[ 𝄂𝄂𝄂𝄂 ] CAPÍTULO VINTE E SETE.

FACTION GHOSTS.
[CAPÍTULO VINTE E SETE]


Alguns minutos que quase viraram horas haviam se passado antes de Thalia acordar em uma sala, completamente diferente da que estava antes de apagar com a sensação dolorosa em cima de sua cicatriz, e iluminada de onde estava.

Ela olhou para o lado assim que se recordou de onde estava observou Janson andando por ali e depois desviou sua atenção para Teresa que estava próxima de Thomas, o qual estava preso em uma maca — adormecido — assim como ela.

Agora, a morena chamava por ele que logo acordara, quando ele abriu os olhos parecendo pouco atordoado, viu a garota de cabelos escuros sentada ao seu lado tirando um pouco de seu sangue.

Logo após isso, o mesmo, de forma rápida parecendo um pouco desesperado, desviou o olhar para a ruiva soltando um suspiro de alívio vendo que a jovem estava bem, ela deu um sorriso para demonstrar conforto e depois voltou a olhar os outros que estavam ao redor.

— Sabe que lugar é este, crianças... — Janson começou. — Um barco salva-vidas. O mundo pode estar naufragando, mas não é por isso que vamos afundar com ele. Quanto tempo?

— Quase acabando. — a ondulada respondeu ficando de costas para o homem e de frente para Thalia enquanto preparava o soro.

O mais velho se aproximou do de cabelos escuros parecendo bastante concentrado no mesmo que estava deitado na maca o encarando de forma séria, como se pudesse avançar nele a qualquer momento.

Aproveitando a falta de atenção do homem, Teresa se aproximou de Thalia — que ficou em alerta, mas relaxou ao ver que a adolescente não estava apresentando nenhum sinal de ameaça —  fazendo um sinal de silêncio, ela retirou uma faca do casaco longo e entregou para a menor soltando um de seus pulsos sem fazer muito barulho.

Shh. — murmurou se afastando.

A jovem franziu o cenho, surpresa e confusa por receber a ajuda daquela a qual havia lhe acertado um soco em seu nariz, quase o quebrando, sem contar que havia a traído antes e agora estava disposta a libertar ambos.

A mais alta rapidamente voltou ao seu posto quando Janson pegou um objeto com uma pequena agulha na ponta e voltou a fazer o soro, o qual foi retirado de sua mão assim que pronto.

Thalia aproveitou que o mais velho estava de costas e começou a cortar a corda de seu outro pulso para se soltar da única amarra que estava a mantendo presa naquele momento, enquanto Teresa checava o adulto dando cobertura para a adolescente.

— À sua saúde. — o de cabelos grisalhos falou antes de aproximar a agulha de seu braço, revelando hematomas ali — como no braço de Atlas —, mas logo ele caiu no chão quando Teresa o acertou em cheio na cabeça com um recipiente de vidro.

— Rápido. Vamos sair daqui. — ela falou para ambos enquanto libertava Thomas que parecia confuso também.

Finalmente a menor conseguiu soltar a última corda de seu pulso e encarou ambos agora vendo a figura de Janson que havia se levantado ficando atrás de Teresa.

— Cuidado! — ela gritou tentando avisar a morena.

O homem segurou a garota pela nuca a jogando por cima da mesa de metal fazendo ela cair no chão deixando o soro cair.

— Volta aqui! — o adulto foi atrás da mesma que se arrastava no chão fugindo dele.

Sem pensar duas vezes, Thalia saiu da maca jogando seu corpo no chão assim que se desequilibrou e viu a mais alta ser segurada pelo mais velho que bateu com o rosto dela na mesa.

Assim que o frasco, que estava na mão da atingida, caiu no chão, a ruiva correu até ele o pegando e em passos rápidos ela saiu da mira de Janson que ia atrás dela.

— Thalia! — Thomas chamou pela companheira enquanto tentava se soltar.

— Me dá isso! — o adulto puxou a garota pelo cabelo laranja que acertou um soco em seu rosto assim que se virou para ele.

O adulto rapidamente segurou o pulso da mais nova tirando o frasco de sua mão e a jogou contra um dos armários a fazendo cair no chão desacordada junto com alguns cacos de vidro que caiam das pequenas portinhas da cômoda.

— Thalia! — o moreno foi até Janson o jogando contra a janela de vidro fazendo a mesma se quebrar com o impacto de ambos os corpos.

No meio da luta entre os dois homens, a ruiva começou a acordar aos poucos sentindo sua cabeça latejar levemente e suspirou fundo observando Teresa recordar-se de sua consciência também.

— Pega o soro. — ela ordenou a morena que assentiu se levantando.

