III - O Nascimento.
— Preciso chegar em casa o mais rápido possível — falou o homem enquanto corria desesperado pela estrada de terra — não posso perder o nascimento do meu filho — disse já ofegante de cansaço. — Se eu me atrasar Eileen vai me pôr pra dormir no sofá.
Após três meses daquele fatídico jantar Eileen se encontrava deitada na cama de seu quarto sentindo fortes contrações, o bebê finalmente estava para chegar depois de nove meses de tanta espera.
— Ui... Nossa, calma meu filho, não precisa ter essa pressa pra nascer... ONDE QUE ESTÁ O USUI!!! — Gritou a ruiva nervosa depois de sentir mais uma contração das fortes.
Enzo entrou correndo no quarto. — Mamãe, vamos indo para o hospital — se aproximou da cama — chamei o senhor Darui para te levar.
O senhor Darui era um fazendeiro vizinho, sua casa não era tão longe da que estavam agora. O homem era o único que morava mais perto e tinha uma carroça.
— Vamos senhorita Eileen, a carruagem está pronta — disse o senhor já de idade que mal conseguia subir as escadas.
— Tudo bem vamos. Enzo pegue aquela bolsa pra mim. — Logo Eileen levantou e começou a andar a caminho da saída com Enzo logo atrás.
— Cuidado mamãe — disse o garoto segurando a mão da mesma a ajudando a descer as escadas.
Eileen já no lado de fora da casa repara que a carruagem que a aguardava era feita com rodas de madeira com a carroça feita de uma madeira mais escura e um toldo de pano em formato de arco já bem velho e com alguns furos, ela se vira e olha o equino que estava à frente da carruagem, era já um cavalo de idade muito magro e cheio de moscas.
— Eu não acredito que vou parir meu bebê dentro de uma carruagem velha com um cavalo mas morto do que vivo!! — Exclamou Eileen nervosa sentindo uma forte contração. — Eu juro por Deus que vou amassar a cabeça do Usui com a frigideira se ele não aparecer!!
Rindo do que sua mãe disse que faria com seu padrasto Enzo ajudou a mulher a subir na carruagem, o senhor Darui se pôs em seu lugar e logo deram caminho ao hospital mais próximo.
Usui ainda correndo pra casa com esperanças que não levar uma frigideira na cabeça por conta do atraso, mas exausto pela última missão de guarda costas pois ele era um dos três magos que tinham que levar uma carroça grande de legumes para vender na cidade mais próxima com uma senhora fazendeira que ficava resmungando a viagem toda e reclamando dos jovens magos que ali estavam com ela e ainda os pagando mal pelo serviço prestado a ela. Usui ainda carregava uma mochila grande e pesada.
Alguns momentos depois na carroça Enzo, Eileen e o senhor Darui vinham pela estrada, até que Enzo sentado na frente ao lado do senhor Darui avistou um homem com uma grande mochila nas costas caído no chão.
— Olha senhor Darui tem homem caído ali! — Apontou o pequeno Enzo em direção ao rapaz caído.
— Eita... Meu jovem está vendo o que acontece com quem bebe demais logo de manhã? — Disse o velho guiando a carroça.
— Sim… — concordou com um balançar de cabeça.
Então o senhor decide ir mais rápido passando lado do homem caído. — Olha mamãe é o Usui caído no chão, o senhor Darui disse que ele deve ter bebido.
— O QUE!!!?? — Eileen grita de trás da carroça. — USUI LEVANTA AGORA SEU FILHO IRÁ NASCER LOGO!!!
Esmagado pela própria mochila o homem ouve a voz de sua esposa, fazendo o máximo de força que conseguia o homem conseguiu levantar a cabeça. Assustado ele olha pra carroça em movimento e vê Eileen nervosa. — Eileen? Mais o que....
— CALA A BOCA E SOBE!!
Eileen então puxa Usui pra dentro da carruagem que ainda estava em movimento e é arrastado pela mesma por poucos metros até conseguir subir de fato.
Chegando no hospital Usui e Eileen descem do transporte. A mulher grita mais alto pela contração que chegou mais rápido desta vez, assustado Usui pede para o velho senhor Darui cuidar de Enzo quando a enfermeira levava sua esposa na cadeira de rodas para o quarto onde seria feito o parto.
— É claro que sim, fico de olho no pequeno Enzo.
— Aahhh... Mas eu quero ir ver meu irmão — resmungou Enzo.
— Você vai ver, mas por agora você vai ficar com o senhor Darui e não vai aprontar viu!? — Disse Usui colocando o Enzo no chão e mexendo nos cabelos vermelhos do menino emburrado por não poder ver o nascimento do bebê que chegava.
— Sr. Usui por favor nos acompanhe até a sala de parto, sua mulher o espera — disse uma outra enfermeira que segurava uma prancheta.
— Ok.
Usui então se apressa e entra no hospital, na ala da maternidade e logo em um corredor entrando numa porta a esquerda, era a sala de parto, Eileen tinha entrado em trabalho de parto logo após adentrar a sala.
— Sr. Usui por favor vista essa roupa para poder permanecer na sala — uma enfermeira aparece com uma roupa azul e touca para o homem à sua frente.
Usui então todo desajeitado e meio atordoado com o dia que estava tendo não conseguia colocar a roupa. — Usui coloca logo essa merda de roupa se não eu taco a primeira coisa que eu achar em você!! — Disse sua esposa irritada com a enrolação do marido.
Após a ameaça de sua amada o homem se apressou a pôr a roupa, colocando a touca ao contrário o homem seguiu todo confiante para o lado de sua esposa. Os médicos já preparavam os últimos detalhes para dar início ao parto quando Eileen gritou mais uma vez, porém, desta vez Usui gritou junto pois sua mulher segurava sua mão com tremenda força, uma força que ele nunca tinha visto antes.
Após lágrimas de dor derramadas por Eileen e Usui finalmente pôde-se ouvir o choro da criança que era tão esperada. Com um suspiro de alívio Eileen soltou a mão de Usui que caiu no chão devida a dor que sentia. Perguntando se sua criança estava bem a ruiva pode finalmente descansar suas costas na cama em que estava e com uma resposta positiva a mulher pode finalmente respirar tranquila.
— Parabéns Sr. Usui e Sra. Eileen. É uma menina! — Diz a médica empolgada que segurava a bebê.
Sorrindo como bobos, Eileen chorosa recebe sua filha em seus braços, Usui observa com cuidado o amor de sua vida e o fruto desse amor.
— Qual será o nome dela? — Pergunta uma das enfermeiras.
Reparando que os cabelos de sua filha eram iguais ao da mãe e do irmão Usui então decide o nome da filha: — Erza. O nome dela será Erza!
Calados em meio aquele quarto o casal observava sua amada filha. Eileen logo reparou que a pequena recém nascida tinha puxado os olhos do pai e seus cabelos vermelhos. — Nossa filha é linda Usui.
— Sim... — responde com os olhos cheios de lágrimas.
— Querido?
— Falar meu amor — responde Usui.
— Eu te amo... E hoje você irá dormir no sofá.
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