[ 𝄂𝄂𝄂𝄂 ] CAPÍTULO DEZ.

FACTION GHOSTS.
[CAPÍTULO DEZ]


O caminho todo até o consultório foi em silêncio, Thalia tentava ao máximo não transparecer sua desconfiança naquele momento.

Enquanto seguia a médica e mais alguns guardas, ela pensava nas diversas formas de sair daquilo caso algo desse errado ou alguma suspeita surgisse vinda das três pessoas.

Assim que entraram no local a porta fora fechada, a ruiva olhou em sua volta vendo mais profissionais da saúde ali sentindo seu corpo começar a ficar tenso até que seu ombro fora tocado pela mais velha que a tirou de seus pensamentos.

— Sei que está assustada, é tudo muito novo mas quero que relaxe e confie em mim. — sorriu simpaticamente tentando transmitir conforto para a jovem.

A mesma assentiu com a cabeça, logo fora guiada pela mulher de cabelos castanhos até uma cama na qual foi colocada sentada.

— Bem, creio que ainda não me apresentei. Sou a doutora Ellen. — se apresentou estendendo sua mão na qual a jovem apertou.

Mais alguns segundos de silêncio vieram da parte da ruiva que continuava a encarando calada, um suspiro saiu pelos lábios da morena que pegou um fichário e sentou-se numa cadeira perto da cama.

— Bem, eu já sabia que você ficaria desconfiada. Aliás eu te acordei também. — ela riu baixo. — Deve estar morta de sono mas eu garanto que será rápido.

— Por que me chamou para cá? Que tipo de exames são esses, exatamente? — finalmente a adolescente se impôs querendo saber o motivo de ter sido levada para longe de seus amigos, em segredo.

— O resultado do seu teste nos surpreendeu um pouco, queríamos apenas refazer algumas coisas para confirmar. — a jovem franziu o cenho um pouco desconfiada.

— Tirarão mais de meu sangue? — questionou o que fez Ellen soltar uma risada nasal.

— Não, claro que não, esses exames serão através de um esquema no qual todos que tiveram algumas alterações em seus resultados fizeram. Fique tranquila, não doerá nada. — ela garantiu.

Thalia olhou um médico se aproximar com uma seringa o que a fez ficar em alerta porém se acalmou quando sua mão foi segurada pela mais velha.

— É apenas uma vitamina para você se acalmar, está tudo bem. — sorriu.

O braço de Thalia fora esticado para limpar a área com o algodão e álcool antes de perfurarem a camada de pele com a agulha fina fazendo a ruiva respirar profundamente sentindo um líquido morno pouco dolorido percorrer por suas veias.

— Viu? Foi rápido. — a morena disse assim que a ponta fina fora retirada pressionado um algodão ali.

— Era só isso? — a ruiva indagou.

— Bem, agora vamos começar os exames. — a médica falou. — Vou fazer algumas perguntas, ok? E você apenas terá que me responder, certo?

Thalia concordou franzindo o cenho sentindo a sensação dolorosa passar aos poucos enquanto ela olhava para a mulher.

— Thalia, o que você se lembra do CRUEL? — perguntou fazendo a garota a encarar confusa.

— Janson já havia me feito essa pergunta. — respondeu.

— Eu sei, mas refaremos apenas para ter certeza. — ela sorriu. — Bem, quero que me responda com sinceridade.

— Me lembro de pouca coisa, como eu disse para o Janson, lembro de ter acordado sem me recordar de meu nome e de certas memórias que começaram a aparecer com o decorrer do tempo, me lembro de ver uma mulher loira que dizia "CRUEL é bom" em meus sonhos... e lembro de todos meus amigos morrendo, um por um. — a adolescente contava com facilidade enquanto olhava a mais velha.

— Certo... e sobre o que mais você se lembra? Não tem mais nenhuma memória do que aconteceu antes de chegar no labirinto?

— Não. — mentiu, por algum motivo a jovem decidiu esconder aquilo. — Nenhuma.

