Doce como o mel
"A perdição do inocente
é o desejo por aquilo
que não pode ter."
Quando finalmente crio coragem e volto para o quarto, encontro Lucas já dormindo. Solto um suspiro aliviada e me deito no sofá confortável, navegando nas redes sociais enquanto espero por Paul.
Não sei como acabo parando na página de Caleb e faço uma careta ao ver algumas fotos que ele publica com garotas tão bonitas que até parecem modelos de lingerie.
Tento não ser neurótica e coloco na minha cabeça que podem ser apenas amigas dele.
Nunca fui de proibir algum namorado de ter amizades femininas e não seria hoje que começaria. Estranhamente, não sinto ciúmes como pensei que o faria.
Olho de soslaio para o garoto dormindo ao meu lado e balanço a cabeça.
— Cuidado Allison, se chegar perto demais do abismo, pode acabar caindo… - Sussurro para mim mesma e bloqueio o celular, fechando os olhos por alguns minutos, até que escuto pequenas batidinhas na porta.
Me levanto rapidamente e saio para receber a encomenda de Paul.
— Obrigada, Paul. - Murmuro e ele apenas aquiesce antes de dar meia volta e sair.
Pensei que ele talvez quisesse ver o garoto, mas pelo visto deve ter algum compromisso.
Dou de ombros e entro novamente, dando de cara com um par de olhos castanho claros me encarando.
— Você acordou… está se sentindo bem? - Indago já me aproximando para revisar a sua temperatura.
— Minha cabeça dói um pouco, mas estou melhor. - Ele responde com a voz rouca, o que o deixa extremamente sexy. Droga! Foco Allison!
— Q-quer trocar de roupa? - Levanto a bolsa e Lucas levanta uma sobrancelha. — Paul acaba de trazer. Também trouxe comida. - Sorrio sentindo o cheiro delicioso de comida chinesa.
— Prefiro comer primeiro, estou morrendo de fome. - Responde já se sentando, fazendo uma careta.
— Quer ajuda? - Me aproximo rapidamente.
— Não, estou bem. - Diz seco e continua até se sentar desajeitado.
Retiro a comida da sacola e coloco em uma bandeja para que ele não a derrube.
Comemos em silêncio e aproveito para saborear o tempero maravilhoso.
Quando terminamos, jogo tudo no lixo e pego as roupas que Paul trouxe para Lucas.
— Você não precisa fazer isso, Allison. - Ele insiste, algo envergonhado.
— Calma, prometo que vou fechar os olhos, se estiver com medo de que te veja pelado. - Brinco e ele solta uma risadinha.
Primeiro o ajudo a tirar a blusa e a colocar uma limpa, com cuidado para não pegar no curativo. Essa foi a parte mais fácil, agora viria a mais complicada e mais… íntima. Tento não pensar muito nisso enquanto tiro sua calça de moletom, também tendo cuidado com a sua perna engessada.
Por mais que prometi não olhar para ele, não consigo evitar olhar para suas pernas musculosas e descobrir que ele também tem tatuagens bem perto do…
— Allison? - Sua voz me traz de volta para a realidade e engulo seco.
— D-desculpa! Eu… não sabia que tinha tantas tatuagens. - Confesso e ele me lança uma risada silenciosa, daquelas na qual apenas um canto do lábio se levanta e fico hipnotizada com aquela cena.
Mas que merda está acontecendo comigo? Pensa em outra coisa!
— Elas têm algum significado? - DROGA!
Lucas agora fica sério e balança a cabeça suspirando pesadamente.
— Sim… alguns até prefiro esquecer. - Confessa e eu decido deixar o tema como está.
Acabo de ajudá-lo de uma vez e dobro suas roupas sujas colocando-as na mesma bolsa.
Não sei o que fazer nesse momento. Será que devo deixá-lo aqui e voltar para o internato? Minha mente me diz para ir embora, mas meu coração me implora para ficar.
Deixo para decidir isso enquanto tomo um banho demorado.
Pego a minha própria bolsa de roupas e vou até o banheiro.
