Capítulo 51

Ao chegar na ala oeste da penitenciaria, Evelyn deu de cara com um aglomerado de guardas em frente à entrada do deposito... aberta. Furiosa, perguntou para todos que estavam ali o que raios aconteceu. E muito nervoso, um deles tentou explicar:

_ Dois de nossos homens acompanharam o prisioneiro, o Beto até o deposito como a senhora ordenou. Como eles não voltaram e não respondiam o nosso chamado, viemos atras deles. Nós encontramos a porta aberta e os dois mortos, um lá dentro e o outro aqui do lado de fora... e o que estava lá dentro sumiu.

_ Puta merda! _ A Dra. West explodiu de raiva ao saber que o seu protótipo saiu do deposito e agora está solto por aí. Não era nem para ter saído do tambor... e o Beto conseguiu escapar mais uma vez.

Fred e Paco, que a acompanharam, estremeceram quando ouviram que o cadáver que estava armazenado no tambor que eles usaram como suporte para escapar do depósito sumiu.

Na hora, eles utilizaram alguns tambores e empilharam um por cima do outro e pegaram logo o que tinha o defunto dentro. Era o que estava mais próximo, já que os toneis eram muito pesados para carregar de um lado para outro. Quando um deles subiu para alcançar a saída, os barris metálicos tombaram...

... e o barril onde o corpo estava deve ter se aberto com a queda.

_ Eu sabia que aquela coisa estava viva! _ Fred comentou com Paco.

_ Vocês dois... _ Ela ordenou olhando firme para os dois detentos que pararam de cochichar imediatamente: _ Vão atras daquele putão do "amigo" de vocês. Serão recompensados se me trouxerem a cabeça dele numa bandeja.

É claro que eles foram. Iriam de qualquer forma, com ou sem recompensa. O importante para eles era acabar com a raça de Beto. Mas antes de irem, escutaram uma conversa da Dra. West com um dos militares:

_ Verificaram se o protótipo realmente saiu do deposito?

_ Já olhamos tudo e nenhum sinal dele... _ De repente o soldado perguntou bem baixinho para ninguém ouvir, apontando para os companheiros mortos e estirados no chão: _ Doutora... não tem perigo desses dois virarem zumbi não, né?

Apesar do objetivo do Re-Animator não ser esse, as autoridades militares pediram a Dra. West que criasse uma nova formula que fosse do tipo "contagiosa". Ou seja, com pessoas morrendo e voltando à vida pelo contato através de mordidas e ferimentos, igual aos filmes de zumbi. Por isso que o projeto foi idealizado na prisão, para usar alguns presos como cobaias.

Apesar de alguns testes terem dado certo, ela não tinha muita certeza se aquele deu ou não. Mas por via das dúvidas, pegou a arma do soldado e atirou na cabeça dos mortos. Não queria correr o risco de ter mortos-vivos andando por aí e causar um apocalipse zumbi.

O soldado ficou chocado com a frieza da cientista quando ela atirou e depois mandou se livrar dos corpos sem remorso, como se não fossem nada.

_ Limpem essa sujeira. Assim que acabarem, vão imediatamente atras do protótipo antes que ele ataque mais alguém!

***

Enquanto isso, Mitchel e o detetive Sanchez decidiram voltar até a penitenciaria para avisar ao Joca sobre a morte da sua irmã Geni. Talvez com essa informação, eles consigam finalmente entrar.

E é claro que combinaram de não contar a causa mortis e muito menos o que aconteceu depois no necrotério. O problema será quando ele perguntar.

_ Não vou falar que foi obra da Dra. West. Direi que ela passou mal e teve um infarto fulminante. Pode ser que ele não acredite, mas não veja uma outra explicação melhor. Ele sabe que ela está lá e se souber da verdade, pode pôr tudo a perder. _ Explicou o detetive.

A maior vontade deles era deixar a Doutora Re-Animator acabar com a raça daquele abusador de uma figa. Vai saber quantas meninas ele deve ter violentado também.

_ Sim. Enquanto isso eu vou tentar me infiltrar nas instalações lá atras. _ Mitchel sabia muito bem como se infiltrar em território inimigo como ninguém.

