18.
Narrador:
Chanyeol abriu os olhos sentindo seu corpo todo doer, sentia como se um caminhão tivesse passado por cima dele. Era difícil até para respirar já que sentia dores fortes na costela.
Assim que olhou ao redor, notou que estava em uma sala aleatória do prédio de Kang Suyeon e, à julgar pela claridade que adentrava pelas janelas, ele havia passado a noite toda desacordado ali depois de ser agredido. Se levantou com dificuldade procurando pelo celular nos bolsos, assim que o encontrou viu que já eram oito da manhã. Saiu da sala caminhando com dificuldade até seu carro, naquela hora não tinha muito movimento no escritório então pôde sair sem ser visto.
Apesar de estar sentindo como se tivesse sido moído, ele conseguiu dirigir até seu apartamento. Logo que entrou em sua residência, ouviu o som da televisão ligada então seguiu até a sala onde encontrou Chungha dormindo no sofá.
Fez o possível pra não a acordar, andando em passos lentos e cuidadosos ali, gostaria muito de carregá-la até o quarto mas sabia que não iria conseguir por estar sentindo seu corpo tão fraco. Então foi até o quarto e pegou um cobertor e a cobriu já que, ela estava se cobrindo só com uma pequena manta.
A olhou por um tempo, sabia que ela havia dormido ali por estar esperando por ele. Se sentiu pesaroso.
Depois de fazer isso, foi até o quarto e jogou o celular e chaves do carro sobre a cama; caminhou até o banheiro e se despiu cuidadosamente enquanto encarava todos os hematomas através do espelho de corpo.
Chanyeol estava detonado.
O rapaz tinha manchas arroxeadas e avermelhadas por todo o corpo, inclusive em seu rosto. Se colocou debaixo da água quente enquanto pensava em uma estratégia pra acabar de vez com tudo aquilo, o momento devia ser esse, não tinha mais condições de esperar.
Ficou ali por um algum tempo sentindo a água quente relaxar seus músculos tensos, até mesmo aliviar a dor. Deixou o banheiro com uma toalha enrolada na cintura e se deparou com Chungha em seu quarto. Assim que o viu, não sabia como lidar com a imagem de Chanyeol todo machucado, não era a primeira vez mas ela nunca poderia se acostumar aquilo, era impossível. Até ignorou o fato dele estar somente de toalha.
Seus olhos estavam cheios de lágrimas mas ela não as deixou cair, estava horrorizada e temerosa mas não queria se mostrar fraca mesmo que, toda essa história com agiota estivesse a levando ao limite.
— Você tá com fome? – Questionou-o e ele assentiu. — Eu vou preparar o café da manhã pra ti.
Kim deixou o quarto e logo sentiu as lágrimas descerem de seus olhos, já estava longe dele e podia chorar. Se sentia tão chateada por presenciar Chanyeol passar por aquilo e agora sendo majoritariamente por causa dela. Ela sabia que ele estava naquele estado porque não a encontrou, era tão óbvio. Ela tinha medo de que chegasse em um momento que ele não aguentasse mais essas surras.
Resolveu deixar os maus pensamentos de lado e se concentrar em fazer algo pra comer. Optou por um ensopado feito com pasta de soja, anchovas e legumes. Não conseguia impedir as lágrimas de escorrerem enquanto fatiava os legumes.
— Que inferno, por que não consigo parar de chorar? – Murmurou pra si enquanto colocava os legumes ao ensopado que fervia.
Arrumou a mesa, colocando alguns acompanhamentos, uma tigela e talheres. Todo momento secando as lágrimas que insistentemente caiam, se questionava por qual motivo as pessoas ao seu redor sempre sofriam tanto, recordara de sua mãe que não teve paz por causa da dívida e, agora é obrigada a ficar sozinha em uma cidade qualquer. A garota sabia que a mãe finalmente estava segura e ficava feliz por isso, mesmo que não pudesse vê-la, gostaria que Chanyeol também pudesse estar seguro e bem.
Park se trocou e foi até a cozinha encontrando a garota que tanto gostava preparando a comida, notou sua feição triste e os olhos inchados por estar chorando. Se aproximou em silêncio e a abraçou por trás, entrelaçando seus braços na cintura dela.
— O cheiro tá bom. – Ignorou o fato dela estar chorando. Chungha secou as bochechas com as costas da mão e forçou um sorriso.
— Já tá quase pronto. – Continuou na mesma posição, não conseguia olhar pra Chanyeol pois sentia que poderia desabar a qualquer momento.
Chanyeol beijou o topo da sua cabeça e se afastou indo até a mesa e se sentando lá para aguardar até que o ensopado estivesse pronto. Seus pensamentos estavam imersos no plano que ele há tempos planejava, executando pequenas partes aos poucos.
