Era uma vez um destino...

Demorou bastante tempo para Zé Peto se recuperar do susto de ver aquela aberração do Pinote com vida, mais ainda com aparência de boneco.

Não conseguiu falar o porquê da surpresa para a fada rainha, até pensou em fazer isso, mas seu instinto de sobrevivência falou mais alto. No fundo queria poder dar-lhe uns belos safanões no início, quando se deparou com o Pinote, no final então queria presenteá-la com um caprichado pontapé no traseiro, mas tinha consciência de que ao fazer isso, seria a última coisa que faria, pelo menos vestido de homem...

Na mente do Zé Peto tudo estava claro como água, os seus planos eram bem simples: daria o boneco feio que é uma desgraça para a rainha e ganharia o encantamento para usar em outro boneco da sua escolha.

É claro que já tinha um alvo em mente, de fato era uma bonecona que ele fizera anos atrás e ele guardava escondido a sete chaves.

Queria, ansiava, desejava, sonhava (como na noite anterior) que ela se transformaria em gente e que os dois pudessem formar um belo (só que não) casalzinho.

Ainda tinha esta esperança em mente quando a fadona lhe jogou um balde de água fria na cabeça.

"Cumpri a minha parte no acordo, agora você tem que cumprir a sua: para que o feitiço funcione completamente você deve levar o boneco para o mundo coisado. Antes precisa descobrir a pior qualidade nele, e ele tem que passar no teste, senão..."

Ela fez um corte horizontal na garganta e depois apontou para Zé Peto, que engoliu em seco ao perceber que a garganta a qual a rainha se referia era a dele.

"É claro que percebeu que ele ganhou vida temporária, mas ainda é um boneco de madeira, mas não se preocupe: quando ele entrar no mundo coisado irá se parecer com um menino e se cumprir a missão, retornará para cá da mesma forma. Caso ele não cumpra o desafio, sinceramente, eu não sei o que o efeito colateral causará em quem implorou pelo encantamento, pode ser qualquer coisa, mas está tudo na mão do escritor..."

É, tá lascado Zé Peto, você está em minhas mãos...

"Sim! - completou ela - Está tudo na mão do escritor que é o grande roteirista de todas as coisas, responsável pelo destino de todos os seres. O que ele lhe reserva, meu velho, eu não faço a menor ideia..."

Depois dessa tiveram que fazer mais um chazinho de camomila, pois a emoção foi demais para o Zé Peto que, novamente e ridiculamente, desmaiou.

(428 palavras)

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