Capítulo 22
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Alia Delacroix
Escutei a porta se fechando e me joguei na cama fechando os olhos enquanto um longo suspiro saia de meus lábios, desde o momento que saímos de lá meu estômago parecia se contorcer dentro de mim o nervosismo passando por todo meu corpo, o ar faltando, esperava que não vazasse nenhuma foto minha ainda mais naquele estado e sabia que Alex deveria estar surtando por dentro o que me deixava ainda mais apavorada eu não queria que ele ficasse assim, mas ao mesmo tempo ele provavelmente estava pensando no mesmo que eu, aquilo tornava as coisas tão difíceis e eu precisava ser forte e passar essa estabilidade para ele ou pelo menos tentar.
Levei minhas mãos ao rosto não sabia a dimensão que tudo havia tomado e não queria ligar a televisão naquele momento para descobrir, mas apenas uma coisa se passava pela minha mente, como e quem, alguém deveria ter avisado a imprensa porem como haviam chegado até lá naquele lugar, por um momento a única pessoa que passou pela minha cabeça foi Susy, eu havia reparado na forma como ela tinha observado Alex desde quando chegamos sempre com sorrisinhos duvidosos para ele, mas ela não parecia ser esse tipo de pessoa, arquejei com raiva enquanto me levantava da cama indo em direção a janela, do lado de fora era notável o aglomerado de pessoas que começavam a se formar naquela pequena cidade.
- Vamos? - Sua voz preencheu o quarto me tirando daquele transe, me virei em sua direção e concordei pegando minhas coisas, o caminho para o elevador foi em um completo silencio e eu não sabia se deveria ou não quebrá-lo.
- Eu preciso devolver a chave do quarto, por já termos feito o pagamento é só entregar e deixar o nome. - Alex murmurou, mas podia sentir a tensão em sua voz.
- Eu vou. - sugeri vendo seus olhos fixarem-se aos meus.
- Ali - sabia que ele estava receoso, mas entre ir ele e eu sem duvidas a melhor opção seria se eu fosse.
- Vai ser rápido, me espere no carro ok? - Pude vê-lo concordar ainda relutante.
Entreguei minhas coisas para ele enquanto saia do elevador no andar da recepção, mantive meu rosto baixo de forma apenas alto o suficiente para não trombar com ninguém no meio do caminho podia notar os seguranças na porta impedindo que aqueles paparazzi entrassem quando enfim cheguei a Susy, seu olhar parecia triste ao me ver lá.
- Vim entregar as chaves em nome de Alex Turner.
- Certo, sentimos muito por isso tentamos ser os mais discretos possíveis nenhum dos funcionários tem noção de como a noticia vazou. - Susy pegou as chaves de minha mão e por algum motivo eu sentia sinceridade em sua voz, concordei dando um breve sorriso antes de me retirar.
Quando cheguei ao carro, Alex tinha a cabeça encostada no volante do carro de modo que não desse para ver seu rosto aproximei-me lentamente abrindo a porta do carro e seus olhos viraram imediatamente em minha direção, podia ver a tensão que corria por todo seu corpo, os braços apertando o volante com as veias levemente saltadas o olhar perdido e a ansiedade refletida neles.
- Então?
- Deu tudo certo, já podemos partir. - Um suspiro aliviado escapou de seus lábios e o mesmo ligou o carro dando partida, saímos pela parte de trás do estacionamento de forma que não notassem e com um único destino, voltar para Milão.
Não sei quanto tempo acabei dormindo durante a viagem o cansaço simplesmente me venceu e quando acordei o carro estava parado em um posto de gasolina, pude ver Alex vindo em direção ao mesmo com uma sacola em mãos adentrando enquanto tinha um sorriso leve em seus lábios pelo menos ele parecia mais tranquilo naquele momento.
- Pra você. - disse estendendo-me o saco que o peguei olhando dentro.
Pude notar duas garrafas de água e refrigerante, senti meu estômago reclamar no mesmo instante que meus olhos fitaram os salgadinhos retirei da sacola abrindo-o estendendo logo em seguida para ele que fez o mesmo pegando alguns.
Liguei o rádio esperando que alguma música pudesse cortar todo aquele clima que havia instaurado entre nós e abri a janela sentindo o ar entrar pelo vidro balançando meus cabelos fechando os olhos por alguns segundos, a voz de Alex começou a cantar conforme a musica tocava e me senti mais leve, aquela noite havia sido um turbilhão de coisas e no momento nós dois só precisávamos de uma distração para os nossos pensamentos.
O restante da viagem acabou sendo tranquilo quando finalmente chegamos a Milão, sabia que agora as coisas mudariam e que provavelmente teríamos que voltar para as nossas realidades tão diferentes e só de pensar naquilo sentia meu coração se apertar contra meu peito. Alex estacionou em frente ao meu prédio e mais uma vez o silêncio estava presente.
- Até mais Ali.
Alex tinha um pequeno sorriso nos cantos dos lábios, mas por alguma razão eu sentia que não haveria uma próxima vez inclinei em sua direção e selei nossos lábios rapidamente antes de pegar minhas coisas e sair, abaixei-me em frente à porta.
- Me avise quando chegar. - O mesmo concordou com a cabeça e me despedi mais uma vez balançando as mãos antes de me virar e caminhar em direção ao prédio dessa vez sem olhar para trás.
Quanto mais eu andava em direção ao elevador mais sentia o peso dentro de mim, não sabia o motivo era simplesmente como se algo estivesse se partindo em mil pedaços ainda sentia as lágrimas formarem-se por meus olhos porem eu não queria chorar, não ali sabendo que qualquer pessoa poderia aparecer.