Me sinto imediatamente relaxada ao sentir o toque cálido da água sob o meu corpo. Fico pelo menos vinte minutos debatendo comigo mesma, mesmo sabendo que a decisão já havia sido tomada.
Assustada com essa constatação, me seco rapidamente, arregalando os olhos ao ver a roupa que Paul me trouxe: um short super curto e uma blusa enorme. Pode parecer algo insignificante, mas as duas peças combinadas, vão me fazer parecer como se estivesse apenas de blusa e calcinha.
Mas que saco! Não tenho outra alternativa, nunca gostei de usar roupas sujas, além do mais, passei o dia inteiro praticamente com essa roupa.
Me visto à contragosto e saio lentamente do banheiro, esperando que Lucas já tenha dormido, no entanto, seus olhos atentos me observam caminhar até o sofá e me deitar, sem dizer uma só palavra.
Ficamos em silêncio por pelo menos meia hora, até que quando estou quase dormindo, escuto sua voz rouca novamente.
— Boa noite Allison…
— Boa noite Lucas.
E assim, me entrego a um sono profundo, carregado de sonhos com um personagem bem familiar.
⚜️🔸⚜️
— Bom querido, você está liberado, mas lembre-se, se tiver febre de novo, tem que tomar esse remédio. - A enfermeira diz pela décima vez e Lucas concorda sério. Posso ver a impaciência no seu rosto, pelo que o ajudo a sair dali.
O deixo no seu quarto e vou até o meu para deixar minhas roupas sujas e pegar algumas coisas antes de voltar.
Os dias vão passando e estabelecemos uma rotina confortável. Passo praticamente o dia inteiro com ele, conversando sobre qualquer coisa, jogando algum jogo e depois o ajudo com o seu curativo antes de ir para o meu quarto tomar banho, dormir e acordar apenas para começar tudo de novo.
Como Paul disse, Lucas é muito rabugento, mas posso ver que no fundo ele é apenas um garoto solitário assim como eu.
— Ai!
— Se não se mexesse tanto, não teria doído! - Resmungo, enquanto coloco um curativo novo na sua ferida. Acabamos ficando até quase meia noite vendo um filme e esquecemos de tudo, pelo que tento ser rápida, e pelo visto quem pagou o pato foi ele.
— Estou mais parado que uma estátua! Você que quer ir embora logo e está praticamente correndo para fazer tudo! - Solta e me sinto arrependida.
— Desculpa, não quis machucar. - Peço envergonhada e ele apenas balança a cabeça para cima e para baixo.
Finalizo o curativo colocando o último esparadrapo e acabo alisando sem querer o seu abdômen definido, sentindo o calor que emana da sua pele suave. Como se pudesse absorver esse calor, sinto minha pele queimando e na minha mente, imagens de nós dois rodopiam como um redemoinho sensual.
Engulo seco e cometo o erro de olhar para o garoto.
Lucas me observa provavelmente com a mesma expressão que tenho no momento.
— E-eu tenho que ir. - Tento me levantar, mas percebo que não consigo me mover, já que seus dedos seguram meu braço delicadamente. — O-o quê está fazendo? - Estou aterrorizada. Não por sentir medo do que possa acontecer, e sim por desejar que algo aconteça.
— Fica… - Seria loucura se dissesse que posso ver o fogo no seu olhar?
— Lucas…
— Por favor.
— Você sabe que não posso… - Tento convencer a mim mesma disso.
— Só… fica. - Insiste e como se ele fosse dono das minhas decisões, me pego concordando com essa loucura.
— Ok.
Nesse momento, sou puxada para mais perto e o único que consigo assimilar, são seus lábios se chocando contra os meus.
Bom dia meus amoressss e como começamos a semana? Com capítulo fresquinho para vocês, óbvio! Não se esqueçam de deixar sua estrelinha e comentar se estão gostando desse conto maravigold!
Ah, estamos quase chegando na reta final, faltando apenas 3 caps para acabar! O que acham que vai acontecer daqui pra frente? 🤭🤭🤭
Uma ótima semana e beijinhossss BF ❤️
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