— Preciso que seja totalmente sincera comigo, Thalia. — exigiu gentilmente. — Não se lembra de nada?

A garota semicerrou os olhos enquanto olhava a mulher já que em uma questão de segundos sua visão começara a ficar turva e um sono começou a invadir seu corpo.

— Não. — ela disse soltando um bocejo.

— E de Thomas? Sei que vocês são bem próximos, aliás, já trabalharam juntos, certo? — perguntou fazendo a menor assentir.

Aquelas diversas perguntas começaram a incomodar a ruiva que começara a ficar ainda mais sonolenta fazendo com que seus olhos se fechassem aos poucos, porém ela lutava contra isso e contra seu próprio corpo que tentava cair para trás.

— O que se lembra dele, Thalia? Antes do labirinto?

— Eu estou começando a ficar com sono. — comentou com a voz repleta de cansaço.

— Eu sei, isso é normal, é efeito da injeção que lhe aplicamos. Logo passará. — a médica explicou.

Thalia tentou arregalar seus olhos para os deixar menos pesados evitando com que eles grudassem e ela acabasse adormecendo.

— Eu preciso voltar para meu quarto. — Lia disse se levantando fazendo Ellen levantar-se também.

— Não, Thalia você precisa se sentar. — a mais velha se aproximou.

— Meus amigos já devem estar preocupados. — a garota falou porém antes que desse um passo a doutora a segurou.

— Vamos avisá-los assim que acordarem, eles ainda estão dormindo, Thalia. — ela afirmou. — Eu prometo. Eles não ficarão preocupados.

— Não, eu quero voltar para lá. — a ruiva negou com a cabeça.

Rapidamente a voz da morena tentando a impedir ecoou no fundo de sua cabeça, sua visão ficando cada vez mais turva e seu corpo totalmente mole. Ela realmente estava com uma sonolência extrema, como se não tivesse dormido há semanas.

Não tendo mais nenhum controle de seus movimentos, Thalia fora levada para a cama novamente no qual assim que ela se sentou seu corpo caiu contra o colchão.

— Espera... — a garota negou com a cabeça vendo um médico se aproximar e colocar uma cânula nasal em suas vias aéreas.

— Tente relaxar, Thalia. Isso não doerá nada. — Ellen garantiu.

Os olhos da garota fecharam-se por completo porém por alguns segundos ela ainda podia ouvir o que acontecia ao seu redor.

Ela dormiu, podemos começar. — a voz soou como um eco no fundo da mente da garota antes de tudo ficar em completo silêncio e vazio.


Uma sensação gélida percorreu pelo corpo de Thalia que abriu seus olhos saindo daquela escuridão silenciosa que estava em sua cabeça, assim que ela olhou ao seu redor a mesma viu diversos médicos andando de um lado para o outro.

A garota observou o longo corredor e caminhou por ele como se conhecesse aquele lugar com a palma de sua mão, como se tivesse um mapa completo dele em sua mente.

Ela abraçou seu próprio corpo enquanto ouvia apenas seus passos contra o piso liso devido ao par de tênis branco que calçava.

Para a ruiva era como se tivesse passando por um déjà vu, porém ela não sabia ao certo o porquê.

Por algum motivo ela sabia que estava vivenciando um dia especial para a mesma e agora tentava se recordar sobre o que era.

Era como se suas memórias estivessem voltando aos poucos.

A menina parou em frente a um janelão no qual do outro lado estava um cômodo e várias crianças mexendo em computadores altamente tecnológicos, eles estavam sendo ensinados por cientistas que os auxiliavam ao lado deles.

Uma mão tocou o ombro da jovem que deu um pequeno pulo olhando para o lado e vendo a figura de Ava.

— Sinto muito por lhe assustar, querida. — a mulher disse mostrando um sorriso simpático. — O que está observando?

— Nada. — a voz fina e suave saiu pelos lábios da pequena.

— Sei que sempre adorou essa parte daqui, mas infelizmente não tinha idade suficiente para entrar e aprender. — a mais velha falou percebendo a garota ficar cabisbaixa. — Mas hoje é seu dia de sorte, sabe por que?