Thalia rapidamente pegou a faca dada pela garota, que agora fora retirada de seu bolso, e observou o adulto jogar o de cabelos escuros no chão logo puxando sua arma.

— Está bom. Já chega. — ele disse por fim apontando a pistola para o moreno.

Ao ver a cena, a ruiva foi por trás do adulto correndo na direção dele enquanto segurava a arma branca pronta para o acertar pelas costas, até que o mesmo se virou no momento exato pegando o pulso dela e o apertando com força.

— Você é atrevida, não é? — riu nasalmente enquanto a garota forçava para tentar o esfaquear. — Que nem a Lizzie... mande um oi por mim quando a encontrar.

Ele forçou a faca para perto dela, foi nesta hora que a mais nova pôde ver a fúria nos olhos do adulto como se ele estivesse desejando a morte dela, até que uma explosão atingiu um local próximo a eles no prédio fazendo ambos caírem no chão com o impacto.

A adolescente murmurou de dor assim que abriu os olhos vendo Teresa levantar Thomas primeiro antes de ir até ela, a garota olhou para baixo agora vendo a faca cravada na lateral de seu abdômen o que a fez gemer baixo com a dor insuportável que surgia ali conforme a adrenalina ia embora de seu corpo.

Ela levou as mãos até o objeto e tirou a faca dali antes que fosse levantada pela morena que a ajudou observando o sangue começar a surgir ali manchando a blusa clara da menor.

— Thalia... — chamou pela mesma que negou.

— Ignora, vamos logo. — cortou antes que ela pudesse dizer mais algo agora olhando para o companheiro que pareceu bastante preocupado. — Veremos isso depois, temos que ir antes que ele acorde.

O mais alto se aproximou passando o outro braço dela por sua nuca agora correndo junto das duas pelo corredor ouvindo os resmungos de dor da jovem conforme ela se movimentava cada vez mais.

— Cuidado! — o garoto puxou ambas assim que tiros foram disparados na direção delas.

O trio entrou em um laboratório, no qual passaram por um tipo de limpeza a vapor antes que entrassem, eles olharam para o lado vendo dois Cranks com roupas de pacientes presos em um cômodo de vidro o que fez a menor soltar um suspiro fundo lembrando-se de Atlas mais uma vez.

— Temos que sair daqui. — Teresa comentou e se virou para o de cabelos escuros.

Thalia franziu o cenho vendo o parceiro colocar a mão em seu abdômen manchado com a cor vermelha viva e depois encarou-a com as sobrancelhas quase juntas devido a dor que sentia.

— Merda. — a morena se aproximou do jovem junto da menor que gemeu de dor com o esforço  vendo o moreno cair no chão. — Thomas!

Thalia se abaixou do lado dele agora tocando o rosto do maior que resmungava de dor pressionando o local atingido com a palma de sua mão que começara a ficar vermelha.

— Teresa, leva ele. — ela pediu quase como uma ordem. — Eu atraso o Janson.

— Não! — o garoto negou. — Leva a Thalia.

— Calma. — a garota entregou dois panos para eles, os quais pressionaram no lugar que vazava sangue tentando estancar um pouco.

— Eu tô bem. — a ruiva murmurou. — Leva o Thomas, por favor.

— Tem que ir. Vocês tem que ir. — o de cabelos escuros retrucou.

— Não. Não vou deixar nenhum dos dois para trás. — a morena negou olhando-os séria.

Enquanto o silêncio se instalava ali tentando decidir quem ia e quem ficava, eles ouviram alguém entrar no laboratório o que fez com que se separassem, Teresa, como não estava machucada, correu para um outro canto para despistar o homem.

A ruiva decidiu amarrar o pano que pressionava em sua pele no seu abdômen para estancar o sangue o que a fez morder o próprio lábio sentindo o gosto metálico, assim evitando um grito.

Ela suspirou fundo se escondendo atrás de uma mesa enquanto ouvia o mais velho conversar com a de cabelos escuros que agora jogava coisas perto dele para o despistar e o manter perdido dentro daquele lugar.

— Talvez seja da sua natureza trair as pessoas mais chegadas a você. — ele soltou fazendo com que a menor parasse para pensar um pouco ouvindo-o.

Pela primeira vez, ela concordava com Janson, mas deixou isso de lado pois não era a hora certa para mudar de time naquele momento, principalmente agora que estava na beira da morte junto com o seu amado.

Em questão de segundos a mesma viu a garota ser encurralada pelo armado que apontava a pistola para a mesma que agora se levantou encarando ele com a feição neutra.

— Pega logo o soro. — ela disse mostrando o frasco. — Deixe-os em paz.

