Capítulo 40

No dia seguinte, é iniciado os testes. Durante a preparação, chegou um grande caixote e levado direto para a parte de trás da penitenciaria. O que mais chamou a atenção foi o formato daquela misteriosa caixa...

Era no formato de um caixão.

Já estando ciente (e também achando muito estranho) do suposto projeto do qual a sobrinha foi trabalhar com os militares, Joca mandou os seus comparsas se infiltrarem nas instalações e descobrir o que realmente é. Paco e Fred só foram com a promessa de também receberem as suas comissões, caso o projeto valesse alguma grana.

Assim que o misterioso pacote chegou, eles foram encarregados de simplesmente levar, deixar e ir embora direto para as suas celas. Mas antes de saírem, pediram para ir ao banheiro. Como na hora os soldados estavam muito ocupados e era apenas uma ida ao banheiro, foi-lhes permitido ir sem escolta, desde que fossem rápidos. 

Claro que eles não voltaram, pelo o contrario... primeiro deram uma espiada do lado de fora do banheiro, para ter a certeza de que não havia nenhum soldado os esperando. Como a barra está limpa, dali mesmo saíram pelos dutos de ar. Fred usou uma chave de fenda, a mesma que usou ao trabalhar na equipe de manutenção. Quase se perderam lá dentro.

_ Cara, juro se a gente não ganhar nada com isso, eu esfolo o Joca vivo. Todo esse sacrifício tem de valer a pena! _ Paco desabafou com Fred ao engatinhar pelos dutos. 

Andaram devagar pelo sistema de ventilação até chegarem a uma sala toda branca. Viram pelas frestas da saída de ar os soldados pendurarem alguma coisa em correntes, mas não conseguiam ver o que era, pois estavam na frente. De repente alguém entrou naquela sala, desfilando como se estivesse em um desfile de moda... 

Era a Dra. West. E em suas mãos, havia um objeto do qual parecia ser uma pistola. Na hora em que perguntaram entre si o que ela faria com aquela coisa, os soldados se afastaram do que foi pendurado... tiveram que se controlar ao máximo para não fazerem barulho e não chamarem a atenção.

_ É impressão minha ou aquilo é um homem pendurado? E ainda por cima desmaiado?

_ Por que aquela moça bonita está enfiando a pistola no pescoço dele?

_ Deve ser daquelas pistolas do tipo seringa... agora, o que será que estão injetando nele? Será algum remédio para acordá-lo?

_ Acho que ele não está desmaiado... ele está é...

Os dois detentos sentiram o sangue gelarem em suas veias ao perceberem que o ser pendurado estava morto. De repente ouviram um som de bip... junto com o barulho, o defunto começou a se mexer. Ele acabara de ser reanimado... e se apavoraram ainda mais quando a cobaia olhou na direção deles através das frestas do duto de ar com muito ódio e começou a se debater. 

Parecia até que ele sabia que estavam lá.

_ Parece até que ele está vendo alguma coisa e quer pegar. _ Comentou um dos soldados. Foi o suficiente para Paco e Fred fugirem dali o mais rápido possível. Enquanto fugiam, ouviram tiros sendo disparados.

_ Cara, o que vamos falar para o Joca? _ Fred quase não conseguia falar de tão nervoso.

_ Ele que se dane, eu é que não vou me envolver nesse negocio do exercito! _ Paco não quis nem saber e disse com todas as letras que estava fora da jogada. Porém assim que eles chegaram ao banheiro, viram que haviam alguns militares estavam lá. Tiveram de buscar uma outra saída. Já estavam nervosos com o que presenciaram, ficaram ainda mais ao verem que não encontravam nenhuma rota de fuga disponível.

_ E agora, o que a gente faz?

_ Não tenho a menor ideia!

Finalmente chegaram a uma pequena sala. Deveria ser o depósito, pois haviam ali os tambores guardados pelo exercito. Tentaram sair dali, mas bem na hora entraram alguns soldados com a Dra. Evelyn, carregando um tambor. Se esconderam entres os toneis armazenados ali. Enquanto isso, começaram a a ouvir a conversa da cientista com os militares...

Pelo que eles entenderam, o exercito investiu bilhões na criação de um produto químico, com o poder de ressuscitar os mortos e usa-los como armas de guerra para devorar os inimigos... e a criadora do reagente é a garota bonita que viram a poucos minutos naquela sala, injetando-o no defunto.

Porém a pior parte foi quando ouviram que alguns daqueles tambores armazenados guardavam a versão gasosa do Re-Animator, já que injetar o liquido nos cadáveres era mais trabalhoso... e que alguns dos detentos poderiam muito bem ser uteis para os próximos testes.

_ A gente tem que sair daqui e avisar a galera. Já pensou se um de nós é escolhido para servir de cobaia? _ Fred sussurrou quase gritando. 

Assim que ficaram sozinhos no deposito, tentaram sair pela porta da frente, mas infelizmente ela foi trancada por fora. O jeito é voltar pela saída de ar. O problema é como alcançarão a saída, no alto da parede e não havia nada ali para usar como suporte.

Paco teve a maldita ideia de usar um dos tambores. Fred somente concordou porque não tinha outra opção. Mas se arrependeu quando viu o que havia dentro de um daqueles barris, através da tampa de vidro...

_ Diz que isto aqui não é o que eu estou pensando!

_ Você não tá vendo não? É um cadáver! 

_ Será que é o que foi usado minutos atras? Será que realmente está morto ou só dormindo?

A hipótese de aquela coisa ainda estar viva deixou os dois amedrontados e com mais vontade de fugir dali, não apenas do deposito, mas também do presidio. Se o boato de usarem os detentos como cobaias for verdadeiro, eles tinham motivo de sobra para escapar. 

Não tendo outro modo, tiveram de usar um dos tambores. Como um não era o bastante, usaram dois, empilhando um em cima do outro. Paco precisou convencer Fred na marra de que aqueles toneis estavam bem lacrados e não havia perigo algum...

Pelo menos era o que ele queria acreditar.

***

Finalmente eles saíram do sistema de ventilação, pela mesma saída do banheiro, já que pelas outras eram impossíveis. Mas justamente na hora entraram alguns militares, então eles tiveram que esconder na última cabine. Para piorar a situação que já estava péssima, toda vez que eles tentavam fugir, alguém entrava. O jeito foi esperar.

Enquanto aguardavam por uma chance de sair dali, conversaram sobre o que descobriram no depósito... ou tentaram conversar, pois estavam muito nervosos para debater sobre qualquer coisa.

_ E agora, o que faremos? _ Fred perguntou ao Paco mais uma vez, o deixando irritado: _ O Joca deve tá achando que fugimos e o deixamos na mão.

_ É com ele que você tá preocupado? A esta hora, os guardas já devem ter sentido a nossa falta e estão a nossa procura. E quer apostar quanto que o imbecil nos dedurou só por pirraça?

Fred não queria apostar nada. Queria mesmo era sair daquele presidio e de preferencia vivo. Porém ele queria pelo menos avisar sobre as verdadeiras intenções dos militares e da cientista. Agora como pretende faze-lo, não tinha sequer a menor ideia. Paco o reprendeu:

_ Você acha que se fosse ao contrário, o Joca iria se preocupar conosco? Que nada! Ele ia era se mandar daqui. E é exatamente o que vamos fazer... a não ser que queira ficar.

_ Mas nem fudendo! Não vou virar banquete de zumbi, muito menos virar um. E você está certo, se fosse a gente, ele ia nos deixar para trás. Então eu vou com você.

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