[ 𝄂𝄂𝄂𝄂 ] CAPÍTULO ONZE.
〢 ⸺ FACTION GHOSTS.
[CAPÍTULO ONZE]
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Já haviam feito alguns meses desde que Thalia completou sete anos e entrou para o treinamento que Ava lhe apresentou para ser a cientista que a garota tanto sonhou.
Porém ela estava errada em muitos aspectos do treinamento, no começo tudo era totalmente simples até que começou a dificultar cada vez mais, os treinamentos eram pesados e exigiam muito da jovem.
Por um tempo ela aceitou, aliás já sabia das consequências que foram lhe ditas por Ava, e ela concordou de imediato assumindo a responsabilidade, mesmo ainda sendo muito jovem.
Só não esperava que passasse por uma experiência dolorosa no qual forçavam-a aceitar um novo nome fixo, um nome de batismo do CRUEL, como era chamado.
A primeira vez foi a mais dolorosa e assustadora para a ruiva, eles a pegaram totalmente desprevenida e fizeram-a passar por diversos testes para que sua mente aceitasse seu novo nome.
Mesmo que ainda pequena, o tratamento era feito com choque no qual a cada erro ou negação que ela fazia contra seu novo nome era repreendida com uma pequena arma de choque que era ativada sobre sua pele.
Os gritos de dor preenchiam aquele cômodo e as lágrimas caíam cada vez mais molhando os rastros secos das que já haviam sido derramadas há alguns minutos antes.
— Qual seu nome? — o médico indagou.
A pequena continuava de olhos fechados sentindo sua pele dolorida e pouco dormente, sua respiração estava completamente ofegante e seu peito subia e descia rapidamente.
Ela estava com seus braços amarrados contra a maca, os nós de seus dedos já estavam esbranquiçados de tanto apertar o lençol para descontar a dor que sentia com os choques.
— Qual o seu nome? — o homem perguntou mais uma vez deixando a garota cada vez mas tensa esperando o pior.
Poderia ser simples a mesma apenas dizer seu novo nome de batismo, mas eles sabiam que alguma hora ela iria usar o seu real acidentalmente, por isso faziam testes mais rígidos para que sua mente se acostumasse com o novo e esquecesse totalmente o antigo.
A ruiva reprimiu os lábios trêmulos continuando de olhos fechados pois sabia que iria sentir a mesma dor mais uma vez já que não passava absolutamente nada por sua cabeça, ela estava tão focada na dor e no medo que não pensava ou formulava mais nada.
Outro grito saiu pelos lábios dela fazendo-a se debater contra a cama quando mais uma constância de choque fora deixado em sua pele.
As seções daquele dia haviam acabado, porém Thalia não ficou menos tensa porque sabia que no outro dia teria mais e a cada dia sem sucesso eles pegavam mais pesado.
A garota estava em um canto de um corredor vazio sentada no chão enquanto abraçava seus joelhos, a mesma soluçava baixo enquanto as lágrimas caíam sem parar.
Ela estava assustada, com dor e desesperada em saber que no dia seguinte teria de passar pelo mesmo inferno novamente.
O rosto da ruiva estava completamente vermelho e inchado devido ao choro, ela não sabia ao certo quantas horas havia passado naquela sala recebendo choques mas como dito por alguns médicos, a seção sempre durava uma hora ou uma hora e meia, de completo terror.
A mesma ouviu passos se aproximarem o que a fez esconder seu rosto entre o vão de seus braços e encolher-se cada vez mais naquele canto.
Desejando que quem estivesse ali fosse embora, Thalia continuou de olhos fechados respirando ofegantemente.
— Ei, por que está chorando? — a voz feminina soou tranquila demonstrando um pouco de pena e preocupação.
A garota não abaixou sua guarda e continuou ali até que seu corpo pulou quando sentiu uma mão tocar em seu ombro, justo no braço onde havia recebido vários choques.
— Calma, eu não vou te machucar. — ela disse assim que a ruiva a encarou com os olhos arregalados.
A pequena não conseguia formular uma palavra direito, a mesma continuava a encarando em silêncio enquanto o choro estava entalado em sua garganta.
— Qual seu nome? — a jovem de cabelos escuros, aparentemente alguns anos mais velha que Thalia perguntou. — O meu é Lizzie.
Um sorriso tranquilizador fora formado no rosto da morena que agora se ajoelhou na frente da criança sentada.
Aquela pergunta sobre como ela se chamava fora como se ela tivesse levado mais um choque pois sentiu a sensação dolorosa em seu braço o que a fez ficar calada.