E a ideia de que existe uma passagem secreta naquela prisão onde a Dra. West entra e sai sem ser vista não sai da sua mente. Ou era isso ou ele estava lendo muito thriller policial.

_ Ok faremos isso. Mas vamos deixar para amanhã de manhã, porque hoje não dá mais tempo. O horário de visitas já deve ter se encerrado.

_ Sim, mas quem sabe se você falar que é da polícia nos deixariam entrar?

Antes que o detetive pudesse comentar alguma coisa, ouviram alguém discutindo no corredor. E pelo que eles entendiam, era um cara batendo boca com a namorada. Deveria ser apenas uma briguinha típica de namorados, quando escutaram o sujeito mencionar o nome da garota e o assunto que discutiam.

Por curiosidade eles praticamente enfiaram as cabeças no corredor, só para ver se era mesmo quem estavam pensando... e era. Ele mesmo: Afonso!

_ Qual é o seu problema com esse sujeito hein Evelyn? Por que não deixa ele para lá?

"Eu não posso deixar que qualquer um que atravesse o meu caminho sair impune. Ele me dedurou para vagaba que me gerou."

_ Falando na sua mãe, você até agora não falou como foi o encontro com ela... também não disse o que foi fazer naquele pronto-socorro... o que você fez?

Ele parou de falar assim que percebeu o jornalista e o detetive o encarando. Era muita coincidência todos eles estarem na mesma pousada. E se ele estava ali, possivelmente a cientista louca da namorada dele também deveria estar.

Bem que Afonso tentou fugir, mas Mitchel foi mais rápido e pulou em cima dele, derrubando-o. Com a queda, deixou cair o celular, que foi pego rapidamente pelo detetive. O barulho dos dois caindo no chão chamou a atenção dos outros hospedes.

_ Vocês não viram nada. Voltem para os seus aposentos. Agora! _ O detetive Sanchez ordenou que todos voltassem aos seus quartos. Assustados demais para comentar qualquer coisa sobre o ocorrido, voltaram. Mas claro que aquele episódio vai dar o que falar...

Mas isso é o de menos, pois agora a preocupação deles era interrogar o cumplice da Doutora Re-Animator.

***

Enquanto isso, caminhando pelos corredores sombrios da penitenciária, Paco tentava convencer Fred a fugir da prisão.

_ A gente deveria aproveitar a ocasião pra se mandar daqui.

_ E perder a chance de se vingar do traíra do Beto? De jeito nenhum. Passo o resto da vida preso, mas eu acabo com a raça daquele porqueira.

_ Sim, mas e se em vez do Beto, a gente der de cara com o cadáver ambulante? Deixe que aquela cientista louca da sobrinha do Joca e os militares cuidem disso. Eles têm como se virar, nós não temos.

Por mais que Fred queira encontrar o Beto para lhe dar uma boa coça, tinha que concordar com o parceiro. Havia a possibilidade de eles encontrarem ou pior, do morto-vivo os encontrar e eles não queriam pagar para ver.

Era melhor mesmo deixar para lá do que ficar e acabarem virando comida de zumbi.

Decidiram procurar uma saída... isto é, se houver alguma. Aquele complexo penitenciário estava mais para labirinto do que para prisão. Correram tanto de um lado para o outro que tiveram a impressão de estarem andando em círculos. Praticamente não saíam do lugar.

E correr é só um modo de dizer. Não podiam realmente correr para não chamar muita atenção, seja dos seguranças ou...

_ Cara, você ouviu isso? Parece o barulho daquelas portas de aço se abrindo.

_ Será uma saída?

_ E se for uma armadilha?

_ Seja lá o que for, ficar aqui parado tentando adivinhar não vai nos ajudar. O jeito mesmo é arriscar. Vamos na fé.

Fred achou muito estranho Paco ter dito aquilo, logo ele que tem vários crimes nas costas. Bom na hora do desespero, vale tudo... até mesmo ter fé.

Foram seguindo o barulho que ficava cada vez nítido à medida que chegavam mais perto... e quando finalmente descobriram o que era, se surpreenderam ao verem quem estava tentando abrir uma porta de aço...

Ele mesmo: Beto! 

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