia Grace! Já pro banho! precisamos estar apresentáveis, se não você sabe o que acontece! - apontou o dedo na cara da irmãzinha, que só assentia a cada palavra
A pequena garotinha saiu correndo, Lily logo atrás
No banheiro encontraram uma bacia de madeira, com água um pouco suja, mas ainda sim usável
— Mamãe e Sarah devem ter tomado banho antes de sair... enfim vou preparar sua roupa! seja rápida por favor! - a loira disse

Em vinte minutos ambas já estavam caminhando em direção á padaria
Vestiam suas roupas mais nobres para estarem apresentáveis o suficiente
Lily estava extremamente nervosa com a situação, ela sabia as consequências se perdesse a vaga, então pretendia que tinha confiança o suficiente para o trabalho, com a cabeça levantada e a postura certa
Abriu a porta delicadamente, encontrando um menino loiro, com uma blusa branca e um avental, virado, aparentemente estava pintando algo
— Oi! eu vim pela vaga de emprego - o garoto se virou em questão de segundos, assustado
— A-Ah sim claro! , o senhor Mellark irá demorar um pouco, mas você pode fazer um teste aqui comigo agora, tudo bem? - assentiu nervosa

Ele fez uma careta, sobrancelhas levantadas e testa franzida
— Porque está nervosa senhorita? - ela refletiu por alguns segundos, e sabia que estava constrangida por lembrar-se do menino, a ajudando no dia em que quase foi morta por seu pai, era ele
Saiu de seu transe
— É-É qu-é que eu preciso muito desse emprego, minha mãe e minha irmã trabalham muito e não conseguem... n-não conseguem mais que uma refeição por semana - em tese era verdade, não iria deixar o loiro lembrar sobre o terrível e vergonhoso acontecimento, só iria cumprir sua promessa á ele, fazer um devido favor ao garoto, e ainda conseguiria quem sabe mais uma refeição para as semanas

— Entendo... bom a senhorita veio por qual vaga? - ele a olhava profundamente, tentando decifrar uma sensação que tinha sobre a garota
— Ah bom, você poderia me informar quais são por gentileza? perdão eu não li sobre isso no panfleto
— Claro, temos vaga de caixa, e de auxiliar nos pedidos
— Acho melhor tentar para caixa, é mais simples - Lily estava confiante, desde pequena Sarah lhe ensinou sobre números e matemática em geral, já que a mais velha frequentou a escola, a loira frequentou também mas o ensino não foi igual
— Tudo o que precisa fazer é receber o dinheiro e fazer contas, acha que consegue? - um sorriso largo surgiu nos lábios da garota, ela não tinha dúvidas de que o emprego era dela
— Claro que sim! sou muito boa na arte "matematesca"! - ele gargalhou
— Ótimo deusa da matemática, você pode começar agora mesmo! se se sair bem, consigo dar um jeitinho de você ficar com a vaga! - ela sorriu novamente agradecida
— Obrigada
— Só porque gostei de você!

Logo chegaram mais e mais clientes, Lily conseguiu exercer seu trabalho perfeitamente, até interagiu um pouco mais do que o normal com as pessoas do distrito, estava esbanjando de alegria por ter finalmente conseguido outro emprego, tendo a sensação de que tudo iria ficar bem

Quando seu expediente acabou, ela se sentou no chão junto com sua irmã e Peeta, todos encostavam-se na parede
Conversavam sobre tudo possível
— Cor favorita? - Lily questionou á Mellark
— Laranja! mas não aquele laranja claro, laranja como o pôr do sol - ela gargalhou
— Que específico!
— E a sua?
— Azul!
— Comida favorita?
— Bom... você sabe, eu não tenho o privilégio de experimentar muitas comidas, mas uma vez comi algo que se chama cookie! era redondinho e foi a coisa mais deliciosa que já comi a minha vida inteira, foi na época em que tínhamos um pouquinho mais de condição... queria poder comer de novo... - suspirou - E- e a sua?
Peeta se sentiu mal, ele praticamente comia um desses a cada semana, depois da fala da garota percebeu o quanto é privilegiado por ter um pouco mais de fartura que sua nova amiga
— Macarrão... - constrangido não olhou no belo par de olhos da garota
— Ah! Já ouvi falar... parece delicioso... - ele assentiu

Peeta se levantou rápido, indo em direção ao lugar onde guardavam os doces, pegou um saquinho com a logo da padaria e foi colocando muffins e cookies, também fez questão de pegar alguns pães
Confusa Lily se levantou também, não compreendendo o gesto do loiro
— O que você está fazendo Peeta? - sua face esboçava confusão, mas também Grace parecia enfurecida com a atitude
— Leve! isto deve dar por essa semana
— E-eu não tenho dinheiro... - encarou o chão
— Não, estou te dando Lily!
— Não! você é louco Peeta? olhe o tanto de coisa que tem, e-eu não posso aceitar de jeito maneira! - estava furiosa, apontava o dedo na face do garoto

— Você irá aceitar e pronto! - ordenou
— Peeta...
— Se não contar que te dei este saco, consigo o emprego para você! - Peeta deu um sorriso meigo
Ela pareceu pensativa sobre a proposta
— Tudo bem... Muito obrigada! você não sabe o quanto isso será importante para minha família! - uma lágrima escorreu, Peeta logo a limpou com seu dedão
Ela depositou um beijo em sua bochecha e lhe deu um abraço apertado, agradecida por tudo
— Obrigada novamente, você é muito gentil - sussurrou em seu ouvido, o deixando arrepiado
Ele corava e era perceptível, Lily deu uma risada e saiu feliz pelas ruas do distrito, cantarolando com Amélia

Ambas quando chegaram, abriram o saco encontrando dúzias de doce, não sabiam como agir, nunca tiveram aquela fartura
Nem pensaram direito apenas atacaram tudo, mas claro ainda sim deixaram para Sarah e Elena e para os próximos dias uma quantidade considerável de comida
Quando as mais velhas chegaram se assustaram com a cena
— Lily? como conseguiu esse tanto de comida filha? - indagou assustada com a resposta que viria
— Ah! Os Mellark... nos deram, não fique brava mãe! e-eu tentei não aceitar mas Peeta me obrigou! ele falou que se eu aceitasse, ele me daria o emprego...
Elena não disse nada, apenas abraçou a filha enquanto lágrimas escorriam, em minutos o abraço era dado em família, cada um de um lado com os braços bem abertos acolhendo com ternura a família, que no momento estavam mais felizes do que nunca!
Uma noite especial
Uma noite rara
Uma noite marcante
Que só foi possível graças à um simples gesto de compaixão de um garoto

oie! esse capítulo foi uma fofura 😭 Lily e Peeta meus papais! não se esqueçam de votar bastante e adicionem a história a sua biblioteca! além disso sigam meu tiktok onde posto edits de todas minhas fanfics! (cinepetrova.wp) até o próximo capítulo!

xoxo, Laura