— Ah... — a garota suspirou profundamente percebendo o motivo de ela estar daquele jeito. — Eles estão fazendo os testes de nome de batismo. Olha, não precisa ficar com medo de mim, não vou te machucar e muito menos contar para eles que você está dizendo seu nome verdadeiro. Eu também passei por isso.
— É Thalia. — a garota murmurou com a voz chorosa.
— É um nome lindo, eles deveriam deixar assim. — a morena sorriu o que fez surgir um pequeno sorriso no rosto da mais nova. — Tem quantos anos? Eu tenho dez.
— Sete. — ela respondeu.
— Olha... — Lizzie se ajeitou sentando-se ao lado da garota. — Eu passei pelo mesmo que você, não precisa ficar chorando, sei que é doloroso.
O polegar da jovem enxugou as lágrimas que caiam pelos olhos da ruiva que soluçou ao sentir o toque tranquilo em seu rosto.
A morena puxou a manga de sua camisa mostrando-lhe a pequena cicatriz do choque que recebeu há anos no mesmo teste de aceitação de nome.
— Viu? Tá tudo bem, Thalia. Não deixa eles te assustarem. — confortou.
A garota levantou a manga da sua blusa e então mostrou a marca que ainda estava vermelha criando um machucado ali.
— Dói... — ela murmurou enquanto seu corpo tremia com a sensação dolorosa que sentia.
A mais velha suspirou fundo e tocou o local levemente fazendo um carinho confortador que tranquilizou a garota que fechou seus olhos sentindo seus músculos relaxarem.
— Tá tudo bem. — a mais velha falou. — Você vai ficar bem. Está comigo agora, não precisa mais sentir medo.
A ruiva abriu os olhos e a encarou agora formulando um pequeno sorriso tranquilo em seu rosto.
Um bom tempo havia se passado desde que Thalia conheceu Lizzie, as duas viraram grandes amigas, não havia muita diferença de maturidade porque ambas haviam amadurecido desde muito pequenas pelo CRUEL.
A morena sempre tranquilizava a mais nova quando a mesma saia das seções do nome de batismo com a sensação dolorosa e o rosto encharcado de lágrimas, porém com o passar do tempo a mais nova começou a se acostumar com a dor e não chegava mais tão assustada quanto antes. Tudo isso graças a sua nova amiga.
A mais velha conhecia uma boa parte das crianças do CRUEL, então ela apresentou a nova amiga para seu grupo de colegas que acolheram a mesma como se já a conhecessem há anos, isso foi fazendo com que o medo e a solidão que ela sentia desaparecesse aos poucos.
As duas garotas estavam em uma sala observando um grande quadro que representava a natureza, elas sempre admiraram aquela pintura imaginando como seria se pudessem ver pessoalmente.
— Eu só queria sentir a brisa em meu rosto uma vez em minha vida. — Lizzie disse soltando um suspiro. — Por um tempo enquanto estava dormindo eu pude "sentir" em meus sonhos.
A garota havia feito uma cirugia assim como os outros mais avançados, eles não sabiam ao certo o porquê mas os médicos disseram que era necessário.
Muitas crianças morreram no meio do processo, outras como Lizzie foram sortudas em sobreviverem, algumas haviam esquecido completamente o que passaram para chegar até onde estavam, outras como a mais velha ainda se lembravam perfeitamente de poucas coisas. No caso da garota, a mesma não se recordava mais quem eram seus pais mas ela sempre estava com um colar no qual se lembrava que fora lhe dado por alguém especial.
Ela foi uma das pouquíssimas crianças, no máximo umas cinco ou seis, que ainda tinham recordações das suas vidas antes de chegarem no CRUEL e o que passaram nele até o momento após a cirurgia, outros era como se tivessem nascido e crescido naquele local.
— Hoje será mais uma seção do nome de batismo. — Thalia suspirou fundo.
A garota ao seu lado desviou o olhar para ela e deu um sorriso tranquilizador para a confortar, logo pegou a mão da amiga e apertou levemente fazer um carinho nas costas da mesma.
— Lembre-se de tudo que já te disse sobre esses testes. Você está quase conseguindo, ruiva. — ela disse. — Tudo isso vai acabar. Apenas não deixe que aqueles médicos te assustem, eles não são nada perto do que podemos nos tornar.
A pequena assentiu com a cabeça retribuindo o aperto de mão enquanto um sorriso estava estampado em seu rosto.
