20.

       Chanyeol caminhava pelos cômodos atrás de Junmyeon, como o habitual o rapaz parecia vasculhar o apartamento atrás de algo. Park nunca gostou daquela mania dele e em seus pensamentos estava o xingando com palavras de baixo calão.

— O que está procurando hyung?

— Você anda estranho Chanyeol, tem certeza que não está escondendo nada? – Questionou o mais novo com aquele ar de desconfiança que deixava nítido que mesmo Park negando, ele não acreditaria.

— Tipo o que? – Indagou o outro tentando se controlar, sabia que se negasse algo demais Junmyeon começaria a desconfiar ainda mais, o jeito era ir dando corda.

— Não sei, me diga você.

— Hyung, você sabe o que é ter sua mãe vivendo em cárcere privado? – Junmyeon focou seu olhar em Chanyeol e negou com um balançar de cabeça. — Acha mesmo que eu tenho tempo pra distrações ou pra esconder algo de você? – Infelizmente o único caminho pra parar Kim, era falar sobre o quanto era doloroso ter sua mãe naquelas condições. — Eu penso 24/7 nela e somente nela.

— Eu espero que um dia você consiga salvar ela. – O rapaz deu três tapinhas nas costas de Chanyeol, nem tentando ele conseguia esconder sua falta de empatia e aquilo nem espantava Park mais.

        De repente o celular de Junmyeon começou a tocar e Chanyeol comemorou internamente, precisava se livrar dele o quanto antes ou, poderia acabar sendo descoberto. Pelo tom de voz do rapaz era nítido que fosse alguém a mando de Suyeon, o rapaz encerrou a chamada rápido e se voltou para Park.

— O que houve? – Chanyeol questionou para disfarçar.

— Tenho que ir, tenho um trabalho agora. – O rapaz mostrou um breve sorriso. — Fique melhor logo ou o chefe vai surtar.

        Ele voltou a bater nas costas de Chanyeol e o rapaz somente concordou com um balançar de cabeça, seguindo o rapaz até a porta. Junmyeon se despediu rápido e seguiu seu caminho, assim que Chanyeol fechou a porta atrás de si respirou fundo enquanto passava as mãos pelos fios alinhados. Então olhou para o chão e notou que havia cometido um erro ridículo, tinha esquecido de retirar os tênis de Chungha da entrada.

        Park levou a mão até a testa perplexo, não tinha certeza se Junmyeon havia notado ou não aquele calçado ali, não sabia o que pensar. Tudo bem que ele poderia dizer que era de alguma garota que ele estava vendo, mas aí pediriam por fotos e ele faria o quê? Era melhor torcer pra que ele não tivesse notado.

       Parou de remoer sobre o erro ao lembrar-se que Chungha estava em seu closet. Assim que teve certeza de que a porta estava devidamente trancada seguiu até o quarto indo até o closet e encontrando a garota encolhida no canto, abraçando as próprias pernas.

— Ele já foi. – Chanyeol estava tentando manter a calma mas a verdade é que estava uma pilha de nervos.

       Ajudou Chungha a se levantar, ficar ali naquela posição fez com que suas pernas ficassem dormentes. Seguiram juntos até a sala, Kim ainda em silêncio.

— Achei que ele não fosse embora nunca, tava me sentindo agoniada e com medo dele aparecer no closet de repente. – Comentou enquanto se sentava no sofá de três lugares, Chanyeol se juntou à ela.

— Se eu tivesse deixado a porta do quarto fechada ele certamente faria questão de vasculhar o quarto e o closet, não sei por qual razão ele sempre acha que vou estar escondendo uma mulher no meu apartamento, como se eu fosse um mulherengo que tá sempre com uma garota diferente. – Chanyeol estava falando inocentemente e nem percebeu que Chungha o olhava com os olhos semicerrados, fingindo estar desconfiada. — O-O que foi? Eu tô falando a verdade. – Chungha manteve a expressão, deixando Park sem graça. — Kim Chungha?!?

