Capítulo 16
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Alia Delacroix
Seu olhar voltou-se para mim e desviei me sentindo envergonhada demais para encará-lo, sabia que eu deveria estar extremamente vermelha por conta daquela situação inusitada não estava preparada e muito menos imaginaria que algum dia a pessoa na foto daquele pôster estaria naquele momento no meu quarto.
— Ali? — Pude sentir certo divertimento no tom de sua voz e sabia que ele ainda estava sorrindo ou até mesmo querendo rir com aquela situação.
— Só não fala nada. — Minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria.
— Perdão, mas eu não escutei o que você disse.
Virei-me para ele indignada, pois era impossível não ter me ouvido ao dizer pela nossa aproximação, mas assim que o fitei seu sorriso pareceu aumentar ainda mais.
— Finalmente você está olhando para mim.
Antes que eu me afastasse Alex segurou ainda mais firme nossas mãos levando-as em direção aos seus lábios depositando um beijo no dorso dela.
— Você não precisa ter vergonha, pode ser meio estranho, mas eu entendo afinal eu sei que sou irresistível. — Alex piscou um olho enquanto tentava fazer uma expressão sedutora, o que me fez rir.
— Mas qual o motivo exatamente para estarmos aqui?
Tentei mudar de assunto e focar em outra coisa que não fosse a sua imagem estampada na minha parede.
— O dia foi cansativo e tenho certeza que você precisa descansar e bom eu durmo na sala.
— Você então basicamente está me expulsando e mandando ir dormir? — Sua expressão tornou-se surpresa.
— O que? Claro que não, eu só achei que... — Seus olhos arregalaram-se e pude vê-lo engolir em seco preocupado.
— Eu estou brincando, o dia hoje foi realmente cansativo.— o alívio tomou sua face.
— Pelo menos amanhã teremos o dia só para nós.
Sorri em concordância me lembrando que já estávamos na sexta e poderia ter o fim de semana com Alex sem nenhuma preocupação. Separei o cobertor para que pudéssemos nos aconchegar, mas não me parecia uma boa ideia deixá-lo dormir no sofá.
Antes que eu pensasse um pouco melhor no que estava prestes a fazer já havia dito, agora Alex me fitava com tamanha intensidade e tê-lo me olhando daquela forma me fazia perder o fôlego.
Ainda não sabia o que havia se passado pela minha cabeça quando sugeri que ele poderia dormir ali e naquele instante o fato de me imaginar dormindo ao seu lado no meu quarto fez todo meu corpo formigar.
— Não precisa Ali, eu posso dormir na sala e..
— Você pode ficar aqui, o sofá é desconfortável e a cama grande o suficiente. — O cortei antes que continuasse a falar.
Mais uma vez lá estava eu agindo por puro impulso, não vou negar que só de pensar nessa possibilidade eu não recusaria mesmo sabendo que não teria nada demais, afinal era só uma noite que mal há sendo que já havíamos dormido juntos no sofá.
— Não tem problema para você? — Seus olhos pareciam buscar certeza em minhas palavras, mas eu não voltaria atrás.
— Problema algum.
Andei em direção a cama me deitando sentindo o olhar de Alex me acompanhando em cada movimento, assim que o encarei suas mãos foram de encontro ao seu cabelo ele parecia levemente ansioso.
Caminhou para a cama deitando-se ao meu lado seus olhos me fitaram por alguns segundos antes dele virar-se olhando para o teto. Eu ainda mantinha meus olhos firmes em seu rosto e sua fisionomia estava tão serena, Alex virou seu rosto para mim e um pequeno sorriso se formou e seus lábios.
— Quanto tempo você tem até ter que voltar?
— Acho que menos de um mês ou no máximo isso, mas podemos continuar mantendo contato.
— Eu gostaria disso.
Seu polegar acariciou minha bochecha e fechei meus olhos por alguns segundos queria eternizar aquele momento para que nada mudasse, entretanto a vida era assim e vivíamos em constantes mudanças.
— Isso ainda parece meio surreal, quem diria que eu encontraria você em um bar.