— Qual é a de vocês três? — indagou. — Uma hora se odeiam e na outra se protegem? Você os acha tão especiais assim? O Thomas é uma cobaia, não merece esse dom. E Thalia, estarei fazendo um favor ao fazê-la se juntar a sua melhor amiga.

A garota que foi citada andou ainda abaixada até o moreno e assentiu levemente com a cabeça segurando sua mão, para mostrar que ela estava ali com ele, ignorando a voz do adulto que ameaçava atirar em Teresa caso nenhum dos dois aparecesse.

Tentando raciocinar o que deveria fazer, a menor se afastou do garoto pegando um caco de vidro no chão e se aproximou pelas costas do mais velho, em questão de segundos ela avançou na direção dele ficando o caco no olho do mesmo que gritou atirando em um local qualquer.

— Lembra desse treinamento? — ela indagou em meio aos gritos do adulto.

A mesma desviou o olhar para o vidro que estava trincando ao lado deles conforme as criaturas batiam contra o mesmo, até que Teresa foi na direção da mesma a puxando para longe do adulto quando a janela quebrou fazendo os monstros agarrarem ele rasgando sua pele.

Elas se aproximaram de Thomas que estava sentando enquanto sua pele ficava cada vez mais pálida, logo puxaram o garoto saindo do local ignorando os gritos do adulto que ficara para trás.

— Aqui! — a de cabelos escuros os guiou.

— Teresa, eu estou bem. Vamos o carregar juntas. — a morena assentiu e viu Thalia segurar o garoto pelo outro lado passando o braço dele por sua nuca.

Os três entraram na porta de emergência e subiram as escadas — já que o andar debaixo estava completamente incendiado — até o terraço vendo que não havia nenhum tipo de saída além do fogo que cercava o local.

— Vamos voltar. — Teresa tentou recuar junto dos dois mas o fogo que surgiu na porta junto de outra explosão os impediu.

— Droga. — a ruiva murmurou caindo no chão assim que o peso do corpo do moreno fora totalmente para o piso. — Tá tudo bem.. Tá tudo bem.

Ela segurou o garoto gravemente ferido em seu colo vendo-o ofegar enquanto a de cabelos escuros sentava em um canto passando as mãos pelo rosto.

— Tá tudo bem. — a menor continuava dizendo com a voz chorosa passando a mão no cabelo do garoto.

— Desculpa. — a ondulada sentada murmurou olhando ambos. — Me desculpa Thalia. Me desculpa Thomas.

Logo a mesma abaixou a cabeça agora chorando no canto enquanto abraçava suas próprias pernas chateada consigo mesma pelo o que causou, dessa vez era ela que estava sentindo a culpa de tirar a vida de inocentes.

A ruiva desviou o olhar e voltou a observar o de cabelos escuros que agora mantinha seu olhar sobre a mesma.

— Eu te amo, Thalia... — o garoto falou olhando nos olhos dela o que a fez assentir com a cabeça.

— Eu também te amo. — a mesma sorriu.

— Eu sei que não é um bom momento mas... quer casar comigo? — indagou soltando uma risada nasal.

Depois de tudo que passaram, esse era o momento mais adequado para conversarem normalmente sobre eles, a poucos passos da morte que os esperava.

— Vai pular o namoro? — franziu o cenho rindo baixo.

— Não teremos tanto tempo até eu te pedir em casamento. — riu o que a fez assentir com a cabeça.

— Claro que eu quero, é claro. — logo o moreno a puxou para um beijo profundo, não com desejo, mas sim com paixão. Como se fosse o último beijo deles.

Aproveitando o último momento, um som de Berg chamou a atenção dos três que olharam para a nave que se aproximava do terraço em que estavam, finalmente o sentimento de esperança os abraçou em meio ao caos.

— São eles. — Thalia olhou Teresa que foi até os dois ajudando a levantar Thomas.

— Vamos. — a garota fez um grande esforço junto da menor para não deixar o moreno cair no chão.

Assim que a nave virou-se, a porta traseira fora aberta revelando o grupo deles que agora gritavam pelos dois que estavam feridos, e eles perceberam pelo cansaço e a dor aparente em suas faces.

— Rápido! — Vince gritou.

— Mais perto! — a de cabelos alaranjados mandou.

Eles foram até a beira observando o homem de cabelos médios no piso da nave esticando sua mão o máximo que pôde para Thomas.

— Thalia, vai! — Teresa a encorajou e ambas fizeram um grande esforço jogando o corpo do garoto para o homem que o segurou junto de Minho.

— Isso! — Vince puxou o corpo do moreno e agora olhou as duas que restavam. — Venham!

A adolescente gemeu de dor sentindo o corte profundo em seu abdômen e colocou a mão em cima do local, ela tirou a palma do local vendo a mesma completamente vermelha.

