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MELINA VERSTAPPEN

    Os raios de sol invadiram a janela um pouco antes das sete horas da manhã e fui obrigada a acordar com a claridade incomodando meu sono. Era muito cedo ainda, para alguém que é acostumado acordar depois das onze. Com muito esforço consegui abrir meus olhos e me livrar do aperto de Charles em minha cintura. Esse era um dos lados ruins de dormir com o mesmo, já que ele costumava manter sua força presente mesmo quando estava dormindo e muitas das vezes eu tinha que o acordar para conseguir sair.

Me levantei e fui até á janela de Charles, fechando a cortina preta e me livrando dos raios solares. O clima estava gélido e eu iria tentar voltar a dormir, mesmo sabendo que talvez não fosse conseguir. Voltei para a cama confortável e me aninhei novamente ao seu lado, revirando os olhos ao perceber que já estava sendo abraçada novamente. Eu sabia que argumentar não iria adiantar, então só aceitava.

[...]

Uma mão embaixo do travesseiro, joelhos dobrados. Nada. 
Mãos ao lado do corpo, pernas esticadas. Nada. 

Fosse de barriga para cima, de lado, ou de bruços, simplesmente não conseguia dormir mais após ter acordado mais cedo. Sequer saberia dizer se sentia realmente sono ou só estava começando a ficar impaciente em querer me levantar, já que eu estava deitada e me remexendo há uns bons 30 minutos.

- Será que pode ficar quieta?! – Ouço Charles reclamar ao pé do meu ouvido e levo um pequeno susto, achava que ele estava dormindo ainda. - Ainda é cedo. Fecha os olhos e dorme.

Seguro minha vontade de reclamar e apenas reviro os olhos, pois era exatamente o que eu estava tentando fazer mas totalmente sem sucesso. O que me deixava mais irritada era ter que levantar cedo em um sábado.

- Não estou mais com sono. — Falo por fim e afasto seu braço que me mantinha próxima a ele. - Vou levantar para tomar café e talvez fazer uma caminhada.

Não que eu estivesse com ânimo para isso mas apenas não tinha mais ideia do que fazer, e talvez me exercitar um pouco fosse bom.

- Está com sono sim, fica aqui comigo. — Ouço sua voz sonolenta e seus braços passarem pela minha cintura de novo, me prendendo.

Solto um grunhido meio irritado e volto a tentar afastar seus braços de mim, mas era inútil querer medir forças.

- Você está me impedindo de ter uma manhã produtiva! — Reclamo passando a mão no rosto e ouço Charles dar murmurar alguma coisa.

- Sua manhã será muito melhor aqui comigo do que suando la fora. — Ele resmunga e sinto seus labios nas minhas costas, deixando alguns beijos na região.

Me remexo ainda mais tentando o afastar, mas tudo o que sinto é seu aperto ficar ainda mais forte. Seria impossível me levantar.

- Vou me lembrar disso na próxima vez que resolver me sequestrar para domir com você! — Falo revirando meus olhos e fechando a cara. Meu humor pela manhã não era lá essas coisas.

- Da próxima vez você vai vir dormir aqui do mesmo jeito. Não consegue resistir a mim. — Ele diz afastando meu cabelo com a mão livre e logo sinto seus beijos na minha nuca. Já sentia meu corpo todo arrepiado e um frio se passar por minha barriga. - Para de ser tão mau humorada.

Engulo em seco sentindo meu corpo parecer amolecer o contato de seus lábios e jogo meu cabelo novamente para trás, tendo certeza de que veio a cair em seu rosto pois o ouvi reclamar. Isso normalmente seria o suficiente para me calar, mas Charles me deixava nervosa.

- Você é tão convencido. — Murmuro fechando meus olhos e só então notando que minha respiração estava um pouco acelerada.

- E você não negou o que eu disse, então estou certo. — Ele diz e o ouço soltar uma risada fraca e em seguida sinto sua mao adentrando minha camiseta, tocando minha barriga.

- Você não me deixa ter escolhas, já disse isso. — Murmuro sentindo seus dedos acariciarem ali e meu corpo reagir com pequenos arrepios e engulo em seco. - Por mais que eu esteja adorando ficar aqui preciso me levantar. Não vou conseguir dormir mais.

Falo ironizando a frase e voltando a tentar sair do aperto de seu braço. Estava começando a ficar ansiosa com toda a proximidade e inquieta.

- Não precisa dormir, é só ficar aqui comigo. — Ele murmura apertando mais o braço na minha cintura. - Para de tentar fugir. Não vai conseguir.

Reviro meus olhos e em seguida sorrio de uma forma meio cínica.

- Já entendi tudo. — Falo e volto a sentir sua mão que estava livre afastar novamente meu cabelo de minha nuca. - Você não consegue mais viver sem me ter por perto.

- Como você adivinhou? Achei que estava sendo discreto. — Ele diz e contigo sentir um sorriso nos seus lábios que estava tocando minha nuca novamente, deixando mais beijos demorados no local.

- Discreto e Leclerc na mesma frase? — Murmuro sentindo meu corpo reagir com mais arrepios quando sua barba roça a pele sensível do meu pescoço e ele deixa um beijo ali.

Cada vez que seus lábios beijavam um novo trecho de minha pele eu acabava por estremecer. A sensação fazia meu corpo gelar e minha barriga parecer esquentar, eu não sabia bem o que ele estava querendo com isso. Ao mesmo tempo que parecia um ato carinhoso estava mexendo com meus sentidos e ele parecia saber o que estava fazendo comigo pois eu sentia seu sorrisinho nada inocente contra minha pele.

- Eu sou a pessoa mais discreta que existe! — Ele diz dando uma risada fraca e eu nego com a cabeça. Charles deixa um último beijinho em meu pescoço antes de afastar seu rosto dali. - O que vamos fazer mais tarde? Quer sair pra almoçar?

Me surpreendo com seu convite e meus olhos se arregalam, era mesmo um milagre Charles estar me chamando para sair por livre e espontânea vontade.

- Você está mesmo me chamando para almoçar por livre e espontânea vontade? — Questiono com ironia em meu tom de voz e finalmente consigo dar uma breve respirada funda.

- Você fala como se eu fosse horrível, mas sim, estou te chamando pra almoçar por livre e espontânea vontade! — Sinto ele se afastar um pouco de mim, mas apenas para virar meu corpo para ele, agora estávamos nos olhando. Ele tinha um sorrisinho nos lábios que apenas aumentou quando seus olhos encontraram minhas bochechas vermelhas. Canalha.

Me sento na cama e dou um sorriso para ele, disposta a mascarar quaisquer sinal em meu semblante que pudessem entregar que eu estava tensa, já que Charles parecia se divertir com a situação.

- Ótimo! — Respondo ainda sorrindo e me levantando, usando do motivo para acalmar meus nervos. - Vou começar a me arrumar.

Caminho até o banheiro do seu quarto e começo a preparar mentalmente para ter que encarar Charles novamente. Não acontecia muito de ficar nervosa ao seu lado, mas quando acontecia era algo que me deixava inquieta e pensativa. Parte de mim tinha medo e quase paralisava enquanto outra parte parecia se sentir confortável com sua proximidade e seus toques. Era estranho a forma como minha respiração se acelerava e meu coração batia forte em meu peito. Era quase como se eu mesma não tivesse controle.

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💋💋💋 quem amou

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