Sua risada tomou o ambiente me fazendo sorrir, era engraçado como a vida tinha a sua maneira estranha de trazer certas pessoas em nossos caminhos porem eu nunca esperaria que ela colocasse justamente Alex.
— E como você virou minha fã?
Fitei-o por alguns segundos pega totalmente de surpresa por aquela pergunta, durante toda minha adolescência eu havia imaginado como seria aquele momento em que eu finalmente diria como ele simplesmente transformou a minha vida e agradeceria imensamente por ter trago felicidade para os meus dias em uma época tão sombria.
Havia sido os piores anos possíveis quando conheci a Bright Star, Molly não era mais minha amiga e tinha decidido se tornar a típica garota malvada fazendo bullying com as pessoas e eu era uma delas, na época meus cabelos eram longos e meus dentes tortos, além do óculos de grau que usava.
Não me importava em ser eu mesma, Marie estava sempre elevando minha auto-estima porem nem tudo era perfeito quando você escuta constantemente que não passa de um ser inútil e que ninguém se importa com você.
Nessa época meus pais também passavam por um enorme problema no casamento cheguei a pensar que eles poderiam se divorciar, mas isso não aconteceu e foi em um dia voltando da escola que eu liguei a televisão no meu canal de musica era a única coisa que me animava, escutar as bandas que eu mais gostava.
Foi quando eu vi um clipe deles no mesmo segundo peguei meu celular e comecei a pesquisar mais sobre a banda e procurar músicas, por mais clichê que aquilo pudesse soar acabou sendo amor a primeira vista logo depois passei a acompanhar cada entrevista, show, clipes e todas as coisas que eram relacionadas a eles.
Toda às vezes em que eu escutava alguma musica sentia aquele sentimento indomável tomar conta de meu peito e a sensação era única não importava o que as pessoas falassem ou se não gostavam, o que importava era que eles faziam bem para mim.
Com o tempo eu passei a me sentir mais confiante e todas aquelas inseguranças foram sumindo fazendo eu me tornar ainda mais forte, a Bright Star era a minha luz em meio à escuridão e mesmo depois de anos ao terminar o ensino médio e começar a buscar os meus sonhos e que aquela euforia adolescente tivesse passado ou sido guardada em meu peito eu ainda os acompanhava me sentindo feliz por cada uma de suas conquistas.
Alex mantinha os olhos fixos em mim esperando uma resposta, se ele soubesse o quão grata eu era por tudo.
— Conheci através de um clipe, eu estava no ensino médio na época no ultimo ano gostei da música e passei a acompanhar.
— E foi paixão a primeira vista. — Afirmou com um sorrisinho em seus lábios me fazendo rir em concordância.
— Eu tinha acabado de sair do ensino médio. — disse de forma pensativa, como se lembrasse daqueles tempos.
— Eu ainda não acredito que você e Molly estudavam juntas, poderíamos ter nos conhecido durante essa época.
— Como assim? — a curiosidade de saber a relação dos dois estava cravada em meu peito, desde o momento que havia os visto juntos.
— Nossos pais são amigos, nos conhecemos desde crianças praticamente.
Não sabia quantas vezes já havia piscado e tentado processar aquilo provavelmente com a surpresa estampada em meu rosto por saber daquilo.
— Ela não era tão ruim assim. — falou de forma pensativa colocando seu dedo sobre o queixo como se ponderasse sobre aquilo.
— Eu sei, nós éramos amigas.
— Eram? — o tom surpreso em sua voz e sua fisionomia me mostrou o quão absurdo podia ser aquilo, visto que eu e Molly éramos como cão e gato sempre uma atacando a outra.
— Sim, não sei ao certo o motivo de deixarmos de ser acho que só simplesmente aconteceu.
— Tenho certeza que um dia ela irá se arrepender de ter perdido uma pessoa tão incrível como você.
— Não sei, algumas coisas nunca mudam.
— Talvez algumas sim. — ele estava sereno enquanto afagava meus cabelos em um carinho gostoso apenas concordei, quem sabe ele estivesse certo, mas ainda assim eu preferia não correr o risco da duvida.
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Quem diria que Alia e Molly já foram amigas não é?
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