O sangue era tanto devido aos esforços que ela tava fazendo desde que fora atingida que nem mesmo o pano segurou o líquido avermelhado.

— Vem. — a ondulada segurou o braço da menor. — Não liga para isso, você não tem tempo, vamos!

A garota se aproximou da beirada junto da morena que a segurava e estendeu sua mão para os dois que tentaram a segurar.

— Vem, Thalia! — o asiático gritou por ela que tentava agarrar sua mão.

Rapidamente a ruiva olhou para trás assim que ouviu um barulho diferente próximo a elas, vendo dois mísseis voando na direção do prédio ao lado fazendo com que ele caísse contra o que estavam.

Em um deslize, o corpo da menor escorregou caindo para fora do terraço, mal teve tempo para gritar, ela apenas fechou os olhos já esperando pela hora que ela tivesse sua alma saindo de seu corpo, mas nada aconteceu.

Ela ainda estava viva, graças a Teresa que havia se jogado no chão para segurar o braço da jovem antes que ela caísse. O que deixou a ruiva surpresa.

— Thalia! — Thomas gritou pela mesma desesperado ao ver o corpo da jovem se debater ali já que não havia nada embaixo de seus pés.

— Vem! — a morena a puxou com força de volta para onde estavam.

Ambas caíram no chão fazendo a menor ofegar, mas a ondulada não lhe deu tempo para respirar a puxando para ficar em pé ignorando os resmungos de dor dela.

— Vamos! Não temos tempo. — ela disse para a garota que negou.

— Eu não vou conseguir. Tá doendo muito. — a ruiva murmurou já com o rosto totalmente suado pelos esforços e a adrenalina que corria por suas veias fazendo ela ignorar um pouco a dor. — Vai você, eu te ajudo.

A maior negou com a cabeça ignorando o ato heroico da jovem e pegou o frasco de seu bolso colocando no dela.

— Não, Thalia.

— Vai!

— Porra, pare pelo menos dessa vez de tentar salvar todo mundo e salve a si mesma! — ela gritou olhando nos olhos da de cabelos laranja. — Deixa eu fazer uma coisa boa, pelo menos dessa vez.

Thalia ficou pensativa por alguns segundos e depois olhou Thomas que a encarava da nave, ambos os olhos se encontraram no momento e ela viu que ele praticamente implorava desesperado para que ela pulasse antes que fosse tarde demais, ela assentiu com a cabeça e aceitou a ajuda de Teresa que andou rapidamente com ela até a beirada novamente.

— Vem! — Vince exclamou esticando sua mão junto dos outros na direção da jovem empalidecida.

Um barulho pareceu ter alertado Teresa que gritou a jogando sem pensar duas vezes fazendo com que os braços da ruiva fossem segurados pelo mais velho que a trouxe para dentro do Berg.

Eles voltaram a olhar Teresa que caira no chão assim que o prédio começara a se auto destruir caindo aos pedaços, ela desviou o olhar para eles e deu um meio sorriso antes de cair junto com os destroços do local.

Desde a queda, nada foi dito, nada foi feito, ninguém teve reação. Thalia virou-se sem fazer absolutamente nada olhando para o teto da aeronave enquanto as pessoas se aproximaram para verificar o seu abdômen e o de Thomas levantando suas blusas já avermelhadas.

— Merda... — Pandora murmurou vendo um corte feio ali quando levantou a blusa da amiga.

Logo o olhar da adolescente foi direcionado para Newt a observava há alguns metros de distância ainda estava com a face inchada e vermelha, assim como seus olhos, ela sussurrou um "desculpa" antes de fechar seus olhos por completo.

▌CALMOU O QUE ACONTECEU AQUI

▌Oi oi amores, como vão?

▌O que acharam do novo capítulo? Espero de coração que tenham gostado mesmo!

▌Tiveram algumas referências a Mad Max: Estrada da Fúria por aqui, espero que tenham pego! Simplesmente foi um dos filmes que mais me inspirou para escrever este final

▌Agora vocês me desculpam pelo último capítulo? Pelo menos deixei nossa Thalia viva KKKKKKK

▌Como prometido, a nossa ruiva de jogos vorazes matou o Janson e a "Teresa", oh glória! A doida lá nem tanto, mas já o nosso desquerido... aí aí, acho que ela arrasou demais e meu pano é rosa com glitter

▌Ainda estou meio pensativa pois já é o penúltimo capítulo, só falta mais um e acaba faction ghosts :(

▌Mas enfim, ainda temos mais alguns dias, até o próximo capítulo amores! Beijos!

▌Votem e comentem, se puderem!

all the love, yas

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top