          Chanyeol estava tão perplexo que não conseguia nem se defender, só encarava a garota a sua frente com os lábios entreabertos. Percebendo como ele tava sem graça Chungha começou a rir do mesmo que só a encarou como se estivesse com uma interrogação no meio da testa.

— Eu acredito em você. – Chanyeol fez uma cara feia à Chungha. — Ya, não faz cara feia pra mim!

— Eu sou uma piada pra você, Kim Chungha? – O garoto cruzou os braços, como uma criança mimada.

— Você age como um bebê às vezes, nem condiz com a idade que tem. – Chanyeol começou a rir.

— Sou um bebê, o seu bebê. – Chungha riu, havia achado aquilo brega demais e Park voltou a rir, achando o mesmo. — Mudando o assunto, precisamos conversar.

          Chungha sentiu um friozinho na barriga com aquele "precisamos conversar", levou uma mecha do cabelo pra trás da orelha e ajeitou a postura no sofá.

— Sou todo ouvidos.

— Hmm, por onde eu começo? – Chanyeol procurava a maneira mais simples de contar sobre sua mãe – finalmente – e sobre seu plano com Jooheon, este, parcialmente. — Então, acho que já passou da hora de você saber a razão pela qual estou nessa vida conturbada e problemática. A garota o encarou atenta e curiosa sobre o que estava por vir.

        Chanyeol contou cada detalhe sobre como sua mãe conheceu Suyeon e como ele se tornou obsessivo por ela, ao ponto de sequestrá-la e usá-la para ameaçá-lo.

— Por Deus Chanyeol! – Expressou indignada, havia pensado em várias possibilidades pra justificar Chanyeol estar nessa vida, no entanto, sequer podia imaginar que era por conta de algo tão pesado e desumano. — Você deve ter passado por tanto. – Estava tão triste por pensar naquilo, não se conteve e abraçou o rapaz. — Eu nem sei o que dizer, eu não imaginava.

          Chanyeol se sentia um pouquinho mais leve por finalmente ter contado, não contara antes pra não preocupar Chungha e fazê-la se sentir culpada caso a mãe do mesmo sofresse ainda mais por Park "não conseguir" encontrá-la.

— Não precisa dizer nada – Park respondeu enquanto ainda era abraçado pela garota. — Eu disse que ia resolver as coisas né? – Se afastou para olhá-la. — Chegou o dia de colocar o plano em ação.

— Chanyeol…

          Chungha o olhou apreensiva, o rapaz sorriu pra ela na intenção de mostrar que estava tudo bem, que ficaria tudo bem. Em seguida lhe contou sobre parte do plano, inclusive sobre o que teria de fazer mais a noite. Kim achou o plano arriscado, mas entendia que o livro de contas seria uma prova importante contra Suyeon e, era necessário que ele a tivesse, então voltou a abraçar Chanyeol e a desejar e clamar à todos os deuses que tudo corresse bem e ele voltasse para ela em segurança.


• • •

            Era madrugada quando Chanyeol deixou seu apartamento e seguiu diretamente para o prédio onde os negócios ilegais de Suyeon eram administrados.

           Apesar de saber que naquele horário não ficava muitas pessoas lá, Chanyeol estava sendo cauteloso e mantendo o máximo de descrição. Adentrou o prédio pelos fundos e seguiu através das escadas, subindo cada degrau e passando por cada andar com cautela. Era ridículo mas se sentia em um dos filmes de ação que tanto amava assistir, ele só torcia pra que não fosse tão azarado quanto os protagonistas geralmente eram, não podia ser pego.