Ela poderia transparecer confiança, mas por dentro estava completamente assustada, não sabia ao certo se iria conseguir aguentar mais uma seção dolorosa, porém passou semanas treinando com Lizzie para não demonstrar nenhum tipo de medo ou desespero na frente dos adultos que a machucavam.
— Thalia. — uma voz grossa a chamou pelo seu novo nome fazendo a garota se virar e ver o médico dos testes ali. — Vamos?
A respiração da mais nova pesou, logo ela olhou para Lizzie que assentiu levemente com a cabeça apertando ainda mais a mão da amiga.
— Você vai conseguir. Não demonstre. — ela sussurrou fazendo com que a ruiva suspirasse e assentisse.
A pequena soltou a mão da amiga e deu as costas para a mesma indo em direção ao médico que a guiou até a famosa sala no qual Thalia havia memorizado perfeitamente, do pior jeito.
Uma série de gritos continuou naquele cômodo, já era comum vindo da pequena que mais uma vez tinha seu rosto encharcado por lágrimas.
— Vamos, Thalia. Nos ajude a te ajudar. Qual o seu nome? — o médico indagou mais uma vez parecendo com pena da mesma, aliás ele a via todos os dias e sempre recebia uma pequena esperança de sucesso.
Os olhos de Thalia continuavam fechados enquanto ela tentava regular sua respiração que estava ofegante.
— Mais um. — ela ouviu o suspiro do doutor e percebeu que isso sinalizava que sentiria mais uma vez o choque em sua pele.
A voz de Lizzie soou no fundo de sua mente no qual ela dizia para a mesma não deixar eles a assustarem e não demonstrar o medo ou a dor que sentia no momento.
Ela precisava fazer por si só agora, precisava lutar contra seu próprio cérebro e fazer com que ele aceitasse aquele novo nome para não ter que passar por mais seções.
— Qual o seu nome? — o homem perguntou mas a garota continuou em silêncio pois estava concentrada demais em tentar esquecer o nome antigo e fixar o atual em sua mente.
Ela havia ficado calada após o último grito que deixou sair após os dois primeiros choques, assim que recebia a sensação dolorosa a mesma lutava contra a sua mente tentando fazer com que a dor obrigasse a sua consciência a aceitar o seu nome de batismo.
A garota sentiu novamente o choque em seu braço só que dessa vez ela apenas apertou o lençol com força como sempre fazia prendendo a sua respiração ainda de olhos fechados.
Os médicos estranharam pois ela não estava chorando e muito menos gritando, apenas indo contra a dor que sentia — como se tivesse se acostumado com ela —.
Assim que o choque parou a mesma respirou fundo deixando que o ar preso saísse finalmente, ela abriu seus olhos e encarou as pessoas que a encaravam pouco assustados e surpresos em relação a ela ter aguentado a dor.
— Thalia. Meu nome é Thalia. — ela disse com a voz firme enquanto os olhava.
Um sorriso se formou no rosto do médico que ainda parecia surpreendido com a forma como ela aguentou a dor, mesmo sendo tão nova.
— O teste está concluído. — ele finalizou.
A alegria era completamente visível no rosto de cada um ali devido ao sucesso, diferente da ruiva que apenas transparecia o ódio em seu olhar.
Aquelas malditas seções que duraram meses havia terminado, porém a cicatriz deixada no braço dela e a tortura pela qual passou nunca iria ser esquecida pela pequena. E se algum dia fosse, ela iria dar um jeito de se lembrar.
▌VENHA VINGANÇA DE THALIA, ESTOU ESPERANDO!
▌Oi oi amores, como vão?
▌O que acharam do novo capítulo?
▌Só vou dizer uma coisa, que capítulo doloroso viu, este será colocado no top 3 capítulos mais tristes de faction ghosts
▌Quem pegou a referência logo no começo? Uma dica: Marvel!
▌Bem, apresento-lhes a lizzie, será uma das melhores pessoas que ficará com a thalia nesse inferno, espero que gostem dela!
▌Calma meus amores que logo logo o nosso salvador da pátria salvará a querida desse inferno mental que ela estava passando, lembrando para quem está confuso, ela está em um estado de "coma" enquanto isso as memórias dela vão voltando, o que não era pra ser na visão do CRUEL KKKKKKK se ferraram
▌Só digo uma coisa também, a bicha vai virar o diabo quando ela se lembrar de tudo e podem anotar que ela vai caçar um por um do CRUEL
▌Enfim amores, até o próximo capítulo, beijos!
▌Votem e comentem, se puderem!
all the love, yas
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