Era uma vez um pesadelo andante...
Na manhã seguinte Zé Peto estava com a cara mais amassada que pão na mão de padeiro e ainda sentia os resquícios do pesadelo que o assustara.
Foi procurar a fada rainha e ao vê-la acabou sem querer (sei) a imaginando vestida com uma lingerie roxa.
Acabou tendo que balançar a cabeça com força para tirar a imagem que se formou, tinha medo que a sua anfitriã pudesse ler mentes e se isso acontecesse virar sapo seria o menor de seus problemas.
"Bom dia, Zé Peto, dormiu bem?"
"Como um anjinho!" - mentiu ele, desta vez rapidamente.
"Vamos ao que interessa, como você demorou para acordar eu já adiantei tudo, veja quem vem vindo lá..."
O susto que o marceneiro de mão cheia (de calos) levou só não foi pior do que o da noite passada por uma pequena fração, pois à distância ele reconheceu o bicho mais feio que ele já tinha visto andar sobre a terra.
Vinha meio que tropeçando nas pernas, como se tivesse acabado de aprender a andar e ele teria reconhecido a sua fuça a mil metros de distância, afinal, de certo modo, não, com certeza mesmo, ele era o seu pai e assim foi chamado por ele.
"Como vai, papai?" - grasnou a coisa.
Zé Peto ficou boquiaberto por algum tempo, chegando até a babar.
A rainha fada imaginou que a reação fosse pela mais profunda emoção que o velho sentia, mas na verdade ele ficou paralisado de tanto asco que sentiu.
Chegou a pensar que aquilo não poderia ficar pior, quando Pinote conseguiu dar um giro completo na cabeça de madeira.
"Legal né o que eu consigo fazer, não é papai?"
Umas duas horas depois ele finalmente balbuciou algumas sílabas na direção da rainha, que já estava perdendo a cabeça (até eu que sou mais bobo!).
"Mas... Mas..." - grunhiu ele.
"Mas o que, Zé Peto?"
Algum tempo depois ele recobrou a compostura.
"Mas você usou a poção nele?"
"E em quem mais eu usaria, seu velho bobo?" - disse a fada rainha sorrindo, o que não ajudava em nada a melhorar a sua aparência.
E olha que o Zé Peto achou que o seu pesadelo havia terminado, mas ele não sabia que havia apenas começado...
Sorte dele que estou no último dia para entregar essa história e não vou poder ficar enfeitando demais o pavão, se não ele ia pastar na minha mão por mais um longo tempo...
(405 palavras)
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top