           O livro estava no escritório de Kang e, Park conseguiu chegar até lá sem ser visto. Felizmente o prédio não tinha câmeras, se tivesse sorte não saberiam que ele esteve ali, não até a bomba explodir e Suyeon ser finalmente pego. Chegou ao escritório e o adentrou rapidamente, o mesmo estava vazio e com as luzes apagadas, Chanyeol o manteve daquela forma utilizando a lanterna do celular para se localizar.

          Foi até uma prateleira de livros que tinha no cômodo e levou a mão nos livros certos, os retirando e logo tendo a visão de um cofre. A obsessão de Suyeon na mãe de Chanyeol era tão grande que, sua senha era nada mais nada menos que o dia em que ele a sequestrou. Em uma das raras visitas que Park fez a sua mãe, a mulher lhe contou como o homem encarava aquela data como importante. E para ele era, marcava o dia em que Young Hee estava finalmente em seus braços e, em seus pensamentos sujos, nunca mais sairia deles.

         Chanyeol digitou aquela senha sentindo ódio, mas deixou tal sentimento de lado assim que o cofre se abriu e viu que o livro de contas continuava lá. O rapaz havia levado um caderno semelhante ao livro, colocaria no lugar pois sabia que Suyeon sempre abria aquele cofre para verificar se o objeto ainda estava lá, no entanto, só tocava no livro quando necessário e não acontecia muitas vezes em um mês. Então, ele teria tempo para fazer tudo que planejou e Lee Jooheon pegaria Suyeon antes dele notar que o livro foi roubado.

          Park tentava controlar o nervosismo enquanto trocava os livros, conseguiu fazer a troca com sucesso. Fechou o cofre e devagar voltou os livros ao local em que estavam antes. O rapaz deu mais uma olhada rápida no escritório para ver se encontrava mais alguma coisa, no entanto, não encontrou nada. Então decidiu que era melhor ir embora de lá logo.

         Colocou o livro debaixo da blusa grossa de moletom e deixou o escritório em passos cuidadosos. Desceu até o térreo utilizando as escadas, ninguém as usava então o risco de ser visto seria ainda menor. Embora estivesse achando tudo fácil demais, se sentiu aliviado assim que deixou o prédio. Logo que o fez, apertou o passo até a rua de trás onde seu carro estava estacionado.

          Concluiu a “missão” com êxito.

          Dirigiu até a casa do promotor Lee que por sinal, o aguardava impaciente. O homem abriu a porta da residência antes mesmo de Chanyeol tocar a campainha e fez sinal para que ele adentrasse.

— E então? Conseguiu? – Lee Jooheon questionou ansioso.

        Chanyeol não disse nada e somente puxou o objeto que estava escondido debaixo da blusa.

— Aqui está

       Entregou nas mãos de Lee que, não perdeu tempo e logo abriu o livro verificando todos os dados que estavam minuciosamente gravados ali.

— Bom trabalho Chanyeol! – O homem exclamou animado. — Você mandou bem.

— Obrigado? – Chanyeol não sabia bem como reagir, não costumava ser elogiado. — E-Então, é-é, Lee Jooheon, eu queria te fazer um pedido.

        Jooheon o encarou de imediato ao ouvir sobre o “pedido”, deixando o livro de contas de lado.

— Pode dizer. – Acenou para que o rapaz prosseguisse.

— Você pode me dar apenas mais um dia antes de executar a última parte do plano? Eu só preciso de um dia.

— É por causa da garota? – Chanyeol assentiu. — Tudo bem, você já ajudou muito e confio que não vai falhar comigo agora.

— Não se preocupe, eu não irei falhar. – Park transmitia confiança. — Eu quero apenas me despedir dela corretamente e, prometo estar no seu escritório depois de amanhã, durante a manhã pra me entregar para ser investigado e assim concluir a última parte do nosso plano.

»»»»

meu deus eu demorei muito mas aqui estou eu novamente, a verdade é que eu enrolei de propósito pq a fanfic tá no final e eu queria pensar muito bem no que pretendo fazer.

no mais, obrigada por ler, XOXO ❤

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top