A ruiva a olhou curiosa escutando-a atenciosamente enquanto um pequeno sorriso, quase invisível, se formava em seu rosto.

— Porque está crescida, seu aniversário chegou junto com seu dia de sorte. Já tem sete anos, querida. Poderá observar de perto aquilo que sempre desejou a partir de hoje. — ela falou com entusiasmo o que fez o sorriso já estampado em seu rosto crescer ainda mais.

— Quando posso começar? — Thalia indagou animada. — Pode ser ainda hoje?

— Calma, Thalia. — mais uma vez aquela sensação de que não era aquele o seu nome veio a mente da garota.

Era como se sua mente estivesse acostumada com uma outra nomenclatura que fora lhe dada brutalmente, por isso não conseguia lembrar o porquê daquele estranhamento ao ouvir aquele nome.

— Sei que está entusiasmada com a notícia mas isso exigirá muito de você, está preparada? — ela perguntou querendo toda a sinceridade da criança.

— Sim! — a pequena falou em um tom alto devido a emoção.

Um sorriso surgiu no rosto da Paige que parecia transmitir o orgulho que sentia para a jovem.

— Saiba que estou muito orgulhosa de você. Sempre me orgulhei de sua coragem e sabedoria, Thalia. — ela falou deixando a pequena ainda mais honrada de si mesma e ansiosa com a notícia. — Venha comigo. Vou lhe mostrar tudo que irá precisar saber antes de entrar naquela sala.

A mulher andou na frente e então a criança apressou seus passos para poder a alcançar agora andando naquele longo corredor iluminado novamente.

Ava levou a menina até um lugar no qual era restrito,  apenas pessoas autorizadas podiam entrar, assim que ambas entraram, a primeira coisa que avistaram foi uma janela imensa que mostrava uma sala vermelha e Thalia observou as diversas garotas, algumas de sua idade e outras mais velhas que treinavam.

— O que é isso? — perguntou a ruiva.

— Isso é uma parte do que exigirá de você para começar, pode ver que há apenas garotas, sabe por que? — a mais nova a olhou negando com a cabeça. — Porque são mais espertas e fortes do que os garotos, e você minha querida, Thalia...

Ela segurou de leve o queixo da mais nova enquanto um sorriso continuara estampado em seu rosto.

— Sempre foi uma das minhas favoritas entre todos daqui, sua determinação, sua coragem e sua inteligência sempre me orgulharam bastante. Venho lhe observando desde que veio para cá. — ela confessou. — Acha que poderá me orgulhar nisso também?

A pequena desviou o olhar para a cena que acontecia do outro lado onde as garotas eram treinadas mentalmente e fisicamente com equipamentos tecnológicos.

— Eu tenho certeza. — disse com firmeza.

— Então começaremos agora a sua nova vida.

Um enorme sorriso inocente surgiu de orelha a orelha na feição da garota que estava disposta a fazer de tudo para orgulhar ainda mais a mulher que era como sua mãe.

A emoção corria pelas veias da criança que não imaginava que a partir daquele momento ela desejaria nunca ter completado sete anos ou aceitado entrar naquele treinamento.


▌OI MEUS AMORES, COMO VÃO?

▌O que acharam do novo capítulo? Espero muito que tenham gostado e por favor não vão atrás de mim nos próximos querendo a minha cabeça KKKKKKKK

▌Acharam que eu estava brincando quando disse que poderia apresentar gatilho? KKKKKKKK acharam errado

▌Já sei como estão os outros capítulos porque já escrevi (apenas dois), porém vocês vão se surpreender e até mesmo querer ir atrás da minha casa, mas fiquem tranquilos que é passageiro, uma hora piora mais

▌E estou muito feliz que todos os capítulos que estou escrevendo são vindos da minha bela criatividade no qual não sei de onde tô conseguindo me inspirar tanto KKKKKK

▌Enfim, até o próximo capítulo! Beijos!

▌Votem e comentem, se puderem!

all the love, yas

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