A porta do elevador se abriu e apertei o nono andar implorando para que chegasse logo e eu pudesse só deitar e dormir até não aguentar mais, por um momento ainda agradecia o fato de ser sábado e não segunda, porem a primeira coisa que avistei assim que sai pelo corredor foi Patrick, ele estava sentado na frente da minha porta e por um momento lembrei-me do meu celular que havia sentido vibrar, mas não tinha cabeça para ver quem quer que fosse.
Seu rosto virou na minha direção levantando-se logo em seguida com um sorriso enorme em sua face eu deveria me sentir feliz de vê-lo depois de tanto tempo, mas o sentimento estava guardado e meu foco estava em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa.
O sorriso de Patrick desmanchou-se em seguida ao ver minha expressão e pude notar seus olhos preocupados, conforme mais caminhava em sua direção mais lágrimas formavam-se em meus olhos e quando já estava próxima o suficiente seus braços se abriram e não pensei duas vezes antes de envolver meu corpo no seu em um abraço apertado enterrando meu rosto em sua blusa, Patrick abraçou-me o mais forte que pode enquanto afagava meus cabelos.
- Vai ficar tudo bem Ali. - Sua voz estava baixa e podia sentir o conforto em meu peito por tê-lo por perto.
Afastamo-nos do abraço e suas mãos foram em direção ao meu rosto limpando algumas lágrimas que ainda caiam, seu braço passou por cima de meus ombros enquanto ele pegava a mochila na outra mão e caminhávamos para o meu apartamento, assim que adentramos ele levou minhas coisas para a lavanderia voltando imediatamente, sentei-me na cadeira e ele foi em direção ao bule.
- Vou fazer um chá para você acho que assim irá se sentir mais calma. - Concordei brevemente, sabia que ele não perguntaria nada e esperaria que eu tomasse a iniciativa me dando meu próprio espaço.
Nos conhecíamos desde crianças por volta dos nossos doze anos quando Patrick se mudou para a casa de frente a minha e ainda estudávamos na mesma escola, acabou sendo inevitável não virarmos amigos consequentemente Marie também virou sua amiga já que éramos bem próximas formando o nosso trio.
Conforme o tempo passou cada um começou a seguir o seu caminho cursando faculdades diferentes, mas sempre mantendo o contato foi quando há exatos dois anos atrás Patrick mudou-se para a França por conta do trabalho, ele era produtor de eventos então às vezes acabava precisando fazer certas viagens pela empresa o que resultou que conversássemos apenas por chamadas ou ligações e agora com ele aqui podia reparar como havia mudado fisicamente durante esse tempo, seus cabelos loiros estavam mais longos em um topete para trás com algumas mechas da franja caída sobre seus olhos, ele havia deixado a barba crescer, mas não muito com um bigode, além de parecer mais alto do que havia reparado da ultima vez que o vi e seus olhos verdes continuavam os mesmo com aquele brilho que só ele transmitia.
- Você se lembra daquela banda que eu sou fã?
- Claro, não tem nem como esquecer no ultimo ano do colégio quando eles estouraram você escutava praticamente 24 horas por dia as musicas, se bobear até decorei. - Acabei rindo ao me lembrar daquela época, o que me fazia sentir saudades eram realmente bons tempos.
- Eu conheci o vocalista. - Os olhos de Patrick arregalaram-se virando na minha direção, pude ouvir o barulho do bule ecoando pela cozinha enquanto o mesmo ainda tinha os olhos fixos em mim surpresos.
- Você não surtou né? Ou pulou em cima do cara.
- Patrick! - A risada dele ecoou pela cozinha e por um breve momento me senti mais animada enquanto ele terminava de preparar o chá em seguida colocando uma caneca na minha frente sentando-se ao meu lado com a sua em mãos.
- Então o que aconteceu?
- Nós saímos algumas vezes e bom até ontem ele estava aqui. - Fitei Patrick esperando sua reação, mas ele não demonstrou nada e aquilo me deixou aflita quando um sorrisinho surgiu em seus lábios.
- Alia, Alia, eu sempre soube que você não era santa! - Revirei os olhos indignada com aquilo.
- Mas onde ele está agora? - questionou.
- Provavelmente voltando para Inglaterra.
- Do nada? - seu cenho franziu e sabia que ele estava pensando em diversos motivos conforme uma ruguinha crescia no meio de sua testa.
- Você deve ter visto as noticias na televisão. - desviei os olhos dos seus sentindo que observar minha mão era mais agradável.
- É você naquela foto? - pude notar a surpresa em seu tom de voz.
- Sim...
- Bom, eu não vejo nada demais. - Ergui meus olhos surpresa.
- Qual é Ali! Ele é famoso, mas ainda sim é uma pessoa, sendo normal que ele se relacione com alguém e ninguém deveria proibi-lo disso ou você ficar martelando nessa sua cabecinha sentindo-se culpada. Infelizmente a mídia sempre vai cair matando, mas uma hora eles acostumam, como as fãs também acostumam e tenho certeza que se eles conhecessem você iriam te amar como eu amo porque convenhamos não tem nem como não amar uma pessoa tão maravilhosa como você. - O sorriso que se formou nos meus lábios foi inevitável que foi refletido nos de Patrick que se inclinou bagunçando meus cabelos.
- Agora para de ficar com esse olhar triste que as coisas irão se resolver e qualquer coisa eu sempre estarei aqui por você, ainda mais agora que ninguém me tira da Itália! - sua voz demonstrava o quão animado ele estava por voltar.
Terminamos de tomar o chá e continuamos conversando sobre a sua ida para a França e todos os eventos que ele promoveu durante sua estadia lá, Patrick ficaria aquele tempo em minha casa enquanto não conseguisse encontrar um lugar para morar e talvez fosse aquilo que eu precisasse de algo para poder distrair meus pensamentos e levá-los para longe.
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Arriverdeci maravilindos ❤️
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