Ele sabia que o momento havia chego, já tinha o suficiente pra destruir Kang Suyeon e não podia mais esperar pra colocar em prática. Só tinha um item que faltava e seria de extrema importância, mas isso ele conseguiria pegar em algum momento oportuno.
Chungha terminou de colocar a mesa, levou uma tigela com arroz e entregou a Chanyeol, ele começou a comer de imediato pois estava com muita fome.
— Chanyeol, eu acho que você deveria ligar pra eles e dizer que me encontrou, me entregue. – Park parou de comer no instante em que ouviu ela dizer, fechou os olhos por um momento em frustração.
— Eu vou fingir que não ouvi, ok? – Estava incrédulo encarando a tigela em sua frente, não podia acreditar no que havia ouvido.
— Eu não posso aceitar que você continue sofrendo e sendo prejudicado por minha causa, por meus problemas. – Ela sabia que o deixaria bravo falar aquilo mas também era difícil ver alguém que ela gosta sofrendo daquela maneira. Queria acabar com isso de uma vez.
— E eu não posso permitir que ele também tire você de mim, que ele te mande seja lá pra onde e te faça sofrer. – Chanyeol inesperadamente começou a chorar. — Isso – apontou para os hematomas em seu rosto — eu posso aguentar, não é nada pra mim, mas ver você ser tirada de nós – se referia à ele e à mãe de Kim – e enviada para ser escrava sexual, ou à um prostíbulo na China ou até mesmo, para uma clínica clandestina onde vão retirar todos os seus órgãos e te deixar sangrando até a morte, isso eu não posso aguentar, então, nunca mais repita isso de novo. – O tom de Chanyeol era ríspido.
Ficaram em silêncio, Chanyeol secou as lágrimas e voltou a comer, Chungha estava surpresa e decidiu não insistir, não queria o irritar mais ou, o chatear com isso. Não queria que ele sofresse mais.
— Você não vai comer? – Indagou vendo que ela somente o observava. Kim negou. — Se esforce e coma ao menos um pouco, huh? – Ele estava preocupado com ela, sempre que estava nervosa ou preocupada se recusava a comer. — Não quero que fique doente. – Levou a mão livre sobre o espaço vago da mesa e segurou uma das mãos da mulher, acariciando-a com o polegar.
— Não se preocupe comigo, termine de comer pra eu fazer um curativo nesses machucados em seu rosto. – O homem assentiu, as maçãs do seu rosto tinham pequenos cortes.
Logo que terminou, Chanyeol sumiu por entre os cômodos e Chungha fez questão de lavar a louça pra lhe poupar de ter que fazer isso mais tarde. Em seguida pegou a caixinha de primeiros socorros e caminhou até a sala, se sentando em um dos sofás. O rapaz apareceu logo em seguida e se sentou ao seu lado, se mantendo virado de frente à ela.
Chungha foi cuidadosa ao encostar o cotonete embebido em antisséptico em sua face, assoprava de leve e ao mesmo tempo se divertia com as caretas que o rapaz fazia. Finalizou com pomada e band-aids nos dois pequenos cortes.
Recebeu um beijinho em agradecimento na testa, outro na ponta do nariz e um último nos lábios.
— Obrigado – Ele agradeceu puxando-a pra si. — As coisas vão se resolver em breve, então só aguente mais um pouquinho. – Chungha deitou a cabeça em seu peito, tentaria se conter e suportar ver Chanyeol naquela situação se isso significasse que as coisas seriam finalmente resolvidas. Park respirou fundo sentindo o cheiro doce que emanava dos cabelos lisos de Kim, gostava de tudo sobre ela, inclusive seu cheiro, iria protegê-la nem que fosse com a sua vida, ele com certeza iria.
Chungha afundou o rosto no peitoral de Chanyeol mantendo o cuidado para não o fazer sentir dor, era bom estar em seus braços apesar de seu estado. Ao menos tinha a certeza de que ele estava – apesar de tudo – bem e com vida.
— Tudo bem, eu posso aguentar. – Ela respondeu, Chanyeol apertou um pouco mais o abraço ignorando a dor que sentia. Beijou o topo de sua cabeça e se afastou um pouquinho.
— Eu preciso fazer uma ligação, já volto, ok? – Ela assentiu sem questionar.
Chanyeol levantou-se com dificuldade e seguiu para o quarto deixando-a a sala sozinha. Caminhou até a escrivaninha que tinha ali e abriu a única gaveta que tinha, pegou um celular que estava lá e foi até sua cama se sentando enquanto ligava o aparelho. Selecionou o primeiro e único contato salvo naquele celular e iníciou a chamada, em apenas dois toques fora atendido.
— O momento para acabar com tudo finalmente chegou. Estou pronto.
»»»»»
hello babies.
Chano não está sozinho no plano de destruir o agiota e, seu plano de longa data já estava sendo colocado em prática aos poucos.
espero que tenham gostado do capítulo, não se esqueçam de comentar e deixar a estrelinha.
obrigada por ler XOXO ❤
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